INSANO romance Capítulo 89

ANGELINA

Nas semanas seguintes ocorrem os casamentos de papai com Laetitia e de Enrico com Jessica. Eles casaram no mesmo dia e decidiram fazer uma festa conjunta.

A festa está incrível e por um momento temos um momento de paz após meus cabarés com Fabrizzio.

Gracas a Deus, ele está me tratando muito bem, sempre preocupado com minha gravidez e com Esperança mas sinto que falta algo...

Após a cerimônia acabar, os noivos viajam para suas respectivas luas de mel.

Enrico e Jéssica foram para a Itália, pois ela estava louca para conhecer o país que ele é descendente e papai levou Laetitia para Dubai, puro luxo.

***

Eu e Fabrizzio estamos cuidando de Esperança e eu vou me sentar no sofá para olhar meu notebook. Quero iniciar logo a construção do lar adotivo que pretendo fazer aqui em São Paulo e estou vendo a possibilidade de fazer uma escola dentro dele também.

Sempre tive esse sonho de ajudar crianças vulneráveis, que sofreram como eu e que passaram por situações difíceis.

Na semana seguinte, vou ao hospital marcar uma consulta com um novo obstetra que chegou na clínica que eu frequento.

Me indicaram ele e disseram que é um excelente médico, com especialização nos EUA.

Ao esperar algum tempo, sou chamada para a consulta.

Entro na sala e o médico se levanta, apertando minha mão:

- Bom dia, senhora Angelina Reis. Como está? - pergunta com simpatia.

- Estou bem, doutor, apenas os enjoos me incomodam.

- Entendi. Sua primeira gravidez?

- Não, segunda.

- Humm, já tem um bebê. Isso é ótimo. Me fale sobre sua gestação anterior.

Começo a falar tudo e ele ouve atentamente.  Doutor Eduardo fica olhando cada detalhe de Angelina e vai ficando encantado com ela.

- Humm, sua gravidez anterior me pareceu bem tranquila.

- Bem, eu tive alguns extresses.... Mas já foram resolvidos. Agora quero ter o meu bebê em paz.

- Ok, farei o melhor para isso acontecer. - ele diz sorridente.

Terminada a consulta, o médico passa alguns exames para mim e me despeço dele.

- Obrigado pela consulta, doutor. Gostei do seu trabalho.

-  De nada, querida. Venha semana que vem e traga os exames. - Dr Bracelli pede.

- Certo. 

Entro no carro e vou para casa.

Ao chegar lá, vejo meu italiano, brincando com Esperança e anuncio minha chegada:

- Oi, cheguei.

- Oi, amore.. Como está nosso bebê? - ele pergunta.

- Está bem... Terei que fazer alguns exames e levar semana que vem.

- Certo, eu vou com você, Angel...

Ele coloca Esperança no cercadinho e eu o abraço por trás...

Faz dias que ele evita fazer amor comigo.

Algo o perturba.

- Amore... Eu quero você hoje... todo dentro de mim... - tento seduzí-lo, esfregando meu rosto em sua camisa e sentindo o cheiro de seu perfume.

- É melhor não, meu amor... Tô preocupado com muitas coisas da empresa e você tá com poucas semanas.. Vamos ter cuidado.

- Ok...Eu quero te mostrar uma coisa, Brizzio.

- O que? - ele pergunta.

- No dia que Lorenzo entrou aqui, ele deixou uma maleta no chão mas ela só abre com um código.

- Maleta?

- Sim, uma vermelha que ele andava...

- Sei.. Vamos ver.

Peço a babá para olhar Esperança, vou com ele até o quarto e fecho porta. Em seguida, tentamos abrir a maleta mas é inútil. Fabrizzio tentou várias senhas e datas mas não conseguiu obter êxito.

- Tenho uma ideia, vou falar com Held. Ela é hacker. - eu falo pra ele.

- Isso.

Vamos até a varanda, onde Held está, sentada olhando seu notebook e peço sua ajuda.

