O Vício de Amor romance Capítulo 156

Era como se Aline soubesse a razão pela qual eles tinham vindo ali. Ela sabia que este dia viria mais cedo ou mais tarde, só que não esperava que eles fossem tão rápidos.

- Por que é que lhe importa do que estou rindo? - ela parou de rir.

De repente, Vanderlei achou que esta mulher parecia louca.

- Onde está Natália? - disse a voz sombria que vinha da escuridão.

- Como é que eu saberia onde ela está? - Aline deu um sorriso leve.

- Você não consegue encontrá-la agora? Será que ela fugiu com aquele homem...

Antes que pudesse terminar a frase, sentiu um vento rápido passando por ela e duas mãos tão fortes quanto a tenaz de ferro agarraram seu pescoço, fazendo com que suas palavras inacabadas ficassem presas em sua garganta.

Ela mal conseguia respirar e seu rosto ficou vermelho.

- Diga, onde está Natália? - Os olhos de Jorge estavam vermelhos por causa do desaparecimento de Natália e do remorso pela falta de consciência e cuidado da sua parte.

Olhando para a cara furiosa de Jorge por causa de Natália, Aline sentiu vontade de rir.

No entanto, o riso que lhe saía da garganta era como um fole quebrado, produzindo apenas um barulho duro e desagradável.

Jorge agarrou o pescoço dela com mais força, não deixando quase nenhum espaço para ela respirar. Parecia que se ela não dissesse, ele iria estrangulá-la até a morte!

Vanderlei percebeu que a situação estava se tornando mais grave, Jorge de fato queria sufocar Aline.

Então, ele tentou convencer o homem de imediato:

- Agora, o mais importante é encontrar Natália. Aline é a pessoa chave, se ela morresse, como poderíamos saber o paradeiro de Natália?

- Se ela morrer, não vamos conseguir encontrar Natália! - vendo que Jorge não queria largar Aline, Vanderlei continuou a persuadi-lo.

Jorge tinha perdido o todo controle, mas tinha que admitir que Vanderlei tinha razão naquele momento, que era mais importante encontrar Natália o mais rápido possível.

Ele a jogou com força e, assim, Aline caiu sobre as escadas. Sua testa bateu num ângulo da escada e, após dores intensas, ela sentiu uma corrente quente fluir pela testa.

Voltando a tomar fôlego, ela abriu a boca e respirou profundamente.

Vanderlei não lhe deu mais tempo para aliviar a dor do sufocamento de alguns minutos atrás. Ele a levantou do chão e a jogou para dentro do carro:

- Vou ver se você tem a mente mais teimosa ou eu tenho as táticas mais fortes.

Vanderlei já tinha interrogado todos os tipos de criminosos e não achava que aquela mulher fosse tão teimosa que ele nem conseguiria obter as informações.

Desta vez, Vanderlei se apressou a entrar no carro:

- Eu dirijo.

Ele não se atrevia a deixar Jorge conduzir mais, era muito assustador.

O rosto de Jorge estava sombrio e ele não disse nada, só queria achar o paradeiro de Natália o mais rápido possível.

- Coronel Vanderlei - quando Vanderlei estava prestes a levar Aline embora, Osvaldo saiu da casa.

- Não é apropriado levar um membro da família Werner assim, não? Que crime ela cometeu? Você deve me mostrar as provas.

Osvaldo estava furioso que Aline estivesse sempre causando problemas, mas se ela fosse levada pela polícia assim, seria uma vergonha para a família.

Ele tinha saído, não pela preocupação com a segurança de Aline, mas pela reputação da família Werner.

- Não se preocupe, Presidente Werner. Não vou pegar nenhuma pessoa inocente por engano, nem vou deixar escapar nenhum criminoso. Caso esteja levando a pessoa errada, mais tarde, venho aqui pessoalmente pedir desculpas.

Dito isso, Vanderlei pisou no acelerador e o carro partiu como um vento rápido, passando por Osvaldo e desaparecendo depressa de sua vista.

Ariel estava ao lado de Osvaldo:

- Desta vez, vai ficar tudo bem?

Ele não tinha a certeza.

Osvaldo também não tinha:

- Vá investigar sobre isso, o que ela fez desta vez?

Parecia que ele nem tinha força para ficar zangado.

- Tá, vou descobrir sobre isso o mais rápido possível - dito isso, Ariel entrou no quarto para trocar de roupa.

Por outro lado, Aline foi levada para a sala de interrogatório.

A sala não era muito espaçosa, com uma luz branca no teto e uma mesa no meio, com Aline posicionada no lado oposto desta.

Vanderlei lhe mostrou o vídeo dela visitando Fátima.

