4 -Vampiro Dos Meus Sonhos romance Capítulo 26

Acordei com um sorriso nos lábios me espreguiçando, tinha o meu corpo relaxadíssimo. Nunca tinha sentido tanto prazer na minha vida com um homem. Pensando bem, só tinha tido Eduardo.

Não podia dizer que tinha sido mau, na altura ele tinha sido carinhoso, tinha me dado prazer várias vezes naquela noite, mas como tinha sido a minha primeira vez, estava um pouco dolorida e não tinha sido tão intenso como agora.

Provavelmente a diferença era que amava Nicholas além de o desejar. Mas ele não estava ali, isso indicava uma coisa, não tinha mudado nada para ele em relação a mim. Talvez tenha sido unicamente luxuria , puro desejo de sua parte.

Bolas! Não ia pensar nisso,não agora que me sentia feliz, tinha sentido as suas carícias, sua forma de amar, seu tesão , ia desfrutar, não chorar pelos cantos. Mesmo que ele não sentisse o mesmo, pelo menos   tinha amado Nicholas plenamente, de corpo, alma e coração, e me sentia extremamente feliz.

Depois do banho vesti uns calções pretos e um top vermelho de alcas, seguindo directamente para a cozinha. Observando a geladeira , decidi que era melhor fazer uma visitinha a mercearia, comer sempre carne me deixava a ansiar por um filé de peixe com legumes,mas teria que servir por hoje.

Preparando uma sandes com a carne assada que estava prontamente disposta numa travessa devidamente embrulhada com pelicula aderente, preparei uma enorme uma sandes. Hoje estava mais faminta que o normal, mas sabia porque. Sorrindo ruborizo dando uma dentada,olhando ao redor na esperança de ver Nicholas.

Mas como sempre a cozinha estava vazia, só eu e alguns dadores que viviam na casa é que comiam. Eles viviam afastados da casa principal, por isso praticamente o frigorífico só tinha comida para mim.

__ Olá sortuda. - Beatriz entrou de rompante sorrindo maliciosa.

__ Sortuda? - Olhei-a surpreendida dando a terceira dentada na sanduiche que começava a não ficar tão apelativa como antes. __ Porquê?

__ Oh! Então, vais fazer-te de ingénua comigo. - Bateu o dedo na ponta do nariz.

Percebi imediatamente. Oh! Céus! Todos iam saber que só agora tínhamos dormido juntos. As minhas bochechas ficaram vermelhas como um tomate. Beatriz riu á gargalhada.

__ Pára... não tem graça. - Murmurei.

__ Sou tua amiga,mereço pormenores. -Beatriz sorriu divertida. __Ele é tão bom como parece?

__ Mais ainda! - Sussurrei, rindo apesar de um mal estar começar a invadir o meu estomago.

__ Estás bem? - Beatriz disse preocupada. _ Ficaste pálida de repente.

__ Estou bem, só enjoada. A carne tem um sabor esquisito. - Faço uma careta.__Se calhar estava estragada.

Pousei o restante da comida no prato, me servindo de um copo de sumo de laranja.

__ Queres que chame alguem? - Beatriz perguntou.

__ Não, eu... eu fico bem. - Abrindo a torneira da pia lavo o copo, molhando a cara de imediato quando um calor surje queimando sem aviso. Gemo com dor no estomago, me contorcendo um pouco sobre a pia .

__ È melhor chamar Nicholas?

__ NÃO! - Um rosnado surge no momento em que Beatriz pousa a mão em meu ombro. Constrangida, a encaro. __ Desculpa, não queria gritar contigo. Não precisas de o chamar, já me sinto melhor.

Beatriz arregalou os olhos e ficou de boca aberta.

__ Oh não! Tenho mesmo que chama-lo. Os teus olhos... não saias daqui. - Beatriz correu se cruzando com Ana, que entrava na cozinha.

__ Para quem dizia que não se metia no meu caminho, até te safaste bem. - Ana soava furiosa.

__ Desaparece Ana, não é uma boa altura! Uma raiva me invadia naquele momento, não sabia o que se passava, mas ela só aumentava com a Ana me provocando.

