O Vício de Amor romance Capítulo 5

Natália parecia saber o motivo pelo qual Joana sentiu pena dela, mas não explicou, só sorriu a ela.

Ela e Jorge tinham um acordo, o que não lhe dava direito de perguntar nada muito pessoal.

Natália se sentia um pouco mais à vontade quando ele não estava.

Ela observou a mobília do cômodo que entrara. Era uma decoração distintiva e sofisticada, numa cor preto e branco, de estilo elegante e chique, que combinava luxo e simplicidade.

- Este é o quarto do Sr. Jorge. - Joana sorriu. Como foram casados, era natural dormir juntos.

Natália pensou em dizer algo mas o melhor era somente concordar.

Foi difícil adormecer nesta primeira noite num lugar desconhecido. Ela se deitou na cama mexendo no celular, procurava um trabalho, algo que permitisse ter maior independência, cuidar da mãe e dar a criança em sua barriga um futuro.

- Olha só.

Natália logo viu uma seleção de tradutores, algo interessante já que era raro procurava quem fale Atalaico.

Atalaia também é o país ao qual ela foi enviada por Santiago, um país bem atrasado, nos trópicos, e não há muita gente que fale a língua de lá. Normalmente as línguas mais usadas são as de países mais desenvolvidos.

O salário e benefícios eram ótimos.

Ela resolveu deixar o seu contato.

Em seguida, deixou o telefone de lado e foi dormir.

A luz da lua entrava pela janela como uma seda, bem suave e límpida. A noite era sossegada.

Logo pegou no sono e, enquanto dormia, um Maybach parou do lado de fora, iluminado pela lua.

Uma silhueta exuberante saiu do carro ao abrir a porta, adentrou a casa, parecia errar alguns passos, como se tropeçasse.

Ele arrumou o colarinho, sentiu sede e, agora no quarto, serviu-se um copo de água. Seu pescoço se movia de forma brusca a cada gole. Seus olhos escuros agora exibiam o vermelho da embriaguez, serviu outro copo para aliviar o ardor de sua garganta. Bebeu bastante uísque na refeição de negócio e umas taças de vinho acompanhando a festa de Ester.

Foi um bom bebedor, mas também se embriagou.

Largou o casaco no sofá e foi direto para o quarto sem tomar ao menos um banho.

O quarto estava escuro, mas resolveu não acender as luzes já que sabia onde a cama estaria.

Deitou-se logo.

Enquanto dormia, Natália sentiu o movimento de sua chegada, mas virou de lado e continuou a dormir.

Na manhã cedo, o raio da luz, como um conjunto de fios dourados brilhantes, iluminou todo o quarto.

Os dois dormiam tranquilamente.

Como um doce casal.

Os cílios dele se moviam de forma leve, abriu lentamente seus olhos, mas sentia dor de cabeça devido à ressaca da noite passada. Precisava de um banho para acordar, mas ao levantar o braço, sentiu que havia tocado algo diferente.

Ao se virar, viu a mulher deitada em seus braços.

Seus cabelos escuros escorriam por seu braço como água de tão lisos e sedosos, reparou em sua pele clara, cílios curvados como asas de borboleta, seus lábios cor-de-rosa levemente abertos e sua respiração calma.

Seu olhar acompanhava as linhas de seu corpo, observando seu pescoço fino e esbelto.

A forma com a qual respirava era quase sedutora.

Sentiu uma vontade inesperada que nem mesmo Ester havia despertado.

Ele franziu, não gostava dessa atração fora do controle, mas não conseguia mover seus olhos.

Em seu sono, Natália sonhou que ela estava na savana africana, sendo encarada por um leão feroz como se fosse a próxima refeição.

Ela acordou de repente de seu sono.

No entanto, assim que abriu os olhos, se deparou com um olhar profundo que fingia estar calmo.

Sua mente ficou em branco.

Em um ímpeto, recuou e se cobriu, balbuciando:

- Você, por que está aqui?

O homem desviou o olhar e levantou o cobertor devagar:

- Eu moro aqui.

Natália tentou retrucar, mas ao reparar o meio, engoliu as palavras.

- O Sr. não foi para o aniversário da sua namorada? Por que voltou? - Natália pulou da cama e ficou ao lado.

Seu tom soou como se ela estivesse questionando.

Ela abaixou a guarda ao ouvir Joana dizer que ele não voltaria tão cedo, dormindo mais profundamente a ponto de não perceber sua entrada no quarto.

De fato, acabou dormindo na mesma cama que ele.

Pensando em dormir nos braços dele, sentiu um calor em seu rosto.

Olhou para baixo, envergonhada.

Jorge desabotoou sua camisa, ainda com as roupas de ontem, sujas de álcool e amarrotadas. Fitou a mulher cabisbaixa ao lado da cama, e então esboçou um sorriso significativo:

- O aniversário da namorada é mais importante que a noite de núpcias?

Natália não disse nada.

Que romantismo? Nem mesmo eram um casal verdadeiro.

Jorge tirou a camisa.

Natália se virou para não ver o homem se despindo na frente dela.

Desde aquela noite, qualquer contato muito próximo com homens lhe causava repulsa.

Ela entrou em pânico.

- Eu... Estou de saída.

Depois de dizer isso, saiu do quarto depressa.

Jorge não deu atenção, continuou se despindo e foi ao banheiro.

Ele precisava de um banho para clarear suas ideias.

Após uma hora do barulho de água correndo, o vapor e a fragrância do gel de banho podiam ser sentidos de longe. Vestiu um roupão branco sem amarrar completamente, mostrando um pouco de sua pele cor de mel e aprumou seus cabelos curtos e negros, emitindo um encanto masculino que não pode ser subestimado.

Ele foi até o armário para pegar suas roupas, mas se deparou com uma bolsa com estampa de girassol.

Ele recuou, será que isso era dela? A propósito, tal estampa era bem infantil.

Havia uma certa audácia de colocar as coisas dela ali.

Ele franziu, mas retirou suas roupas e acabou esbarrando na bolsa.

A bolsa não estava fechada, então tudo saiu de dentro dela ao cair. Roupas simples e alguns pertences.

Ele se abaixou para recolher os objetos, mas acabou encontrando também o exame de ultrassom...

Natália Ribeiro, feminino, gravidez precoce, seis semanas.

Aquela mulher está grávida?

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O Vício de Amor