Meu Vizinho Pervertido romance Capítulo 12

Paloma tinha se oferecido para ficar com Kate e ter certeza de que ela estava segura durante a noite, mas Kate podia sentir seu desespero para passar mais tempo com Heath, então a convenceu a passar a noite na casa dele. Kate havia lhe assegurado de que estava tudo bem, eles estariam logo ali ao lado, e as paredes eram finas. Se ela precisasse deles, ela gritaria.

Kate os acompanhou até o corredor, arrependendo-se disso no minuto em que seus olhos encontraram o olhar de Colton. Havia fumaça saindo de sua boca avermelhada. Ela desviou o olhar, fechando a porta com um baque sutil e trancando-a. Vagou pelo apartamento, garantindo que todas as janelas estivessem fechadas antes de se jogar na cama, emocional e fisicamente esgotada.

O sono não vinha. Ela se virou, sentindo muito calor e depois muito frio. Estava com medo, com raiva e confusa para caralho. Sua mente estava agitada, com pensamentos de Colton — os dedos dele nela — piscando na frente de seus olhos. Ela não conseguia entender como ele a fazia se sentir tão bem.

Ela gemeu, deslizando os dedos sobre a marca vermelha em seu pescoço. Ainda ardia, e ela se perguntou se ficaria frustrada quando a marca desaparecesse. Aquilo era a prova de que ela não estava ficando louca; de que, por um momento, ele a quis tanto quanto ela o queria.

Que merda é essa que você faz comigo?

As palavras dele ecoavam em sua cabeça. Ela não sabia o que ele queria dizer, mas sabia que poderia se perguntar a mesma coisa. Ele a estava deixando louca. Kate soltou um suspiro agudo e vasculhou sua gaveta em busca de um comprimido para dormir. Ela o tomou, junto com um copo d’água, implorando para seu corpo reagir logo à medicação.

O som de uma porta se fechando ecoou pela parede frágil. Kate se perguntou se Colton estava pensando nela do jeito que ela pensava nele, se ele estava tão confuso quanto ela. Ruídos abafados romperam o silêncio, e um gemido alto lhe deu a resposta.

Seu estômago embrulhou.

Era uma mulher. Ela soltou uma risadinha, murmurando algo inaudível antes de gemer de novo. Colton também gemeu, e então houve silêncio.

Kate fechou os olhos, perguntando-se se estava ouvindo coisas. O som havia sido tão breve, tão diferente dos padrões vocais das amigas de Colton, mas o barulho áspero da cabeceira contra a parede confirmou que aquilo era real. Colton soltou outro gemido, mais gutural e sedento: “Puta que pariu!”

Sabendo exatamente o que estava acontecendo, Kate pegou seu travesseiro, o cobertor e o celular e saiu do quarto, para longe dos gemidos. Ajeitando-se no sofá, ela ligou a televisão, rezando para que o som fosse alto o suficiente para que ela não os ouvisse.

Felizmente, foi.

Lágrimas arderam em seus olhos, e ela se encolheu toda, observando as imagens piscarem na tela da TV, logo se transformando em um borrão quando o comprimido para dormir fez efeito, nocauteando-a por aquela noite.

*

Uma leve batida soou pelo apartamento. Kate franziu a testa. Paloma havia saído no final da tarde para ir ao cinema com Heath, e ela sabia que Colton não estava em casa. Ela tinha ouvido a porta dele bater, seguido de sua voz rouca insultando a Sra. Huang, que teve o desprazer de encontrá-lo na escada.

Encolhida e de pijama no sofá, Kate sentiu a respiração ficar tensa. Havia tentado ignorar o bilhete recebido, mas ele ainda pairava em sua mente, circulando com uma infinidade de ‘e se’. Ela se arrastou até o olho mágico, e seus olhos fitaram o loiro desgrenhado com olhos de safira do outro lado.

Kate abriu a porta e sorriu para o rosto tímido de Austin: "Ei".

"Ei", a boca dele se abriu em um meio sorriso, seu rosto bonito marcado pelos hematomas roxos em seu nariz e olhos. “Me desculpa por não ter vindo te ver depois… do que aconteceu. Tenho ficado nos meus pais para evitar o Colton”.

"Eu imaginei", Kate assentiu, lançando o olhar na direção de seu apartamento silencioso: "Você quer entrar?"

Austin concordou, passando a mão pela nuca. O cheiro de seu sabonete de banho passou por Kate quando ele entrou no apartamento, sentando-se no sofá.

