Permaneça, Querida romance Capítulo 31

Healy não foi para casa naquela noite. Talvez ele não quisesse vê-la, pensou Kelsey.

Ela também não queria vê-lo, porque não queria pensar em algo infeliz.

Depois de um tempo, alguém ligou para Kelsey.

Ela atendeu e descobriu que era Jen.

"Como você está na nova empresa, irmã?" Jen perguntou.

Enquanto filmava algumas cenas, Jen de repente se lembrou de que havia pedido a alguém para espalhar na empresa que Kelsey estava trabalhando a fofoca de que ela já havia sido presa.

Jen achou que sua irmã mais velha, que não sabia de nada, deveria ter se assustado com os boatos.

"Como você sabe onde eu trabalho...? Foi você quem espalhou os boatos?" Kelsey entendeu imediatamente o que havia acontecido e segurou o telefone com força.

Como podia Jen a odiar tanto, que ela até interferiu no seu trabalho e a deixou viver em meio à fofoca?

"É, fui eu, mas e daí? Aproveite. Acho que você não vai trabalhar lá por muito tempo... talvez até... menos de um mês?" Disse Jen.

"Não é da sua conta e eu não vou deixar você ganhar." Kelsey cerrou os dentes e desligou a chamada.

Ela estava com tanta raiva que ao ouvir a voz de Jen, quebraria seu telefone.

Ela tentou se acalmar, mas, de repente, se lembrou de algo.

Afinal, não fora Healy quem espalhara os boatos, então... ela entendeu tudo errado...

Pensando nisso, Kelsey ficou um pouco envergonhada, então pegou o telefone e ligou para Healy, querendo se desculpar, mas ele cancelou a chamada.

Parecia que ele a odiava mais, mas foi só ela que o entendera mal...

Kelsey balançou a cabeça, mas não ligou para ele de novo, com medo de que ele ficasse impaciente.

......

O dia seguinte.

Assim que Kelsey chegou ao escritório, ela descobriu que sua mesa estava uma bagunça. Tudo estava virado de cabeça para baixo, como se algum ladrão tivesse passado por ali.

Embora soubesse que havia ofendido Karen e que era impossível para ela trabalhar mais lá, o que sua colega fez ainda a irritou. Por isso, ela perguntou em voz alta: "O que vocês fizeram?"

Esta foi a primeira vez que Kelsey falou tão alto com seus colegas.

"Você está quase saindo e temos que verificar se você tem algo que não deveria. Se perdermos algo e você tiver ido embora, onde iremos encontrá-lo?" Um colega disse, com um sorriso arrogante.

Era um fato: todos a tratavam como uma ladra, o que fazia Kelsey se sentir injustiçada.

A bem da verdade, embora ela só pudesse fazer algumas tarefas trivais, ela fazia tudo com muita seriedade e nunca ousava negligenciar suas tarefas. Ela prometeu, com um sorriso, fazer o que seu colega pedisse.

Mas, no final, eles ainda a trataram apenas como uma ladra.

Será que, uma vez que ela tenha sido presa, passaria o resto da vida sob o peso desse preconceito?

"Você terminou de verificar?" perguntou Kelsey, segurando suas queixas e impotência e fingindo que nada havia acontecido.

Os colegas não encontraram nada, mas não se deram por satisfeitos. Por isso, pediram para verificar o pen drive dela.

Kelsey, naturalmente, não tinha nada a temer.

No entanto, depois de um tempo, os colegas começaram a discutir sobre algo, "Kelsey, por que você é tão sinistra? Você tem as informações de nossos clientes no seu pen drive, queria sair daqui com elas?"

Kelsey arregalou os olhos, sem acreditar naquilo. Era impossível!

Para começo de conversa, ela jamais pensou em fazer aquilo e, mesmo que tivesse, não teria como acessar documentos tão importantes. Assim, como poderia copiá-lo?

Alguém deveria estar tentando incriminá-la!

"Eu não salvei nada, e você nem me mostraria esse tipo de documento." Kelsey argumentou.

"E se você tiver copiados eles em segredo enquanto ajudava alguém?"

"Sim, é muito possível. Não é de se admirar que ela seja tão diligente. Ela planejava isso desde o começo."

"Ela não parece uma pessoa boa à primeira vista!"

Os colegas conversaram sem ouvir a explicação de Kelsey e logo a condenaram. Eles até queriam levar Kelsey para ver o gerente geral e deixá-lo lidar com ela, como forma de aviso.

Só então Karen disse: "Deixe esse problema comigo. Esses documentos são meus".

Kelsey entendeu imediatamente que aquela provavelmente era uma armadilha preparada por Karen. Como ela era cruel! No dia anterior, Kelsey quase perdera o corpo por causa dela, e agora ela mentia que Kelsey era uma ladra.