- Hum. Vamos ver. - ela tenta de todas as formas abrir mas não consegue.

- Meu Deus, que porra de senha esse velho colocou? - Held se pergunta.

Held fica pensativa, olha intensamente para mim e pergunta:

- Angelina, qual a data do seu aniversário?

- 28 de julho.

Ao digitar a data, a mala se abre

- Nossa! - Fabrizzio exclama, estupefato.

- Meu Deus... - falo incrédula.

- Veio essa ideia na minha mente... Aquele demônio era obcecado por você, Angelina... Imaginei que essa seria a senha. - Held comenta horrorizada.

Fabrizzio fica pensativo e diz:

- Ele era mais louco do que eu pensava... Mas como será que ele sabia?

- Acho que a diretora havia falado pois em 2 aniversários meus, ele me trazia presentes... - falo ao relembrar dos meus aniversários.

- Infeliz... - o italino pragueja com ódio.

- Vamos olhar o que tem dentro. - Held fala, olhando a mala por dentro e vê que há uma agenda com muitas coisas escritas e um diário.

De repente ela pega um celular e Fabrizzio arregala os olhos.

- O celular de vovô Stefano!

Held continua mexendo e há um envelope com algumas fotos dentro.

Ele parece estar bastante velho.

- Hum, vou abrir.

Quando ela retira algumas fotos, vemos que se trata de um acidente de carro e há várias fotos de uma mulher linda morta.

- Meu Deus... - meu esposo fica perplexo e seus olhos se enchem de lágrimas

- O que foi? - pergunto preocupada.

- Essa... Essa mulher... Era minha mãe... - ele responde sofregamente.

Eu e Held ficamos abismadas e ela começa a ler o diário dele.

Na data da morte da mãe de Fabrizzio, Lorenzo contou que mandou matá-la.

- AHHHHHHHH!!!!- ele surta ao ouvir Held lendo e chora copiosamente, enquanto o abraço forte, muito comovida.

- Esse infeliz matou minha mãe!

Held fica comovida e diz pra ele:

- Nossa, Fabrizzio... eu sinto muito... Ele escreveu que mandou matá-la porque ela descobriu o segredo dele e ia denunciá-lo na polícia...

- Demônio!!!!! Ahhhhhhhhh!!!!! - Fabrizzio grita, num choro sofrego.

- Calma, meu amor... - falo calmamente, tentando consolá-lo.

Meu italiano fica desconsolado e começamos descobrimos outros crimes de Lorenzo. Ele falava de várias vítimas, de forma psicopata e doentia. Há várias páginas que ele fala sobre mim e sobre a irmã dele que se matou.

" Ela foi sua primeira vítima"

Fabrizzio fica mais chocado ainda.

- Vocês precisam entregar isso pra polícia. Tem o nome e telefone de vários criminosos brasileiros... Eles tinham um grupo na deep web com o Lorenzo. Acho que ele guardava a informação com medo da traição... - Held nos aconselha, perplexa com tudo o que descobriu.

- Meu Deus.. Pode ser... Brizzio, vamos se deitar, vou fazer um chá para você.- o chamo, puxando sua mão, pois ele não está nada bem.

Fabrizzio não fala nada ainda, pois está chocado com tudo o que aconteceu. Ao chegarmos no quarto, ele cai no choro novamente, apertando o celular de vovô Stefano contra o peito e eu o abraço, chorando também.

- Não fique assim, meu amor... Esse pesadelo acabou...

- Eu...eu estou perplexo, Angelina...

- Eu também estou, amore... Mas ele está morto... Se acalme... Tenho certeza que agora vovô Stefano está em paz...

Ele me abraça e fecha os olhos com sofreguidão...

O pesadelo acabou, mas as feridas vão demorar a cicatrizar...

***

Na semana seguinte, me arrumo para ir ao médico mostrar os exames e meu italiano gostoso decide vir comigo.

- Vou só trocar de roupa. - ele avisa.

Ao vê-lo só de toalha,  fico doida...

Fecho meus olhos com força e tento me controlar.

