O Vício de Amor romance Capítulo 196

Enquanto falava, a vendedora olhou para Natália, de cima para baixo. O vestido que ela usava lhe parecia apenas um vestido simples, sem nada de especial. Ao ver seus chinelos descartáveis do hotel e os chupões no seu pescoço, que tinham sido deixados por Jorge, na noite anterior, a vendedora zombou:

- É prostituta? Quanto custa uma noite? Quantas noites tem que trabalhar para ganhar o dinheiro por um conjunto de roupas?

A Natália ficou sem palavras.

Ela franziu a testa e sua expressão facial parecia tensa. As palavras da vendedora realmente a irritaram.

Ela tinha vindo à loja apenas para comprar roupas, como é que havia encontrado uma pessoa tão estranha?

Além disso, foi chamada de “prostituta” do nada, isso era um insulto!

No entanto, sua boa educação a impedia de dizer algo muito ofensivo.

- Me solte agora, por favor, senão vou chamar a polícia! - o tom de Natália era tão frio quanto o gelo no inverno, causando às pessoas calafrios pela coluna.

A vendedora congelou por um momento, não esperando que uma “prostituta” como esta mulher tivesse um temperamento tão forte, mas logo se acalmou, achando que Natália estava apenas fingindo uma ameaça!

- Acha que vou ter medo? - a vendedora levantou a cabeça:

- Estamos na Cidade Branca, desde que minha prima vá falar com o Sr. Luiz, a polícia tem que obedecer às suas ordens. Pare com as bobagens, pague agora, caso contrário, nem pense em ir embora!

Ao encarar tais pessoas, não se tinha como falar com elas com bom senso e elas eram muito difíceis de lidar.

Natália tremia de raiva, como poderia haver pessoas tão irracionais neste mundo?

- Dê-me o dinheiro. - Ao ver que Natália não se moveu, a vendedora foi pegar a carteira em sua mão, mas quando estava prestes a tocar na carteira, o guarda-costas, que estava esperando lá fora, finalmente reparou que algo não estava bem e entrou de imediato para empurrar a vendedora para o lado.

O guarda-costas tinha sido selecionado por Vanderlei e era um homem muito hábil e forte. Com apenas um pouco de força, ele empurrou a vendedora para o chão. Por instinto, ela queria agarrar algo para apoiar o corpo, mas puxou uma fileira de cabides e, com um barulho, todas as roupas caíram no chão.

A vendedora caiu com a bunda no chão e lhe doía muito. Com uma cara de dor, olhou para o guarda-costas e gritou:

- Quem é você? Como ousa entrar aqui? Você quer morrer?

Dito isso, pegou o celular para ligar para sua prima:

- Venha pra cá, alguém está esmagando nossa loja.

O guarda-costas franziu a testa e também fez uma chamada para Vanderlei, dizendo que Natália tinha encontrado algum problema.

Vanderlei ficou nervoso de imediato, será que Anderson havia aparecido?

Vanderlei olhou para Jorge, que estava jogando com os filhos numa máquina de garra, e caminhou até ele, depressa:

- A Sra. Natália encontrou algum problema lá em cima.

Jorge olhou para ele.

- Será que Anderson não queria se esconder mais e finalmente havia aparecido? - Vanderlei especulou.

Abraçando a filha com uma mão e pegando o filho com a outra, Jorge entrou no elevador, logo seguido por Vanderlei e uns guarda-costas.

Depois de chegarem ao andar de cima, viram Natália através da vitrine de uma loja de roupas.

- A mamãe está ali - Mariana apontou para Natália, que estava pela vitrine.

- Sim, eu vi - Jorge respondeu à filha.

Vanderlei ficou um pouco confuso, o que teria se passado ali?

Depois de entrarem, descobriram que a loja de roupas estava uma bagunça.

- Mamãe - Matheus correu até Natália e abraçou sua perna -, por que demorou tanto para comprar as roupas? A propósito, o que aconteceu aqui?

- Eu a vi puxando a Senhora e fazendo uns movimentos agressivos, então eu... Não consegui controlar bem a força, ela caiu e as roupas também caíram no chão - explicou o guarda-costas. Ele estava fora da loja e quando a vendedora tentou pegar a carteira de Natália, parecia-lhe que estava agindo de modo agressivo, portanto, entrou de imediato.

Jorge baixou o olhar e, com uma cara séria e preocupada, perguntou a Natália:

- Você se machucou?

Ela balançou a cabeça e disse que estava tudo bem.

A vendedora ficou um pouco confusa com a situação, por que de repente surgiu tanta gente e este homem acabou de chamá-la de Senhora?

No entanto, Luiz era o homem mais poderoso da Cidade Branca e ela nunca tinha conhecido esta mulher.

Pensando nisso, ela teve mais coragem:

- Não tentem me ameaçar. Digo-lhes já, não tenho medo de vocês. Acabaram de jogar as roupas no chão e já estão sujas, vocês têm que compensar isso!

Natália já tinha experimentado sua brutalidade e não queria mais discutir com ela, porque seria apenas um desperdício de tempo:

- Vá fazer a conta e eu pago.

