O Vício de Amor romance Capítulo 150

Ele franziu os lábios e disse:

- Está com calor?

Natália percebeu que ele olhava sua saia que ela havia levantado para dirigir.

Ela estava prestes a explicar quando Jorge abriu a porta do carro para ela e colocou seu paletó sobre as pernas dela, dizendo:

- Entre.

Como ele havia acabado de retirar o paletó, ela ainda conseguia sentir o calor do corpo dele e o perfume único e suave.

Natália se lembrou da visita de Divino à loja enquanto entrava no carro, perguntou:

- Ouvi dizer que Divino estava comentando de reverter o caso, não vai fazer isso agora, vai?

Jorge a encarou e disse:

- Ele veio falar com você?

Natália gesticulou e disse:

- Veio.

- Isso não é apropriado. - Afinal, Anderson havia acabado de ser preso e, agora que descobriram um homicídio no caso da Aline, esse conflito estava ficando cada vez maior.

Não temiam a família Werner, mas tinham as suas regras.

Osvaldo parecia insatisfeito com ele da última vez. Não tinha como saber o que estava acontecendo por trás.

- Não se preocupe, não vai dar errado, só não é a hora certa.

Natália se sentia aliviada porque, por mais que esse caso fosse de interesse dela, não era tão importante quanto era para Divino. Mesmo que o irmão dele fosse julgado culpado, não sofreria pena de morte.

Jorge segurou na mão dela.

A enorme mão dele parecia ter uma mágica, capaz de acalmar Natália.

- Não vai precisar aparecer quando for a hora. - Jorge já tinha imaginado que Divino deveria ser o único presente.

A família Werner já havia um filho na prisão, se a filha ficaria presa também, seria um verdadeiro tapa na cara.

Eles não segurariam toda essa raiva, a família Werner teria sua vingança em quem cruzasse seu caminho.

Ele não podia deixar Natália no centro das atenções.

- Tudo bem. - Natália não pensava da mesma forma, mas seu problema com Aline já se arrastava há muito tempo.

Ela encostou no banco e fechou os olhos, estava um pouco cansada.

O clima no carro ficou quieto, cada um pensando em seus próprios problemas, sem falar um com o outro.

De repente, Natália se lembrou de algo e perguntou a Jorge:

- Como está a Fátima? Você descobriu alguma coisa? Por que ela apareceu de repente? Alguém deu ordens para ela?

Jorge desviou o olhar, mas disse ainda sem olhar para ela:

- Ainda estão investigando.

Ele não precisava comentar nada sobre a morte de Fátima para que ela não pensasse demais nisso.

Ele investigaria primeiro como ela morreu e quem a tirou da cadeia.

Natália acenou que entendeu e reclinou no banco para continuar descansando, mas seu celular tocou e ela tomou um susto, como se tivesse tomado um choque. Ao desbloquear a tela, viu outra foto dela recebendo dinheiro das mãos da Dona Marinalva.

Seguida de uma mensagem: “Você pegou o dinheiro, vendeu seu corpo, ficou grávida por acidente e nem mesmo quer saber quem é o pai de seu filho?”

Ela começou a tremer e sua mente se inundou com pensamentos enquanto digitava: “Quem é você, por que está fazendo isso e como sabe sobre isso?”

Desta vez, ela quase não hesitou e enviou a mensagem.

- O que aconteceu? - Jorge percebeu seu desconforto.

Natália não conseguia se controlar, ficou sem ar, mentiu:

- Renata me perguntou uma coisa sobre o trabalho.

Jorge não duvidou, olhou para o seu rosto e disse:

- Me diga se estiver acontecendo algo.

- Tudo bem. - Natália abaixou a cabeça.

Como poderia contar isso para ele?

Dizer que se prostituiu?

Que vendeu o próprio corpo?

Ela não sabia o que essa outra pessoa tinha em mãos, temia que tudo de ruim daquele ano fosse exposto.

Especialmente na frente de Jorge.

