O Vício de Amor romance Capítulo 18

Não conseguia ignorar um fogo que perfurava seu coração, um fogo que veio tão repentinamente que ele não sabia de onde vinha.

Sua voz estava fria:

- Que carícia é essa?!

Mesmo que eles não tivessem passado tanto tempo juntos, Natália reconheceu a voz, e seu corpo logo endureceu de medo e, quando se virou, tinha certeza de quem era.

Ele ficou próximo, com expressão macabra e fria:

- Não entendeu o que eu disse daquela vez?

Natália retirou seu corpo dos braços de Anderson. Estava preocupada com Fernanda, então não prestava atenção no contato com Anderson.

- Eu...

Natália estava prestes a explicar, mas Anderson agarrou seu pulso, olhou para Jorge.

- Seu relacionamento vai durar somente um mês, uma negociata, por que você tem que interferir na vida privada dela?

Anderson estava magoado e triste pois sabia de tudo o que havia acontecido com Natália, então agora ele queria acalentá-la e protegê-la.

O olhar de Jorge estava grudado no pulso de Natália, agarrado pelo Anderson. Um escárnio extremo derramou de sua garganta:

- Você deixou uma mulher que está grávida de seu filho casar-se com outro homem e agora quer a atenção dela?

O sorriso frio que mantinha em seus lábios desapareceu de repente, seu olhar era áspero como uma espada afiada que destruía toda a armadura de Anderson.

- Você que é o pai e namorado?

Natália se sentia envergonhada e impotente.

Como ele se atrevia a pensar que a criança era de Anderson, a quem ela respeitava e era grata. Como se atrevia a manchar a honra dele?

Ela se afastou de Anderson e olhou para Jorge.

- Se você quiser me punir, apenas o faça logo, mas por favor não magoe mais ninguém.

A defesa de Natália estava além do que Jorge imaginava!

É um verdadeiro amor!

Mas, para ele, isso era ridículo e irritante.

Ela era sua esposa agora, mas ela demonstrava afeto a outro homem na frente dele!

O fogo inexplicável incendiava o seu peito!

Mas Anderson estava certo sobre uma coisa, seu casamento era um acordo e ele não poderia criticar ninguém, ele simplesmente não queria vê-los juntos.

- O terreno em Baía Rosa, se você ainda quiser, venha e fale comigo. - Com isso ele se virou e saiu.

Natália ficou sem reação por vários segundos, não percebendo que ele estava dando a ela uma nova chance que ela havia desperdiçado.

Desta vez foi uma oferta tentadora.

Se ela conseguisse esse terreno, ela teria uma moeda para negociar com Santiago, em vez de ser derrotada por ele.

- Nati. - Anderson estava preocupado, parecia que as palavras de Jorge tinham afetado o estado dela.

- Estou bem.

Após vinte minutos, Fernanda foi retirada da sala de cirurgia, ela havia desmaiado devido à sua choque e raiva.

Fernanda não poderia aceitar que insultassem sua única filha restante dessa forma, com aquelas ofensas em sua porta, era algo que ela não conseguiria suportar.

- A pressão da paciente não está boa devido a essas recentes alterações, tentem evitar maiores oscilações de humor intensas. - O médico explicou depois de enviarem ela a ala.

Natália acenou com a cabeça.

- Obrigada, doutor.

Natália sabia que a morte de Nicolas tinha atingido sua mãe e que se não fosse por Natália, ela teria ido com ele.

Ela pensou que seria melhor manter sua mãe longe daquele lugar triste, mas não esperava que sua mãe fosse ficar tão irritada com o que aconteceu com ela.

No entanto, muitas pessoas não sabiam que ela estava grávida, quem espalhou isso?

E por que fariam isso?

Com que intenção?

Anderson entendeu o que ela estava pensando, aproximou-se e disse:

- Você não pode mais morar naquele condomínio. Eu vou encontrar um novo apartamento para você.

Natália concordou, ali não seria bom para sua mãe.

- Estou tentando descobrir quem pode ter feito isso. - Natália sempre sentiu que não era por acaso, mas que alguém tinha feito isso de propósito.

