O Vício de Amor romance Capítulo 17

Jorge acenou levemente com a cabeça, seu queixo perfeito se apertou, e disse de forma monótona:

- Diga.

- Quando Santiago e Fernanda se divorciaram oito anos atrás, ele enviou a ex-esposa e filha para morar em Atalaia. Elas nunca voltaram nesses oito anos até não muito tempo atrás, quando foram buscados por Santiago.

Jorge franziu, era por isso que ela sabia atalaico, porque ela tinha vivido lá?

- É só isso? - É claro que só essa informação não o deixou satisfeito.

A voz de Lucas hesitou por um momento antes de abrir sua boca novamente.

- Depois que Fernanda foi enviada para Atalaia, ela deu à luz um menino que sofria de autismo e eram muito pobres, e o menino morreu em um acidente de trânsito antes de retornarem.

A expressão de Jorge ficava cada vez mais séria. A última vez em que chorou foi por causa de seu irmão?

Ainda queria saber sobre o bebê.

- Mais alguma coisa? Ela não tem um homem por aí?

- Não, apenas um psicólogo esteve perto dela. - Lucas olhou cuidadosamente as informações enviadas pelos investigadores de lá e comunicou:

- Nada de mais, não teve nenhum caso durante a faculdade e nenhum outro cara esteve perto dela.

Isso significa que o bebê em sua barriga só poderia ser do psicólogo.

Santiago foi buscá-la por causa do casamento arranjado e então se casar com outra pessoa?

A razão pela qual ela adora tanto dinheiro é porque ela vivia em uma vida pobre em Atalaia. É por isso que ela está pedindo dinheiro para traduzir documentos para ele e trabalhando em restaurantes para ganhar dinheiro.

Pensando dessa forma, Jorge entendeu todos os comportamentos estranhos de Natália.

Também compreendeu o que Anderson havia dito.

Estava confuso, olhou para trás e, em seguida, desceu as escadas e entrou em seu carro para ir embora.

No hospital.

Natália não havia comido nada ao meio-dia e estava com fome.

- Mãe, quero arroz doce. - Natália de repente queria comer algo doce.

Fernanda era experiente e sabia que a boca de uma mulher grávida preferia determinados sabores.

Disseram que ela preferiria azedos se fosse menino, picante se fosse menina, mas nesse caso Fernanda ainda não saberia dizer se era menino ou menina.

- Vou voltar e fazer para você. - Fernanda se levantou, mas se preocupou de deixá-la desacompanhada no hospital.

Natália parecia ver a preocupação de sua mãe e disse sorrindo:

- Estou bem, o médico disse que eu só preciso descansar.

Fernanda acenou com a cabeça e disse para ela descansar bem antes de sair do quarto.

Ao sair do carro, Fernanda caminhava em direção ao condomínio quando várias mulheres a interromperam.

Todos eram moradores deste condomínio.

Vivia ali há algum tempo, sem brigar com ninguém, Fernanda estranhou:

- O que vocês estão fazendo?

- Sua filha engravidou fora do casamento? Grávida de um bastardo, não é? - A primeira a falar foi uma mulher gorda de meia idade.

Era vizinha de Fernanda.

- Vocês pareciam pessoas decentes, mas eu não esperava que sua filha fosse desse tipo de gente. Você não disse que sua filha tinha apenas dezoito anos? - A mulher gorda estava com suas mãos na cintura, disse de forma agressiva.

Fernanda ficou com vergonha e sua voz tremeu:

- De quem você ouviu essa fofoca?

- Sua filha está ou não está grávida?

As mãos de Fernanda tremeram. Verdade, sua filha está grávida.

- Que vergonha!

- Pois é, se meteu com homens tão jovem, parecia uma menina inocente, mas acabou ser galinha!

- Isso, isso mesmo, fingindo inocência para manter aparências, fazendo sacanagem por debaixo dos panos.

- Calem a boca, quem mandou dizer isso? - Fernanda estava furiosa e retorceu seu rosto outrora suave.

- Teve coragem de fazer isso, agora vai ter que ouvir!

Fernanda cobriu seu peito com as mãos e defendeu sua filha:

- Minha filha não é esse tipo de pessoa!

Ela sentiu seu coração sendo rasgado, sua filha não era assim.

Por que julgar dessa forma?

- Não? Então por que ela está carregando um bastardo em sua barriga aos dezoito anos?

Fernanda estava sem palavras, mas a gravidez de Natália era um fato.

