O Vício de Amor romance Capítulo 112

Mariana sorriu, mostrando uma fileira de dentes brancos.

- É sim.

Anderson olhou para Matheus, que não tinha falado até o fim, e perguntou:

- Teteu, por que você não fala?

Matheus parecia angustiado.

- Estou triste.

- Você é uma criança, o que poderia te fazer triste? - disse Fernanda.

- Sua mãe não lhe devolveu seu relógio inteligente e seu tablet? Por que mais você ficaria triste? Por que você está puxando minhas roupas?

Matheus quis parar as palavras de Fernanda, mas não o fez a tempo.

- Não continue, o tio Anderson vai rir de mim.

Matheus pensou rapidamente no que podia dizer, mas, quando disse as palavras "Tio Anderson", ele sentiu nojo.

Essa pessoa ruim não era digna de ser chamada de tio Anderson.

- Matheus, mostre-me seu relógio, já esqueci como é seu relógio inteligente.

Quando eles estavam chegando, Anderson derrubou deliberadamente a xícara de chá sobre o telefone de Fernanda. Como desligou por estar molhado, Fernanda o deixou em casa.

Ele tinha olhado para o pulso de Matheus de propósito; não portava nada.

Ele não ia deixar Matheus entrar em contato com Natália.

Os olhos de Matheus cintilaram.

- Isso eu esqueci de trazer.

Anderson sabia que aquele garoto era inteligente, era óbvio que ele mostrava uma expressão de consciência culpada.

Do que ele estava se sentindo culpado?

Anderson estreitou os olhos. A reação de Fernanda foi normal, ela não tinha se retraído em relação a ele, o que mostrava que Natália não lhe contara o que havia acontecido.

Se ela não disse a Fernanda, não diria a duas crianças de cinco anos.

Ele tirou seu telefone celular do bolso para ligar para o número do Matheus.

Logo um toque de chamada soou no carro.

Anderson reconheceu claramente o toque.

Ele foi produzido pelo relógio inteligente de Matheus.

Matheus buscou em seu bolso o relógio, desorientado, mas era tarde demais.

-Matheus, por que você mentiu para mim? Você esqueceu que eu lhe comprei este relógio inteligente. Meu número e o número de sua mãe estão na lista de favoritos, portanto, mesmo que você silencie o relógio inteligente, você ouvirá o toque quando ligarmos.

Foi somente depois que o relógio tocou que Matheus se lembrou disso.

Por que ele havia esquecido algo tão importante?

Matheus abaixou a cabeça com pesar.

- Eu... eu simplesmente não queria mostrar.

Como sua cabeça estava baixa, Anderson não conseguia ver sua expressão.

- Lembro que este relógio também está equipado com rastreamento, porque naquela época eu tinha medo de que você se perdesse.

- Sim.

Matheus teve um mau pressentimento e tentou ligar para Jorge.

De repente, Anderson parou o carro na beira da estrada e se virou para olhar para Matheus.

- Para quem você quer ligar?

-Não estou ligando.

Ao entrar em pânico, o relógio inteligente caiu, exibindo o nome "destruidor de corações".

Era como Matheus chamava Jorge.

Em sua opinião, ele era um homem que abandonara sua mãe e eles, ele era um destruidor de corações.

Mesmo que agora tivessem uma relação de cooperação, isso não significava que ele o tivesse perdoado.

Anderson se inclinou para pegá-lo, olhou fixamente para o nome e perguntou:

- Quem é este?

Uma camada de suor cobriu a sobrancelha nervosa de Matheus.

- Meu professor. Como ele gosta de me controlar, eu lhe dei um apelido.

Ele sabia que Matheus tinha um professor quando ele foi para o Colégio AC, então ele não suspeitou.

- Você está usando este relógio há muito tempo, é hora de mudá-lo.

Ao dizer isto, ele tirou a bateria de dentro.

Imediatamente, a tela do relógio escureceu.

-Não, eu não quero mudá-lo.

Matheus estendeu a mão para pegá-lo, mas Anderson facilmente se esquivou dela.

Fernanda notou que Anderson estava agindo de forma estranha.

- O relógio ainda é utilizável.

Anderson jogou o relógio em um pequeno rio não muito distante. Seu carro já havia saído da cidade para a periferia.

Fernanda perguntou-lhe por que o restaurante estava em um local tão remoto.

Anderson disse que o lugar que ele reservou era uma casa de campo, portanto, era um pouco remoto.

Só então ele respondeu à colocação de Fernanda.

- Após o almoço, comprarei um novo quando voltarmos à cidade. Você o usa há tanto tempo que tenho certeza de que muitas coisas não funcionam mais.

- Parecia-me que foi muito bom. Além do mais, agora mesmo ele tocou com sua chamada, eu acho que funciona perfeitamente.

Fernanda notou vagamente a surpresa de Anderson.

- Compro-lhe outro.

Anderson ligou o carro e voltou para a estrada.

De repente, Matheus agarrou a bainha da roupa de Anderson.

- Eu quero ir para casa.

