O Vício de Amor romance Capítulo 11

Na entrevista, informou que tinha o necessário para a vaga. Natália pensou, poderia ser que escolheram alguém mais adequado.

Pensando desta forma, não era tão difícil para Natália aceitar a situação.

Entardeceu.

Jorge voltou e se trancou em seu escritório, provavelmente para trabalhar.

Natália soube de Joana os pratos favoritos de Jorge e então preparou o jantar ao final da tarde.

Joana disse sorrindo:

- É assim que uma esposa deve fazer.

Natália abaixou a cabeça e sorriu. Ela não teria tentado agradá-lo se não houvesse um bom motivo, ela precisava pedir algo.

Joana suspirou:

- A Sra. Terezinha morreu há muito tempo, o Sr. Angelo casou-se com outra mulher. Sr. Jorge raramente visitou seu pai. Ele parece indiferente, mas ele é, na verdade, muito carinhoso.

Natália não disse nada, apenas ouviu com atenção.

- Essa Srta. Ester salvou o Sr. Jorge quando criança, e desde então esteve ao seu lado. O Sr. Jorge não gostava dela antes, mas desde que ele voltou dessa viagem de negócios, a sua atitude em relação a ela mudou. Mas não se importe com isso, você que é a Sra. Marchetti. - Joana tocava seu ombro, tentando deixá-la mais tranquila.

Natália abaixou a cabeça e sorriu amargamente, ela não tinha direito de intermediar a vida emocional dele.

O relacionamento deles parecia ser o de um casal, mas um não conhecia o outro.

Esta era a visão dela deste casamento.

Natália olhou para o escritório e pensou no café preto que Ester tinha feito esta manhã, então ela perguntou:

- Joana, onde está o café? Eu quero fazer um café para ele.

Joana entendeu que ela tinha prestado atenção, pegou os grãos de café e entregou a ela, disse:

- Não coloque açúcar ou leite. Sr. Jorge não gosta de doce.

Natália concordou com um gesto e logo fez um bule de café, o qual ela serviu em uma xícara delicada e ela mesma levou para ele.

No escritório, Jorge estava ao telefone, parecia de mau humor.

- O que está acontecendo no RH? É tão difícil contratar um tradutor?

Ele conhecia muitas línguas, mas de fato não conhecia atalaico porque não era comum. Com a expansão do projeto, precisaria lidar muitos documentos nesta língua. De que outra forma poderia resolver este problema se não podia falar atalaico?

- Diga ao gerente de RH que dou a ele um dia, somente um dia. Se ele ainda não encontrar ninguém, ele está demitido!

Toc-toc.

Jorge estava irritado, e respondeu friamente ao barulho que ouvira na porta:

- Entra!

O coração de Natália bateu forte. Ele está zangado?

Deveria entrar agora que bateu na porta, mesmo se não quisesse mais, não importava se ele estava irritado.

Natália tentou dar um sorriso:

- Eu trouxe café para você.

O olhar de Jorge se moveu lentamente de seu rosto para o café em sua mão, desconfiado. Pela manhã ela ainda estava evitando ele.

Resolveu aparecer logo agora, oferecendo café?

Esta mulher é bem imprevisível!

Jorge largou seu celular e sentou, observando para ela sem dizer nada, queria ver qual era o plano dela.

- Não sei se está do jeito que gosta. - Natália colocou o café na mesa.

Jorge não se moveu, seu corpo relaxando cada vez mais enquanto ele se inclinava na cadeira.

Natália perguntou:

- Quer provar?

Jorge arqueou as sobrancelhas. Já entendeu o motivo daquela mudança de humor.

Caçoou dela quando disse:

- Está tentando me agradar para perguntar sobre a Baía Rosa?

Natália congelou, não sabia que ele ligaria os pontos tão rapidamente.

De repente, Jorge agarrou o queixo de Natália.

- É por isso que a Família Ribeiro queria o casamento, apesar de eu ser um deficiente?

Sua mão era muito forte, Natália sentia muita dor.

Ela abriu a boca para tentar explicar.

Mas como ela explicaria isso?

Dizer que ela foi abandonada?

Ele acreditaria?

- Eu não…

- Saia já daqui! - Jorge a jogou para o lado.

Natália foi empurrada e esbarrou no café que acabou molhando todos os papéis sobre a mesa, deixando Jorge ainda mais irritado.

Natália correu para tentar limpar o café o quanto antes.

Jorge tirou os papéis de uma vez, ralhou ferozmente:

- Eu disse para sair, não me ouviu?!

Ele odiava bajulação, a cara de babar ovo!

Natália estava prestes a partir.

- Espere, tire isso fora! - Jorge exclamou, irritado.

Natália retirou o café.

No jantar, Jorge voltou para seu quarto assim que terminou o jantar.

Natália suspirou, seria difícil chegar perto de alguém tão podre.

Sem falar em conseguir a terra e cumprir o pedido de Santiago.

Natália tomou um banho e deitou-se na cama, virava de um lado para o outro, sem conseguir dormir, então decidiu levantar-se da cama.

Pensava no café que trouxe para Jorge e que derramou sobre o papel, sentia que deveria pedir desculpas.

Foi ao escritório para corrigir o erro.

Ela ligou a luz e viu os papéis molhados ainda na mesa, foi quando ela percebeu que estavam escritos em atalaico.

Algumas partes sujas de café estavam quase ilegíveis.

Ela encontrou uma folha limpa e copiou o documento. Natália sabia que atalaico não era amplamente utilizado então o traduziu para facilitar a leitura de Jorge, a fim de fazer compensação.

Eram três da madrugada quando os documentos de dez ou mais páginas foram traduzidos e copiados.

Ela largou a caneta, massageou seus pulsos doloridos, grampeou os papéis em ordem, colocou-os na mesa e foi para seu quarto para dormir.

Quando Jorge se levantou para comer de manhã, Natália ainda não acordou. Ela dormiu tarde demais na noite passada, além disso, também estava um pouco sonolenta por causa de sua gravidez.

Jorge reclamou:

- Ela não acordou?

Joana falou decepcionada:

- Não, vocês são um casal, não acredito que você está me perguntando isso.

Será que Jorge não entendeu o que Joana quis dizer?

- Deixa para lá. - Jorge não sabia explicar bem as coisas, nem mesmo à Joana que tinha tomado conta dele desde pequeno.

- Sr. Jorge, eu sei que você e a Sra. Natália não se gostam, mas este é o casamento que sua mãe arranjou para você quando ela estava viva. E vejo que ela estima você. Assim que ela voltou ontem ao meio-dia, perguntou que tipo de pratos você gosta e preparou o jantar, fez até mesmo café para você.

Não foi o interesse repentino para conseguir o terreno da Baía Rosa para a Família Ribeiro?

Estima ele?

Jorge sentiu-se ridículo.

Ele olhou novamente para Joana, disse:

- Não se deixe levar pelas aparências.

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