Contrato de Amor(Completo) romance Capítulo 14

Jessica saiu do restaurante um pouco confusa, não conseguindo distinguir o motivo de ter se sentido triste ao escutar sobre Natalie. Decidiu ir caminhando para o escritório para assim espairecer um pouco. Demorou um pouco para chegar ao trabalho, mas compensou a noite ficando ate depois do expediente. Ao chegar em casa encontrou a sua irmã sentada assistindo televisão.

–Oi Chris.

–Ah, oi irmã – Christine a saudou sorrindo – desculpe por hoje mais cedo. Eu consegui o trabalho.

–Sério?

–Sério, já comecei a ser fotografada. É para um catalogo de inverno de uma grife.

–Fico feliz – falou sorrindo – assim que receber me pague o que esta me devendo.

–Está bem, só não poderei pagar os cinco mil, meu salário é pequeno.

–Você que está sendo mão de vaca. – disse sem expressão – eu não ligo, portanto que me pague duzentas libras.

–Ei!

–Ei nada. – falou subindo as escadas – e nada de me enganar.

Ao sair do banheiro Jessica esbarrou-se com a sua mãe.

–Desculpa – disse indo em direção ao seu quarto.

–Espere ai, ultimamente anda dormindo fora de casa. Tem algum namorado?

–N... Não.

–Ótimo. Marquei um encontro para você com um filho de uma amiga minha – disse sorrindo – ele tem trinta e cinco anos, é solteiro, possui um bom emprego.

–Mãe, eu não posso.

–Por que não?

–Por que... Eu... – ao ver o olhar da sua mãe, se deu por vencida – quando é?

–Amanhã, aqui esta o endereço – falou entregando-lhe um papel – esteja lá às três da tarde.

–Isso é alguma matine pra adolescente? – reclamou olhando para o endereço – ok estarei lá. – Espero que Jared não descubra, pensou antes de entrar no quarto.

As três em ponto Jessica estava parada em frente ao lago no St. James Park ao ver um homem sorrindo, andando em sua direção, ela sorriu.

–Olá.

–Olá – Jessica o saudou sorridente.

–O que uma senhora faz sozinha por um lugar desses? Quer companhia?

– Quem esta chamando de senhora, senhor? E não preciso de um gigolô como companhia, agora se me der licença estou esperando alguém.

–Como se atreve a falar assim comigo hein? – o homem gritava segurando o braço de Jessica, demonstrando a sua irritação.

–O que está acontecendo aqui?- um homem aparentando trinta e poucos anos, alto e com cabelos castanhos perguntou olhando para Jessica – ele esta lhe incomodando?

–Está – disse de forma gentil.

–Largue-a senhor – o homem loiro pediu educadamente. – ela está comigo.

O homem largou Jessica bruscamente e saiu sem olhar para trás, deixando-a hipnotizada pelo homem desconhecido.

–Obrigada por ter me ajudado.

–Imagina – disse sorrindo olhando para ela – você é Jessica Belinazzo?

–Sou sim... Você é?

–Sou o seu encontro de hoje, meu nome é Albert – sorriu – pelo menos já dei uma boa impressão.

–Uma das melhores.

–Que tal ver um filme? – falou mostrando dois ingressos – comprei quando estava vindo para cá, por isso me atrasei. Desculpe-me.

–Não tem problema. – disse encantada – eu adoraria ir ver o filme.

Jessica o acompanhou com um sorriso no rosto. A tarde transcorreu bem e ao chegar em casa recebeu uma noticia nada agradável de sua irmã.

–Um tal de fedelho ligou umas cinqüentas vezes para você – Christine disse já saindo de casa – volto mais tarde Jess.

Jessica pegou o celular com receio e olhou para ter certeza de ele tinha ligado para ela.

–Droga – disse ao ver que sua irmã não tinha mentido, discou o numero dele e esperou – alô Jared?

–Onde estava?

–Bem... Eu fui resolver uns problemas – disse incerta – mas o que você quer? E não me diga que vai me perseguir ate nos finais de semana.

–Eu tenho coisa melhor pra fazer do que lhe perseguir. – falou irritado.

–Então porque me ligou?

–Hã?

–Se não foi para me controlar então porque ligou?

–Liguei para te pagar um jantar – falou frio- passo para te pegar daqui a trinta minutos. – a comunicou desligando.

–Qual o problema com ele? – disse ao desligar o celular.

Trinta minutos depois Jared estacionou o seu carro em frente à casa de Jessica e a viu esperando por ele, na calçada.

–Entre – disse simplesmente para ela.

–O que quer? – Jessica disse olhando com curiosidade para ele – porque quer me pagar um jantar?

–Não tinha nada melhor para fazer e como eu te paguei – falou dirigindo – achei que poderia usufruir um pouco do dinheiro gasto.

–Eu não vou para a cama com você. – falou rápida.