- Diga, por que você foi ter com ela?

- A pessoa no vídeo está com máscara, como é que você sabe que fui eu? - Aline parecia surpreendentemente calma.

Vanderlei soltou um riso frio:

- O nosso pessoal técnico fez uma análise e é você neste vídeo, com certeza.

- Então, o que há?

- Por que você foi ter com ela?

- Não posso visitar minha amiga? - questionou Aline.

Vanderlei estreitou os olhos. Sua atitude mostrava que ela já estava preparada para o interrogatório.

Ele receava que não conseguisse obter nenhuma informação, continuando a interrogá-la desta maneira.

Ele acenou com a cabeça:

- Tudo bem - dito isso, levantou o polegar para Aline -, eu não sabia que você tinha a língua afiada.

No passado, quando ela estava com Jorge, Vanderlei a conhecia e achava que era uma boa mulher, não esperando que ela se tornasse numa pessoa odiosa.

Tudo o que se passava na sala de interrogatório aparecia no monitor, na sala de vigilância.

Jorge estava sentado à frente da tela e tinha visto com clareza o que havia acontecido na sala de interrogatório.

Era óbvio que Aline estava bem preparada para o interrogatório, caso contrário, não estaria tão calma e capaz de responder às perguntas de Vanderlei com tanta fluência.

- O que devemos fazer? - perguntou Vanderlei, de pé na porta da sala de vigilância.

Com esta pergunta, ele estava, de fato, tentando testar a atitude de Jorge.

Era óbvio que as maneiras simples não funcionavam com Aline e ele tinha que tomar táticas mais fortes, só que ela tinha estado com Jorge no passado e, portanto, Vanderlei queria ver se ele ainda sentia algo por ela.

- Você não precisa me testar - dito isso, seu tom de voz se tornou mais ameaçador -, não me diga que você nem consegue obter informações da boca de uma mulher.

Vanderlei ficou mais descansado. Com essas palavras de Jorge, ele já não tinha mais preocupações.

Vanderlei voltou à sala de interrogatório:

- Você sabe o que eu acabei de fazer?

Sem esperar a resposta de Aline, ele continuou dizendo:

- Fui estar com Jorge. Eu lhe perguntei se ainda sentia algo por você. Se ele ainda tivesse algum afeto, eu seria misericordioso com você, caso contrário...

Não foi dita a segunda metade da frase, mas ambos sabiam o que queria dizer.

Aline sabia que Jorge não sentia nenhum afeto por ela, apenas crueldade.

No entanto, ao ouvir as palavras de Vanderlei, ela ainda tinha algumas expectativas.

Ela não pôde deixar de apertar as mãos e perguntou, com a voz trêmula:

- O que é que ele disse?

Vanderlei sorriu:

- Eu só acho que você é patética. Foi você quem esteve com Jorge primeiro, mas por que você se tornou assim agora?

Pois, ela tinha conhecido Jorge primeiro, por que é que as coisas chegaram a este ponto?

- Já ouviu falar de um ditado? - perguntou Vanderlei.

- Que ditado?

- Se você não quer que as pessoas saibam, não o faça, em primeiro lugar. Você bem tinha a oportunidade de ficar ao seu lado, mas fez esses truques maldosos. Ele podia aguentar você uma vez, depois duas ou três vezes, mas a tolerância das pessoas tem um limite e quando se ultrapassa esse limite, ele não hesitará em abandonar você.

- O que é que você quer dizer com isso? - Aline mudou de expressão facial.

- Eu só quero dizer que é importante ser uma pessoa bondosa e a beleza às vezes não vale nada. Se você tem um coração maldoso por dentro, então, por mais linda você seja no exterior, ninguém vai querer apreciar sua beleza.

Aline começou a rir, como se fosse uma louca:

- Vanderlei, chega, pare com esses truques. Eu sei que você está apenas tentando obter o paradeiro de Natália da minha boca, não é?

Enquanto falava, ela levantou a cabeça e olhou para o monitor, na parede. Ela sabia que Jorge estava vigiando tudo através do monitor e que ele podia ouvir as palavras dela com certeza.

Fixando o olhar no monitor, ela disse, palavra por palavra:

- Eu não sei onde ela está. Mesmo que saiba seu paradeiro, não vou contar, porque a odeio. Tenho tanto ódio dela que quero que ela morra e, na verdade, talvez já tenha morrido.

Vanderlei franziu a testa:

- Não tem mais vergonha, não?

Aline começou a rir:

- Você não tem provas. Se ousar me tocar, eu vou processar você!

- Aline, você não me conhece nada - Vanderlei também ficou sério.

Som de batida.

A porta da sala de interrogatório foi aberta de repente com um chute!

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