Além do horizonte romance Capítulo 56

Guadalupe

Os lábios dele desceram da minha boca ao meu pescoço e até o meio dos meus seios, desnudando cada um deles e provando-os com lambidas delicadas e que me fizeram arrepiar inteira. Como senti falta de seus lábios, segurei seu rosto rente ao meu corpo, acariciando seus cabelos curtos e fazendo com que ele me ouvisse gemer e pedir sempre por mais.

Passei meu corpo para cima dele, montando-o como eu sempre amei fazer. Beijei sua boca e apalpando seu peito másculo...saí de cima e me virei de costas.

– Tire minhas roupas! – Guadalupe pediu.

Senti ele desfazer os laços de meu espartilho, fiquei desnuda e ao tocar seu corpo percebi que ele também estava. Deitei meu corpo nu sobre o dele enquanto beijava sua boca e ele me apertava as nádegas.

Eu quis fazer como ele sempre fazia comigo e jamais esqueci, fui descendo os meus beijos por todo o seu corpo sentindo os pelos aumentarem em quantidade conforme eu descia pelo de seu peito até embaixo de seu umbigo. Os gemidos dele foram aumentando gradativamente e as contrações de seu corpo quente.

– Tem certeza de que vai fazer isso princesa? – Atílio perguntou entre gemidos de vontade.

Eu nem sabia muito bem o que estava fazendo, agi por instinto. Se Atílio gostava de beijar o meu sexo, por que não fazer o mesmo por ele? Toquei seu pênis, ele se encolheu embaixo de mim, já me ensinado antes a fazer os movimentos como ele gostava. Comecei a beijar toda a extensão de seu órgão rígido, ele gemia e pedia por mais.

– Coloque na boca e chupe! – Ele pediu.

Fiz o que ele pediu, Atílio entrou em estado em um estado de excitação semelhante ao que acontecia no final das noites de amor. Com ajuda das mãos dele a guiar minha cabeça eu fiz e logo ele se derramou dentro da minha garganta.

Fizemos amor até a exaustão o tempo parecia ter parado para nós dois.

Atílio

Nunca imaginei que ela pudesse me dar o que eu sempre quis ainda mais assim de surpresa, achei que precisaria de muito tempo para prepara-la para isso. Já estamos em um nível de amor e intimidade que nada mais pode nos conter entre quatro paredes.

Abraçados e ainda transpirando...

– Estou muito feliz, queria que todas as pessoas lá fora pudessem sentir o mesmo que eu sinto agora. Não sei se a vida é justa, mas ela é linda e eu passaria por tudo novamente para estar aqui hoje nos seus braços.

– Somos privilegiados Guadalupe e temos a obrigação de aproveitar cada segundo das nossas vidas.

Dei um beijo em sua cabeça e abracei mais forte contra o meu corpo. Eu sequer pude dormir nessa noite, dessa vez não era a angústia que me deixava desperto e sim a felicidade de estar com ela

Os dias passaram, tudo ia bem até um dia me que Atílio encontrou uma carta de Amélia sobre sua cama.

“Perdoe-me por nunca ter sido capaz de revelar a verdade, agora sua vida está completa e tem tudo aquilo que pediu a Deus. Não posso mais permanecer ao seu lado ocultando quem eu sou na verdade, sou sua mãe Atílio! Sei que jamais poderia me aceitar ou reconhecer suas origens, saiba que eu te amo, te amo demais. Amélia.”

– Atílio, você está aqui no escritório? – Guadalupe perguntou.

– Sim, sim princesa. Me abrace, me abrace forte!

– O que houve, por que está chorando?

– Amélia foi embora para sempre e antes de ir me deixou uma carta, onde diz ser minha mãe.

– Deus, está explicado por que ele sempre te amou e cuidou tanto. Vá Atílio, vá atrás dela e excute o que ela tem a dizer!

– Não posso perdoar, ela estava ao meu lado toda a vida e nunca disse a verdade. – Atílio falou revoltado, mas Jamile o interrompeu pois sabia de toda a dor que Amélia carregou por esses anos.

– Ela não podia. Foi chantageada pelo pai do senhor!

– Você sabia filha, sabia e não me contou Jamile?

– Ela me fez jurar pela própria vida que não falaria, ela te ama pai. Não seja orgulhoso e traga a minha avó antes que ela entre em uma daqueles trens e nunca mais a vejamos. Conseguiria viver sem ela?

