4 -Vampiro Dos Meus Sonhos romance Capítulo 9

__Bem vinda. - O homem dominante estendeu um braço acenando para que entrasse, até esse momento não tinha percebido que estava estancada firmemente na entrada . __ Sou Mateus!

O Mestre do clã dos Independentes. . Clareando a garganta , dou dois passos para dentro, com uma pequena reverencia , me apresento.

__ Sou Christine, venho pedir asilo urgente, penso que minhas razões... justificam o pedido. O Mestre volta a acenar, mas desta vez para uma poltrona situada mesmo em frente à secretária.

__ Penso que já conhece Nicholas! Ele foi testemunha das suas razões , esta reunião é somente para saber de que clã está fugindo, e o porque de alguém a atacar assim cruelmente.

Olhando Nicholas , um deja vú surge na minha mente , realmente sua voz , seus olhos verdes profundamente enigmáticos eram familiares, agora sabia a razão. Ele me tinha salvo das garras dos capangas de Eduardo. Pensativa aprecio sua boca , me questionando se teria sido ele a me dar seu sangue. Um tremor me invade ao imaginar o ato, meu corpo esquenta , me fazendo ruborizar quando ouço um clarear de garganta. Meu olhar sobe de seus lábios para seus olhos . Maldição ... mandíbula apertada ele quase que me fulminava com seu olhar, o verde se tornando negro. Envergonhada baixo meus olhos, dando total atenção ao outro homem que podia selar o meu destino ali mesmo, naquela hora .

__ Sou mestiça mas não serei um estorvo, prometo. Posso ser de grande ajuda para vocês, se me aceitarem.

__ Porque motivo precisas abandonar a tua casa além dos óbvios, é claro?

Não sabia até que ponto poderia dizer toda a verdade. Acusar Eduardo de um crime sem provas poderia ser algo que se viraria contra mim eventualmente. Mordendo o lábio decido que o melhor era omitir por enquanto certos detalhes.

__ O Mestre que me recolheu em criança, faleceu há uns dias atrás, agora seu co-regente vai assumir a liderança e pretende me forçar a uma reclamação. - Suspirei. __ Ele parece não conhecer a palavra..."não".

Uma batida soou na porta me fazendo pular quando o silencio se instala no cômodo. Mateus acena a Nicholas para que abrisse , mantendo seu olhar sério fixo em mim, assim como o interrogatório.

__ Qual o nome do teu clã?

__ È... não...era ... o clã Camarilla!! Rapidamente um vampiro menos robusto entra de rompante na sala, olhando preocupado para Nicholas e logo para seu Mestre .

__ Temos visitas! Um suposto Mestre do clã Camarilla está aqui e vem com cara de poucos amigos.

__ Deixa-o entrar. - Mateus declarou num tom calmo sentando-se na secretária.

Eu por outro lado ofeguei em pânico, como sabia onde me procurar ? O pavor começa a surgir em ondas , procuro um lugar onde me esconder ou por onde fugir mas o olhar de Nicholas que se aproxima rapidamente do meu lado me adverte firmemente para que fique quieta. "Como podia ele saber o que planeava fazer , seria assim tão transparente?" Quando Eduardo entrou vinha acompanhado com os seus dois guarda-costas. Imediatamente lhe surgiu um sorriso de triunfo quando seu olhar se encontra com o meu. Prendi a respiração, Eduardo tinha chegado rápido demais, estava perdida.

__ Parece que encontraram algo que me pertence. - Eduardo com sua postura habitual de confiança desmedida encara Mateus com superioridade. Seus lábios se contraiem em diversão enquanto acenava um simples cumprimento ao anfitrião da casa , voltando sua atenção a mim. __ Crhistine... VAMOS!

Imediatamente exalei todo o ar que prendia dentro do meu peito, me levantando com pernas trementes, não para o acompanhar , mas sim para fugir o mais longe dele possivel. Nicholas entretanto se coloca na minha frente me ocultando de Eduardo , o encarando fixamente. Aproveitando que suas costas largas impediam que Eduardo me visse, olhei suplicante para Mateus.

__ Bem vindo a minha humilde casa , como as apresentações não foram feitas , parece que está com urgência em resolver esta situação. -Mateus sorriu, o encarando com postura ameaçadora enquanto se sentava . __ Sendo assim , parece que Christine já não pertence ao Clã Camarilla, por consequência... - Mateus fez uma pausa irônica __ ... o Mestre desse clã não tem qualquer direito sobre ela , o asilo está concedido . O alivio foi tão grande que sentia que iria desfalecer a qualquer momento, me segurando na ponta da camiseta de Nicholas , jurava que ouvira um rosnado dele ,  se no mesmo momento não tivesse soado no ar, o grito de Eduardo.

