O Vício de Amor romance Capítulo 29

Natália não esperava que um dos motivos para que atentassem contra ela fosse o medo de que ela usasse o poder de Jorge contra elas.

Era verdade que ela não havia pensado sobre isso antes, mas agora era diferente.

Elas não apenas feriram ela, estavam ameaçando o bebê dela também!

Para elas, sua tolerância significava ser fácil de intimidar?

- Ouviu tudo, e aí? - Já que ela não poderia mais esconder, Fátima não fingiu mais.

- Isso mesmo quem você pensa que é? Foi abandonada pelo pai.

- Cedo de manhã e vocês já estão fazendo todo esse barulho... O que veio fazer aqui? - Santiago estava prestes a repreendê-las, mas vendo que Natália estava lá, mudou o rumo da conversa.

Natália olhou Fátima e Larissa antes de finalmente olhar para Santiago:

- Você não quer o terreno na Baía Rosa?

Santiago congelou, perguntou ansiosamente:

- Você conseguiu?

Fátima e Larissa também pregaram nela com olhos ardentes, estranhando que Jorge era bom para ela.

Caso contrário, ela não teria os contrato do terreno na Baía Rosa.

Natália entendeu suas expressões, temia ter que usar Jorge hoje.

Desta vez, como se fosse uma raposa que fazia mal com força do tigre.

Ela fingiu estar relaxada, seu rosto demonstrava a timidez e a felicidade de uma mulher amada.

- Nós somos um casal, qual o problema se ele me der alguma coisa?

- Não acredito! - Larissa não queria acreditar, ela tinha dito a si mesma que o que havia visto antes era uma farsa.

Não tinha como Jorge gostar dela!

Fátima agarrou Larissa e balançou a cabeça para ela, gesticulando para ela não se irritar demais.

Se Natália não conseguisse esse terreno em Baía Rosa, sua atitude com ela com certeza seria diferente.

A família Marchetti era muito poderoso e é claro que Santiago estava tentando construir o relacionamento, especialmente a empresa encontrou um dilema agora.

Como esperado, depois de ele ouvir as palavras de Natália, um sorriso tão aguardado apareceu em seu rosto.

- Já tomou café da manhã? Se ainda não comeu, coma antes de sair.

Santiago sabia sorrir, somente não sorria para Natália.

Natália olhou para Santiago com amargura e tristeza em seu coração. Sua atitude mudou por que ela era útil para ele?

Em sua mente, ela só tinha valor quando era útil?

Quão triste é que este é seu pai biológico?

- Eu já tomei café. Vim apenas para te avisar, se preparar para entregar o dote de minha mãe e minhas coisas, vou te passar o contrato e levá-las amanhã.

Com isso ela se virou e desceu as escadas. Talvez a dor em seu coração a fizesse ignorar a dor em suas pernas.

Santiago seguiu e disse:

- Desde que você voltou, ainda não comeu aqui em casa, toma um cafezinho antes de ir.

Natália olhou para Santiago, perguntou com suspeita:

- O que mais você quer?

Do jeito que Santiago era, ela temia que ele não tivesse esse tipo de carinho com ela como uma filha se ele não precisasse dela para nada.

Santiago não escondeu, mas foi mais gentil já que ela havia entendido sua intenção.

- Nati, há um problema na empresa, você pode pedir para Jorge resolver isso por mim?

Natália desceu segurando o corrimão da escada sem olhar para ele e perguntou com indiferença:

- O que aconteceu com a empresa?

- Foi um investimento em uma propriedade que teve colapso...

A empresa enfrentava uma ação judicial e sua reputação foi muito afetada.

O que levou a uma resistência às indústrias com investimento da empresa.

Agora, o dinheiro era impossível de se reaver.

Mesmo se Natália lhe desse o terreno em Baía Rosa, ele não teria o dinheiro para pôr em desenvolvimento.

A prioridade agora era resolver este incidente do colapso.

Esta crise só será vencida caso Jorge intermedeie e silencie a opinião pública e consiga alguém para ele no processo.

Natália olhou para o andar de cima.

