Após Divórcio, Encontrei o Verdadeiro Amor romance Capítulo 8

Elisa esperou quase meia hora, mas ainda não recebeu uma resposta de Hamish. Ela olhou para a hora - ele provavelmente já estava dormindo com Lila a essa hora da noite.

O sangue em suas mãos havia secado e parecia nojento. Elisa arrastou seu corpo fraco até o banheiro para lavar o sangue das mãos. O líquido gelado era de arrepiar o coração.

Depois de voltar para o quarto, ela habitualmente se servia de uma xícara de água quente e tomava analgésicos e remédios contra o câncer. Os fortes analgésicos que Micah lhe dava continham anestésicos - ela só os tomava quando a dor era realmente insuportável. Tomar em excesso poderia levar à dependência e danificar os nervos.

Ela colocou todos os comprimidos em frascos simples e os jogou em uma gaveta. Ela não queria ter mais nada a ver com Hamish. E daí se eles se amavam há 16 anos, estavam juntos há 6 anos e casados há 4 anos? Não havia motivo para se preocupar com isso.

Ao raiar do dia, Elisa acordou. Ela não tinha o hábito de ficar deitada na cama - uma vez acordada, ela se levantava. Mesmo que não fosse sair, ela ainda se maquiava por hábito, para fazer com que seu rosto doentio parecesse um pouco mais animado.

Olhando para seu rosto radiante no espelho, Elisa sorriu. Ainda havia um amanhã depois de hoje.

Preocupada com o fato do Sr. Lane não ter tomado o café da manhã, Elisa preparou duas porções. Logo depois das nove horas, a campainha tocou.

Elisa tirou o avental e o pendurou na parede antes de ir abrir a porta. Era o Sr. Lane.

- Srta. Powell.

- Entre rápido. Você já comeu? - perguntou Elisa.

Após entrar, ele respondeu:

- Sim, já comi.

Ao ouvir que ele já havia comido, Elisa ficou muito envergonhado para ir tomar o café da manhã. Ela bebeu apressadamente um copo de leite e fez um chá antes de levá-lo para a sala de estar.

O Sr. Lane foi direto ao assunto, sentou-se e pegou seu laptop. Quando soube que Elisa queria transferir a maior parte das ações do Grupo Powell para o nome de Hamish, ele olhou para ela com espanto e até parou de digitar.

- Sra. Powell, a senhora tem que considerar isso com cuidado. O Powell Group é sua propriedade separada antes do casamento, à qual seu marido não tem direito. Já vi muitos divórcios serem disputados no tribunal por causa da divisão de propriedades, mas essa é a primeira vez que vejo alguém abrir mão completamente de seus bens antes do casamento.

Além disso, isso diz respeito a uma empresa multibilionária. Deixando de lado a possibilidade de os outros acionistas do Powell Group concordarem, seu pai sozinho jamais permitiria isso. Se ele soubesse que vocês estavam se divorciando e abrindo mão da empresa, ele certamente reagiria de forma explosiva.

- Eu sei, é por isso que preciso conversar com você sobre fazer um testamento - respondeu Elisa, mas antes que pudesse terminar, a campainha tocou lá fora. Ela teve de se levantar e abrir.

- Desculpe-me um momento, vou abrir a porta.

Ao abrir a porta, uma figura escura apareceu abruptamente diante de seus olhos. Um calafrio gelado subiu e Elisa instintivamente deu um passo para trás.

Olhando para Hamish, ela perguntou:

- Por que você voltou?

- Você não me disse para voltar? - Os olhos normalmente negros como breu de Hamish pareciam um pouco injetados de sangue agora. Sua aura de comando naturalmente carregava uma força opressiva.

Agarrando a maçaneta da porta, Hamish a abriu com força e entrou com arrogância.

- O que você quis dizer com a mensagem que me enviou ontem à noite?

Elisa ficou atônita por um instante antes de rir zombeteiramente.

Então, tratava-se do divórcio, o homem que a maltratara verbalmente na noite passada por não querer voltar tinha se apressado ao ouvir a primeira menção de divórcio. Ele não podia esperar, ao que parecia.

