EM BUSCA DO AMOR PERDIDO romance Capítulo 2

O JOGO

Meu motorista o senhor Hugo dirige com cuidado na pista de gelo, está meio que deslizando o carro e isso é muito perigoso. Em janeiro é muito frio em Manhattan...

Mas confio nele, já faz anos que dirige pra minha família, agora é só meu motorista porque o papai quando me deu o meu apartamento de presente, escolheu todos os meus funcionários para cuidar de mim, eu tenho dois seguranças mais o senhor Hugo, na minha casa tem a equipe da limpeza e a governanta, essa foi eu que escolhi porque a que o papai colocou na minha casa não era boa cozinheira, então pedi a ele que eu queria escolher uma, então fiz uma seleção, inclusive os pratos que elas tiveram que fazer foi o meu precioso pudim brasileiro, e sim quem ganhou sem sombra de dúvida foi a Ariana, uma brasileira. Ela não só faz essa sobremesa, como todos os pratos típicos de lá, e não posso negar é uma delícia, quase não peço a nossa comida daqui, porque prefiro a deles.

Eu almoço em casa na segunda, quarta e sexta apenas, todos os domingo almoço com os meus pais, na terça, quinta e sábado eu estou de plantão e almoço com os meus colegas do trabalho, entro sempre no serviço as vinte e duas horas e saio às quatro da manhã do próximo dia, vou explicar: por exemplo hoje na quarta eu vou entrar às vinte e duas e as quatro da madrugada de sexta feira eu vou pra casa. Só ontem que eu cheguei às vinte e duas em casa porque entrei no trabalho às quatro da tarde de segunda pois eu cobri o horário de uma colega.

Eu moro bem perto do hospital, meu pai comprou o apartamento pensando na minha mobilidade porque sabia que eu iria ficar bem cansada para dirigir longas horas, ou até mesmo seria arriscado sair de carro quando fomos privados de sono por um longo período. Tem muitos residentes que não ficam tantas horas no hospital que nem eu, a grande maioria fica vinte e quatro horas e folgam trinta e seis, mas como eu não tenho muito o que fazer sozinha em casa, prefiro trabalhar, e estar ao lado do meu crush, Então eu faço trinta horas e folgo apenas vinte e quatro, e sempre a minha amiga Min-Ji acha alguma coisa para nos entreter, não gosto muito de sair, mas hoje fiz um esforço gigantesco para ver o meu lindo doutor neurocirurgião com roupas casuais.

Chegando no ginásio de patinação, o senhor Hugo abre a minha porta e a Min-Ji sai comigo, se pendura em meu braço e não para de tagarelar, eu sou mais quieta, gosto de ouvir mais. Por isso não me incomodo com o jeitinho da minha amiga.

Estava entrando na porta quando alguém atrás de mim diz:

__ Doutora Thompson e doutora Kim que coincidência? – um doutor passa por nós nos cumprimentando e não me lembro dele, então apenas aceno e ele continua entrando e falando com outras pessoas, quando olho pra frente e vejo ele conversar com o lindo doutor gato dos meus sonhos mais obscenos, ele aperta a mão do James e aponta pra nós duas e fico apreensiva porque o James procura nós e vem na nossa direção com o doutor que não sei o nome em seu encalço.

__ Boa tarde doutoras, tudo bem? – James cumprimenta nós duas com um aperto de mãos e só em tocar nele a minha pele se arrepia toda, ainda bem que estou com um casaco bem grosso assim ele não vai sentir a minha pele ficando ouriçada. E meu coração batendo de uma forma que sinto na garganta.

__ Boa tarde doutor Miller estamos bem sim e o senhor? – pergunto educada porque sou gentil.

__ Melhor agora, pode me chamar de James doutora, afinal somos chefe e aluna apenas no hospital né? – ele sorri de canto pra mim e sinto as minhas pernas igual uma gelatina mole, porque ele causa isso em mim?

__ Então me chame apenas de Giulia por favor, o senhor tem razão, aqui somos apenas colegas e não chefe e aluna. – digo contente, essa é a primeira vez que converso com ele fora do hospital, em três anos que trabalhamos juntos, estou nervosa para caramba, mas estou feliz também, ele está lindo com uma calça jeans preta, um tênis Bull Terrier, propício para esse dia gelado, uma camiseta preta e um suéter cinza com azul e uma jaqueta muito linda por cima na cor caqui, ele está muito mais lindo do que o habitual, no pulso tem um relógio bonito, seus óculos inseparáveis e no bolso posso ver que tem um par de luvas, que ele tinha tirado para nos cumprimentar.