__ Porque não? - Começou a rir.

__ Estás a sentir-te mal, não é? Que pena não puderes desfrutar do prazer que ele te deu ontem. - A voz dela era fria, dura. __ Conseguiste o querias, tiraste-mo, mas vais pagar.

__ Eu não te tirei nada. - Saí para o corredor, sentia-me quente, febril, precisava de ar fresco. __ Não te posso tirar algo que nunca tiveste, não achas?

Precisava de sair dali, me sentia sem ar, olhei a porta com o intuito de sair , correr pelo jardim, talvez resultasse.Mas de repente Ana agarrou-me um braço.

__ Ele era MEU, até tu chegares. - Mostrou-me as presas gritando, me ameaçando.

Rosnei e dei-lhe um soco no estômago, atirando-a a um metro de distância.

Nicholas mesmo antes de Beatriz entrar no escritório já estava de pé ao sentir a fúria crescente de Christine. Ele e Mateus entreolharam-se, saindo rapidamente para ver o que se passava. Chocaram contra Beatriz que vinha na direção deles.

__ Esta tudo bem contigo? - Mateus agarrou-a pelos ombros preocupado. Beatriz ruborizou com o contacto de Mateus, acenando afirmativamente.

__ Sim...comigo está tudo bem. - Beatriz respondeu engolindo em seco.

__ O que se passa? - Nicholas perguntou alarmado sem parar um segundo indo ao encontro da forte energia que irradiava em seu corpo.

__ Não sei! Christine depois de comer, sentiu-se mal. Quando disse que te vinha chamar irritou-se. Nicholas...os olhos dela... estavam negros.

__ Como negros? - Nicholas ficou surpreso, nunca os tinha visto negros e sim cinza.__ Ninguém a irritou?

__ Não, ela estava bem, feliz e calma.

Quando chegaram ao corredor perto da entrada, Nicholas, Mateus e Beatriz arregalaram os olhos. Não estavam á espera daquele espectáculo.

Ana estava estendida no chão com ar ameaçador. Christine estava com os olhos completamente negros, brilhantes, com raiva estampada no rosto. Algo de muito errado se estava a passar. Nicholas avançou e colocou-se mesmo na sua frente.

__ Christine o que se passa? - Agarrou-lhe os braços a encarando preocupado.

__ Aquela besta julga que é melhor do que eu por ter presas. Eu mostro-lhe que sei defender-me tão bem como ela a provocar-me. - Rosnei. Tentei soltar-me e olhei para a porta. __ Me solta... preciso sair daqui.

__ Sair? - Nicholas agarrou-a mais forte. __ Tu não vais a lado nenhum.

__ Nicholas! - Gritei. __Não mandas em mim.

__ Christine, olha para mim. - Ele ordenou, mas ela desvieou o olhar, o desafiando, tentando se soltar com brusquidão.

__ Nicholas, por favor... me solta! Está muito quente aqui!- Ofegante tento arrancar o top de meu corpo.

Nicholas me olhava perplexo e apreensivo, me impedindo de me despir ali. Ele não me soltava, aliás seu aperto era cada vez mais forte e dominante.

Num impulso dou-lhe uma joelhada no estômago mas ele nem se mexeu. Todos os que estavam a assistir prenderam a respiração pela ousadia do meu ato.

__ Olha para mim! - Gritou impaciente.

__ Não. Preciso sair, deixa-me. - Lutei para me libertar do seu agarre, furiosa acertei-lhe com mais um soco no rosto.

Nicholas rosnou tão alto que me gelou o sangue, a sala ficou num silêncio de morte. Estava com raiva, não sabia porquê, queria bater em alguém e ele era o único perto.

Nicholas prendeu-me os braços atrás das costas com uma mão, abraçando-me pela cintura. Passou a outra no meu cabelo agarrando-o com força suficiente para atirar a minha cabeça para trás.

Ele já estava com os olhos negros e as presas de fora. Novamente tentei soltar-me, mas ele puxou o meu corpo mais junto ao dele.

__ DORME! - Ordenou.

Eu pisquei, voltei a olha-lo ainda mais irritada. Ele me encara surpreendido por uns segundos, mas logo me força a liberar meu pescoço, espetando as presas sem hesitação.

