O Vício de Amor romance Capítulo 138

Quando se virou, viu Jorge de pé atrás dela, ele estava contra a luz então não era possível ver sua expressão, somente sua silhueta.

A recepcionista pegou o cartão de Jorge:

- Somando, fica um total de 1800 dólares.

- Opa, opa, então o carro é pra Natália. - Marcelo se aproximou enquanto Natália abaixava a cabeça, guardando o cartão de volta e perguntou baixinho:

- Você vai voltar?

Marcelo respondeu antes que Jorge pudesse responder:

- Ainda tá cedo, pra que ir pra casa? Além disso... - Ele apontou para Jorge e Natália:

- Vocês ainda me devem um drinque do casamento, então podem me compensar hoje.

Jorge não reclamou; seus olhos se escondiam sob uma luz indescritível.

Natália se sentiu estranha, especialmente com a forma como Marcelo se dirigiu a ela.

- Eu não vou, podem ir na frente. - Natália tentou afastar seu rosto e sair quando Jorge agarrou seu pulso:

- Me espere.

Natália tentou se soltar, mas ele pegou forte demais e ela não conseguiu.

Neste momento, a recepcionista terminou de fechar a conta e entregou o cartão com a conta:

- Ficou um total de 2416 dólares.

Jorge guardou sua carteira e disse:

- Vamos lá.

Marcelo não quis deixá-los ir e parou na frente deles:

- Eu não vou deixar vocês saírem daqui até que vocês me comprem uma bebida hoje.

Marcelo inclinou a cabeça, queria mostrar sua superioridade na situação.

Renata estava atrás deles, em silêncio, tentando ficar fora do caminho, mas Marcelo a viu no espelho, tentando se esconder.

Marcelo a viu saindo com Natália, o que significava que elas se conheciam, foi até lá e a puxou:

- Não vá.

Renata estava em choque e o olhava, assustada.

- Não tenha medo, você é amiga da Natália, né? - Marcelo sorriu, seus dentes brancos deslumbrantes na luz.

Renata olhou Natália e acenou com a cabeça:

Eu sou a assistente da Sra. Natália.

- Ah, e o que vocês fazem?

- Somos designers de moda.

- Bem, então, por coincidência, estou querendo encomendar um terno.

- Muito bem, volte quando abrirmos nossa loja depois de amanhã. - Renata respondeu com um ar de bondade.

O que?

Marcelo piscou:

- Vão abrir uma loja depois de amanhã?

Renata gesticulou que sim.

Marcelo passou um braço ao redor de Vanderlei, que estava assistindo perto deles, o puxou pelo pescoço e disse:

- É claro que devemos visitar a loja da Natália quando abrir, e você vai achar tempo pra ajudar ela nesse dia.

- Ótimo. - Vanderlei respondeu.

Ele acha que Jorge e Natália estão divorciados, mas como têm filhos, seria uma questão de tempo para que reatassem o casamento, parecia que Jorge até se importava.

Mesmo se não tivesse tempo, deveria dar um jeito de ir e ajudá-las na abertura.

Marcelo sorriu, mostrando os seus lábios rosados e belos dentes brancos:

- Natália, não vou sair daqui até que me sirva um drinque do casamento.

Ele está agindo de forma descarada.

Natália ficou incomodada.

Ela olhou para Jorge, esperando que ele fosse dizer algo sobre ele como amigo.

E não causar dificuldade para ela.

Que drinque do casamento?

Que casamento?

Jorge fingiu não ver, segurando e brincando com a mão dela.

Ele não fez nenhum comentário sobre a fala de Marcelo sobre o drinque.

Não houve nada quando ele se casou com Natália, nenhum de seus bons amigos conheceu ela.

Natália achou graça das piadas de Marcelo.

Ele não quis apresentá-la antes porque ele não estava interessado em Natália.

E que o casamento não era o que mais queria.

Mas agora a situação mudou, ele queria manter o casamento e manter a mulher.

Até disposto a assumir ela a todos.

Marcelo e Vanderlei eram ambos bons amigos dele.

É bom que eles saibam.

- Tá bom então, se ela está ocupada, eu e o Van vamos tomar um drinque com essa mocinha aqui. - Marcelo puxou Renata pelo braço e saíram.

- Sra. Natália, - Renata gritou em pânico.

- Espere um minuto. - Natália foi obrigada a concordar.

- Deixa ela ir.

