2 - Reclamada Por Dois romance Capítulo 23

Parecia surreal o que se estava a passar na minha frente, Vasco lutava intensamente com o outro lobisomem, uma luta que poderia dizer bem equilibrada apesar de não saber quem estaria ganhando. Os rosnados eram intensos e eu  esperava que alguém os ouvisse para colocar termo  a algo que poderia ser fatal ...para Vasco. Só de imaginar que podia perde-lo, meu coração sangrava, agora tinha a noção que não me imaginava viver sem sua presença, seu sorriso, suas caricias. Colocando o jipe em andamento ,  avanço na direção dos dois , batendo na lateral do  atacante peludo, ele é lançado para longe de Vasco que me olha  surpreso . Com o embate a Besta rapidamente se torna um homem sobre o capõ amolgado, por uns segundos ele me encara , mas logo se torna um lobo de quatro patas ,  ágil e rápido ,correndo em debandada para a floresta ao  longe.

Saindo do  jipe em passo acelerado, corro também para Vasco , parando abruptamente quando ainda o vejo parcialmente transformado em lobisomem. Tentando não mostrar medo , avanço com cautela na sua direção. o sangue que manchava sua pelugem me preocupava. Não  conseguia perceber que tipo de ferimento ele tinha sofrido, mas Vasco percebeu minha postura e rapidamente se tornou o homem que eu desejava . Ensanguentado, mas completamente nu.

__ Vasco... estás bem?

Preocupada analiso cada arranhão, não eram graves , mas alguns eram profundos na pele. Passo a mão ao redor de alguns hematomas que surgiam , o abraçando aliviada por ele estar bem apesar das circunstancias.

__ Está tudo bem , minha fêmea. Nada que deva preocupar esse lindo rostinho.

__ Não está nada tudo bem... - minha voz se torna irritada, minhas lágrimas dançavam em meus olhos . Como podia ele dizer que estava tudo bem depois de assistir a um ato de violência daquele género. __ Podias estar morto...aquela besta... te atacou sem dó nem piedade.

__ Sou muito mais forte que ele, muito mais inteligente e apesar de me ter atacado pelas costas , eu o venceria  sem problema.

Vasco me olha apreensivo, segurando  meu rosto com uma das mãos , beija meus lábios.

__ Nunca mais te coloques em perigo para me salvares. Não aguentaria  se algo te acontecesse!

__ Queres dizer que eu  deveria ficar de braços cruzados assistindo o final do  combate?- Estupefacta me afasto de seu abraço, o encarando irritada, cruzo os braços no peito.

__ Não  foi isso que eu quis dizer. - Vasco se aproxima , a puxando para seu corpo de novo. Sua boca a milímetros da sua . __ Mas quero que sejas obediente as minhas ordens .

__ Bom... desculpa te informar ...- Esboço um sorriso irónico. __ Não sou uma mulher submissa, nem obediente se eu achar que não devo obedecer.

__ Hum....é mesmo? - Vasco simplesmente ronrona em meus lábios antes de me beijar possessivamente  , apertando seu abraço, meu corpo se esfrega no dele, nu,  duro como pedra . Meu coração palpita mais forte , minhas pernas tremem com o calor que irradia do meu centro intimo. Me seguro em seus ombros para não  cair quando rapidamente ele me pega no colo , me levando com facilidade para o veiculo. __ Terei todo o gosto de te dar umas boas lições de obediência  em relação à tua segurança , mas agora temos que ir.

Retirando uma mochila da bagageira, Vasco limpa o sangue com um pouco de agua de uma garrafa  , veste a roupa limpa   que ali estava guardada e se senta de novo no lado de condutor. Pelos vistos acontecer algo assim na vida dele era normal, visto ter uma muda de roupa sempre á mão. Estaria eu preparada para esse tipo de vida ? Afinal tanto Vasco como Alexandre lidavam com violência extrema. “ Droga !!! Mais uma duvida , mais um receio .”

__ Quem era aquele homem ? - respiro fundo me lembrando de seus olhos escuros  que me fulminaram na hora do embate. __ Porque te atacou?

__ Não sei quem era  ao certo, nem o que queria. - Vasco me encara sorrindo para me tranquilizar. __ Mas não estaremos em perigo, prometo. Captei seu odor, será fácil o apanhar.

E eu tinha visto seu rosto. Um homem atraente mas com um olhar frio, sem vida. Parecia que não tinha nada mais a perder, um corpo sem alma, sem emoção, o que o tornava muito perigoso.

__ Melhor mesmo é que voltemos para casa!

Suspiro alisando meu vestido que por sorte ainda estava intacto. Vasco me mira pensativo, analisando meu corpo e rosto.

__ Nada disso, agora mesmo precisas que te mostre que nossa vida de casal pode ser  normal .- Vasco penteia seu cabelo para trás num ato subtil de frustração ao  ver que fico completamente boquiaberta. __ Sei que tudo isto é algo que nunca imaginarias viver do lado de um companheiro. Mas nem tudo é ruim e vou te mostrar isso mesmo.

__ Estás a falar a sério? Ainda vamos almoçar?

__ Sim, mesmo que não tenhas muita fome, espero que me acompanhes . - Vasco se inclina , ficando muito perto de seu rosto. Seu polegar roça em seu lábio inferior. __ Tenho um compromisso inadiável e quero-te ao  meu lado hoje... e para sempre.

Engolindo em seco , fico estática , seu olhar me prende como um íman, seu fôlego quente me atiça os pensamentos . Vasco simplesmente sorri, aquele sorriso que desperta as mais sacanas fantasias. Simplesmente respiro fundo tentando não  morrer asfixiada e aceno como uma boa menina obediente. Inferno, ele me tinha totalmente... sem dúvida alguma.

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