Partindo Grávida, Bilionária Sedutora Retorna romance Capítulo 34

João grudava nela feito chiclete, parecia querer algo mais que amizade, né?

Mas deixa pra lá, ela já estava com um buchinho.

Sem a menor intenção de arrumar um par para a vida toda.

A riqueza é um oceano cheio de tubarões.

Após cinco anos à sombra de Israel Ferreira, Letícia Fernandes já tinha visto de tudo um pouco. Nem morta que ela iria se meter em um beco sem saída para ganhar a vida.

"Já comi, já vou nessa", ela deu a deixa para João e seguiu seu caminho.

Mal deu o primeiro passo, João segurou seu braço. Letícia olhou para ele, surpresa.

"Deixa o passado pra lá",

disse João com toda a seriedade,

"eu tô ligado é no futuro."

Letícia deu um pulo de susto e puxou o braço com força.

"João, cai na real, a gente não tem nada a ver!"

"Como não? A gente se encaixa que é uma beleza!" João insistiu.

Letícia já estava por aqui. "Sou mais velha que você, e essa galera toda aí sabe do rolê com o Israel Ferreira..."

"Eu não tô nem aí!"

João cortou, firme.

"Eu tô!"

Letícia endureceu o olhar,

"Você não saca que não vai poder escolher com quem vai casar?"

João ficou parado.

"Eu me enrosquei com o Israel Ferreira porque não tinha escolha, agora que ele casou, eu caí fora. Quanta gente não tá rindo da minha cara? Já passei por isso uma vez e não vou querer replay!"

"Eu não sou como ele..."

João tentou argumentar.

Nesse momento, Letícia olhou para frente, franzindo a testa,

"Aquele não é o seu carro?" João seguiu o olhar dela e também franziu a testa. Os dois aceleraram o passo. A SUV prata estava lá, com os vidros todos estourados, a lataria amassada.

"Quem foi o autor dessa arte?"

João nunca tinha visto uma coisa dessas. Letícia viu um papel A4 com letras vermelhas no para-brisa quebrado. Foi lá e pegou.

"Senhorita Fernandes, espero que a surpresinha seja do seu agrado. Divirta-se em Cidade Baylón com seu boyzinho, mas não se meta onde não é chamada. Quem mexe com dinheiro, pode acabar esticando as canelas."

"Ameaça de morte?"

João ficou pálido.

"Pois é, acho que foi por minha causa, desculpa aí",

disse Letícia, meio sem graça,

"Eu cubro o prejuízo do carro."

"Você que foi vítima, por que ia pagar?"

João nunca tinha falado tão sério,

"Deixa comigo, eu resolvo!"

"Isso deve ter a ver com um projeto da Concha Capital aqui. Relaxa, não se mete, que eu deixo a galera da empresa cuidar."

"Israel Ferreira?"

João soltou sem querer. Letícia percebeu o ciúme na voz dele.

"Desde quando o Sr. Ferreira vai se preocupar com essas minúcias?"

Letícia respondeu, meio sem paciência,

"Melhor chamar a polícia."

Como ela já esperava, depois de chamar a polícia, viram que as câmeras da rua estavam desligadas na hora do ocorrido, não capturaram nada. Sr. Riscas, o intocável, estava uma fera.

Depois de toda a confusão, quando voltaram para o hotel, já eram quase quatro da manhã.

No caminho, Letícia ligou para Júlio e remarcou a reunião da tarde para o dia seguinte. João fez questão de levar Letícia até a porta do quarto.

Depois de um monte de recomendações para não abrir a porta para estranhos, foi direto para o lobby. Ele tinha que trocar de quarto, ficar mais perto de onde Letícia estava.

Ele mal tinha virado as costas, e a campainha de Letícia Fernandes tocou logo em seguida.

Ela pensou que ele tinha voltado para encher o saco com mais alguma coisa.

Abriu a porta sem muito ânimo.

"Seu Riscas, cê não cansa de pegar no meu pé, não?..."

Mas nem chegou a terminar a frase.

Letícia Fernandes encarou a pessoa à sua frente, com os olhos arregalados de surpresa.

"Como assim cê tá aqui?"