__ O que as doutoras acham de patinarmos juntos? – o doutor loiro que não sei o nome diz e o James fala:

__ Se quiserem podem vir patinar com a gente, o pessoal ainda não chegou, e a pista está reservada para o Staff apenas depois das dezesseis horas, chegamos meio cedo né Carlos? – ele pergunta para o doutor que agora sei o nome, mas acho que não é do mesmo ano que eu, pois eu não me lembro dele lá no hospital, então pergunto:

__ Doutor Carlos, eu acho que nunca vi o senhor lá no hospital, é novo por lá? – ele me olha e então responde:

__ Ah não eu não trabalho lá no andar de vocês ainda, eu sou interno, mas sou muito amigo do doutor James e ele me convidou para vir hoje.

__ Ahh sim, e como sabia quem era nós? – Min-Ji pergunta.

__ E quem não conhece as doutoras mais lindas do hospital? – ele sorri e continua falando: __ Na verdade as senhoritas são um exemplo para todos os internos, todos querem ser igual vocês duas, e o doutor James sempre fala com muito carinho de você doutora Thompson. – acho que a minha bochecha deve estar igual a um tomate porque isso foi muito gostoso de ouvir, saber que o meu crush fala de mim é uma honra. Mas saber que ele fala com carinho da minha pessoa, ahh isso é sensacional, nem tive coragem de direcionar o meu olhar para o James, por causa da tamanha vergonha que fiquei, tomara que ele não tenha percebido que isso mexeu demais comigo.

Por muitos anos eu venho mascarando muito bem as minhas emoções, não posso deixar ninguém saber que sou muito apaixonada pelo meu professor, muito menos ele. Então ele limpa a garganta e olho pra cima, mais especificamente nos olhos dele e vejo um brilho diferente, ele também está com as bochechas vermelhas, e até posso parecer sonhadora demais, mas eu percebi que ele engoliu em seco quando eu fiquei o encarando.

Eu não estava tentando intimidá-lo, apenas fiquei um pouco mais corajosa do que o normal e disse:

__ É mesmo? e o que o doutor fala de mim Carlos? – pergunto olhando o doutor gato que não desvia o olhar e dá um sorrisinho de canto.

__ Ele diz que você é a melhor aluna dele, se destaca, na verdade você brilha, todos no hospital queriam ser você, mas não fazem um mínimo esforço para trabalhar tanto quando a doutora. – quando ele fala eu continuo olhando nos olhos de James e ele confirma as palavras do Carlos. Fiquei contente com o elogio.

__ Isso é verdade Giulia, você é muito esforçada, - Min-Ji completa e continua falando: __ Tá mas vamos ficar aqui batendo papo? Eu estou afim de patinar. Vamos buscar os nossos patins? – ela pergunta pra mim e digo pra ela que já vou, então o Carlos foi com ela e ficou somente eu e James, ele me olhando e eu olhando pra ele. Quando ele diz:

__ Desculpe o meu amigo, ele fala demais, Claro que eu iria elogiar a senhorita, afinal todos veem o seu esforço, então nada mais do que merecido.

__ Obrigada doutor James, fico feliz por isso. – não tenho coragem de dizer mais nada, porque ele deixou claro que me elogia mesmo, então pra que eu vou complicar, na verdade isso me deixa muito feliz, porque com certeza ele fala de mim, ou pensa em mim.

Fomos lado a lado em direção a recepção onde pegamos os patins que usamos quando estamos aqui, todos tem o seu próprio patins, eles vendem aqui mesmo, e quando terminamos de usar, eles limpam e guardam pra nós, então pagamos um pequeno valor simbólico para deixar aqui no armário.

Sentei no banco e calcei meus patins, e o James fez o mesmo, sentou ao meu lado, eu estava calada porque não costumo puxar assuntos aleatórios, a timidez é uma chatice às vezes, porque não consigo ter uma conversa simples com o cara que gosto muito.

__ Você sabe fazer acrobacias? – James pergunta e olho pra ele para responder:

_ Não sei, só patino o básico, - sorrio e pergunto ainda: __ O senhor sabe? – ele também olha nos meus olhos e diz:

__ Não me chame de senhor Giulia, eu acho que não sou tão mais velho que você. – ele diz sorrindo e continua: __ Mas sim eu sei fazer alguns passos legais e até rodopiar nada demais...

