O Vício de Amor romance Capítulo 13

Natália ficou tensa, não esperava que Anderson fosse dar um abraço tão de repente.

Ela não estava acostumada e tentou se livrar quando voltou a si.

No ângulo de Jorge, ela parecia estar acariciando ele.

Sua expressão demonstrava o estranhamento.

Ester fingiu sem querer, disse:

- Eu nunca pensei que ela teria um namorado.

Jorge estava bastante entediado.

Acelerou e foi embora.

Ester cerrou os lábios e perguntou:

- Você está zangado?

- Por que estaria?

Ela está até grávida, então deveria mesmo existir algum homem com ela!

Não era a mesma coisa dizer que ela estava com alguém e ver ela com alguém.

Logo o carro parou em frente à casa de Ester mas ela não saiu do carro. Olhou para Jorge e disse:

- Não quer subir e descansar um pouco?

Temia que ele recusasse, então Ester adicionou:

- Jorge, eu preparei seu favorito…

- Ester - Jorge a interrompeu. Ele não sabia o que estava errado com ele. Sua mente estava um pouco confusa. Ele alisou o cabelo dela:

- Eu não vou subir hoje, tente dormir mais cedo.

- Mas - Ester desistiu e saiu do carro querendo seguir o conselho, - dirija com cuidado.

Jorge concordou e saiu dirigindo.

Como ele dirigiu extremamente rápido, Natália ainda não havia retornado quando ele chegou em casa.

Ele desabotoou sua camisa.

- Quando que ela saiu?

- Meio-dia. - Joana pegou o casaco de sua mão e perguntou:

- Você quer jantar agora?

- Espera um pouco. - Ele não estava a fim de comer.

Mesmo com dois botões soltos, ele ainda sentia-se sufocado pela camisa, mas ela claramente não o enforcava.

O sentimento esquisito o deixou desconfortável!

Ele abriu a porta do escritório, o recado que Natália havia deixado ainda estava na mesa. Ele pegou o recado e deu uma risada fria.

- Na minha frente é amarga, mas enquanto está vagabundando com outro homem. Você realmente é uma piada, Natália!

Amassou o recado.

Natália pegou um táxi e Anderson queria dar uma carona a ela, mas ela não queria que Anderson soubesse do relacionamento com Jorge, então ela se recusou.

Apenas Joana estava em casa, Natália relaxou ao pensar que Jorge ainda não tinha voltado.

Ao ver Natália de bom humor, Joana perguntou:

- Algo te deixou feliz?

- Na verdade, não - Natália disse sorrindo -, mas parece que estou mais livre com ele longe daqui.

Joana ficou em silêncio.

- Então quer dizer que eu estou atrapalhando? - Seu corpo delgado se apoiava na porta do escritório, com uma pose de deboche.

Ao ouvir a voz, Natália se arrepiou, virou-se para olhar o homem de pé encostado na porta, sombrio e ameaçador.

Ele... Por que ele está em casa?

Natália imaginou, ao voltar e não vê-lo em casa, que ele não estava, por isso que ela não conteve sua fala.

- Eu - Natália estava prestes a se explicar quando Jorge passou por ela em direção à sala de jantar e pediu à Joana que servisse o jantar.

Natália sentou-se na mesa e tentou várias vezes explicar o que disse, mas não sabia a melhor forma de se explicar.

Jorge não a olhou nenhuma vez, somente disse quando ele terminou a sua refeição:

- Venha comigo.

Natália largou faca e garfo e o acompanhou até o escritório.

Jorge sentou-se em sua mesa, deixando o documento que ela tinha traduzido na mesa e olhou para ela de forma inexpressiva.

- Você entende atalaico?

Natália gesticulou, concordando.

Jorge perguntou, curioso:

- Por que você aprendeu essa língua, ela não é comum ao redor do mundo.

Doía muito relembrar o lugar onde ela havia vivido por oito anos.

É que ninguém poderia entender essa dor, apenas ela sabia o quão miserável e insuportável foi esse período.

Ela realmente não queria expor isso para outras pessoas.

Deu um sorriso quase natural, disse:

- Aprendi porque eu gosto.

Jorge franziu. Ela escondia bem suas emoções, mas o sofrimento que ela tentava esconder não escapou de seus olhos.

O que ela estava escondendo? O que ela estava encobrindo?

- Venha mais próximo.

Natália estava muito resistente. Ela não compreendia o caráter dele, mas tinha que se envolver com ele.

Tentava se mover devagar.

Jorge colocou um documento na frente dela, disse:

- Já que você conhece atalaico, traduza esse documento para mim.

Natália olhou para baixo e viu que estava escrito Grupo Maré, no canto superior direito da pasta.

Na noite passada, ela estava tão focada em traduzir o documento que ela não notou esta marca.

Não conseguiu evitar a pergunta:

- Você já não recrutou um tradutor?

Jorge levantou suas sobrancelhas um pouco.

Natália pegou o arquivo e sussurrou:

- Eu me candidatei para o trabalho de tradutor em sua empresa e, no início, eles estavam bastante satisfeitos comigo, mas por algum motivo me disseram que eu não serviria para o cargo.

- Foi isso? - Cada palavra, cada expressão em seu rosto instigava e escondia um significado ainda maior.

Natália não precisava mentir.

- Eu posso traduzir este documento para você, mas… - Natália não queria se beneficiar disso, não era gananciosa, mas não tinha nada, então aproveitou a chance.

Jorge olhou para ela de forma tranquila e avisou antes de ela poder falar:

- Se você vai falar sobre o terreno na Baía Rosa, eu não posso concordar com isso. O Grupo Flores não conseguiria lidar bem com isso.

Natália queria de fato dizer isso, não para agradar Santiago, mas para que ela mesma tivesse o poder de negociar com ele.

É óbvio que Jorge recusaria agora.

Uma tradução por um lote de terreno, é claro que não seria possível.

- Me pague pelo serviço. - Como ela não podia pedir o dote de sua mãe neste momento, ela precisaria ganhar algum dinheiro para garantir o sustento de sua mãe e do bebê mais tarde.

Natália passou as páginas do documento, contou mais de vinte páginas.

- Não quero cobrar caro, cem por folha.

Jorge não disse nada.

A Família Ribeiro precisava tanto de dinheiro assim?

Como era possível o comportamento dela ficar cada vez mais imprevisível?

Jorge não falou, Natália tentou convencê-lo:

- Isso não é caro, se você acha que é caro, eu… posso cobrar menos.

- Não, faremos como quiser.

- Tudo bem. - Natália pegou os documentos e disse:

- Não consigo fazer tudo em pouco tempo. Vou levá-los para o meu quarto, traduzir e devolver para você.

- Espere.

- O que foi?

Natália olhou para ele, confusa.

Jorge parecia dar um aviso com seus olhos.

- Eu quero que você entenda uma coisa.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O Vício de Amor