Ao ouvir a risada inexplicável dela, as sobrancelhas de Hamish se franziram. Seu olhar percorreu os arredores e, ao ver um par de sapatos masculinos de couro na sapateira, um olhar sinistro passou por suas pupilas escuras.

Já com um humor extremamente ruim, Hamish agora se sentia pronto para explodir. Ele sempre teve um temperamento terrível e nunca se continha quando estava com raiva.

Agarrando o pulso de Elisa, seu olhar passou dos sapatos no chão para o rosto dela. Ao ver que ela ainda estava usando maquiagem, o sorriso dele ficou cada vez mais sinistro.

- Então é por isso que de repente você quer o divórcio. Acontece que você encontrou um novo amante? O quê, eu não sou mais suficiente para você?

O coração de Elisa se apertou. Franzindo a testa, ela disse:

- Hamish, de que bobagem você está falando?

- Dizer-me para voltar amanhã foi para que você pudesse ficar em casa sozinha com seu homem selvagem hoje, certo? - Hamish arrastou Elisa à força para a sala de estar, apertando seu pulso como se quisesse esmagar os ossos. Ele a jogou no sofá e pressionou seu corpo para baixo, apertando sua garganta.

- Eu não... - Elisa não sabia que loucura havia tomado conta de Hamish para que ele a olhasse daquela maneira - tão profunda e pesada, vagamente perturbadora, deixando seus membros rígidos de medo. Ela sentiu o ar sendo sugado de seu peito, respirando desesperadamente.

A coisa que Hamish mais odiava na vida era a traição. Mesmo que não amasse mais essa mulher, ele a havia usado, ela era dele, e ele não toleraria que outro homem tocasse no que era dele.

Ao pensar em Elisa escondendo secretamente um homem em casa, sua raiva o enfureceu, fazendo-o querer matá-la na hora.

O pescoço de Elisa doía e seu peito estava entupido, até as pontas dos dedos tremiam. O instinto de sobrevivência fez com que ela levantasse as mãos para agarrar os pulsos de Hamish, mas não tinha forças para romper o controle dele.

Sua visão escureceu. Quando ela pensou que estava prestes a sufocar e morrer, o Sr. Lane ouviu a comoção e saiu correndo, agarrando o ombro de Hamish.

- Sr. Burns, o que está fazendo?

Hamish virou a cabeça.

- Então você é o homem que Elisa está escondendo?

Sr. Lane percebeu de imediato que Hamish havia entendido errado. Ele explicou rapidamente:

- Não, não pense demais nisso. Eu só vim hoje para redigir o acordo de divórcio entre você e a Sra. Powell. - Preocupado com o fato de Hamish não ter acreditado nele, o Sr. Lane se apressou em pegar seu cartão de visita para lhe mostrar.

O aperto de Hamish se afrouxou um pouco e Elisa respirou ofegante, com o corpo encolhido e trêmulo no sofá.

Ao ver Hamish soltar o aperto, o Sr. Lane também relaxou, perguntando corajosamente:

- Sr. Burns, que tal o senhor discute primeiro a divisão dos bens do divórcio com a Sra. Powell?

Ouvir a palavra ‘‘divórcio’’ novamente deixou Hamish nervoso, e seu humor voltou a ficar gelado por razões inexplicáveis até para ele mesmo.

Sr. Lane sentiu suas pernas amolecerem sob o olhar sinistro de Hamish. Sem saber se deveria ficar ou ir embora, ele só conseguia ficar parado sem jeito, sem nem mesmo ousar desviar o olhar.

Foi somente quando Hamish pronunciou um baixo ‘‘saia daqui’’ que o Sr. Lane se virou apressadamente e saiu, esquecendo até mesmo seu laptop na sala de estar.

A saúde de Elisa estava muito mais fraca do que antes. O fato de ter sido beliscada por Hamish havia deixado uma marca vermelha em seu pescoço fino e branco como a neve. Demorou muito tempo para que sua respiração voltasse ao normal.

Só agora ela sentiu a extensão de sua doença. Ela já havia sido agarrada e ameaçada por Hamish antes e, embora fosse muito desconfortável, nunca havia sido como agora, em que ela ficou sem forças por tanto tempo.

- Hamish, você estava tentando me matar agora mesmo?