- Eu não posso ajudá-lo sem receber nada, tenho condições.

A cara de Santiago se paralisou, como se ele não tivesse esperado que ela exigisse outras coisas, e o que ela quer desta vez?

Seu rosto ficou sério.

- Não se preocupe, eu não quero seu dinheiro, apenas devolva o que pertence a mim e minha mãe. Se você quer que eu te ajude, não é impossível, só que...

- É o quê? - Santiago perguntou.

- Se divorcie de Fátima e eu prometo ajudá-lo.

Santiago estava em um dilema.

Natália não disse mais nada, ela queria ver o quão longe seu pai tinha ido para amar essa mulher.

Mais importante do que a existência da empresa?

- Nati...

- Essa é minha condição, se não quiser eu não vou te forçar - Natália disse com indiferença.

Santiago ainda teria sentimentos verdadeiros?

Santiago estava indeciso, disse:

- Nati, eu sei que você está chateada comigo por te enviar para o exterior, mas na época Fátima ficou grávida e sabia que era um menino, por isso... É por isso...

- É por isso que você me enviou para longe com a minha mãe, para ela te dar um filho? - Natália apertou suas mãos firmemente. Será que ele sabia que a mulher que ele expulsou também estava grávida?

O choque do divórcio causou uma depressão durante sua gravidez, o que levou ao nascimento de uma criança com autismo.

Santiago também sentia muito quando se tratou deste assunto.

- Houve um aborto espontâneo, por isso realmente não seria justo que eu abandonasse Fátima agora...

- Empresa e Fátima, um simples “isso ou aquilo”! - Natália não queria ouvi-lo dizer que o divórcio não era justo para Fátima porque ela tinha estado grávida de um filho para ele.

E sua mãe?

Ela mereceu ser abandonada?

E o filho de Fernanda, merecia nascer autista?

Agora era só pedir-lhe que se divorciasse de Fátima e ele resolve ter nostalgia dos velhos tempos?

Será que ele valorizava pouco do amor conjugal e do amor de sangue quando ele mandou ela e sua mãe para longe?

Natália segurou o sofrimento e saiu da mansão da Família Ribeiro.

Do lado de fora do portão, Anderson se inclinou contra seu carro. O sol da manhã estava quente e fresco, caindo suavemente sobre ele, fazendo com que ele parecesse gentil e delicado.

Natália ficou parada por um momento.

Anderson a viu sair e abriu a porta de trás.

- Não demore, entre logo.

Natália se aproximou e entrou no carro.

Anderson fechou a porta e sentou no banco do motorista, perguntou olhando para ela:

- Para onde vai agora?

- Para o Grupo Maré. - Natália se apoiou na janela, acrescentou:

- Estou trabalhando lá.

Anderson franziu a testa.

- Se eu tivesse um emprego melhor...

- Eu trabalho lá porque eu tenho um acordo com Jorge. - Então ela não poderia sair.

Anderson ligou o carro mas teve um mau pressentimento, sentia que ela estava se enrolando demais com Jorge.

Após cerca de 20 minutos, o carro parou em frente ao prédio do Grupo Maré.

Anderson desceu para abrir a porta para Natália mas ela já havia aberto, o viu chegando e disse com um sorriso:

- Eu posso fazer isso sozinha.

Anderson deu-lhe a mão.

- Você não sabe que está machucada? Tome cuidado e me chame se você precisar de alguma coisa.

Natália agradeceu e saiu do carro.

Nesse momento, um outro carro parou à porta e uma magnífica figura desceu. Natália olhou.

Jorge estava de pé ao lado do carro, olhou para ela como se fosse o mais frio luar em todo o mundo, fazendo todos tremerem de frieza.

O olhar de Jorge era tão hostil que até mesmo Anderson reparou e ficou na frente de Natália.

Jorge estava irritado com Natália por não ter voltado na noite passada, agora Anderson defendia a mulher na frente dele.

Tudo o que ele podia sentir era o fogo latente em seu coração, queimando até a morte!

Ela não voltou a noite toda, será que estava divertindo-se com este homem?

Quanto mais pensava nisso, mais o fogo queimava...

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