2 - Reclamada Por Dois romance Capítulo 13

Era impossível não gemer nas mãos deles. Alexandre afastou o meu cabelo e mordiscou ao longo da minha coluna. Senti as presas rasparem na pele e gemi na boca de Vasco arqueando as costas. Estava tão húmida, tão quente. Eu desejava-os tanto.

Pararam ao mesmo tempo,quando meu corpo congelou. Engolindo em seco os encaro aos dois, quente e chocada por o que estava prestes acontecer.

Rapidamente me levanto da cama , me afastando dos dois colocando as mãos na frente para que não se aproximassem quando ambos fizeram intenção de o fazer. Principalmente porque Vasco estava completamente nu e ...excitado.

__ Ouçam... eu não vos conheço... apesar de que me sinto como se houvesse algo que nos une... - tentei controlar minha excitação desviando o olhar de seus corpos, mas não muito . Estava perto do banheiro e se fosse necessário, fugiria daquela tentação me trancando lá dentro. Mas tinha consciência de que eles eram mais rápidos e como me olhavam como uma presa fácil, o mais provável era ser apanhada. __ Mas isto...- pigarreei e os olhei de lado acenando para nós três. __ Isso... está errado. Sei que para vocês é fácil ter uma aventura , mas eu não sou assim.

__ Não és uma maldita aventura!– Vasco gritou com frustração.__ Ès muito mais que isso.

Alexandre amaldiçoou entre dentes , sabia que era cedo demais. Angela estava pronta para fugir , assim como ele receara no inicio.

__ Ângela..há algo que precisas de saber ...

Na hora um rosnado interrompe Alexandre. Assustada recuo dois passos segurando a porta do banheiro.

__ Que se passa? – Eu disse alarmada por ver Vasco se levantando ainda completamente excitado e Alexandre passando a mão no cabelo frustrado. Ambos se dirigiram para fora do quarto mas antes me encaram sérios.

__ Nós não te queremos só por uma fantasia de uma noite. _ Alexandre soava sombrio.

__ Nós te queremos para sempre, como Nossa companheira. - Vasco acrescenta firme, autoritário.

Apesar das palavras  incendiaram meu sangue como se fosse lava de um vulcão, meu choque era visível ao analisar cada um deles completamente petrificada.

__ Devíamos falar isso com calma! – Alexandre suspira exasperado.

__ Mas agora temos visitas. - Grunhiu Vasco, seus olhos estavam como os do lobo, selvagem, sensual.

__ Visitas?

Não foi necessário esperar muito até que a campainha da porta de entrada soa em toda a casa. Mas como poderiam antever uma coisa dessas? Eu estava completamente fascinada e apavorada. Tinha que sair dali para pensar em tudo isto. Alexandre me olhava cauteloso, enigmático, pensativo.

__ Mas continuamos esta conversa depois... no ponto que parámos. È uma promessa. – Voz de Vasco se notava rouca e ainda cheia de luxúria, a frase parecendo como uma ameaça sensual.

Quando ouvi a porta bater, respirei fundo , olhando ao redor, olhando a cama desfeita. Céus !!! Companheira ? Dos dois? Como isso era possível? Eles me atraiam, mas quem não tem fantasias com um homem daqueles, e os dois eram perfeitos demais , exalando toda aquela tensão sexual ao meu redor.  Mas amar dois homens? Seria meu coração capaz disso, ou acabaríamos os três destroçados?

Vesti umas leggings, uma blusa, colocando algum dinheiro e cartão de identificação no ténis , os calço como algo automático, teria que planear uma forma de voltar para o apartamento sem que eles me pudessem impedir. Eu precisava de pensar em tudo aquilo que acabara de ouvir,  de sentir. Em passos lentos me dirigi à sala, eles sabiam quando estava perto, não iria conseguir sair assim sem mais nem menos, por isso com um sorriso me aproximei inocentemente.

Tinha que ser algo importante pois tinha dado para perceber que não queriam ser interrompidos no momento que estávamos a ter, juntos. Vasco estava sentado numa poltrona com ar sombrio e Alexandre quieto na outra  ao lado, em frente haviam dois homens sentados no sofá de tres lugares. O que  ocupavam quase todo, com seus ombros largos. Ambos me sorriram num cumprimento quando entrei mas não se levantaram.