"O que você acha do meu conselho? Se você o seguir, vou explicar para a empresa que esqueci que copiei os documentos para o pen drive. Mas, se não..."

Karen a ameaçou.

Kelsey olhou para ela com ódio, cravando as unhas nas palmas das próprias mãos. A dor formigante a deixou extremamente sóbria.

"De jeito nenhum!"

Aquele Childe havia se revelado na noite passada. Se ela fosse até lá, nem conseguia pensar no que aconteceria.

"Que vergonha!" Karen estava extremamente zangada e estava prestes a levar Kelsey ao escritório do gerente geral. "Deixa eu te contar: a punição por roubar segredos comerciais é a prisão."

Kelsey estremeceu. A experiência anterior a havia deixado uma sombra psicológica acerca de tribunais e prisões. Apenas de pensar nisso, ficou com medo.

Ela tinha medo dos dias em que não havia luz e de ser injustiçada, mas não podia contar isso a ninguém.

Suas emoções de repente se tornaram incontroláveis e ela começou a lutar, desesperada, para afastar Karen.

Contudo, Karen se recusou a soltá-la, então Kelsey não teve outra escolha a não ser morder o braço dela. Karen não a deixou ir até ver sangue.

"Ela me mordeu! Peguem ela!" Karen gritou. Olhando para Kelsey fugindo, ela bateu os pés com raiva.

"Como ela ousa me morder? Vou mandar essa v*dia para a cama de Childe para que ele a torture!" Karen pensou consigo mesma, tamanha sua raiva.

"O que aconteceu?" Uma voz elegante, mas sem emoção, perguntou, assim que um grupo de pessoas estava prestes a pegar Kelsey.

Alan estava ali por perto, assistindo à farsa. Ele franziu a testa e sua voz estava obviamente infeliz.

Ele era o novo sócio da empresa, e tinha bastante poder.

Naturalmente, nenhum dos presentes ousou ofendê-lo.

Vendo Alan, os colegas tacitamente atribuíram toda a culpa a Kelsey. Fizeram com que ela parecesse uma ladra que entrara na empresa por intermédio de alguém, mas que só queria roubar as informações dos clientes em troca de benefícios.

"Eu não fiz nada disso!" Ouvindo essas calúnias, Kelsey ergueu os olhos e encarou Alan.

Só então Alan viu Kelsey claramente.

A mulher à frente dele vestia uma camisa branca simples e uma saia preta. Não havia maquiagem em seu rosto alvo e ela era naturalmente limpa.

O que mais o surpreendeu foi que não havia impureza nos olhos dela. Mesmo que houvesse ressentimento e raiva, isso não eliminava em nada sua beleza. Pelo contrário, eles pareciam vívidos.

Os olhos do homem ficaram ligeiramente escuros, como se ele tivesse pensado em algo. "Então me diga, o que está acontecendo?"

Kelsey ficou chocada, pois achava que ninguém iria ouvi-la, mas o homem à sua frente, que parecia estar distante, não a olhava com desprezo...

Ela mordeu o lábio e disse suas especulações, com ousadia.

"Ela está me caluniando!" Karen começou a suar frio, já que Kelsey estava correta.

Os documentos no pen drive de Kelsey haviam sido copiados por ela naquela mesma manhã.

O objetivo era ameaçar Kelsey e fazê-la dormir com Childe o mais rápido possível.

"Vamos ver." Alan olhou para Karen com frieza, e seus olhos eram tão penetrantes, que era como se ele quisesse ver através do coração dela.

Logo, Alan ligou para algumas pessoas do Departamento de Informação e descobriu que fora naquela manhã que os arquivos foram copiados.

Naquele horário, Kelsey ainda não tinha chegado ao escritório.

Todos ficaram em silêncio.

"Você foi injustiçada. Não se preocupe." Alan deu um tapinha no ombro de Kelsey.

"Para referência futura, notícias falsas não são toleradas. Quanto à sra. Karen, você incriminou sua colega, e eu discutirei seu futuro com os diretores."

O corpo de Karen de repente desabou ao chão. Alan era o parceiro-alvo da empresa. Na frente dele, ela, uma mera diretora de vendas, não era importante e poderia ser facilmente demitida.

Kelsey encarou para o olhar abatido de Karen e não conseguiu acreditar. Parecia que aquela era a primeira vez que alguém havia confiado nela, o que a deixou feliz.

Pensando nisso, ela seguiu Alan e lhe disse solenemente: "Obrigada".

Alan olhou para ela com interesse e disse: "Apenas 'obrigado'? Não me parece sincera."

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