__ O quê? Ela é MINHA! Pertence à MINHA Casa, ao MEU CLÃ. Eu sou o novo Mestre agora, ela me deve vassalagem. Eduardo deu um passo em frente e eu recuei nervosa, batendo com a parte de trás dos joelhos na poltrona.

__ Vocês têm um período especifico para fazer o luto. Como fui informado, vosso Mestre faleceu mais ou menos há uma semana. Conhece as leis, depois de um ano, poderá pedir o retorno e a vassalagem, período esse em que Christine poderá pensar livremente no que deseja, aqui em asilo,nos Independentes. Era evidente a transformação de Mateus , sua voz era fria e ameaçadora, sem sorrisos nem cautela nas palavras . Firme e direto o que me deixou um pouco mais tranquila, estava protegida pela lei também.

__ CHRISTINE!!! Retira o pedido de asilo. AGORA! Se voltares imediatamente comigo, prometo que te dou um ano antes de te reclamar.

Eduardo ignorava Mateus , se fixando em mim com presas brilhando sob o lábio, olhos negros , o rosto rígido da cólera querendo surgir. OH Céus !! Ele estava pronto a explodir, sem pensar me aproximei de Nicholas me encolhendo nas suas costas largas , agarrando a camisa tão forte que quase a rasgava.

__ Não o deixes levar-me, por favor. - Supliquei baixinho.

Nicholas relançou um olhar possessivo na minha direção, suas presas se alongavam nesse momento, quase me fascinando se não fosse o pensamento da crueldade de Eduardo se me apanhasse em suas mãos. Mas infelizmente ele não tinha sido o único a me ouvir. Eduardo estava com o rosto deformado de raiva e um olhar mortal.

__ CHristine.. espero que não te esqueças que és MINHA!

Eduardo avançou sem medo, parando de imediato quando Nicholas avançou no mesmo momento , mostrando sua transformação total no vampiro letal que era . Eduardo parou de imediato, sabia que perderia a luta com a lei do meu lado. Mesmo assim algo mexeu dentro de mim.

__ Não sou TUA. – Gritei. Dessa vez eu não me segurei, o enfrentei. Não sabia de onde vinha a coragem de repente , mas visualizar Nicholas avançando para uma luta sangrenta feria meu coração. Não entendia o porque desse sentimento, mas no meu interior , era algo forte me fazendo agir . __ Tivemos uma noite ... era virgem... sim... mas uma NOITE não te dá o direito sobre mim, quero que me deixes em paz. Fica com as tuas amantes da casa, elas desejam-te, eu não.

Os olhos de Eduardo arregalaram-se, entendi que não estava à espera que lhe falasse daquela forma desrespeitosa, mas a raiva também me possuía no momento. O rosto dele empalideceu, os lábios se contraíram.

__ Não penses que te livras assim tão facilmente. Posso esperar, mas se tu não o fizeres, irás ver as consequências. Mais tarde te ensinarei a respeitares um vampiro centenas de anos mais velho, além de ser teu Mestre.

__ Bom se não há nada mais a discutir , agradeço que saíam. Quando vierem em paz , serão bem vindos nessa casa , até lá... _ Mateus mostra um sorriso irónico. __ Por favor , fiquem longe da Christine, ou aplicarei as leis que estão ao meu alcance.

Os olhos azuis de Eduardo eram tão intensos que estavam quase pretos e perfuravam os meus com a promessa de que eu iria pagar. Rodando em seus pés , finalmente encara Mateus que observava atentamente tudo ao seu redor, apesar de estar de pé em prevenção, parecia relaxado. Talvez por saber que Nicholas dava conta do recado, ele não deixava de encarar Eduardo, preparado para qualquer indicio de ataque.

__ Isto. Ainda. Não. Acabou!!!

Saindo a passos largos Eduardo enfatizava as palavras, bufando. Seus capangas o seguiram , mas com a distancia segura para que não pagassem por sua frustração latente. As minhas mãos suavam, todo o meu corpo tremia. Não sabia se me devia sentar ou desmaiar. Pensando bem, talvez fizesse as duas coisas. Eduardo estava obcecado, ele não me deixaria em paz...nunca mais.

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