Estou deixando ele tomar seu tempo...

Apesar de ser um homem bruto, Fabrizzio é muito sensível.

Ele ainda está chocado com o que ocorreu com sua mãe e sua tia...

Após estarmos prontos, ele pega o carro e me leva ao médico.

Espero minha hora de ser consultada e o médico manda eu entrar.

- Olá, bom dia, senhorita Angelina.

- Oi, doutor.

Fabrizzio entra logo depois na sala e o médico o olha meio assustado.

- Olá, bom dia, doutor. Angelina disse que o senhor é um excelente médico.

- Foi.. que bom...

- Me chamo Fabrizzio Chiavenatto.

Brizzio estende a mão e o médico aperta, o olhando meio estranho.

- Sou Eduardo Bracelli. Sentem-se.

Em seguida, o médico pede meus exames e ao observá-los cuidadosamente, diz que está tudo bem e vamos fazer um ultrassom.

Ele passa a máquina na minhas barriga e pergunta:

- Querem saber o sexo?

- Sim.

- Simmm!

Após alguns minutos, ele conta o sexo do bebê.

- É um menino... - o médico fala isso de forma amargurada e olha com um semblante sombrio para Fabrizzio.

- Oh Deus! Um garoto! Que felicidade!!!!! - o italino comemora, tomado pelas emoções.

- Ow! Um mini Fabrizzio! - falo emocionada.

Meu marido me beija emocionado e o médico nos observa.

Depois, me levanto da cama, me recomponho e aviso:

- Vou no banheiro, estou apertada.

- Ok, amor.

***

FABRIZZIO

Angelina foi ao banheiro e eu fiquei na sala.

O médico me olha e pergunta:

- Bom, Fabrizzio... está feliz que será pai, não é?

- Sim, muito! Eu já sou pai, na verdade. Temos uma menina! Eu sempre quis ter filhos... e Deus me mandou essa mulher maravilhosa..

- Que bom para você... Eu perdi meu filho há alguns anos atrás... - Eduardo Bracelli comenta, amargurado.

Fico comovido e lamento:

- Nossa, doutor, eu sinto muito...

ANGELINA

Enquanto isso no banheiro, termino de fazer minhas necessidades e ao escutar meu celular tocando, atendo:

- Alô?

- Oi, cunhada! Estou ligando pro Brizzio e ele não atende! Preciso falar com ele sobre a compra do porshe. - Entico diz.

- Ah, Enrico, acho que ele esqueceu o celular no carro.

- Onde vocês estão? Vou até vocês com a Jéssica. - ele pergunta.

- Estamos na clinica do centro, o Brizzio está lá na sala com o doutor Bracelli.

- Perai, o que? Como é o nome dele todo? - Enrico pergunta preocupado.

- Eduardo Bracelli... ele é meu médico, Enrico. Algum problema?

- Porraaaaaaaa! Angelina, volte para a sala agora!!!!!

- Que? Porque?

- Eu conheço o Eduardo! Ele era amante de Aurora!!!!! Da ex vadia do Fabrizzio! E era o pai do filho que ela esperava.. Ele odeia o meu irmão!!!!!

- Meu Deus!

- Saiam daí e troque de médico! O Fabrizzio não sabe quem ele é pessoalmente. Quando viu os vídeos da traição, não dava para ver claramenteo rosto dele. Eduardo sempre falava que iria se vingar dele pela morte de Aurora. - Enrico relata, super preocupado.

- Eu vou lá agora, Enrico! - saio correndo até a sala e ao chegar lá escuto uma discussão.

FABRIZZIO

- Será que sente mesmo, Fabrizzio? - o médico questiona em tom de indireta, me deixando confuso.

- Oi? Eu não estou entendendo onde o senhor quer chegar!

- Não me conhece, não é mesmo?

- Não.. Você me conhece?

O médico aperta o punho na mesa e responde- me com ódio, sua real identidade.

- Eu era o namorado de Aurora... sua ex...

- Que?

