O Vício de Amor romance Capítulo 34

O escritório de Jorge era extremamente moderno, espaçoso e limpo, com decorações simples da mesma cor, o que fez o ambiente calmo e imponente. Com janelas do chão ao teto, a sala estava bem iluminada pelo sol.

Em frente de janela, tinha uma vista ampla de toda a cidade.

Jorge estava lendo, sem levantar a cabeça.

Natália aproximou e entregou os documentos a ele.

Jorge não pegou, simplesmente disse:

- Pode deixar na mesa.

Natália colocou-os na mesa e tentou várias vezes para falar, mas não conseguiu estruturar um começo adequado.

Como inicia essa conversa?

Por exemplo:

- Sr. Jorge, pode jantar com minha família?

Nem precisava perguntar, Natália sabia que ele certamente recusaria.

Jorge pensava que era Ester, perguntou:

- O que foi?

Ele virou uma página, ainda com os olhos concentrados no papel.

- Eu gostaria de pedir um favor ao Sr. Jorge. - Natália invocou a coragem para falar.

Ao perceber que a voz não era de Ester, ele finalmente levantou a cabeça e viu Natália ficando em pé em frente à sua mesa, inquieta.

Natália forçou um sorriso depressa, o cumprimentou:

- Bom dia, Sr. Jorge.

Um brilho de alegria apareceu nos seus olhos no momento em que ele a viu, mas sumiu num instante.

Era inesperado que ela estivesse em seu escritório.

Jorge fechou a pasta e se inclinou para trás, passando os olhos no corpo dela sem nenhum pudor. Seu rosto, seu pescoço, seu peito, sua cintura. Não deixou nenhum lugar escapar de sua vista.

- Que favor?

Natália desviou o olhar cobiçoso, disse.

- O Sr. soube os problemas que o casamento contigo trouxe para mim?

- Quais problemas? - Jorge foi surpreendido.

Natália apertou as mãos e disse com calma:

- Ester está procurando muitos trabalhos para mim, creio que o Sr. já sabia disso. E ontem ocorreu um acidente, também porque casei com você. Então, considerando minha segurança, o Sr. poderia voltar comigo para a casa Ribeiro?

Jorge apoio sua testa e massageou as têmporas. Parecia estar cansado e não querer falar.

Natália estava de pé, com ansiedade ardente, não sabia o que ele estava pensando.

Depois de um longo silêncio, ele olhou-a de novo.

- O que você acabou de dizer?

- O Sr. poderia voltar comigo para a casa Ribeiro? - Natália logo repetiu o que havia dito.

Sua voz era baixa e lenta:

- Hum.

Sim ou não? Dá uma resposta definitiva!

Natália sofria nessa incerteza.

Ela queria repetir, mas sentiu que seria inapropriado. Pensando, seu olhar pousou nos dedos dele, que estavam acariciando as têmporas.

Por que estava pedindo um favor a ele, Natália contornou a mesa e disse, desajeitadamente:

- Posso te ajudar.

Jorge abaixou as mãos, mantendo os olhos fechados. Ele aceitou.

Natália era inexperiente e tentou com cuidado.

Ele ficou um pouco rígido quando sentiu o toque dela.

Natália pensou que ele não estava gostando, diminuiu e perguntou:

- Está bom assim?

Ele aprovou com um “aham” baixo.

Natália esfregou as têmporas em cada lado, sentindo seu pele firme e elástico. Do ângulo dela, dava para ver a linha de seu perfil, seu pescoço e seu pomo-de-adão... Era sedutor.

Natália não ousou olhar mais, desviou o olhar e perguntou com cautela:

- Eu não estava esperando mais nada. Somente queria que o Sr. jante com minha família.

Ele semicerrou seus olhos, era óbvio que não confiou. Falou num tom irônico:

- É tão simples mesmo?

O coração de Natália apertou. Era impossível esconder dele.

