O Vício de Amor romance Capítulo 141

Eles retornaram à mansão e entraram, Natália lhe entregou a chave do carro:

- O carro ainda está no hotel.

- Eu vou deixar Lucas dirigir.

Ouvindo um barulho, Mariana virou a cabeça do sofá pra vê-los, deslizando para fora e correndo para abraçar não a Natália, mas a Jorge, inclinando a cabeça:

- Papai, por que chegou em casa tão tarde, já jantou?

O rostinho rosado e delicado como jade da garota, era inocente, e ela olhou para ele com olhos grandes e claros, como um anjo.

Jorge a pegou e disse, paciente:

- Eu comi com sua mãe.

Uau, os olhos de Mariana brilhavam, mamãe e papai estão tão próximos assim?

Eles saíram para um encontro?

Tão feliz.

- Mamãe, é verdade o que papai disse?

Natália se recompôs e sorriu:

- Sim, é verdade.

- Então, da próxima vez, papai e mamãe podem me levar junto para jantar? - Mariana agarrou o colarinho de Jorge e segurou firme com suas mãos, olhando para ele esperançosa.

Jorge olhou para baixo para as mãozinhas agarradas ao seu colarinho, antes passado, agora bagunçado e emaranhado.

Ele não ficou bravo, ao contrário, ele tinha um sorriso em seu rosto:

- Vamos ver se sua mãe se comporta.

Como assim?

O que ele queria dizer?

Mariana também não entendeu o que significava, e com grandes olhos redondos que piscavam como uvas, ela perguntou, inocente:

- O que isso tem a ver com a mamãe?

Natália pareceu desconfortável e teve alguns momentos de vergonha antes de pegar a filha:

- Mamãe vai te colocar na cama.

Mariana envolveu o pescoço de Jorge com os braços, não queria acompanhar Natália.

Joana estava de pé na porta do quarto:

- A garota vem falando disso o dia todo, perguntando a todo momento quando o pai chegaria em casa, nem foi dormir no horário correto, sentou no sofá da sala e ficou esperando.

Jorge disse que as crianças não eram dele, mas por que eram tão próximos?

Ela acredita que sangue é mais forte que tudo.

Como poderiam essas crianças estarem tão próximas dele se não tivessem nenhuma relação com ele?

- É mesmo? - Jorge apertou as bochechas dela, que eram macias e fofas, ótimas de apertar.

A pequena se enterrou nos braços dele como se estivesse envergonhada.

Joana ri, pensando com ela mesma que se parecem exatamente como um pai e uma filha.

- Tá ficando tarde, durmam cedo também. Matheus já está dormindo no quarto de Fernanda. - Joana disse a Natália.

Natália assentiu:

- Eu vou dar uma olhada nele.

- Tudo bem. - disse Joana enquanto entrava em seu quarto.

Natália estava prestes a abrir a porta do quarto de Fernanda quando Mariana proferiu:

- Hoje vou dormir com o papai.

Natália fez uma careta.

Sem esperar pela resposta dela, Jorge carregou a pequena escada acima, dizendo a Natália:

- Você vem mais tarde.

Natália estava prestes a recusar, mas quando viu Mariana nos braços dele, engoliu suas palavras.

Ela abriu a porta do quarto de forma gentil, uma lâmpada de cabeceira ligada. Fernanda ainda estava acordada e Matheus estava aconchegado em seus braços, dormindo profundamente.

Natália andou até eles e primeiro olhou para os machucados do filho, o inchaço em seu rosto tinha diminuído, apenas o ferimento da cabeça ainda não tinha se curado totalmente. Ela acariciou gentilmente o rosto do filho adormecido.

- Ele melhorou bastante. - Fernanda sussurrou. - Não se preocupe.

Ela estava preocupada com Natália.

- Você tem que pensar em você mesma. - Não era apropriado ficar para sempre ali.

- Eu sei. - Natália não considerava que essa mansão fosse o melhor lugar para ela se estabelecer por muito tempo, mas Aline era tão hostil que ela não sabia se não aconteceria algo novamente, e pela segurança dos seus filhos, ela tinha que ficar ali por agora.

- Nós voltaremos quando for seguro, ou encontraremos uma casa nova.

- É bom que você tenha um plano, eu percebi que Mariana está se apegando muito a ele e eu temo que se ficarmos por mais tempo...

Natália também estava preocupada e se esticou para pegar a mão de Fernanda:

- Mãe, também estou preocupada, mas é impossível separar a Mariana dele agora.

A esse ponto, Mariana está gostando, e a impedir de ter contato com Jorge agora é simplesmente impossível.

- Eu sei. - Sobre isso, Fernanda sabia mais que Natália. Mariana tinha passado o dia inteiro chamando o pai como se fosse enlouquecer.

Ela deu um suspiro profundo.

- Está ficando tarde, durma cedo.

- Tá bem. - Natália olhou para o filho mais uma vez.

- Não se preocupe, eu estou aqui.

