4 -Vampiro Dos Meus Sonhos romance Capítulo 34

Os acontecimentos dos últimos dias me tinham debilitado e as perdas de sangue também não ajudavam. Nicholas não resistia beber um pouco quando me amava, mesmo que não estivesse a precisar, era algo intimo e sensual que ambos gostávamos  de sentir. Como um bom companheiro ele sempre me ordenava  que comesse  bastante para repor meu equilíbrio. Naquele momento  acabava de beber o resto do café, pensando em  como éramos felizes. Ultimamente ostentava um grande sorriso na cara. Nicholas me analisava com uma expressão de orgulho por me ver assim, ele sabia que era a razão para me sentir tão bem e acabava por me fazer ruborizar.

__ Nicholas! - Mateus rapidamente apareceu na nossa frente nos interrompendo naquele jogo silencioso em que cada um de nõs acariciava o outro, com o olhar. Mateus   exteriormente parecia calmo, mas o olhar dele dizia outra coisa. __  Temos problemas!

Nicholas rapidamente me da um beijo de leve , seguindo seu amigo e Mestre ao escritório. Assuntos do clã eu não me metia , alem de ser muito nova  ali, as leis estavam fora do meu conhecimento, na verdade duvidava que fosse capaz de ajudar em algo  na caça de renegados. Respirando fundo continuo comendo  , meu olhar de vez em quando ia para a porta  onde ambos conversavam em privado. Só esperava que Nicholas não se metesse em algo perigoso, apesar dele ser um vampiro  experiente , agora om cada  ronda ou saída me deixava com um aperto no coração. 

Depois de me alimentar dirigi-me ao quarto, pegando num livro tento ler por alguns momentos , mas depois de passar os olhos na mesma pagina cinco vezes decidi que o melhor era parar por ali. Minha concentração era zero e precisava de saber se Eduardo era a razão dos problemas recentes.Descendo até ao escritório, respirei fundo antes de bater  na  porta. 

__Entra ! - Mateus olhava para a porta com um sorriso terno ao me ver. __  É bom saber que resolveram tudo pelo melhor.!- Ele cruzou os braços no peito encarando Nicholas também. __ Ou  teria  que vos  prender no quarto até que apanhassem juízo.

__ Não precisa,está tudo resolvido! – Declarei com um sorriso sincero, desviando o olhar de imediato para Nicholas.__ Há algum problema com Eduardo? -

__ Não, não é Eduardo. - Nicholas puxou-me para o seu colo. __Já te disse que com esse problema lidamos bem. - Arqueou uma sobrancelha. __ Certo?

__ Certo. - Mordi o lábio, apreciando seu rosto em silencio. Ele sorri de lado me dando um beijo de leve ao se levantar.

__ Temos que ir! 

__ Por favor, tem cuidado.

__ Sempre! - Nicholas  me abraçou forte pela cintura murmurando em meus labios a palavra que eu queria ouvir . 

__ Amo-te. Nunca te esqueças disso! - Beijei-o com paixão e seu  sorriso era uma visão maravilhosa ao se afastar com Mateus para o assunto que teriam que resolver.

Realmente era uma mulher feliz. Nada poderia estragar a felicidade que sentia naquele momento, nem mesmo Eduardo. Depois de Nicholas sair com Mateus, e alguns homens do Clã, fui até ao meu quarto, uma visita ao ginásio era um bom plano para me manter ocupada fisicamente e mentalmente ate que  regressasse. Há muito tempo que não treinava e já sentia saudades tambem. Vestindo  um top vermelho e calças de lycra preta, calço os ténis quando  uma batida na porta me sobressalta.

__ Quem é?

__ Posso entrar? – Ana soou do outro lado.

__ Ana!!! - Tentei que a voz não me traísse. Me levantando avanço dois passos para a porta , ela de imediato a abre me encarando. __ Entra !

 Não queria que Ana sentisse as emoções que surgiam dentro de mim ao vê-la, mas a mágoa  persistia  depois do que tinha feito, apesar de já a ter perdoado.

__ Desculpa te incomodar , mas... -  Ana  falou em tom baixo, suspirando profundamente antes de continuar. __ Vim aqui para me desculpar. 

__ Estás desculpada. - Rapidamente acrescento, havia um ambiente pesado entre nós duas apesar da conversa ser amigavel. __ Entendo as razões que te levaram a isso.

__ Entendes, não entendes? - Ana quase sorriu .

__ Sim...  – Respondi um pouco confusa com aquele sorriso.__  Tu ama-lo.

__ Sim, eu o AMO. - Soltou uma risada curta.  __ E TU... tens o que eu quero. 

 Ana respondeu bruscamente. avançando sobre mim. Quando me apercebi, já era tarde. Senti uma pancada na cabeça e  a escuridão me arrebatou sem aviso.

Quando acordei estava deitada no cimento e com uma dor palpitante na cabeça. Esfreguei a testa e olhei á sua volta, parecia ser um armazém abandonado. Ana estava num canto a olhar para mim com um sorriso frio.

__ FOI TUDO FINGIMENTO? – Gritei. O que fez a minha dor de cabeça ficar mais forte. __ Eu não acredito que ainda fui em tua defesa.

