Contrato de Amor(Completo) romance Capítulo 32

Jared saiu da sala de Jessica sem rumo, caminhou pelo prédio sem prestar atenção ao que passava ao seu redor, a única coisa que vinha em sua cabeça era a expressão dela ao dizer que havia sido demitida, a expressão de alegria, o sorriso dela ainda vagava pela mente, atordoada dele. Ele entrou em sua sala e lá permaneceu ate às 19h, quando se levantou de sua mesa e saiu em direção a sua casa. Ao abrir a porta deparou-se com Natalie sentada no sofá vendo televisão. Ele sorriu para ela e foi para o banheiro, abriu o chuveiro, despiu-se lentamente e deixou a água cair pelas suas costas.

–Você quer me ver tão longe assim a ponto de se sentir aliviada por se demitir? Não me ver todos os dias irá lhe trazer felicidade? Saber que está longe de mim, é o suficiente para você? – falou sozinho embaixo do chuveiro.

Natalie estava parada em frente à porta entre aberta, do banheiro quando escutou a voz de Jared, aproximou-se e não soube o que sentir quando o escutou. Afastou-se da porta e voltou para a sala, fingindo que nada havia acontecido.

Jessica sorriu ao sentar em sua nova mesa. Ela estava feliz por ser a redatora de uma revista famosa, entretanto seu coração apertava ao saber que não veria mais Jared em sua vida. Pegou o seu notebook e começou a trabalhar.

–Tenho que trabalhar e me concentrar, é o meu primeiro dia e não posso decepcioná-los – disse consigo mesma enquanto digitava uma matéria para a revista sobre a educação no país. Terminou horas depois, e sorriu ao ler o seu primeiro trabalho pronto. Anexou em seu email e enviou para a redação. Continuou pesquisando sobre novos assuntos durante a tarde e saiu do trabalho satisfeita consigo mesma. Ao sair não conseguiu evitar de olhar ao redor a procura de Jared.

–Não seja boba, ele nem sabe onde você esta trabalhando agora. Sair de lá foi o mesmo que dizer adeus para ele – falou sozinha, tentando sorrir ao atravessar a pista, mas antes olhou mais uma vez para trás, apenas para ter certeza que ele não estava ali. Caminhou pela Rua de Londres como se esperasse a chegada de alguém.

Jared chegou ao trabalho mais cedo e parou no vigésimo andar, entrou na sala que anteriormente era de Jessica e sentou-se em sua cadeira. Abriu algumas gavetas e encontrou um pedaço de papel em uma delas. Olhou curioso e reconheceu a letra de Jessica, pegou o papel e guardou no bolso. Saiu da sala e foi em direção a sua.

–Descubra onde Jessica Belinazzo está trabalhando agora – Jared disse a sua secretaria – isso é para hoje.

–Sim senhor – respondeu sem evitar esboçar um pequeno sorriso.

No final do expediente Jared saiu com um papel em sua mão e sorriu ao entrar em seu carro.

Um forte vento era presente naquela noite em Londres. Pessoas caminhavam com seus casacos fechados em busca de abrigo.

Ao sair do prédio da revista, Jessica deu-se conta de ter esquecido o seu casaco voltou rapidamente e logo estava no lado de fora. Ao atravessar a pista ficou sem expressão ao ver Jared encostado em seu carro, sorrindo para ela.

–Jared? O que esta fazendo aqui? – perguntou sem aproximar-se dele.

–É bom vê-la também Jessica – disse enquanto andava em sua direção, parando em sua frente – Você está ótima.

–Obrigada, mas como você me achou?

–Foi fácil - disse dando de ombros – vim lhe entregar isso, você esqueceu em sua antiga sala – falou tirando um pedaço de papel de seu bolso – tome. Quando for limpar algo, faça da forma correta e não deixe vestígios para trás.

–Você veio ate aqui para me entregar isso? – perguntou incerta ao olhar para o papel.

–Pode ser útil.

–O que um rabisco pode ser útil? – perguntou sacudindo o papel – e eu nem sei de quem é o numero escrito nele.

–Vim fazer a minha parte, mas – olhou para os lados – quer comer alguma coisa?

–Para o que exatamente você veio?

–Para lhe entregar isso, eu não tenho motivos para vir te ver.

–Certo, então vou indo.

–Ei, só aceite comer algo comigo. – abaixou a voz – ainda não comi, venha me fazer companhia.

–Isso é algum pedido? Me parece mais uma ordem – disse fazendo uma careta.

–Vai querer ou não?