Atílio pegou as chaves do carro e saiu acelerando, não podia deixar que ela fosse embora sem lhe contar toda a verdade da sua vida. Chegou na estação e viu ao longe ela segurando sua pequena mala e subindo no trem.

– Amélia! – Atílio gritou.

Ela o olhou, viu suas lágrimas e recuou permitindo que outras pessoas embarcassem em sua frente. Atílio chegou mais perto e os dois se olharam chorando de emoção e vários outros sentimentos.

– Por que Amélia? Toda uma vida mentindo para mim.

– Não me julgue filho, me deixe te dizer toda a verdade.

– Estou aqui para que me diga, diga tudo de uma vez. Já sei que tudo que eu pensava ser meu, não é na verdade!

Amélia revelou a ele, todas as humilhações que sofreu na vida para estar ao lado dele e que foi obrigada a se calar sendo apenas sua ama de leite. Ele se emocionou, não tinha como não ser assim ainda mais depois do que ele próprio havia passado com Guadalupe.

– Vou entender se não quiser me perdoar Atílio, mas tudo o que fiz nessa vida foi por amor a você. Nunca mais eu quis reconstruir minha vida, me casar ou trabalhar em outro lugar, por que não me deixariam te levar comigo. Só ali dedicando minha vida aquela família eu podia ao menos estar perto de você e te ver crescer.

– Meu pai foi um covarde, como Igor Antunes e muitos outros homens por esse mundo a fora! – Atílio falou e finalmente entendeu.

Amélia chorou, por mais forte que quisesse parecer não conseguiria conter a emoção. A mão dela estava sobre a mala em seu colo, Atílio alisou sua mão e ela o olhou nos olhos.

– Diga que me perdoa e assim eu poderei seguir o meu rumo.

– Vamos para casa, mãe! – Atílio disse fazendo-a suspirar de emoção.

Ela chorou ainda mais intensamente e os dois se abraçaram forte, o trem foi embora e dessa vez sem separar aquela família. Atílio e ela voltaram no carro, ainda tímidos e com receio de perguntar certas coisas, mas eles têm a vida inteira para isso. A relação entre os dois nos dias que se passaram mudou, sim, mas para melhor e o laço que os une já era forte e havia muita cumplicidade e amor.

Meses depois Jamile deu à luz, não a um, mas dois meninos trazendo alegria em dose dupla para Gabriel. Agora tinham três meninos para cuidar, tiveram uma pouco de dificuldade com tantas crianças, mas Amélia os ajudou a superar todas elas.

Luíza e Sebastião se amavam cada dia mais e Isabela era uma menina linda e cada dia mais esperta. Ela e Jamile seguiram com a escola ajudando muitos adultos e crianças da região a aprenderem a ler e escrever, até os dias de hoje naquela região existe uma escola com o nome das duas e sua contribuição social virou uma história a ser contada até os dias atuais.

Leonel e Ester estavam felizes vivendo na casa grande Atílio e Guadalupe sempre iam visita-los e levavam Benjamin para brincar com os avós. Os dois viveram juntos até o fim e morreram bem idosos cercados de cuidados e o amor da família. Guadalupe cumpriu a promessa de jamais os abandonar.

Celina e o delegado viviam uma vida cigana de um lado para o outro, mas a seu modo também se sentiam completos.

Edith e Leandro meses depois tiveram seu primeiro filho, um garotinho de pele morena e que enchia Raul e Mabel de orgulho, todos os preconceitos daquela família foram rompidos com muito amor.

Guadalupe, Atílio e Benjamin andavam de mãos dadas em um lugar especial.

– Resolvi trazer os dois aqui. – Atílio falou, deixando-a mais curiosa.

– E onde estamos?

– Abaixe-se princesa. – Atílio pediu e ela sentiu a grama daquele lugar e só pela energia que emanava dele, Guadalupe sabia bem.

– Raio de sol!

– Aqui ele está enterrado, como você me disse a um ano atrás. O corpo se vai, mas a energia e o amor ficam. Toque as plantas filho!

– É macio! – Benjamin disse, fazendo-os sorrir.

Eles seguirão juntos para sempre e terão uma vida longa e feliz, vendo os seus filhos e netos crescerem renovando esse amor que permanece, à medida que sua descendência dá continuidade ao nome e o sangue. Nada é mais forte que o sentimento de duas pessoas que se escolheram, acima de quaisquer preconceitos e dores. Amar é enxergar muito mais do que a aparência, o dinheiro ou o orgulho...é ver além do horizonte.

Fim!

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