__ Desculpe James é o hábito te chamar de senhor, vou tentar não chamar enquanto estamos aqui ok? – digo e ele assente então eu continuo falando: - que legal, eu gostaria de aprender um dia, mas sou meio medrosa. – olho pra minhas mãos e ele diz:

__ Se quiser posso te ensinar alguns passos hoje.

__ Sério? – pergunto sorrindo e ele assente, então eu digo: __ Eu quero sim James, mas não pode me deixar cair. – ele ri e nossa o sorriso dele é hipnotizante.

_ Então vamos? – ele levanta e pega a minha mão, e foi bom que ele fez isso porque as minhas pernas jamais chegariam na pista de patinação sozinhas, a aproximação dele, me fez perder totalmente a compostura, não sei nem respirar normalmente. Estou parecendo uma maluca eu sei, mas não tenho culpa de ser tão apaixonada por ele. Quem manda ele ser assim tão fofo, lindo e gostoso?

Na pista a minha amiga e o amigo do James já estavam fazendo altas danças numa sincronia linda. Modéstia parte a Min-Ji é uma patinadora exímia. A mãe dela sempre trouxe ela para patinar desde criança, já eu comecei quando conheci a minha amiga.

Mas sou toda durona, só faço o básico mesmo. Que é me equilibrar e dar alguns passos estranhos.

__ Calma você não vai cair. Se quiser segura em mim, vem vou te ensinar. – James me puxa para bem pertinho e sinto o seu perfume, e é como se fosse a minha droga, porque estou viciada nesse cheiro gostoso que só ele tem.

__ Tá tudo bem Giulia? – ele pergunta me olhando nos olhos.

__ Si.. sim James, só estou nervosa...

__ Se tiver com muito medo, não precisa fazer nada que não queira Giulia. – mal sabe ele que o nervosismo que sinto não é por causa da patinação e sim a aproximação dele, que aliás está muito pertinho de mim. Está difícil de raciocinar assim. Mas não quero que ele saia, estou amando ficar de mãos dadas com ele, patinando como se fossemos um casal apaixonado.

__ Eu quero James, fica tranquilo.

Então continuamos patinando juntos de mãos dadas, ele me rodopia e não me deixa cair, depois ele gira várias vezes comigo ao seu lado, e estou amando, ele é muito talentoso. Me segura firme na cintura e isso faz eu me estremecer toda, então ele me pega no colo com uma facilidade que parece que não peso nada. Ele gira comigo no seu colo e estou sorrindo demais. Isso é muito legal. Acho que nunca me diverti tanto na vida.

Depois de fazermos mais uns passos e estar bem cansados, paramos um pouquinho para descansar. Então a curiosidade fala mais alto e pergunto:

__ Onde aprendeu a dançar assim James? – ele para de beber a sua água que também é uma cena muito erótica, e responde:

__ Desde novinho meus pais queriam que eu jogasse Hóquei no gelo, inclusive meu pai é treinador e técnico aposentado mas meu sonho era ser neurocirurgião, então, antes de entrar para a faculdade de medicina eu joguei muito, fiquei bem bom em patinar, até me arrisquei fazer acrobacias e gostei, por isso eu sei. – ele diz e é tão bom conhecer ele um pouquinho.

_ Que legal que pode seguir o seu sonho. – digo baixinho mas ele escutou.

_ Porque diz isso? Ser neurocirurgiã não era o seu? – pergunta sério.

_ Não, eu queria cursar filantropia, viajar pelo mundo e fazer a diferença sabe, ajudar as pessoas sem receber algo em troca. – falei e pela primeira vez eu externei esse meu desejo para alguém, mas fiquei feliz que foi pra ele.

_ Isso é muito nobre Giulia, uau você me impressionou ainda mais, mas sabe que ainda pode fazer isso estando na medicina né? pode fazer parte dos “médicos sem fronteiras” ou ser “voluntária” tem um leque de opções que pode fazer através da medicina. – ele diz e concordo, mas então digo:

__ Eu sei, mas não posso fazer isso ainda, preciso terminar o meu doutorado. – queria dizer que mesmo depois que terminar a residência não poderia sair, porque terei que assumir as responsabilidades do hospital. Mas como eu não queria falar desse assunto então eu simplesmente mudei o tópico da conversa.

__ Obrigada por me ensinar alguns passos bem legais, eu amei e adoraria fazer isso outro dia, claro se você quiser. – digo e ele responde:

_ Vai ser uma honra Giulia, eu venho aqui todas as quartas feiras, se quiser na próxima semana, daí posso vir mais cedo, ficaremos mais tempo patinando o que acha?