__ Sabes á quanto tempo eu o quero. - Ana tinha um tom gelado. __ Vivo há vinte anos naquela casa, desde que o conheço que o desejo. Tive-o poucas vezes, mas sabia que a longo prazo o conseguia. - Ela rosnou. __Até TU  chegares.

__ Achas que assim o vais conquistar? - Tentei chama-la á razão. __ Quando souber o que fizeste, a sentença será a morte. Ele não vai hesitar, acredita.

__ Nicholas nunca vai saber, disfarcei o teu cheiro. - Ela solta uma risada histerica. __ Até conseguir dar contigo, já estarás nas mãos do Eduardo. Ele desistirá de ti quando pensar que o abandonaste.

Sabia que Ana estava a falar a sério. Nunca acreditei que ela me fizesse mal mas Nicholas tinha razão. Agora percebia o porquê de nunca perdoar uma traição. Era para dar um exemplo, para evitar ser inundado por mais desafios de outros jovens que se achavam melhores.

__ Achas que Eduardo se vai contentar só comigo. - A sua raiva e o meu medo cresciam. __ Depois de me ter segura, vai procurar acabar com o Nicholas.

__ Ele prometeu-me ir para longe contigo.- Ana rosnou me encarando com raiva . __  Ele disse que não precisava de ser o Mestre daquela casa desde que te tivesse, por isso deixará  Nicholas em paz. - Ana respondeu com uma satisfação cruel.

__ E tu acreditaste nisso? - Dei uma gargalhada seca. __ Não conheces  Eduardo. Ele já matou  por poder,   o que julgas que fará com Nicholas que   fez amor comigo nestes últimos tempos. - Fechei os punhos com raiva, só me apetecia matá-la.__ Eduardo é louco e cruel...

__ NÃO QUERO OUVIR MAIS NADA !. - Gritou histericamente. __ É quase meia-noite, Eduardo deve estar a chegar.

__ Por favor Ana. – Supliquei. __ Eduardo simplesmente vai te matar e esperar a hora certa para acabar com o Nicholas também. Ele não vem sozinho.

__ Por isso mesmo vou sair daqui antes que ele chegue. - Ana declarou cinicamente, enquanto se aproximava de mim. __ Mas antes de ir ...quero despedir-me de ti.

Quando vi o punho dela ainda me tentei desviar mas sem sorte. A dor explodiu no meu rosto, fiquei atordoada por uns minutos. Depois de conseguir focar o olhar, vi-a lamber o sangue que tinha nos dedos. O meu sangue! A raiva junto com a adrenalina tomou conta do meu corpo. Agarrei-a pelos cabelos, antes que conseguisse se afastar com a sua velocidade natural e atirei-a ao chão.

__ Vais te arrepender amargamente por isto. - A raiva explodia por ela.

Peguei num caixote de madeira que repousava num dos cantos do local onde estava desacordada momentos antes e o atirei com toda a minha força de mestiça. Rapidamente ficou em pedaços ao acertar-lhe na cabeça Aproveitando a onda de sorte , dou  um pontapé em borboleta, mas ela era forte e aguentou bem a pancada.

Ana veio para mim com os olhos negros brilhantes e as presas despontadas, seu orglho em sua transformação mostrava-me que seria superior , isso me irritou ainda mais . Voltei a dar-lhe um soco antes de me poder atacar e ela caiu ao chão. Ana levantou-se rapidamente, acertou-me no maxilar com um soco e presenteou-me com alguns pontapés brutais. Caímos, rolamos no chão num emaranhado de membros, mas Ana nunca parou de se defender e de me atacar. Se não tivesse treinado com Nicholas, nesse momento estaria morta aos pés dela.

Num movimento rolante consigo  prende-la  com meu corpo, agarrando  sua cabeça atiro contra ao chão, golpes duros e dolorosos para que ela parasse. Ofegante  relaxei um pouco  quando ouvi o barulho do crânio a estalar e voltei a bater mais uma vez. Enquanto ela estava temporariamente imobilizada, sentei-me em cima do seu estômago, apertando seu pescoço. Ela congelou. Seus olhos negros voltaram ao castanho de uma só vez. Nem um gemido escapou dela. Ana olhava-me com uma expressão de dor e eu sabia que  não era dor física.

__ Tu não o mereces. - Ana disse desiludida, agora machucada ela estava sem força no corpo, mas tinha noçao que seria temporario, logo que se curasse ela voltaria ao ataque.

__ Eu sei disso. - Sorri suavemente. __ Mas foi ele que me escolheu, por isso me sinto honrada.

De repente os olhos de Ana se alargaram em alarme.

__ Ele está aqui! - Ana suspirou resignada.-__ Foi mais rápido do que previ.

Eu pisquei para ela em pânico. Apesar disso não larguei o seu pescoço.

__ Eduardo está aqui?  - Assustada tentei pensar num modo de fugir dali.__ Mas...mas ainda nem é meia-noite 

 __ Nem sequer consegues perceber a presença do homem que dizes amar. - Ela me lançou um olhar irritado.

 __ Nicholas! - Um alívio enorme  invadiu-me. Olhei para Ana, levantando uma sobrancelha. __ Só sinto a presença deles quando estão na mesma sala que eu.  - Disse num tom irónico. __ Como disseste há uns tempos atrás, sou só ...uma simples mestiça com sangue humano.

Bastou um momento para pular com o barulho da porta da frente do armazém se despedaçar em pedaços.