__ Nicholas... Não! - Gritei. __ Pára, por favor... dói.

Senti uma dor profunda,não entendia porque da brutalidade de sua mordida ali. Estava tão tensa e irritada que a dor era mais forte do que o prazer que começou a surgir.

Depois de uns puxões Nicholas sentiu o corpo de Christine relaxar, parando de imediato de beber . Retirou as presas , levantando o rosto para encara-la. Christine parecia mais calma, a boca entreaberta e seus olhos fechados.

__ Olha para mim. - Ordenou.

Nicholas viu no momento em que ela abriu os olhos que estavam da cor normal. Suspirou fundo e pegou-a no colo, a compelindo de novo, agora sabia que resultaria.

__ Dorme! - Logo que seu olhar se fixou no dele e as palavras se ouviram, Christine adormece em seus braços. Nicholas sombrio se vira para todos os presentes.

__ Quero saber quem tem acesso á comida. - Disse irritado, mostrando as presas ameaçador.__ Christine está drogada.

__ Drogada? - Mateus disse abismado encarando seu leal amigo. __ Quem teria interesse nisso?

Nicholas olhou á volta e deparou com Ana muito assustada.

__ ANA? - Nicholas gritou, rosnando. - O que usaste?

__ Eu...eu... nunca imaginei que ela ficasse assim. - Ana declarou nervosa. __ É humana, pensei que só dormisse durante um ou dois dias.

__ Humana? - Gritou Nicholas num tom mortal. __ Ela é mestiça, não humana. Vais pagar por isto.

__ O que fizeste? - Perguntou Mateus friamente adotando sua postura de lider.

__ Só coloquei quatro comprimidos para dormir na comida. - Ana desviou do olhar penetrante de seu Mestre. __ Pensei que dois eram poucos para a colocar a dormir.

__ Sabes o que podia ter acontecido se ela saisse por aí durante o dia assim descontrolada.- Nicholas rosnou ameaçadoramente.. __ Ela era metida num hospital humano ou pior e tu... estavas morta.

Mateus respirou fundo, entendia a irritação de Nicholas, mas sabia tambem que ele estava preocupado pela mestiça em seus braços.

__ Nicholas cuida de Christine. Ana, no meu escritório! AGORA!

Nicholas subia as escadas enquanto olhava Christine a dormir pacificamente nos seus braços. Como podia parecer agora um anjo se há um minuto atrás parecia o diabo. Conseguira sentir toda a raiva e pânico dela. Sentia-se presa, perdida.

Ele tentou acalma-la com a mente, mas não resultou. A raiva o bloqueou completamente, não o via sequer. Não queria beber dela assim, mas naquele momento era a única hipótese de a controlar. Sabia que acalmaria quando o fluxo de sangue fosse menor e o coração batesse mais lentamente.

Deitou-a na cama, passando a mão suavemente pelo pescoço, suspirando ao ver a marca da mordida brusca desaparecendo. Uma batida o sobressaltou, não era habitual estar desatento, mas Christine o preocupava bastante no momento.

__ Entra. - Disse rudemente.

__ Posso? - Beatriz estava indecisa o olhando com cautela.

__ Beatriz! - Suavizou a voz. __ Entra.

__ Vinha ver como ela está. - Beatriz olhava sua amiga com um pouco de triisteza, devia estar a saborear seu momento de felicidade, não ficar deitada numa cama desacordada.

__ Não sei quanto tempo vai dormir. Não sei o efeito de quatro comprimidos num mestiço. Alem daquilo que vimos, claro.

Nicholas respirou fundo, se levantando, penteando o cabelo para trás de frustração.

__ Nunca a tinha visto tão alterada. - Beatriz soava preocupada.

__ Estava irreconhecível. Podes ficar com ela?

__ Claro que sim, fico o tempo que for preciso. - Beatriz tentou sorrir apesar de não sentir propriamente alegria com toda a situação.

Nicholas levantou-se de imediato, sua postura de ameaça mostrava aquilo que Beatriz imaginava, ele estava pronto para lidar com Ana e isso significava que o castigo seria duro, até quem sabe... fatal.

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