- Deixe comigo. - Anderson sorriu:

- Eu sou seu irmão, então naturalmente eu também sou sua família.

Natália olhou para Anderson e teve uma sensação súbita de comoção. Ele era bom demais para ela e ela não sabia como ela iria retribuir o favor.

Ela inclinou sua cabeça lentamente e não disse nada, tomando uma decisão silenciosa em sua mente de que ela iria retribui-lo assim que possível.

Agora ela precisava de alguém para ajudá-la a entender isso tudo.

Caso contrário, ela não teria sossego. Mesmo se ela se mudasse para outro lugar, nada garantiria que ninguém faria mais maldades com Fernanda.

Natália parecia estressada porque pensava no que Jorge havia dito antes de sair.

Pensando que ela estava cansada, Anderson disse:

- Volte e descanse, vou cuidar dela.

- Mas...

- Estou trabalhando neste hospital agora, com meu próprio escritório e sala de descanso, consigo cuidar de sua mãe.

Natália olhou para Fernanda, que ainda estava inconsciente, e hesitou ao dizer:

- Então me chame se algo acontecer.

Natália deixou seu número com Anderson antes de sair do hospital.

Quando ela retornou para a mansão, Joana estava sozinha na casa e Natália perguntou, confusa:

- Ele não está?

Joana apontou com os olhos para o escritório:

- Está lá dentro.

Natália trocou seus sapatos e entrou, indo em direção ao escritório. De pé em frente à porta, ela hesitou um momento antes de levantar sua mão e bater para entrar.

Ela bateu várias vezes e ninguém respondeu. Franziu a testa, girou a maçaneta e empurrou a porta para abrir.

Ao abrir a porta, viu Jorge reclinado em sua cadeira, de olhos fechados, sem saber se dormia ou fingia.

Natália entrou lentamente e ficou em frente à mesa, chamando em voz baixa:

- Sr. Jorge?

Jorge levantou devagar suas pálpebras e olhou para a mulher que estava na frente dele.

Natália fechou as mãos e sentiu o suor frio em suas palmas.

- O que tinha a dizer sobre passar a Baía Rosa para mim?

Jorge desviava o olhar, seus lábios calculavam cada palavra que iam dizer:

- Eu sou um empresário, não faço negócios que trazem prejuízo.

Natália se sentiu desapontada.

Realmente, é ela quem está sendo caprichosa.

Como esse homem poderia ajudá-la sem ganhar nada em troca?

Como ela pode conseguir essa terra sem oferecer nada?

- Acho que esse terreno será útil para você. - Jorge sentiu sua recuada.

Santiago tinha enviado ela e a sua mãe para Atalaia, passaram por apuros e seu irmão tinha morrido, é claro que ela sentiria ódio por Santiago.

Ele pensou que Natália queria dar o terreno a Santiago num primeiro momento, mas agora não parecia ser o caso.

- Mas não tenho nada para trocar com o Sr. - De fato, Natália queria pegar o terreno.

Jorge levantou suas pálpebras, um toque de um homem maduro pressionado nos seus olhos.

- Você tem.

- O quê?

- Você.

Natália levou alguns segundos para responder:

- Eu?

Jorge levantou-se e aproximou-se cada vez mais perto, enquanto Natália recuou instintivamente. Jorge segurou seu ombro, perguntou:

- Por que está recuando? Eu não mordo.

Natália não sabia por que ela estava com medo dele. Ela sentia que ele não estava tão calmo quanto ele aparentava.

De repente um sorriso fraco derramou dos seus lábios.

- O que foi? Fez algo errado e tem medo de me enfrentar e se sentir culpada?

Que erro ela cometeu?

Natália levantou a cabeça e expressou sua dúvida:

- Sou culpada de quê?

Olhou para cima e Jorge sentia a respiração quente dela encher seu nariz, um cheiro que era na verdade um pouco familiar.

Sua expressão parou por um momento, ele apertou seu rosto, sua respiração perigosa oprimiu-a.

- Você é uma mulher casada, flertar com outro homem é um comportamento devasso!

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