__ Mais calma ? - Vasco rapidamente perguntou.

__ Sim...um pouco. – Ruborizei olhando Alexandre que só me encarava em silencio.

Fiquei atrás do sofá entre os dois, uma distancia segura de qualquer caricia ou toque. Os homens olhavam-me curiosos por momento.

__Olá! – Disse timidamente.

Eles me responderam em unissono, dando atenção a Vasco que continuara a conversa que estavam a ter anteriormente.

__ Ataque de Lobos? – Vasco disse surpreendido olhando Alexandre.

__ Não é costume na vossa área. – Todos me olharam quando exalei mais forte do que deveria.

__ O melhor è que vá para o quarto. - Declarei  nervosa, talvez fosse uma boa oportunidade de sair dali, já que a situação era grave. __ São assuntos vossos.

__ Ficas! – Ordenou Alexandre.

__ Mas são lobos! – Sussurrei intercalando olhares entre Alexandre e Vasco. Ele levantou uma sobrancelha.

__ Eu também sou... - Vasco rapidamente me encarou com olhos lupinos, me prendendo em seu olhar sedutor.__ Qual é o problema?

Sim realmente ele tinha razão, mordi o lábio, encarando de novo os homens na minha frente. Eles eram também atraentes num estilo cowboy, a pele queimada pelo sol, estava bem bronzeada e hidratada pelo brilho da pele que definia os músculos dos braços ,seus olhos eram expressivos, bonitos. Quem diria que eles eram lobos? Ninguém mesmo, nem mesmo eu há umas horas atrás, somente poderia pensar que Homens perfeitos são esses?

__ Ângela! – Rosnou Vasco.

__ Sim. – Sobressaltei-me. Vasco parecia furioso e Alexandre tinha o cenho franzido. Os outros somente sorriam.

__ Se já apreciaste tudo, quero apresentar-te Rafael e Marco. – Ele declarou irónico, cerrando os dentes .

__ Muito prazer! – Disseram ao mesmo tempo.

__ Prazer é meu !- Sorri timidamente olhando Vasco em seguida que me ameaçava com seu olhar. Tipo: "Se te pego, verás a quem deves apreciar."Rapidamente clareei a garganta que secou no mesmo momento. __ Eu não estava apreciar. Estava a questionar-me como era possível serem lobos. Se me desculparem, vou para o meu quarto.

__ FICAS!  –  Alexandre e Vasco ordenaram ao mesmo tempo.

Ainda tentei avançar dois passos furiosa por me darem ordens, mas Vasco puxou-me para o colo dele,me abraçando pela cintura,enquanto Alexandre continuava a falar normalmente com suas visitas.

__O que pensas que estas a fazer? - Resmunguei baixinho em seu ouvido .

__ Eu? – Declarou com ar inocente. __ Que eu saiba ainda nem comecei a fazer nada.

Bufei e apontei-lhe o dedo no peito pronta para protestar quando ele me beijou o pescoço. Congelei com aquele simples contacto. Roçou suavemente os dentes na pele, passou a língua húmida muito lentamente. Tentei não sentir luxúria, fechei os olhos e pensei em coisas que odiava, como leite-creme, brócolos. Por muito que tentasse não consegui segurar o alto gemido que saiu dos meus lábios. A sala ficou em silêncio. Eu abri os olhos e vi que todos olhavam para mim. Alexandre me inexpressivo, mas com seus olhos negros. E os outros dois pareciam que não queriam sequer respirar.

__ Se comporta , por favor ! – Olhei -o irritada, ruborizando com vergonha .

__ Então obedece-nos e fica aqui quietinha. – Ele sorria como se estivesse divertido.

__ Tudo bem! - Bufei. Isso faria com que meu plano fosse por agua abaixo, mas o aperto dele era eficaz para me manter quieta. Droga!

__ Onde foi o ataque? - Vasco virou-se para os homens.

__ Perto do floresta que envolve a cidade. – Marco declarou.

__ O ataque foi para chamar atenção. – Completou Rafael rosnando.__ Ele deixou o animal morto na beira do rio, muito perto da pousada.

__ Acharam o rastro ? – Vasco perguntou curioso.

__ Não, seguimos até a margem do rio, depois disso não deu para perceber para onde ele seguiu. Mas aposto que está por perto. – Marco soava preocupado olhando Rafael.