Natália acariciou o cabelo do filho antes de deixar o quarto, a grande sala tão vazia que até mesmo o cair de uma agulha poderia ser ouvido. O relógio na parede marcava a meia noite. Ela foi até o banheiro, tomou um banho e colocou um pijama comportado antes de subir as escadas.

Jorge também tinha tomado banho e estava deitado na cama em suas roupas beges caseiras, com Mariana enrolada em seus braços, as mãozinhas brancas tocando o peito dele.

É o hábito de Mariana.

Natália se aproximou:

- Eu vou dormir com ela em meus braços.

- Tudo bem, você é a única que pode pegar ela. - Jorge esteve sem palavras por um longo tempo. Ele não fazia ideia do hábito que a pequena tinha, as mãos dela tinham que estar em seu peito, e se ele não a deixasse fazer aquilo, ela não dormia.

Toda vez que ele se movia, ela acordava.

Natália pegou a mão dela gentilmente e só se moveu quando a pequena acordou:

- Mamãe, o que você tá fazendo?

- Levando você para a cama.

- Eu quero que papai me abrace, é só que...

Natália ficou curiosa e perguntou:

- Só que o quê?

Mariana fez bico, com um pouco de queixa:

- Por que os peitos do papai são retos e tão firmes?

Os da mamãe são macios.

Jorge ficou em silêncio.

Natália também não sabia o que dizer.

Como ela pode explicar isso?

- Mariana, você vai vir ou vou ter que te carregar para a cama? - Natália tentou a coagir a dormir com ela.

Não é bom que fique agarrada a Jorge daquela forma, afinal, ele não era pai dela.

Cedo ou tarde, eles teriam que se separar, e estando tão próximos agora, seria doloroso quando se separassem.

Mariana estava um pouco dividida.

Queria que Natália a abraçasse e dormisse, mas tinha medo que o papai desaparecesse.

Ela contorceu o rostinho em uma careta confusa. A mamãe não a diria não, mas o papai provavelmente a abandonaria, ela teria que se agarrar a ele.

- Eu quero que o papai durma comigo em seus braços. - Mariana se enterrou nos braços de Jorge, a mão continuando a descansar no peito dele e murmurou:

- Mas o da mamãe ainda é mais macio.

Jorge não tinha ouvido bem e perguntou:

- O que você disse?

- Eu disse que os da mamãe eram macios e tinham leite, e eu vivia nos peitos da mamãe quando era pequena.

De repente, o rosto de Natália avermelhou até o pescoço.

Do que essa criança tava falando?

É dito que não se deve se ofender com o balbuciar de uma criança, mas depende de quem está na sua frente.

Jorge tinha um sorriso no canto dos olhos, seu olhar quente foi direto para os peitos dela, um traço de brincadeira em seu tom:

- É assim mesmo?

Mariana assentiu sem parar:

- É claro.

Jorge sorriu, os cantos dos seus lábios subindo, a luz brilhante refletindo em sua pupilas com maldade impetuosa:

- Não acredito no que você disse. Eu acredito que o que você vê pode ser falso, mas o que você toca é verdadeiro.

- Mamãe, deixa o papai tocar…

- Jorge! - Ele poderia ser ainda mais sem vergonha?

Ele não pode se conter na frente da criança?

- Não vá tão longe! - Natália estava tímida e queria abrir um buraco no chão.

- Foi sua filha quem disse. - O sorriso no rosto dele cresceu. - Está com raiva de mim, isso é certo?

Natália tremeu inteira.

Olha para ele com raiva.

- O que ela sabe sendo que é uma criança? Ela diria aquilo sem que você a guiasse?

Jorge esticou as duas mãos em desespero.

- Que seja, foi sua filha quem disse.

Mariana se encolheu de medo, ela raramente viu Natália com raiva, e com uma expressão tão séria era a primeira vez. Seus olhos avermelharam e lágrimas caíram.

Mariana chorou.

Natália se apressou em consolá-la:

- Mariana, não fique com medo, a mamãe não está gritando com você.

Mariana soluçou suavemente.

Natália a tomou em seus braços e acariciou a costa dela:

- Mariana.

Natália beijou o rosto dela, o cabelo, a testa:

- Mariana, mamãe não quis dizer aquilo, não gritei com você. Eu te assustei?

Mariana concordou.

Natália continuou a consolá-la:

- Não tenha medo, não tenha, a mamãe não vai gritar com você.

Mariana limpou as lágrimas e olhou para Natália:

- Estou com sono.

- Eu vou dormir abraçada com você.

- Está tudo bem ficar com o papai?

Natália ficou quieta.

Mariana pensou que ela não quisesse deixar, seus olhos avermelharam e se encheram de lágrimas novamente.

- Tá bom. - Natália concordou e carregou a filha para a cama, assim Mariana estava no centro da cama e ela deitou-se no lado externo. Natália era magra e Mariana pequena, as duas não ocupariam muito espaço quando se deitassem em uma cama gigante e quase toda reservada só para Jorge.

Ele deitou, olhando para o teto em silêncio.

- Mariana, você não quer o papai?

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