Afinal, ela estava incerta e desconfiava de Jorge.

Ela não sabia o que Jorge estava aprontando.

Será que não se importava mesmo que ela não era virgem?

Não se importava que ela tinha filhos?

Ele evitava falar sobre isso.

Não é que ele não se importava.

Ele apenas ignorava tudo isso.

Logo veio outra mensagem.

Natália tocou no celular.

“Relevante.”

Uma simples palavra, mas que a acertou como um golpe repentino.

Um relevante?

O homem daquela noite?

Natália entrou em pânico.

Naquele momento, Aline estava em uma mesa de bar com uma meia garrafa de vinho.

Mordeu os lábios ao mandar outra mensagem: “Quando quiser me ver é só mandar uma mensagem. Fiquei sabendo que inaugurou sua loja hoje, parabéns.”

O mal-estar tomou conta do seu corpo, ela não sabia nada sobre essa outra pessoa, mas essa pessoa conhecia tudo sobre ela.

Ela se sentia mal, como se estivesse sendo observada discretamente.

Saber que existia alguém capaz de aparecer e acabar com a vida dela, do nada, era perturbador.

Antes que pudesse se distrair disso, o carro estacionou na mansão.

Estacionou próximo a um carro que não pertencia a nenhum deles dois.

Jorge franziu ao ver aquele carro estacionado.

- Sr. Jorge - disse Manoel, de pé em frente à porta, como se esperasse por eles.

Os recebeu logo que os viu chegando.

- Qual o motivo da visita deles? - Sua voz soou um pouco fria.

Eles raramente vinham, mas dessa vez Jorge ficou mais incomodado com essa aparição repentina.

Manoel sorriu:

- Há um motivo.

Olhou para Natália e disse:

- Essa deve ser a Sra. Marchetti.

Natália ficou muda; sem palavras.

Não sabia como responder sobre o tratamento.

- Vamos lá, eles estão esperando por vocês lá dentro. - Manoel sorriu e foi abrir a porta.

Natália, no entanto, parou e olhou para Jorge:

- Seus pais estão aqui?

Jorge não respondeu, aparentemente eles estavam ali.

- Eles raramente vêm aqui. - Parecia sentir repulsa àquela situação, pela forma que falou.

Embora conhecesse Sonia, Natália parecia nervosa já que ainda não conhecia o pai dele.

Um nervosismo de ser a “nora feia” encontrando o sogro.

Vendo sua hesitação, Jorge pegou em sua mão:

- Estou com você, não estou? Do que tem medo?

- Quem está com medo? - Natália não admitiu.

Mas, por dentro, estava em pânico.

Ela não sabia por que eles tinham vindo.

No bar.

Aline bebia o vinho sozinha, entediada. Mandou mais duas fotos para Natália de seu celular, mas dessa vez eram de Matheus e Mariana.

Eram os últimos dias de fotos.

Dessa vez ela estava totalmente preparada.

Ela sabia que Natália se importava muito com seus dois filhos.

Agora que as crianças viviam na mansão de Jorge e tinham seguranças quando saíam, ela não tinha como fazer nada com eles, mas conseguia tirar algumas fotos escondida.

Terminou o vinho e digitou a mensagem.

“Os seus filhos são bonitos, se parecem com você e com o pai.”

A mensagem chegou no telefone de Natália e, quando leu, entrou em pânico novamente quando viu o conteúdo.

Como tirou uma foto de Matheus e Mariana?

Estava sendo espionada?

Ficou assustada ao perceber que um estranho sabia de tudo sobre sua vida.

Não tinha como ficar calma, agora isso tocou na segurança de seus dois filhos.

- O que aconteceu?

Jorge viu Natália parada, sem ação.

Ela olhou para Jorge, e ficou em silêncio por algum tempo, mas disse:

- Eu esqueci algo na loja e eu tenho que ir buscar.

Com isso ela soltou a mão de Jorge.

- É tão importante assim? - Jorge duvidou ao olhar para o celular nas mãos dela.

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