3 - Amor de Lobo romance Capítulo 8

Ainda com dificuldade em respirar Sara coloca os dedos nos lábios, olhando ainda confusa para a porta. “Céus!!!” Nunca na vida tinha sido beijada assim com tanta luxuria, desejo, mesmo quando conhecera Filipe, o suposto “amor” de sua vida.

Depois de Rafael desaparecer do seu campo de visão, rapidamente se deixa cair na cadeira , com esperança que o seu corpo voltasse ao normal. Ela continuava tremente com a estimulação que aquele beijo tinha provocado. "Seria possível que Rafael estivesse interessado nela? Pensativa fica recordando a boca deliciosa dele na sua . Ainda não podia acreditar no que tinha acontecido.

Esse pensamento a deixou ainda mais nervosa, já andava agitada com o desejo que crescia dentro dela desde que o conhecera e se esses sentimentos crescessem mais ainda, então estava acabada. A reação do seu corpo tinha sido surpreendente, e ele somente a tinha beijado. Quando os lábios de Rafael tocaram os dela, o choque a manteve imóvel até que se derreteu e se deixou levar. Depois do primeiro toque era impossível parar , mesmo que quisesse, ele a tinha arrebatado, a inundando em sensações maravilhosas. “Maldição!” mesmo não querendo nenhuma relação naquele momento , ela se tinha descontrolado totalmente e saber que poderia não satisfazer os desejos que aquele beijo despertara também não ajudava aliviar as emoções que surgiram. Desejo!Luxúria ! Amor!

__ Amor? -A palavra sai da garganta de Sara quase como um grito. Olhando a porta , ela fica apreensiva . "Não...não era amor!!!! " Já não acreditava em amor. Luxuria ...desejo selvagem... isso sim.” Talvez fosse possível viverem uma grande paixão sem que ninguém saísse magoado no processo, afinal há muito que não sentia algo assim por um homem, . Balançando a cabeça, de imediato revira os olhos , devido aos últimos acontecimentos da sua vida, costumava ser uma mulher sempre com os pés bem fixos na terra , raramente perdia a noção daquilo que era fantasia e o que era real,mas agora estava a iludir-se.

O que Rafael fez ameaçava fazê-la cair de joelhos e fantasiar mais além, algo que deveria evitar, pois sabia que nunca iria funcionar, haveria sempre danos sentimentais, pelo menos para ela. “Então porque diabo estava a pensar nisso? “Eles só se tinham conhecido no dia anterior , não deveria haver planos , nem fantasias. Ela só tinha que esquecer... exatamente... esquecer, ou este novo começo de vida teria fim antes mesmo de começar,

Tentando interiorizar o pensamento de que um homem daqueles era areia demais para a sua camioneta, começa por tentar se ocupar naquele escritório mesmo que ainda não soubesse o que realmente era para fazer, pelo menos o arquivo era possível de se organizar, já que não havia nenhum .

__ Realmente quando uma pessoa quer trabalhar sempre se desenrasca .- Berta sorri olhando Sara com tanta concentração no que fazia.

__ Na verdade estava mesmo ansiosa por começar.- Sara ogo retribui o sorriso orgulhosa por já ter arquivado a maior parte dos documentos mais importantes.

__ O almoço está pronto.- Berta rapidamente avança sorridente para Sara . __ Os rapazes não vem a casa hoje , por isso fazemos companhia uma a outra .

__ Será um prazer.- Sara de imediato larga os documentos que tinha na mão acompanhando Berta até a cozinha .

Como ambas estavam sozinhas nesse dia,  aproveitaram para se conhecerem melhor. Falaram sobre as suas vidas, a até ficou a conhecer algumas historias dos dois irmãos que ali viviam. Pelos vistos nunca tinham trazido nenhuma mulher para aquela casa até ao dia em que Sara entrou ali ,isso a deixou um pouco satisfeita, apesar de que sabia que era impossível que homens como eles fossem virgem ou celibatários. Mas saber que Rafael não levara nenhuma mulher para seu quarto, para a sua cama , ocupada somente por ele.

Depois do almoço Sara retomou o ritmo e continuou o trabalho, animada por se sentir útil, finalmente. Somente naquele momento percebera o quanto era satisfatório, física e emocionalmente ser capaz de se sustentar, através de seu próprio esforço e capacidade. Depois de algum tempo Sara percebe uma batida na porta, o que a faz de imediato levantar a cabeça e no mesmo segundo ficar de queixo caído .O homem era espetacular com seu espesso cabelo louro e seus vibrantes olhos verdes. Nunca tinha visto tantos homens atraentes como naquela cidade. “Seria da comida , do ar puro ou somente dos genes?”

__ Olá! - O homem sorri mostrando uma fileira de dentes brancos e bem tratados. _ Posso entrar?

__ Eu penso que sim...- Sara fica um pouco apreensiva , Rafael não tinha explicado muita coisa sobre seus negócios ,ainda mais com a presença física dos clientes. Mesmo assim ela sorri encarando aquele estranho atraente . __ Marco e Rafael não estão. Mas se eu puder ajudar?

__ Eu não vim ver o Rafael...- O homem de imediato se aproxima , mostrando um sorriso sensual. __ Eu vim ver-te a ti... Senhorita ...Sara.

_ A mim? - Sara de imediato franze o sobrolho. Tinha chegado aquela cidade há somente umas horas..__ Mas nós nem nos conhecemos !!!!- Com perplexidade de repente questiona . __ E como é que sabe o meu nome?

