O Vício de Amor romance Capítulo 83

Matheus adorava camarão. Fernanda sorriu com coração derretido e disse:

- Tá bom, vamos comprar.

- Eu também quero! - Mariana gostava demais de imitar. Gostando ou não, ela queria o que seu irmão queria. Se Matheus queria algo, ela também.

- Tá, vou comprar para ambos - Fernanda já estava acostumada a isso.

Olhando para Matheus e Mariana que estava falando, Joana ficou surpreendida pela aparência bonita deles. As duas crianças tinham olhos brilhantes e estavam parecidos com Sr. Jorge na infância.

- Eu sei onde vende camarões mais frescos. - Joana se aproximou deles e olhou para as duas crianças.

- Eles são...

Fernanda não achou estranho alguém desconhecido conversar com eles. Porque quando ela saía com Matheus e Mariana, sempre tinha gente que ficava olhando para os dois ou iniciava uma conversa.

Ela já estava acostumada.

- Meus netos.

- Que lindos! - Joana não conseguia tirar seus olhos deles, porque eles eram fofos demais.

Fernanda sorriu. Os dois eram a razão de sua vida. Cuidar dos filhos de sua filha era a tarefa do resto da sua vida e também uma coisa que lhe trouxe muita felicidade.

- Senhora, boa tarde. - Matheus sabia bem como agradar as pessoas.

- Boa tarde - Joana afagou a cabeça de Matheus:

- Qual é seu nome?

- Meu nome é Matheus.

- Que nome lindo. - Joana pensou consigo mesma: o menino não apenas tem uma aparência bonita, mas também tem um nome muito lindo.

- Senhora, por que não me perguntou? - Meio desanimada, Mariana olhou fixamente em Joana.

A senhora só perguntou o nome de seu irmão, será que era porque Matheus era mais lindo que ela?

- Já ia te perguntar. - Joana sorriu, mesmo que a menina fosse pequena, ela já sentia ciúmes do seu irmão.

- Como você se chama? - Joana perguntou conforme queria a menina.

- Meu nome é Mariana Ribeiro. Eu e meu irmão temos sobrenome da nossa mãe - a menina respondeu com ânimo.

Joana ficou surpreendida. Tinham o sobrenome da mãe?

- Você disse que há uma loja que vende camarões mais frescos? - Fernanda interrompeu o pensamento de Joana. Normalmente, as crianças tinham o mesmo sobrenome do pai. Se as pessoas soubessem que as crianças usavam o sobrenome da mãe, eles iriam perguntar sobre a situação da família deles.

Ela não gostava que as pessoas ficassem imaginando sobre os assuntos da sua família.

- Ah sim - Joana apontou uma direção:

- Vou levar vocês para aquela loja. Sou cliente frequente dali, vocês não vão ser enganados.

Joana caminhou na frente para guiá-los.

Fernanda caminhou atrás, empurrando o carrinho de compras.

Ao chegar na loja, Joana perguntou ao dono:

- Os camarões de hoje são frescos?

- Claro que sim, olhe. - O dono usou uma peneira para pegar camarões, que ficavam pulando animadamente ao sair de água.

- Você é cliente frequente. Não é a primeira vez que compra camarões da nossa loja. Sabe bem se eles são frescos ou não - o dono dominou bem a arte de conversa:

- Vou te oferecer o preço mais baixo, 9,6 por quilo, o que acha? Se fosse outros clientes, só ofereço preço maior de 12.

- Vou comprar dois quilos. - Joana nem hesitou porque Sr. Jorge lhe deu um cartão de crédito sem limite.

Ela tinha dinheiro.

Ela não era uma pessoa que gastava à toa. Normalmente, ela também pechinchava, só que ela conhecia bem o dono dessa loja. As outras lojas vendiam por um preço maior do que 12 dólares.

Ela sempre comprava camarões na loja dele porque ele nunca tinha enganado os clientes.

- 1,15 quilos deve ser...

- 11,04 dólares.

Antes de o dono falar o valor total, Matheus já acabou de calcular.

O dono ficou meio surpreso. Ele usou a calculadora e descobriu que era exatamente 11,04 dólares.