__ Como sabes, vivemos isolados das Matilhas por motivos pessoais, meu irmão Marco me acompanha no negocio da madeira e da pousada. Não queremos nos meter em confusões, mas me conheces..._ Rafael muda parcialmente para o lobo feroz que podia se tornar, não como ameaça aos presentes , mas por seu estado de espírito de momento. Ele era um lobo solitário , mas era um Alpha. __ Eu preciso de saber se posso defender e proteger aqueles que estão ao meu cuidado na cidade... por minhas próprias mãos se ...Gaspar aprontar.

Eu vi uma estranha comunicação silenciosa entre Vasco e Alexandre.

__ Sabemos que farás o que é certo, se algo acontecer. Nos chama quando souberem que algo está mal. – Vasco tentou colocar Rafael à vontade, sabia dessa historia toda que envolvia Gaspar e sua Irmã, lobos que antes mesmo de enlouquecerem , já tinham provocado algumas atrocidades, com Rafael inclusive.

__ Havia algo que me chamou atenção! – A voz de Rafael estava firme, dominante, mas apreensivo olhando Alexandre e logo Vasco seriamente. __ O odor de uma loba estava latente no ar.

__ Conseguiram perceber quem era ?

Vasco soava um pouco preocupado, ele já antes tinha presenciado como uma loba poderia ser traiçoeira, fatal.

__ Sim, me parece que seja... Edite.

__ Merda!!! Edite ? Tens a certeza. – Vasco se levanta imediatamente, levando uma das mãos ao cabelo, o penteando com os dedos frustrado.

__ Pois, nosso primeiro pensamento foi esse. Edite sempre foi muito possessiva contigo e nunca aceitou bem a separação. Melhor teres cuidado se ela anda com Gaspar.

Comecei a ficar irrequieta e os ciúmes a surgirem por todo o meu corpo.

__ Vasco o que querem dizer com isso? - Perguntei um pouco mais autoritária do que devia.

Todos me olharam perplexos. Apesar de me dar conta muito tarde que estava parecendo sua esposa reclamando ou cobrando algo dele, continuei com o demónio no meu corpo chamado ciume.

__ Disseram me para eu ficar, agora aguentem. – Bufei. __ Falaram numa loba, que tem ela a ver contigo?

Ouvi algumas risadas , mas meus olhos encaravam Vasco como se o fuzilasse por falta de sua resposta.

__ Ciúmes? – Vasco levantou a sobrancelha.

__ Eu? Claro que não? Porque haveria? – Realmente não devia ter reagido assim.

__ Meu Anjo. Ela não tem nada a ver comigo, prometo-te. – Ele sorria satisfeito ,me beijando por minha postura e eu nem compreendia porque. Não tinha qualquer direito sobre ele.

Respirei fundo e tentei distrair-me da conversa, o que era impossivel. Encostei-me ao seu ombro,o perfume de sua pele me estimulava de uma forma que eu não queria. Mordendo o labio tento manter minha mente em branco sussurrando em seu ouvido.

__ Preciso de ir ao banheiro.

Vasco relutante ,me olha por segundos, beijando minha boca antes de me soltar.

__Tudo bem! Mas volta aqui depois.

__ Certo!!

Alexandre analisa   minha postura , pensativo, segura meu olhar me fazendo piscar varias vezes antes de eu conseguir dar dois passos em direção da porta. Estranho, ele sempre fazia isso, como se quisesse ler minha,mente,minha,alma.

Sorri timidamente ao acenar em despedida as visitas que permaneciam envoltas na conversa. Rapidamente entrei no banheiro perto da cozinha. Suspirei com o alivio depois de sair , realmente estava aflitinha. Olhando a geladeira, me sirvo de um sumo de laranja. Me recostando na pia bebo de um só gole metade do liquido da garrafa quando me dou conta da porta das traseiras.

Sem mais hesitações, saio da casa , correndo o mais rápido possível para fora do radar de Alexandre e Vasco. Seria a oportunidade ideal de me afastar deles, e pensar o que fazer em relação a toda esta nova realidade que me deixava quase  sem ar com  varias sensações, e emoções que poderiam me levar a quebrar minha alma e coração.

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