Então confessou:

- Eu só quero que Santiago pense que o Sr. gosta de mim. Ele tem minhas coisas na mão e eu quero de volta, portanto, Sr. Jorge, podia fazer esse favor para mim?

Com medo da sua recusa, adicionou:

- Sr. Jorge, hoje quase me queimei de água fervente. Se não fosse sua namorada, acha que aconteceria a mim essa desgraça?

Ela continuou depois de uma pausa:

- Não recebi um centavo daquela tradução que fiz em casa. Combinamos o preço, mas ainda não pagou. Levou a noite toda para finalizar o trabalho. Agora não cobro por isso, eu só queria esse favor.

Ele finalmente levantou os olhos e disse:

- Eu não posso recusar com esses argumentos.

- Obrigada, Sr. Jorge...

Toc-toc.

Assim que terminou de falar, alguém bateu na porta.

Natália ficou assustada e recuou-se ao lado.

Com a cabeça baixada, ela esfregou seus dedos, as palmas estavam cheias de suor.

Se não precisasse do Jorge, nunca ousaria agradá-lo.

Ela não tinha ninguém que podia depender e só podia usar o poder do "marido" para conseguir de volta o que era dela.

Ester entrou com uma papelada. Quando reparou Natália, franziu e ia perguntar por que ela estava, porém Jorge perguntou:

- Algum problema?

- Preciso de sua assinatura nesse documento. - Ester tentou sorrir.

Ele pegou o documento, deu uma olhada e disse:

- Já pode sair.

Natália saiu do escritório com a cabeça baixa.

Ester olhou-a, queria dar uma tapa nela. Essa mulher veio para seduzir Jorge enquanto ela estava ausente?

Aqui era o território dela e Natália não podia invadir!

- Jorge, ela...

- Pedi entregar os documentos traduzidos. Algum problema? - O rosto dele estava tão calmo, sem nenhum pânico.

Não havia o menor sinal de que ele estava mentindo.

Escolheu cobrir por Natália sem pensar muito.

Como ele poderia não saber que Ester era má com ela?

Mas ele não poderia fazer nada sobre Ester.

Ester se aproximou e deu-lhe uma massagem nos ombros.

- Pode deixar essas coisinhas comigo.

Após o trabalho, Natália esperou na calçada em frente ao edifício.

Ela endireitou-se ao ver o carro preto saindo da garagem.

Logo, o carro parou ao lado dela e a janela se abaixou. Lucas não estava hoje, Jorge mesmo dirigiu.

A visão de Jorge caiu sobre ela.

Natália estava usando um vestido vermelho até joelho, com um decote de canoa. As pernas delgadas e finas abaixo de vestido eram atraentes.

Sentindo seu olhar, Natália explicou:

- Não quero prejudicar sua imagem. Afinal, sou sua esposa.

Ela estava com medo de que Santiago soube que não tinha amor entre ela e Jorge.

Então voltou para mansão durante o intervalo no almoço. Anderson deu este vestido para ela como presente em seu aniversário de dezoito anos, mas ela nunca tinha usado.

Natália tinha uma pele clara e o vestido vermelho desatou sua pele ainda mais bonita, com clavículas delicadas e um longo pescoço magro, ficou bem elegante e impressionante.

Os olhos de Jorge brilharam, mas no final só pediu para entrar no carro.

Ela sentou-se no banco do passageiro porque eles estavam indo para a casa de Ribeiro, tinha que tomar cuidado nos detalhes.

Natália não sabia o que Jorge estava pensando com o semblante dele.

Achou que ela estava com roupas inapropriadas?

Ela raramente usava cores vibrantes.

Mas Anderson disse que iria combinar bem com ela.

As luzes de rua refletia no carro, ora escura ora clara, iluminavam o lindo rosto de Jorge, parecia uma ilusão magnífica.

Tão irreal e distante, como eles.

Estavam próximos, mas estivessem separados por uma enorme montanha.

Natália hesitou, fez a pergunta:

- O vestido não ficou bom?

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