Marcelo estava fazendo isso de propósito, uma mulher que Jorge admiraria não devia ser tão ruim assim, mas não assistiria sua assistente ser arrastada de lá e não faria nada a respeito.

Acontece que ele fez a coisa certa.

Ele largou Renata.

Renata deu dois passos para trás, afastando-se dele.

Como se Marcelo fosse algum tipo de monstro assustador.

- Vamos lá, eu vou escolher o lugar, por minha conta. - Marcelo estava de bom humor, Vanderlei derramou água fria sobre ele:

- Resolveu ser gente boa hoje?

Ele nunca paga a conta quando Jorge estava com eles.

Marcelo olhou para ele e disse:

- Não tira uma com a minha cara na frente de uma garota bonita assim, sou generoso.

Vanderlei sorriu e entrou no carro dele.

- Entra no meu carro. - Marcelo acenou para Renata.

Renata acenou com a mão:

- Não, não, podem ir, eu vou ficar de fora.

- Eu não mordo, tá com medo de que? - Marcelo sorriu.

Renata recusou:

- Eu tenho coisas para fazer.

Ela deu uma desculpa aleatória.

Se despediu de Natália após dizer isso:

- Sra. Natália, já estou indo.

Natália respondeu:

- Se cuide.

Renata agradeceu e, enquanto descia a rua, percebeu que estava em uma situação complicada, nenhum táxi passava por ali e todos que vinham estavam de carro.

Ela havia emprestado o carro para Annie. O que iria fazer?

- Vamos lá, não há nenhum táxi para você aqui. - Marcelo parou ao lado dela.

Renata queria ir à Natália, no entanto, dessa vez, Natália já estava no carro de Jorge.

- Não quer incomodar o casal, não é?

- Não.

- Então vem comigo, vou te dar uma carona.

Renata hesitou:

- Não precisa, obrigada.

- Tem certeza?

- Eu tenho certeza.

Renata afirmou.

Ela não era cega, era óbvio que eles não eram um grupo de pessoas simples, e ela não tentaria importunar essas pessoas facilmente.

Vanderlei parecia honesto, mas Marcelo parecia bem exagerado.

Ela não queria se envolver com ninguém daquele jeito.

O entusiasmo de Marcelo foi derrubado após ter sido rejeitado tantas vezes.

Ele subiu a janela e olhou Renata mais uma vez.

Achou interessante que esta mulher era tão cuidadosa.

Ele não era um cara mau.

Por que ela está tomando cuidado com ele como se ele fosse um ladrão?

Os carros se foram e Renata não tinha escolha a não ligar para que Annie fosse buscá-la.

O local era um bar bem elegante, escolha de Marcelo.

Era um lugar animado, o topo da debochada vida noturna, onde tomar um drinque era apenas o começo.

A ampla sala privativa no segundo andar oferecia uma ótima vista completa de todo o bar, em especial da pista de dança no primeiro andar, onde homens e mulheres se misturavam com as luzes de néon coloridas, música alta e alto astral.

Marcelo estava no parapeito do segundo andar com um copo na mão, balançando a perna com um olhar triste.

Vanderlei tinha se acostumado a o ver dessa forma.

- Se comporte. - Ele lembrou Marcelo.

Natália estava aqui hoje.

Marcelo ficou chocado que ele tinha ido longe demais e rapidamente se sentou para parecer menos triste:

- Olá, Natália, eu já me apresentei da última vez, você já me conhece, né?

Natália aproveitou a oportunidade enquanto arrumava seu cabelo para esconder a vergonha, dizendo:

- Sim.

- Este é o Vanderlei, - Marcelo sorriu, com seu braço sobre os ombros de Vanderlei:

- Mesma relação que tenho com o Jorge.

Vanderlei deu uma cotovelada na costela dele:

- Eu não falo pra caramba? Preciso que você fale por mim?

- Acho que você não vai ser capaz de falar claramente. Você ficava envergonhado quando falava com as meninas na faculdade... Que dor...

- Não doeu nada, eu não senti. - Vanderlei já estava acostumado, mas Marcelo não resistiria a tanta força.

Os olhos e o nariz apertados de dor.

Natália percebeu que não era um golpe de verdade, era só uma demonstração de carinho.

Ela chegou mais perto de Jorge e sussurrou:

- Eu estou indo para o banheiro.

Jorge a soltou, dando uma resposta positiva.

Natália levantou e saiu, seguindo as instruções para encontrar o banheiro.

Infelizmente, ela entrou assim que alguém saía e se esbarraram na porta.

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