- Em breve estaremos lá, por que você quer ir para casa?

Anderson não tinha a intenção de parar.

- Eu...

Matheus pensou rapidamente. Ele precisava encontrar uma razão. Em pouco tempo, uma ideia astuta lhe passou pela cabeça e ele cobriu sua barriga.

- Minha barriga dói, eu preciso ir ao banheiro.

- Não há banheiros aqui, espere um pouco.

- Não, eu não aguento mais.

Matheus estava curvado no banco de trás, parecendo em dor.

- Dr. Anderson, é melhor você parar o carro por um momento, Matheus não está se sentindo bem.

Fernanda colocou Mariana na cadeira para abraçar Matheus, depois tocou sua barriga.

- Comeu algo frio e agora está com diarréia?

Fernanda sentiu muita pena dele.

- É possível.

Matheus se encolheu de dor, parecia terrivelmente dolorido.

- Eu estou morrendo de dor, preciso ir ao banheiro.

Longe dali, Natália entrou no carro de Jorge, mas ela ainda achava seu comportamento estranho, então ela perguntou:

- Aonde você está me levando?

- Recebi uma ligação de seu filho no escritório...

De repente, seu telefone vibrou, interrompendo-o. Ele olhou para o identificador de chamadas, que indicava que era Lucas, e o pegou.

A voz de Lucas foi ouvida imediatamente:

- Os dados de localização foram subitamente cortados.

Jorge ficou tenso, por que isso tinha acontecido?

O pirralho tinha sido descoberto?

- Onde o local foi cortado?

- Ponte Benedito Cunha.

- Onde você está agora?

- Estamos nos apressando para lá.

Jorge pensou calmamente por alguns segundos. Depois, ele pediu a Lucas para que algumas pessoas fossem investigar a área ao redor.

A Ponte Benedito Cunha já estava longe da cidade, era um lugar relativamente remoto. Ele supôs que o lugar para onde Anderson estava indo não deveria ser muito longe, era possível que fosse perto da área ao redor.

- Veja se há algum lugar onde as pessoas possam se esconder.

Natália perguntou imediatamente após ele desligar o telefone:

- Matheus ligou para você?

Jorge ia lhe contar, mas, agora que havia ocorrido um incidente, ele não contou por medo de que ela se preocupasse demais. Ele só pronunciou um "sim" tênue.

- Por que ele tem seu número de telefone?

Natália franziu as sobrancelhas. Seu filho o odiava tanto, por que ele tomaria a iniciativa de contatá-lo?

Do que ela não estava ciente?

Ela entrou em pânico inexplicavelmente.

- Eu o dei na última vez que almoçamos. Agora somos amigos, não inimigos. Ele não tem mais preconceitos sobre mim. - Jorge explicou pacientemente.

Mas Natália ainda se sentia angustiada.

- É mesmo?

- Sim, de verdade.

No outro lugar, Fernanda tinha ficado ansiosa.

- Rápido, pare o carro, Matheus está passando mal!

Anderson deu uma olhada no local. Eles não estavam muito longe de onde ele queria ir. Não demoraria muito até que ele parasse. Além disso, ele tinha destruído a ferramenta de contato de Matheus, ele não podia entrar em contato com o exterior, então ele finalmente parou o carro.

Ele abriu a porta para sair do carro, caminhou até o banco de trás e disse a Fernanda:

- Eu vou levar o Matheus. Você fica no carro com Mariana. Como é um lugar muito remoto, não quero que você encontre nenhum bandido.

- Certo.

Fernanda respondeu.

-Tio Anderson, leve-me em seus braços, minha barriga dói tanto, que não consigo andar.

Matheus abraçou a cintura de Anderson, parecendo fraco.

Anderson olhou para ele.

- Dói assim tanto?

- Sim, por que eu mentiria para você?

Matheus estava deitado em seus braços, abraçando-o com força, como se fosse seu parente próximo.

Parecia que, estando doente, ele se tornara fraco.

Anderson gostava dele porque tinha visto o menino crescer.

Ao vê-lo com tanta dor, ele ficou misericordioso.

- Eu o carregarei.

Enquanto Matheus estava deitado em seus braços, ele se esticou secretamente para o bolso. Aparentemente, ele começou deliberadamente a falar com ele para distraí-lo:

- Tio Anderson, eu vou morrer?

- Que bobagem. Não vai acontecer, é apenas uma dor de barriga, não uma doença terminal. - Anderson o consolou.

- Então, por que isso dói tanto? Realmente dói, eu vou morrer de dor.

Ele se moveu deliamente em seus braços para disfarçar o movimento para pegar seu celular.

- Não é tão fácil morrer. Se você morrer, sua mãe também perderá a vontade de continuar a viver...

Falando em Natália, seus olhos escureceram.

Matheus conseguiu pegar o telefone de Anderson e o colocou em segredo em seu bolso.

- Aqui.

Anderson o levara para uma floresta.

Quando os pés de Matheus tocaram o chão, ele tirou as calças imediatamente.

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