–E quem quer ir pra cama com uma senhora que tem problemas com bebida? Quero apenas companhia.

–Por que não pagou uma prostituta então? – disse ríspida.

–Sairia mais barato que sair com você, admito, – disse sem expressão – mas como eu já tinha investido em você, achei melhor aproveitar.

–Ei! Como tem coragem de falar assim comigo? Você me deve respeito, seu fedelho.

–Respeito?

–Sou mais velha que você.

–Isso faz alguma diferença? Se for assim você me deve respeito em dobro por eu ser o seu chefe e o seu contratante.

–Só lhe devo respeito no escritório e em frente de sua família.

–Então eu deveria escutar os seus conselhos, senhora? – perguntou divertido, estacionando o carro em frente a um bistrô.

–Não exatamente... Quero dizer, sim deveria.

– Irei escutar algum conselho seu quando – parou para pensar um pouco – eu ganhar na loteria – falou saindo do carro.

–Você joga na loteria?

–Não. – respondeu ao entrar e ser levado ate a sua mesa.

–Não sei como ainda aceitei vir – resmungou antes de sentar-se em frente a ele. – espero que não queira descontar a conta do jantar no meu salário.

–Dessa vez não irei descontar, fique tranqüila – falou olhando para o cardápio de vinho – Traga-me o porto ruby – pediu ao garçom e ao vê-lo sair dirigiu seu olhar para Jessica – onde estava hoje à tarde?

–Hã? – sorriu ao tentar procurar pelas palavras certas – eu fui resolver um assunto, simples assim.

–Você estava em um encontro não foi? Com Fernando?

–Não mesmo – negou enfática.

–Lembre-se da clausula numero dois do contrato Jessica. Não será permitido encontros com outras pessoas e se isso acontecer o contrato será anulado e o dinheiro terá que ser devolvido para mim, Jared Hunt, na quantia de cinco mil libras. – recitou a clausula enquanto a encarava – o que conversou com a minha mãe naquele dia?

–Eu não esqueci, não precisa repetir. – falou fazendo uma careta - E sua mãe não disse nada demais apenas coisas amenas - deu de ombros – ela ficou te elogiando, pelo menos alguém no mundo é cega a tal ponto. – sorriu – você deveria ficar contente.

–E você? Tem isso ao menos? – perguntou irônico – provavelmente não, o seu gênio não deve permitir.

–Você esta dizendo que tenho um péssimo gênio é?

–Estou.

–Como se você fosse um anjo.

–Eu sou um anjo – falou sério.

–No inferno também existem anjos Jared e tenho a sensação que você é de lá.

Jared não conseguiu responder, pois assim que estava abrindo a boca o garçom chegou para servi-los.

–Se eu sou um demônio isso faz de você o que?

–Um anjo gentil que esta tentando te colocar no caminho do bem.

–Anjo gentil? – perguntou gargalhando – não sei que te iludiu senhora, mas essa pessoa deveria parar porque esta lhe fazendo mal.

–Muito engraçado fedelho. – olhou ao redor – não vamos comer? Estou com fome.

–Quando você não está com fome?

–Você me convidou pra me perturbar foi?

–Também, faz parte do cardápio.

–Não sei se você viu, mas tem fedelho assado no rolete no cardápio também.

Jared sorriu com o comentário dela e logo pediram, em poucos minutos estavam comendo em silencio. Uma hora e meia hora depois eles estavam saindo do bistrô quando Jessica resolveu perguntar algo a ele.

–Você... Por que me trouxe hoje aqui?

–Já lhe respondi – falou olhando para ela – isso não foi um encontro Jessica.

–Eu sei disso, o que não entendo é... Você não tem amigos? Estava tão solitário a ponto de me chamar?

Jared continuou a olhando sem dizer nada, aproximou-se dela e sorriu de forma singela.

–Não crie ilusões Jessica. Te chamei porque – senti falta de brigar com você, acrescentou em pensamento – é bom sairmos juntos de vez em quando.

–Por quê?

–Se minha mãe tiver duvidas pode mandar alguém para nos seguir. – mentiu.

–Duvido que ela seja assim.

–Você não a conhece como eu – falou entrando no carro e ao vê-la sentar-se ao seu lado – tem certeza que vai querer ir no feriado para a casa de Alexis?

–Você me deu alguma chance de responder na hora? Não. Então porque eu deveria ter alguma opinião a respeito?

–E Fernando? Ele é o seu ex namorado, admito que fui rude em não ter lhe perguntado. Mas se não quiser ir, eu entenderei.

–Quem é você e o que fez com o verdadeiro Jared?

–Não posso ser gentil durante um minuto – disse ao ligar o carro – como não protestou, verei isso como um “sem problemas”. Vou marcar com Alexis.

Jessica não disse nada e ficou olhando pela janela ate ele a deixar em casa. Saiu do carro murmurando boa noite e entrou sem olhar para trás.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato de Amor(Completo)