- Quantos anos tem? Você é inteligente. - Sorriu o dono. Era a primeira vez que ele via um menino tão lindo e inteligente.

- Tenho 5 anos. - Matheus não ficou orgulhoso pelo elogio de dono, porque esse tipo de cálculo era muito fácil para ele.

O dono entregou os camarões para Joana.

- É seu parente? Quem tem tanta sorte para ter um filho tão excelente.

Joana pegou os camarões e ficou um pouco desanimada pelas palavras do dono, porque um menino tão lindo não era parente dela.

Com uma cara séria, Joana deu o dinheiro:

- Aqui está.

Sorrindo, o dono não se sentiu ofendido.

Joana entregou os camarões para Fernanda:

- Presente para vocês.

Fernanda fez um gesto de mão para recusar:

- Não dê. Basta eu comprar.

- Não é nada caro. Fiz isso porque acho que seus netos são fofinhos. Se fosse para outros, nem daria a chance. - Joana ignorou a recusa e colocou os camarões no carrinho de compras deles.

- Isso não dá. - Fernanda tentou pegar os camarões que ficavam no carrinho e queria devolvê-los para Joana. Neste momento, Mariana disse, de repente:

- Obrigada, senhora.

Fernanda ficou embaraçosa.

Que menina!

- De nada! - A voz doce de Mariana agradou Joana.

Por causa do que Mariana tinha feito, Fernanda não queria recusar mais e disse:

- Que vergonha. Muito obrigada.

Joana fez um gesto para negar:

- De nada.

- A gente ainda precisa comprar outras coisas. Até a próxima - Fernanda disse.

- Tá bom.

Joana olhou fixamente em Matheus. Ela queria muito conversar mais com as duas crianças. Mas eles eram crianças de outros. E essa era a primeira vez que eles se encontravam. Se ela dissesse que queria convidar eles para casa, eles desconfiariam dela, pensando que era traficante de crianças.

Ela deu um suspiro.

Pensou naquela pessoa que ela cuidou por muito tempo. Desde o divórcio, ele não casou de novo. Já tinha mais de 30 anos e ainda não tinha esposa, sem falar de filhos.

Sua cara ficou séria. Se ele não se divorciasse, talvez já tivesse filhos.

Enfim, Natália estava grávida naquela altura.

Capricho.

A culpa era de Jorge, que era caprichoso.

Depois de todo esse drama, ele não tinha nada.

Joana perdeu a vontade de comprar. Ainda tinha comida em casa. E nem sabia se Jorge voltaria para casa ou não. Ela saiu da loja.

Vendo que Joana saiu com nada, o motorista lhe olhou e disse:

- Hoje não vai comprar nada?

Desanimada, Joana respondeu:

- Não tenho vontade de comer. Vamos voltar para casa.

Joana chegou na casa luxuosa, grande e vazia. Não tinha gente.

Aqui não parecia uma casa, porque estava faltando uma dona e umas crianças.

Ela entrou com a bolsa vazia e a deixou na mesa, suspirando. Ao pensar em Matheus, ela caminhou até a mesa e abriu a gaveta. Pegou uma foto de Jorge, quando ele era criança.

Ele não gostava de tirar fotos. Essa era a única foto da sua infância.

Joana olhou com atenção e recordou o rosto de Matheus, que era muito parecido com esta foto.

Quase igual.

Comos eles podiam ser tão parecidos?

Jorge era filho único, porque Sra. Terezinha só deu à luz um bebê. Sr. Angelo casou com outra mulher, mas eles também não tinham filhos.

Jorge não tinha irmãos.

Matheus não seria filho de parente de Jorge.

Existiriam, de fato, pessoas que não fossem parentes de nenhum jeito, mas que fossem muito parecidas?

Joana se concentrou em pensar nisso e não notou o som de porta abrindo.

Jorge largou o casaco e se aproximou para ver o que Joana estava olhando com tanta atenção.

Ela nem sabia que alguém entrou.

Ao ver que Joana estava olhando a foto dele, Jorge levantou suas sobrancelhas:

- Por que está olhando para a minha foto?

Joana se assustou e olhou para ele:

- Hoje encontrei duas crianças que são exatamente iguais a você na infância.

Ela enfatizou ao dizer exatamente iguais.

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