__ Oh! Perdoa-me. - O homem de imediato avança para mais perto dela , estendendo sua mão, ele declara confiante .__ Meu nome é Gaspar. - Declarou com um olhar predatório e um sorriso irónico.__ Nesta cidade...a comunidade é muito pequena, então... já todos sabemos que anda uma moça bonita por aqui á solta...pronta para ser caçada.

__ Isso é uma maneira um pouco estranha de se referirem a mim. - Ficando séria Sara movimentou a cabeça descrente pela forma como ele falava sobre ela.__ Eu não sou nenhum animal para ser caçado.

__ E só uma maneira de falar.- Gaspar encolhe os ombros como se não desse muita importância , mas seu olhar era intenso, enigmático.

__ Então o que posso fazer por si? - Sara insiste com ar cauteloso, sua nuca se arrepiava com o olhar daquele estranho.

__ Oh... - Gaspar solta uma risada sombria . __Por onde deveria começar ?

__ O quê? - Sara fica apreensiva , clareando a garganta de imediato o confronta seriamente . __ Talvez seja melhor começar do inicio mesmo !

__Eu tinha a intenção de passar mais cedo só para ter um vislumbre de ti. - Gaspar joga seu cabelo par trás com falsa frustração. .__ Mas precisava de ter a certeza de que o Rafael não estava. Sabes ...- Ele fita Sara com intensidade ao acrescentar as palavras seguintes. __ Ele não ia gostar muito de me ver por aqui.

__ Então talvez seja melhor ir embora.- Sara de imediato suplica. __ Rafael pode aparecer a qualquer momento. Eu não quero problemas no meu primeiro dia de trabalho.

__ Não me rejeites já, doçura? -Gaspar mostra um sorriso de lado. __ Sei que não me conheces… - Avançando dois passos de imediato segura sua mão , e sem desviar seu olhar do dela , de imediato a leva a seus lábios , a presenteando com um beijo. __ Mas quero que penses em mim como um... - Ele faz uma pausa , roçando os lábios maliciosamente em sua pele suave , acrescentando. __ Amigo.

__ Desculpe, Sr. Gaspar. -- Ficando um pouco constrangida pela atitude descarada, Sara subtilmente  puxa a mão. __ Ainda não percebi em que posso ajudá-lo!!!

__ Eu só queria .... - Ele suspira. __Sair contigo um dia destes.

__ Então veio só para me convidar para sair? - Incrédula Sara ofega, não pelo pedido , pois Gaspar  não tinha feito uma pergunta e sim declarado algo que desejava.

__ Sim. - Gaspar  esboça um sorriso, mas este não acompanhava seu olhar, havia uma expressão fria cruzando seu rosto por um segundo.__ Não existe nada que eu desejasse mais nesse momento...que te acompanhar num passeio. __ Ele fica sério, a encarando fixamente. __ Na verdade... existem animais selvagens por aqui...melhor mesmo que não andes sozinha na floresta ...ou o lobo mau ...pode te comer.

__ Animais selvagens? - Sara sustenta a respiração , não tinha ideia de algo assim, a cidade parecia segura.  __  Neste momento quem me está a assustar é o senhor!

__ Estou a ver. - Gaspar inspira profundamente em direção a Sara.__ Agora... preciso ir antes que os irmãos cheguem. - Com um sorriso sombrio, ele pisca o olho acrescentando antes de sair . __ Nos veremos novamente, doçura... é uma promessa.

Enquanto Sara via aquele homem bonito mas extremamente estranho a sair num carro desportivo vermelho, simplesmente levanta a sobrancelha. Não tinha chegado a perceber o que ele queria dali, mas havia uma aura estranha ao seu redor , seu sexto sentido a alertava com um arrepio na nuca que deveria se afastar dele o máximo possível. Mas uma coisa a tranquilizava no momento, com o carro que ele conduzia , nunca passaria despercebido em lado nenhum, o que seria fácil de o evitar.

Mesmo depois do incidente da tarde, Sara conseguira relaxar um pouco, se dedicando ao resto do trabalho que se tinha proposto a fazer. Uma hora antes do jantar , já todos os papéis espalhados por aquele escritório estavam devidamente separados e arrumados, o que faz Sara suspirar com imensa alegria. Em breve iria escurecer e Rafael voltaria com Marco dos seus afazeres.

Mordendo o lábio ela ruma para o alpendre, após a visita estranha de Gaspar não pensou mais no beijo que tinham trocado, o que era bom. Respirando fundo, o ar puro da floresta invade seus pulmões , o que a faz sorrir completamente feliz ao sentir a paz daquele lugar . O sol se escondia para dar lugar à lua e naquele momento, com tão bela visão, sabia que tinha tomado a decisão certa ao ir para aquele lugar tranquilo. Tranquilo até ao momento em que um veiculo aparece em grande velocidade .

Sem hesitar ela entra antes que dessem pela sua presença, sabia que tinha que falar com Rafael, vê-lo todos os dias , mas não ali fora , sob a luz da lua, sozinha . Sem demoras segue para a cozinha cumprimentando Berta que já tinha o jantar pronto e na mesa.

Sara já estava sentada esperando pelos donos da casa quando um estrondo a faz sobressaltar, olhando para a porta da cozinha logo percebe que Rafael e Marco pareciam nervosos e irritados. Completamente confusa , se mantém quieta e calada, talvez o dia lhes tivesse corrido mal, com os negócios era assim mesmo, umas vezes ganhava-se , outras vezes perdia-se, mas quando Rafael a encara intensamente como se esperasse que ela confessasse algum tipo de crime que tivesse cometido na sua ausência, todo o seu corpo... tremeu.

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