–Eu... Nã – um barulho a fez pensar sobre o ‘convite’ dele, o som de seu estomago não lhe deixava pensar com clareza – Ok, eu vou.

–Vamos – falou pegando no pulso de Jessica e puxando ate o seu carro. Dirigiu em silencio e logo estavam em frente a um restaurante japonês.

Jessica acompanhou Jared incerta, ela não estava entendo o motivo dele ter ido procurá-la. Logo agora que eu estava me esquecendo de você, você resolver vir ate mim? Meu coração precisa de uma chance para amar e ser correspondido e não ficar em alguma ilusão, unilateral, Jessica pensou ao se sentar de frente para Jared. Esperou ele fazer os pedidos para interrogá-lo.

–Você não tem amigos? – Jessica perguntou, olhando-o fixamente.

–Tenho, apenas um. – respondeu sorrindo – como foi parar sendo redatora de uma revista?

–Eu sou formada, sabia? Estava na sua empresa apenas pelo salário – apoiou o queixo em sua mão – então porque veio atrás de mim se não é por falta de amigo?

–Se o salário lhe agradava, porque sair?

–Você sabe o motivo. Desta forma tudo será mais fácil.

–Eu triplico o seu salário.

–Qual o seu problema? – perguntou sorrindo – eu não sou um dos seus advogados superestimados não. Meu salário era bom do jeito que era.

–Então volte.

–Não.

–Não seja ranzinza.

–Você vai conseguir alguém melhor que eu para ocupar o cargo, fique tranqüilo.

–O problema não é esse – falou baixo.

–Hum?

–Nada, vamos comer – falou ao perceber que a comida havia chegado. Comeram em silencio. Jared observava os movimentos de Jessica enquanto ela encontrava-se intrigada.

–Obrigada pelo jantar, vou indo – Jessica despediu-se na porta do restaurante. Já estava na calçada quando sentiu Jared puxar o seu braço – o que foi? Não me diga que quer beber agora? – falou sem paciência. – diga logo o que quer.

–Eu... – eu queria te ver, pensou ao olhar para ela – vou te levar em casa.

–Não precisa. – disse tentando soltar-se dele – Onde está a sua namorada nessas horas?

–Natalie deve estar na casa dela, vamos – a levou ate o carro e a forçou a entrar – seja uma boa menina e comporte-se – disse ao dar a voltar e entrar. – Ainda vê Fernando?

–Por quê?

–Sim ou não?– disse sério.

–Talvez.

–Isso é alguma resposta? Sim ou não?

–Para você ‘talvez’ basta.

–Como assim talvez baste para mim? Não se esqueça que temos um contrato.

–Você nunca vai esquecê-lo não? Nunca vi alguém viver tanto de passando quanto você, apenas deixe o vento levar a lembrança.

–Vou deixar o vento levar tudo, mas quando me pagar.

–Mesquinho. Que desperdício, um homem rico e mesquinho – resmungou.

–É por isso que tenho dinheiro.

–Esqueci da sua audição canina.

–Esta me chamando de cachorro, de novo?

–Se estiver?

–Mulher louca – falou enquanto a olhava rapidamente – Nem sei por que vim atrás de você.

–Então somos dois. – percebeu que estava próxima de casa – pode parar aqui – disse tirando o cinto de segurança.

–A sua casa está perto.

–Eu sei, apenas pare aqui.

–Não.

–Pare logo aqui – gritou – se não vou começar a gritar dizendo que você me seqüestrou.

–Quem iria acreditar em uma senhora histérica como você?

–Ei!

–Quer descer aqui? – parou o carro, abruptamente – pode descer então Senhora. – disse irritado.

–Seu louco – disse saindo do carro – Por que sempre acabo com homens assim? – se perguntou ao fechar a porta e ver ele saindo em alta velocidade. – Preciso encontrar homens novos ou então um cupido que não use drogas. Essa é uma ótima prioridade – disse ao andar em direção a sua casa.

–Qual o problema com aquela mulher? Eu a levo para jantar, depois ofereço carona ate em casa e ainda por cima sou tratado desse jeito. Droga – gritou dentro do carro – Por que eu fui atrás dela mesmo? Eu poderia estar em casa, longe de problemas e longe de senhoras briguenta. Quando eu quiser olhar para aquela cara de novo, vou pesquisar o facebook dela ou Orkut. Qualquer coisa que tenha foto. Do jeito que ela é velha, duvido muito que tenha algo assim – falou sorrindo - Não preciso passar por isso. – lamentou-se ao lembrar-se de tudo- Cachorro, eu? – reclamou ao dirigir para casa. E continuou assim ate pegar no sono.

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