O Vício de Amor romance Capítulo 78

Todos esticavam os pescoços para ver o que Jorge faria. Ele admitiria ou não?

Vamos ser sinceros, que vergonha. Carregar aquela coisa por ai, pronto para entrar em ação a qualquer hora e em qualquer lugar?

Presidente Bianchi sentiu sua boca cansada, queria rir, mas não podia rir em voz alta, então tudo que podia fazer era segurar.

Seu assistente sacou o celular para capturar a cena. Lucas só queria se levantar e impedir. Se a foto vazasse, o que seria da imagem de Jorge?

Quem imaginaria que assim que ele se movesse, Jorge o agarraria:

- Sente.

Ele pegou a camisinha que Matheus segurava, examinou por alguns segundos e colocou no bolso:

- Obrigado.

Matheus se perguntou por que ele não estava bravo.

Estava claro que todos os outros tios estavam rindo dele.

Ele pareceu sentir sua confusão.

Jorge se inclinou e disse em seu ouvido:

- Algúem vai pagar por você.

Matheus olhou para ele, o que aquilo significava?

Infelizmente, Jorge não tinha intenção nenhuma de explixar para ele, e ao invés de estar envergonhado pela peça de Matheus, estava de bom humor.

Pegando o vinho que o Presidente Bianchi tinha acabado de lhe servir, ele acenou e encerrou o assunto.

Lucas estava estupefato.

Ao seu lado, Presidente Bianchi também estava confuso. Quando confrontado com uma coisa tão embaraçosa, ele não deveria dar uma desculpa?

Por que ele admitiria tão tranquilamente?

Seria fingimento ou só questão de honestidade?

Presidente Bianchi não conseguia interpretar e não podia perguntar, ao invés, sorriu em direção a Matheus:

- Você quer ficar e jantar, garotinho?

Matheus balançou a cabeça e olhou para Jorge, se perguntando por que ele não estava com raiva.

Ele não conseguia entender, então ele teve que se virar e sair da sala primeiro.

Matheus tinha ficado fora por muito tempo e Natália estava procurando por ele.

Saindo da sala, Matheus ouviu os gritos ansiosos de Natália e correu até ela:

- Mamãe.

Natália virou ao som da sua voz e olhou para seu filho correndo, deixando escapar um suspiro profundo de alívio, e se abaixando para abraçá-lo quando Matheus se jogou em seus braços.

- Onde você esteve? - Natáliafez uma careta.

E se ele tivesse se perdido?

Matheus olhou para baixo e sussurrou:

- É tão grande aqui, me perdi.

Natália não se convenceu. Ele tinha uma ótima memória, como poderia ter se perdido?

- Seja honesto com a mamãe. - Natália segurou o rosto do filho e o fez olhar para ela.

- Não tinha nenhum mictório infantil no banheiro e eu não pude fazer xixi até que um tio me ajudasse, por isso demorei.

- Então por que não disse a verdade?

- Não é como se fosse grande coisa. - Matheus fez bico com um olhar meio tímido.

- Venha, ande logo e venha jantar.

A comida tinha sido servida já fazia um tempo.

Matheus estava um pouco distraído, ainda preso nas palavras de Jorge.

Algúem pagaria por ele?

Quem?

Depois do jantar, Fernada levou as crianças de volta primeiro. Cansada do longo voo, voltou para tomar banho e descansar.

- Eu vou levá-los primeiro e volto para te buscar depois - disse Renata.

- Não, você pode ir direto, eu irei direto depois também. - Ela tinha muito o que fazer com a abertura da filial da LEO Design.

Ela era a responsável e tinha que decidir muitas coisas.

- Tudo bem. - Renata entrou no carro.

Matheus suspirou quando sentou no carro e olhou pela janela para Natália de pé ao lado de Anderson.

O quão incrível seria se Anderson fosse mais rico e mais bonito que Jorge.

- Tem alguma coisa que você queira me dizer? - Natália olhou para o carro se afastando.

- Vamos andar e conversar. - Anderson se esticou para pegar a mão dela, mas desistiu no meio do caminho.

Saber que Aline foi quem causou o acidente de carro aquela vez o fazia se sentir culpado.

Culpado por ela.

