Contrato de Amor(Completo) romance Capítulo 6

Jared a deixou na porta de sua casa avisando que no final de semana ela iria conhecer a sua família formalmente, ou seja, iria apresentá-la como sua namorada. Jessica entrou em casa sem vontade de fazer nada, mas assim que estava subindo as escadas em direção ao seu quarto, a sua irmã a chamou na sala.

–O que foi Chris? – Jessica perguntou a jovem garota com longos cabelos pretos, olhos azuis e um corpo esbelto – aconteceu algo?

–Não, queria saber de quem era o carro do qual você acabou de sair.

–De um... Amigo.

–Amigo? Não sabia que você tinha amigos e muito menos com dinheiro – riu debochada – preciso andar mais com você irmãzinha.

–É talvez precise – falou saindo da sala – eu realmente estou sem paciência hoje – falou sozinha ao subir as escadas, assim que entrou em seu quarto fechou a porta e tirou o contrato da bolsa sem acreditar que tinha aceitado participar de uma loucura daquelas – ele só pode ser louco e ainda esta me levando de bagagem para a sua loucura.

No dia seguinte em pleno horário de almoço Jessica recebeu um lindo buque de rosas vermelhas na cantina da empresa pelas mãos de Jared.

–Vinte e seis rosas para vinte e seis dias que passamos juntos Jessica – Jared falou ao lhe entregar o buque sobre os olhares surpresos e invejosos – espero que possa lhe entregar muito mais rosas daqui em diante. – ao dizer isso foi ovacionado e escutou gritos de incentivo.

Jessica pegou o buque das mãos dele com uma expressão incrédula. Agradeceu e voltou a sua atenção para o seu almoço. –O que esse cara esta pensando? Se perguntava em pensamento.

Jared sorriu consigo mesmo ao sair da cantina, nunca tinha feito nada parecido antes, mas tinha se divertido. No final do expediente ficou esperando por Jessica na portaria da empresa e pela primeira vez em semanas ela foi uma das primeiras a sair. Ao se deparar com Jared esperando por ela, Jessica suspirou profundamente ao ir de encontro a ele.

–O que foi aquela cena com as rosas hoje? – perguntou enquanto o seguia em direção ao carro – você poderia ter minimizado aquela cena não acha?

–Minimizado?

–É, não ter falado aquilo sobre dias e rosas – reclamou entrando no carro dele – todo mundo ficou olhando.

–A idéia era exatamente essa. – falou sério – como não sei quem é o espião apenas tenho que jogar o mesmo jogo que ele.

–Você é definitivamente um lunático – olhou ao redor sem reconhecer o caminho – para onde vamos?

–Vamos comprar alguma roupa para o final de semana.

–Isso não estava no contrato.

–Eu não vou apresentar uma mulher vestida de forma simplória para a minha mãe.

–Quer dizer que eu me visto mal é? – perguntou olhando para ele sem expressão.

–Não exatamente, você apenas se veste de forma muito – olhou para ela rapidamente – muito simples.

–É confortável – se defendeu olhando para si mesma ao virar para o lado não pode deixar de notar que Jared se vestia de forma impecável. Ele trajava um terno preto com uma calça preta também. – talvez eu tenha que me arrumar um pouco – falou sem perceber.

–Concordo. – disse secamente.

O caminho foi percorrido no mais tranqüilo silencio. Jared estacionou em um shopping e ao descer viu a expressão confusa de Jessica, a ignorando saiu do carro e esperou que ela o acompanhasse.

Jessica não conseguia entende-lo ao vê-lo entrar em uma loja cara, já estava começando a dar meia volta quando escutou o seu nome sendo gritado. Olhou para trás desejando que fosse engano, mas viu o olhar frio dele.

–Oi – disse se aproximando timidamente.

–Vamos logo – falou entrando na loja sendo acompanhado por ela. Ao avistar a atendente da loja fez um sinal para ela se aproximar – quero alguma roupa casual, mas formal para esta senhorita.

–Sim senhor – a atendente sorriu sumindo e voltando alguns instantes depois com alguns modelos para Jessica.

Jared escolheu um vestido chemise de cor coral com cintura marcada e um casaco com inspiração Chanel com uma calça preta reta e uma sandália pesada preta. Jessica ao terminar de experimentar as roupas ficou impressionada com o resultado, o corpo que antes julgava fora dos padrões se ajustava de forma sensual as roupas. Jared decidiu por levar os dois modelos, ao chegar no caixa não pode deixar de sorrir ao ver a preocupação dela diante do valor.

–Aqui esta – Jared disse simplesmente dando o cartão para o pagamento – vamos embora – falou pegando as sacolas.

Jessica o seguiu sem falar nada, ela não costumava ser tão silenciosa, mas algo nele a deixava ansiosa. Jared estacionou o carro em frente a um restaurante italiano e desceu, ao perceber a demora de Jessica olhou para o carro e a chamou.

–O que foi?

–Posso saber o motivo de não ter saído do carro?

–Você me chamou por acaso? Ou eu tenho que adivinhar as coisas? E você nem perguntou se eu queria vir aqui.

–Se não quiser entrar não entre, eu vou comer, estou morrendo de fome – falou friamente entrando no restaurante.

–Ei! vai me deixar aqui fora, sozinha? – gritou – que homem impossível – falou antes de sair do carro e ir atrás dele. – posso saber como você deixa uma mulher sozinha à noite? – perguntou a ele quando se sentou à mesa.

–Duvido muito que alguém se atreveria a fazer algo com você, assim que você começasse a falar eles iriam se arrepender e acabariam indo embora.