Ela sabia que ser solteira e grávida atrairia opiniões indesejadas, mas ela não esperava que elas fossem tão ofensivas em seus comentários.

- Sai da frente! - Fernanda as empurrou e entrou pelo portão.

Embora irritada por aquelas palavras, ela lembrou que sua filha ainda estava no hospital e suprimiu seu desconforto, cozinhou por ela.

Ela pensou ter escondido o rosto quando levou a comida para Natália no hospital, mas a filha percebeu.

- Mãe, você parece chateada.

- Estou bem. - Fernanda não queria que sua filha soubesse o que ela tinha ouvido hoje.

Natália olhou para Fernanda, que tentou esconder sua expressão; ela não conseguia mentir pois, quando o fazia, não conseguia olhar para as pessoas.

Obviamente, ela mentiu.

Natália não insistiu e comeu o arroz doce que ela entregou.

Era obviamente bastante doce, mas ela sentia apenas um sabor amargo.

Ela abaixou os olhos e disse:

- Mãe, eu terei alta amanhã e eu ficarei em casa com você por alguns dias.

Ela achou que Fernanda estava pálida porque sentia falta de seu irmão Nicolas.

É o que estava na mente da mãe.

Fernanda surpreendeu, recusou subitamente:

- Não.

O quão difícil seria ouvir aquelas palavras?

Natália se entristeceu:

- Mãe...

- Me escuta. - Fernanda fez uma cara séria:

- Casamento nominal ou não, você deve viver na casa da família Marchetti.

A reação de Fernanda era tão diferente que Natália suspeitava.

Ela não estava dizendo nada, nem sentia gosto de nada, engolia a comida por causa do filho.

Virava de um lado para o outro, sem conseguir dormir de noite.

Já era quase de manhã quando conseguiu dormir, mas foi apenas por um momento e ela acordou logo depois.

Pela manhã, Anderson chegou e Fernanda voltou para fazer comida para Natália.

Quando Fernanda saiu da ala, Natália saiu da cama e Anderson veio para ajudá-la.

Ela olhou para Anderson, disse:

- Acho que minha mãe está escondendo algo de mim.

- Como assim? - Anderson perguntou.

- Não sei, estou tentando descobrir. - Ela hesitou por um momento:

- Eu preciso de um favor.

- Pode pedir.

- Quero ir atrás dela.

Tinha que descobrir o motivo pelo qual ela não a deixou voltar a viver lá.

Antes, Fernanda tinha falado que queria que ela voltasse para casa, assim seria mais fácil cuidar dela.

Mas ontem ela reagiu tão intensamente.

Obviamente, não é normal.

Sua mãe era tudo o que ela tinha agora, e ela não podia deixar sua mãe sofrer em silêncio por algo que ela não sabia.

Anderson se certificou de que ela poderia ir antes de concordar.

A ida foi tranquila, Fernanda saiu do carro e foi em direção à casa.

Natália seguiu Fernanda.

Quando saiu do elevador, Natália viu a casa vandalizada, estava escrito “desvergonhada”, “cachorra” dentre outros insultos na porta, nas paredes, além de muita sujeira com tinta.

Fernanda ficou em frente à porta tremendo de raiva, perdeu o equilíbrio e caiu.

- Mãe!

Anderson se aproximou e pegou a Fernanda.

- Leve-a ao hospital primeiro.

Ela ficou irritada com esse vandalismo.

Natália chorava quando concordou.

A mãe estava com a saúde fragilizada devido à morte do filho e às consequências do acidente de trânsito que sofrera.

Agora ela desmaiou de choque, Natália estava bem preocupada por ela.

Fernanda foi enviada para a sala de emergência.

Natália ficou na porta como se ela tivesse perdido sua alma. Anderson andou e colocou seu braço ao redor de seus ombros para confortar ela.

- Não se preocupe.

Quando Jorge retornou para casa e descobriu que Natália ainda não havia retornado, ele pensou que ela ainda estava no hospital e dirigiu até lá.

Talvez fosse porque ele sabia que Natália tinha sido infeliz no passado, ou por causa de seu status como sua esposa, ele sentiu um pouco de compaixão por ela em seu coração.

Ele não a encontrou na ala quando a procurou no hospital, mas ao invés disso a viu no corredor, abraçada à Anderson.

Não conseguia ignorar um fogo que perfurava seu coração, um fogo que veio tão repentinamente que ele não sabia de onde vinha.

Sua voz estava fria:

- Que carícia é essa?!

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