A vendedora fez um beicinho e disse de modo agressivo:

- Eu sabia que você trouxe tantas pessoas só para me intimidar. Esta Cidade Branca pertence à família Lemann, você sendo uma prostituta é muito arrogante mesmo.

O ar congelou num instante e o olhar dos guarda-costas e de Vanderlei se voltaram para Jorge. As palavras da vendedora não eram nada sutis e eles percebiam o que ela queria dizer, mesmo não sendo pessoas muito cultas.

O olhar de Jorge ficou sombrio e, controlando sua raiva, tentou dizer com calma:

- Repita o que você acabou de dizer.

Mariana podia sentir a raiva de seu pai, então, o abraçou e apoiou o rosto perto do seu pescoço, até mesmo sua respiração ficou mais leve.

A mão da vendedora, que estava cutucando a calculadora, tremeu. Uma intimidação inexplicável fez com que ela ficasse muito nervosa. Olhando para o homem à sua frente, que aparentemente estava controlando sua raiva e tentando manter a calma, ela disse, com uma voz trêmula:

- Vocês, vocês não precisam me assustar. A minha prima é amiga do Presidente Lemann, vocês ousam me tocar?

De mãos dadas com o filho, Natália caminhou até Jorge e agarrou sua mão:

- Deixa pra lá.

Era impossível lidar com tais pessoas.

Jorge baixou ligeiramente o olhar e olhou para ela, que sempre era uma pessoa tão calma. No entanto, era óbvio que esta vendedora era uma mulher agressiva e gostava de se gabar sobre sua família. Ele nem podia imaginar o quão arrogante esta mulher era perante Natália, quando ele não estava lá.

Ele disse:

- Esta é a minha mulher e ninguém pode intimidá-la assim.

Sua intenção era clara, ele não podia deixar o assunto para lá!

A prima dela conhecia Luiz Lemann?

Sua expressão facial ficou cada vez mais sombria.

- Esmague o lugar todo - ele deu a ordem com calma:

- Vá chamar as pessoas poderosas que conhece e vou estar aqui esperando.

Dito isso, ela saiu da loja com Natália.

Os guarda-costas que o acompanhavam entraram na loja e esmagaram o lugar todo. A vendedora se sentiu tão assustada que ficou no balcão, gritando com medo.

Vanderlei levantou uma sobrancelha. Foi a primeira vez que viu Jorge ficando zangado por causa de tais cenas, mas era verdade que aquela vendedora era muito irritante. Prostituta? Não era surpreendente que Jorge tivesse ficado com raiva.

Se tivesse sido ele, também ficaria zangado.

Nenhum homem aguentaria que sua mulher fosse chamada de prostituta.

Natália queria convencer o homem, que não era apropriado esmagar a loja, mas Matheus agarrou sua mão e a impediu de falar.

- Todo o efeito tem uma causa. Para pessoas como ela, se não lhe dermos uma lição, haverá outros no futuro que poderão ensiná-la de modo ainda mais cruel. Foi ela quem não soube como se comportar, então, vamos lhe ensinar uma lição.

Jorge olhou para o filho e estendeu a mão para tocar sua cabeça:

- Este é meu filho.

Matheus se encolheu, para que Jorge não lhe pudesse tocar. Ele não ficou bravo, mas disse a seu filho:

- Não intimidamos as pessoas com nosso poder, mas também não podemos ser intimidados pelos outros. Alguns podem ser tolerados, mas alguns não podem. Não há necessidade de ser gentil com aqueles que nos provocam com palavras, repetidamente.

- Ele ainda é jovem...

- Ele é meu filho - Jorge interrompeu as palavras de Natália:

- A sociedade é cruel, os fracos são carne e os fortes comem.

No futuro, ele entregaria sua empresa para o filho, se este não tivesse coragem e ambição, só seria prejudicado pelos outros.

Quando ele próprio assumiu a empresa, depois de se formar da universidade, quantas pessoas o desobedeceram e o tentaram prejudicar?

Sem uma mentalidade forte, seria impossível lidar com a empresa.

Ele segurou a cabeça de Matheus, para este olhar para a cena, e perguntou:

- Você está com medo?

Afinal, Matheus tinha apenas cinco anos e, ao ver os homens altos e fortes esmagando a loja como se fossem gângsteres, se sentiu um pouco medo.

- Você disse que já é um homem, mas se ficar com medo assim, como vai proteger sua mamãe?

- Eu não disse que estou com medo! - Matheus levantou a cabeça para mostrar que não estava assustado.

Neste momento, a prima da vendedora chegou à loja.

O lugar todo foi esmagado e até mesmo o teto suspenso tinha um grande buraco.

- Você finalmente chegou. - A vendedora chorou, saindo de um canto qualquer e se atirando na frente da prima:

- Você finalmente chegou, essas pessoas esmagaram nossa loja.

A mulher era jovem e bonita, parecia ainda mais nova que a vendedora. A mulher disse com seriedade:

- Raquel, Como assim?

- Ela não pagou pelas roupas e chamou umas pessoas para esmagar nossa loja. Você não pode deixá-los ir de modo nenhum! - chorou Raquel, apontando para Natália.

Neste momento, a mulher se virou e olhou para Natália.

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