–Muito gentil de sua parte e muito maduro também.

–Vai querer o que? – falou mudando de assunto enquanto a encarava – sua família é italiana não é?

–Como sabe?

–Deduzi pelo seu sobrenome.

–Sim, minha família tem descendência italiana – falou sem tirar os olhos do cardápio – eu acho que quero Carpaccio de salmão acompanhado de espaguete a carbonara – disse deixando o cardápio de lado e olhando para ele.

–Muito bom, eu quero – Jared disse ao garçom – o mesmo que a senhorita e um vinho tinto Bordeaux da safra do ano dois mil.

–Então é um conhecedor de vinhos? – Jessica perguntou logo depois a saída do garçom.

–Sim, costumava ser meu passatempo.

–Interessante e porque parou?

–Porque – ia falar, mas lembrou-se de Natalie – isso não é de sua conta.

–Não precisa ser grosso.

–Vamos estipular outra clausula ao contrato: não pergunte sobre a minha pessoal e se isso acontecer e você me perguntar e eu não responder não pergunte novamente.

–Esta bem senhor mistério – disse fazendo uma careta – ficarei calada. – falou olhando ao redor e reparando na decoração e elegância do restaurante. – Aqui é lindo.

–É? Acho confortável – falou com descaso enquanto eram servidos.

O jantar transcorreu no mais completo silencio, ao sair Jessica tomou coragem e fez uma pergunta a ele antes de entrar no carro.

–Por que você me escolheu?

–Para que?

–Para essa confusão toda de contrato.

–Hum – olhou com uma expressão irônica para ela – eu te escolhi porque eu não gosto de você e nem você aparenta gostar de mim, sem contar que sei que uma pessoa em sua idade, não vai criar ilusões românticas. – sorriu – e você conhece bem a sua posição.

–Você me escolheu pela minha idade? – perguntou incrédula.

–Também, eu não poderia escolher qualquer mulher jovenzinha, pois poderia criar alguma ilusão achando que eu estaria apaixonado por ela. E eu quero evitar isso.

–Você é mais louco do que eu pensava.

–Sou apenas racional. – falou ao entrar no carro sendo acompanhado por Jessica. Ao estacionar em frente a casa dela, ele sorriu e falou com uma expressão divertida – amanhã virei lhe buscar para irmos juntos.

–O QUE? Nem pensar.

–Minha mãe tem que...

–Eu sei o que ela tem que pensar – falou o interrompendo – mas não quero você atrás de mim. Eu vou sozinha para a empresa e ponto final.

–No contrato diz...

–Não tem nada sobre você me perseguir por ai – o interrompeu novamente – eu vou entrando – disse saindo do carro sem olhar para trás.

Jared ficou olhando para Jessica e ao olhar pelo retrovisor viu as sacolas. Saiu do carro abrindo a porta de trás e pegou as sacolas. Andou em direção a casa dela e tocou a campainha.

Christine estava sentada na sala quando viu a sua irmã entrando e passando por ela sem falar, minutos depois a campainha tocou e ao ver quem era tomou um susto. Nunca tinha visto um homem tão charmoso quanto ele.

–Em que posso ajudá-lo? – Christine falou jogando charme para Jared.

–Chame Jessica. – falou autoritário.

–Jessica? – o olhou confusa – tem certeza que está na casa certa? Quero dizer... Jessica Belinazzo?

–Exatamente e quanto mais rápido você fizer isso, mais rápido eu poderei ir embora.

–Tão bonito e tão grosso – falou deixando ele parado na porta, enquanto ia chamar pela irmã.

Jessica desceu as escadas assustada, não esperava que Jared fosse atrevido o bastante para ir ate a sua casa. Ao vê-lo parado na porta não pode deixar de sorrir. Ele estava enfurecido.

–O que veio fazer aqui Jared? – Jessica perguntou olhando para os lados.

–Vim lhe entregar isso – falou bruscamente mostrando as sacolas para ela – você esqueceu no carro. – disse dando as costas para ela e indo embora.

–Obrigada – gritou ao vê-lo se afastar.

Fechou a porta e ao se virar deparou-se com o olhar questionador de sua irmã. Tentou passar por ela em silencio, mas sem sucesso.

–Quem é ele? – Christine perguntou séria – não me lembro de você ter amigos tão gatos assim.

–Bem... Ele é... Meu chefe – falou indo embora, mas o seu braço foi agarrado – o que foi agora? Eu já não disse quem ele era?

–Você esta saindo com o seu chefe? – perguntou surpresa. – e Fernando?

–Isso não é de sua conta – falou puxando o braço, soltando-se – e eu sou a irmã mais velha aqui, eu é que tenho que fazer perguntas e não você Chris. Você tem apenas vinte e dois anos.

–Você esta sendo injusta Jess.

–Talvez, não se meta em minha vida – falou saindo deixando Christine sozinha, tentada a saber o que estava realmente acontecendo.

Jessica entrou em seu quarto suspirando, ela esperava que Christine esquecesse o que tinha acontecido e não inventasse de procurar Fernando.

Christine estava parada tentando assimilar o que tinha acabado de escutar do porteiro do prédio de Fernando.

–Você tem certeza que ele foi embora? – perguntou novamente a ele.

–Tenho sim, senhorita.

–E faz quanto tempo?

–Umas duas semanas, talvez três.

–Ela esta mentindo esse tempo todo – percebeu sorrindo – muito obrigada – agradeceu se despedindo do porteiro. – O que você esta armando irmãzinha? E porque não falou a verdade? – se perguntava ao andar pela rua.

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