_ Perfeito, pode ser eu vou adorar...

saímos da pista e nos sentamos um pouco, quando levanto a minha cabeça vejo o pessoal do staff chegando, e já está no fim o meu tempo de patinar, vou só assistir o meu crush daqui do banco.

Uma doutora linda loira chega pertinho de nós e diz:

_ Oi James, - ela diz toda melosa o nome dele, e isso me irrita tanto, vontade de pegar na mão dele e mostrar pra ela que ele é meu, mas ele não é, infelizmente... Vejo a hora que ela beija ele no rosto e fica vermelho onde ela deixou a marca do batom, Arghhh que ódio.

_ Boa tarde doutora Schmidt, como vai? – ele diz todo profissional e ela parece não ter gostado do gelo que ele deu nela, pois fez uma expressão de poucos amigos, mas sorriu e disse.

__ Ahh James você não precisa dessa formalidade toda comigo, somos colegas de trabalho e hoje estamos aqui para relaxar, eu estou bem obrigada por perguntar, e pode me chamar de Bia.

__ Tudo bem doutora Bia, mas como disse somos apenas colegas de trabalho e não amigos. – ele diz e ela só falta voar no pescoço dele, por ele ter falado com ela dessa jeito, não vou mentir, eu amei ver ele assim todo grosso com ela, nunca o tinha visto esse lado dele antes, porque comigo ele é muito legal, meigo e fala bem manso, talvez por eu ser a aluna dele, sei lá. Mas ela se recompôs bem rápido acenou para ele e saiu da volta, ela nem sequer me cumprimentou e isso que eu estava do lado dele. Eu já vi ela lá no hospital, acho que ela faz parte da equipe de Psiquiatria, então não vejo ela muito no meu andar também, porque onde é a neurologia, não entra outros setores.

O Hospital é um prédio gigantesco com mais de trinta andares e cada um deles é um setor, e o nosso é no vigésimo sétimo andar. Então durante o nosso turno, não temos muito contato com os demais. Apenas nos encontros que temos no sábado à noite. Ou no refeitório no almoço e jantar.

__ Desculpe os modos dela Giulia, ela é uma mulher muito bonita, mas é muito fútil e não sabe perder... – assenti, só que não entendi o porquê ele me disse isso e perguntei:

__ Perder? O que ela perdeu James?

__ A chance de ficar comigo, porque quando estávamos na faculdade eu gostava dela, achava ela bem bonita, mas ela me esnobou, e até caçoou de mim pra toda a universidade dizendo que jamais ficaria comigo por eu ser um nerd e usar esses meus óculos. Admito que eu não sabia me vestir direito e até era muito atrapalhado, mas eu jamais humilharia alguém da forma que ela fez comigo. – tadinho, fico com dó por ter passado por isso, ele é tão lindo e meigo que não imaginava que poderia existir alguém que esnobaria ele. Mas agora caiu por terra o que as meninas espalham sobre ele ser gay né? Porque ele gosta de mulher, mas deve ter ficado traumatizado. Então eu digo:

__ Mas não sei porque ela te esnobou James, você é tão lindo... – pronto falei, mas o meu coração está acelerado e se eu não soubesse sobre o corpo humano, pensaria estar infartando agora. Ele me olha e sorri.

_ Hoje posso dizer que mudei bastante, obrigado pelo elogio, mas quando eu estava na faculdade eu tinha só dezoito anos, e era bem magro, muito alto e desengonçado, depois que ela me humilhou eu comecei a malhar dia e noite, comia bastante para ganhar muita massa muscular, e quando eu tinha vinte e dois ela me viu todo sarado, e pra ajudar ainda me exibia com os meus bíceps e tríceps, - ele ri de canto e continua: __ Ela veio pedir para ficar comigo e eu não quis, e desde então ela fica toda melosa pro meu lado, achando que um dia vou querer ela. – ele fala e nota que falou demais quando ele diz:

_ Desculpa Giulia, eu quando começo a falar sou um tagarela, no início sou tímido, mas se der brecha já sabe né?