- Está pensando em alguma coisa? - Ele estava tão preocupado no carro e tão distraído durante o jantar que era óbvio que tinha alguma coisa na cabeça.

Anderson deixou escapar uma risada. Ele estava com o coração pesado. A mulher que amava de um lado e sua própria irmã do outro. Suas emoções eram tão complexas que a palavra preocupação não seria suficiente para descrever.

- Nati, tenho te tratado bem? - Anderson olhou para a rua a frente.

- Sim, bem. - Natália disse do fundo de seu coração.

Era verdade que Anderson era bom para ela, ela nunca duvidou disso.

Anderson ficou em silêncio por um momento:

- Se por acaso, e quero dizer se por acaso...

Natália ri. Pelo o que ela podia perceber, Anderson raramente agia dessa forma:

- Vá em frente.

Anderson deliberou antes de falar:

- Se descobrisse que eu não fui tão bom assim, você me odiaria?

- Como poderia? - Natália não notou a sondagem nas palavras dele.

- Talvez eu só seja um pouco sofredor demais. - Ele sorriu amargo. - Como posso fazer você se apaixonar por mim?

Natália abaixou a cabeça e mordeu o lábio. Seis anos se passaram, não foi pouco tempo.

Ele também não estava mais na flor da idade.

Ele vinha esperando por ela por um longo tempo.

Embora não houvesse amor, talvez ela não devesse ter desapontado o homem que vinha sendo tão bom para ela.

Fernanda também estava exepcionalmente esperançosa com o casamento dela.

- Deixe-me pensar sobre isso. - Ela não poderia dizer sim de uma vez, mesmo agora.

Anderson, por outro lado, parou de andar.

- O que você disse?

Ele olhou para Natália, incrédulo.

Ela... ela não o recusou?

Natália olhou para as palmeiras ao longo da rua e disse, calma:

- Eu sei que você é bom para mim, minha mãe quer que eu fique com você e eu... eu não quero te decepcionar.

Não era amor, e muito menos sincero.

Já que ele esteve com ela por tanto tempo, parecia insensível continuar o recusando.

Nessa vida, ela não tinha direito de amar, ela não deveria ter decepcionado esse homem dedicado.

Era uma recompensa para fazê-lo feliz, ela achava.

Se eles estivessem em Atalaia, Anderson ficaria feliz, mas seu coração só ficou mais pesado.

Ele podia sentir que Natália estava dizendo sim agora, não porque ela gostava dele, mas porque ele tinha cuidado dela todos esses anos.

De forma direta, era um pagamento.

Quanto mais ela fazia, mais pressão colocava em Anderson, porque ele mentiu para ela.

O que aconteceria se ela soubesse a verdade?

Ele não ousou pensar sobre isso.

- Nati.

- O quê?

Natália virou o rosto e antes que ela pudesse ver o rosto dele, ela estava sendo apertada em seus braços.

Muito apertada.

Como se ele estivesse com medo de perder ela a qualquer momento.

Natália não se moveu, não resistiu, só ficou parada. Ela podia sentir que Anderson estava em conflito, preocupado.

Pensando que era por causa dela, ela o braçou de volta, dando tapinhas em suas costas.

- No futuro, eu vou tentar ser boa para você.

Pensaria sobre isso mais tarde, assim como sobre a mãe dele.

O corpo de Anderson enrijeceu.

Ser boa para ele?

Ele enterrou a cabeça no pescoço dela:

- Agora estou com medo de que você seja boa para mim.

Depois de saber a verdade e, considerando a quanto boa estava sendo para ele agora, o quanto ela o odiaria?

- Eu te levo de volta.

- Não precisa. Já que acabei de voltar, quero dar uma volta pela vizinhança. - Natália disse fracamante.

Era verdade, nesse lugar, não tinha uma única coisa feliz.

Mas ainda existia um laço especial.

- Bem, então se lembre de me mandar um convite para a inauguração.

- Sem problemas. - Natália sorriu.

Assistindo Anderson entrar no carro, Natália respirou fundo e desceu a rua, a cabeça esquentando já que ainda estavam em agosto e ainda estava quente.

- Aonde está indo? - Um motorista de táxi parou ao lado dela, tentando uma corrida.

Quando Natália virou a cabeça e viu o homem, seu rosto empalideceu. Ele era...

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