- O filho que ela esperava era meu... Eles morreram nos meus braços...

Fico enervado e começo a gritar:

- Seu filho da puta insolente! Ela era uma vagabunda!

- Cale-se! - Eduardo brada, se levantando e eu também, então ele começa a gritar, com rancor - Aurora morreu por sua causa! Ela queria te deixar e ficou com medo de você matá-la! A pressão dela subiu e ela ficou mais nervosa ainda, quando viu seu avô Stefano na sala de cirurgia! Aquele velho metido!

- Respeite meu avô, seu louco! - grito possesso.

- Perdi meu filho... um menino... Por sua causa... E a mulher da minha vida..

Eu surto e falo um monte:

- Ela não era mulher! Era uma cachorra! Uma desclassificada! Interesseira! Eu vou embora dessa porra! Você não vai mais atender minha esposa!

Antes que eu saia, ele pula em cima de mim e me derruba no chão, me enchendo de porrada.

- Ahhhhhhhhhhh!!  - gemo com a dor dos socos.

- Você sairá daqui... mas será morto! Eu perdi meu filho, mas os seus não terão um pai... - Eduardo me ameaça gritando, enquanto desfere socos em meu rosto.

- Me solte, seu merda! Ahhhhhhhhh!- tento me desvecilhar dele.

- Eu vou me vingar de você, Fabrizzio! - o médico diz com ódio.

Caímos na porrada e ele se mostra mais forte que eu e começa a me enforcar.

Ao tentar me desvencilhar de seus golpes, ele pega um bisturi e tenta cortar minha garganta.

- Diga adeus a sua bela esposa e aos seus lindos filhos, Fabrizzio! Eu vou preso, mas eu vou feliz! - Eduardo grita, louco de raiva, com um olhar assassino.

Seguro seus braços com força, tentando impedir que ele me mate e sinto a ponta do bisturi na minha carne.

Nessa hora, Angelina entra e fica horrorizada vendo a cena.

Eu a olho com medo por alguns segundos e ela está chorando.

- VOCÊ VAI MORRER, SEU DESGRAÇADO! - Eduardo grita, tentando me cortar.

Angelina fica desesperada e faz uma loucura. Ela abre a bolsa e tira a arma que carrega consigo de dentro.

Vejo ela limpar as lágrimas friamente e apontar a arma na cabeça dele, dizendo:

- Saia de cima do meu marido ou eu te mato, doutor!

 Eduardo Bracelli a olha e acha que ela é uma mulher fraca e continua falando com ódio:

- VOU MATÁ-LO!

Angel engatilha a arma e avisa novamente:

- Vou estourar seus miolos! Solte o Fabrizzio!

Ele continua tentando me matar e diz:

- FODA-SE, VADIA! Seus filhos não terão um pai! Esse filho da puta italiano tirou tudo de mim e agora, vou acabar com a vida dele.

" Eduardo está cego de ódio e tenta matar Fabrizzio então Angelina atira sem pena na barriga dele, disparando dois tiros."

PA PA

- Ahhhhhh!!!!!!! Filha da putaaaaaaaa! - o médico grita com a dor dos tiros.

O empurro e vou abraçar minha anja salvadora.

- Meu amor... Você me salvou...

Porém Eduardo não desistiu, ele se levanta cambaleando,  ainda segurando o bisturi e ameaça:

- VOU MATÁ-LO!

Nessa hora os policiais que Angel tinha chamado, entram na sala e tentam detê-lo, mas como ele resistiu, levou bala e acabou falecendo no local.

Estou perplexo com tudo que acabou de acontecer e levo Angelina para fora.

Ela está se tremendo.

- Angelina.. Você não o matou, meu amor... - falo orgulhoso.

- Não... Eu não sou uma assassina... Só queria tirá-lo de cima de você... Eu não podia te perder, meu amor... - ela chora e eu a abraço, chorando emocionado.

- Oh, meu anjo... Eu sabia que você ainda era meu anjo... Obrigado por me proteger... Eu te amo, Angelina..

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