_ Ah não tem problema, gosto de ouvir... – quase que eu ia dizer que amo ouvir a voz dele, mas me contive, e pra emendar eu falo:

__ Bem, lá no hospital o papo que rola a seu respeito é que é gay, por não sair pegando todas do trabalho. – olho pra ele e vejo um sorriso quando ele diz:

__ Sério? Essa é nova, mas eu não ligo prefiro que pensem isso de mim, porque eu sou apaixonado por uma mulher, mas ela não sabe ainda, tenho vergonha de chegar nela, mas quem sabe um dia ela me dá uma chance. – fiquei decepcionada por saber disso, mas não deixei ele ver como isso doeu em mim, afinal não temos nada um com o outro, mas eu queria muito que essa mulher fosse eu, o que acho bem difícil, ele é tão lindo, e eu sou comum, eu me acho bonita, tenho um corpo bonito, peitos mais ou menos, bumbum avantajado, cintura fina e quadril largo, para os padrões americanos eu não sirvo porque sou mais encorpada do que a maioria das mulheres que conheço na minha idade, eu tenho o tipo de corpo que toda mulher queria ter, meus cabelos são compridos e pretos, porque eu pintei, a cor dele natural é um loiro escuro, tenho olhos redondos e cílios bem escuros e grande, então marca bastante meus olhos sem precisar de rímel, a cor dos meus olhos é um verde esmeralda, que contrasta muito bem com a minha pele que é bem branca quase como um papel, não sou alta, mas também não sou baixa, tenho um metro e setenta, gosto da minha altura porque posso sempre colocar saltos de tamanho razoável, meus lábios são carnudos e bem rosinha, tenho um porte atlético, pois costumo comer bem, mas também malho duas vezes por semana na academia do meu apartamento, cuido da minha saúde muito bem, não sou uma mulher que come besteiras fora de hora, me visto bem, com roupas da moda e de grife, não esbanjo dinheiro, mas a minha condição financeira deixa eu ter uns mimos de vez em quando, porque além do meu salário ser muito bom, ainda recebo uma mesada gorda dos meus pais por mês, mais do que isso, eu sou fissurada em investimentos, e sempre que posso vou investindo na bolsa, em criptomoedas, me associo as vários tipos de bancos de investimentos, então meu dinheiro sempre quadruplica. Sou organizada financeiramente, compro tudo a vista, e não esbanjo em restaurantes caros ou viagens, ainda sou uma voluntária, toda sexta de tarde até a noite eu e a Min-Ji doamos dos nossos recursos, para vários tipos de instituições, por exemplo, quando eu falo nossos recursos não quero dizer somente dinheiro, nós duas vamos a cada instituição e doamos o nosso tempo, para fazer qualquer coisa, na sexta passada nós fomos em um abrigo de idosos que o governo mantém com verba pública, a maioria dos que estão lá ou foram abandonados por sua família, ou não tem ninguém por eles, então nós vamos lá para ajudar nos afazeres, ajudamos a cuidar dos idosos, a nossa parte é a médica então nós duas e mais alguns médicos que se sensibilizam com a causa vão junto, nós levamos medicamentos, soros, fazemos exames, tem as injeções que precisam tomar periodicamente, ou seja, toda a parte de cuidados com a saúde é com a gente, e em cada sexta é em um lugar, diferente desse abrigo que é uma vez por mês. As vezes ajudamos a distribuir marmitas pela cidade, porque muitos passam fome, também já levamos cestas básicas para as famílias carentes ou que enfrentaram algum tipo de desastre natural.

Essa é basicamente eu, sou um ser humano sensível, odeio injustiças, tento ajudar o máximo de pessoas que consigo. Mesmo não fazendo isso todos os dias, de uma certa forma eu fico feliz com o pouco que eu faço, pois sei que esse pouco, pra quem não tem nada é muito.

Sou grata a Deus por sempre me ajudar a cumprir meus propósitos, a medicina não está sendo tão difícil, porque eu trabalho junto do homem que um dia eu sonhava em ser meu, o que agora parece tão distante já que ele disse que é apaixonado por uma mulher, será que eu conheço ela? Eu nunca vi ele olhando alguém no serviço ou suspirando pelos cantos, será que ela trabalha junto com nós? Aff que curiosidade! Será que eu quero mesmo saber quem é? Acredito que viver na ignorância é melhor para o meu pobre coração, porque ele não vai aceitar saber que ele não vai ter o amor da sua vida, sinto tanto ódio de mim por nunca ter dito os meus sentimentos a ele, agora estou aqui sofrendo porque deixei o caminho dele livre para outra mulher.

Não consigo acreditar que fui tão burra. Poderia ser eu nos pensamentos dele, na cama dele, beijando aquela boca linda dele, ahhh que triste imaginar ele com outra pessoa.

Mas eu sou uma masoquista, acho que gosto de sofrer só para deixar de ser tão tapada, então sem nem pensar direito na pergunta eu falo:

_ James, quer ajuda para falar a sua garota que gosta dela? Eu conheço? Posso te dar uma mão se quiser! – falo e vejo a surpresa nos olhos dele, então ele me olha e diz:

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