"Como você está se sentindo?", ela murmurou, jogando-se ao lado dele e dobrando as pernas contra o corpo. “Parece melhor.”

"Está um pouco", ele riu. “Olha, foi realmente uma merda da minha parte sair assim e simplesmente parar o que a gente estava fazendo.”

Kate balançou a cabeça, apoiando a mão no joelho dele: "Não se preocupe com isso."

"Você acha... que podemos começar de novo?"

"Eu adoraria", ela sorriu, hesitando antes de fazer sua próxima pergunta. "Está tudo bem com Colton agora?"

Ela pôde sentir a raiva de Austin crescendo, mas ele só fez um aceno de leve: “A gente está tolerando um ao outro, por enquanto. Tenho certeza de que tudo voltará ao normal em algum momento.”

Kate queria fazer mais perguntas, saber como ele poderia continuar amigo de alguém que havia comido a irmã dele e depois o espancado por isso, mas ela pôde ver que Austin estava perto de seu limite e decidiu mudar de assunto. “Eu ia pedir comida chinesa. Você quer ficar, ver um filme, comer alguma coisa?”

Austin assentiu, seus lábios inchados se curvaram em um sorriso: "É claro."

Kate deixou a sala e vasculhou a gaveta da cozinha, encontrando o cardápio de delivery de um restaurante chinês que havia ali perto. Deu uma olhada rápida, passando o cardápio para Austin, que fez o pedido enquanto ela escolhia um filme. Ela relaxou em cima dele, permitindo que seu corpo afundasse na camiseta branca de Austin. Havia um cheiro fraco de maconha, e Kate não pôde deixar de se lembrar de Colton, da forma como os dedos dele a haviam atacado de um jeito tão gostoso na noite anterior.

A comida chegou 15 minutos depois, e os dois a devoraram, assistindo a comédia que Kate havia escolhido, sem prestar muito atenção.

A curiosidade de Kate a venceu e ela se virou para Austin, mordendo o lábio: “Então, como você e Colton se tornaram amigos? Quer dizer, vocês são tão diferentes”.

“Somos amigos desde o Ensino Médio. Ele nem sempre foi tão babaca”, os olhos de Austin permaneceram grudados na televisão. Ele claramente era fã de Adam Sandler, e Kate soltou uma risadinha.

"Então qual é a dele?", ela perguntou, esperando que Austin não suspeitasse dos sentimentos que ela tinha por Colton. “Por que ele é tão idiota?”

“Ele teve uma vida de merda, eu acho”, Austin deu de ombros. Estava muito distraído com o filme para questionar a curiosidade de Kate. “Mas eu não sei quando isso começou a ser só uma desculpinha.”

“Naquela noite”, ela murmurou, “ele disse que você ignorou os limites dele. O que isso quer dizer?”

Os olhos azuis de Austin, iluminados pela TV, finalmente pousaram nela, e ele franziu as sobrancelhas: "O que são todas essas perguntas?"

“Só curiosidade, eu acho.”

"Você não está interessada em Colton, está?"

A respiração de Kate ficou travada em sua garganta, e ela sentiu uma pontada de culpa enquanto balançava a cabeça: “Não, definitivamente não. É só que a situação é estranha. Vocês são amigos há tanto tempo, e levou todo esse tempo para ele tentar comer a sua irmã, e aí ele fez esse comentário. Eu só estava…”

"Eu não quero mais falar sobre isso, Kate."

“Eu... você está certo. Me desculpa. Eu não sei por que toquei nesse assunto”, ela sussurrou, e suas bochechas coraram. Ela não tinha ideia do que estava fazendo, nem por que havia começado a falar daquilo. Óbvio que seria um assunto delicado.

O olhar duro de Austin se suavizou, e ele pressionou os lábios docemente contra os dela: “Desculpe. Eu não queria ser grosso.”

"Está tudo bem", ela sorriu, permitindo que os braços dele a envolvessem, e ele a apertou contra o peito. "Você vai ficar na sua casa esta noite ou vai voltar para a casa dos seus pais?"

"Eu estava planejando voltar para os meus pais", ele murmurou, com seus lábios quentes contra os cabelos dela. "A menos que você queira que eu fique aqui à noite, e talvez queira terminar o que a gente começou?”

Não! Sua mente gritou para ela. Era errado usar Austin e ela sabia disso, mas a parte de seu cérebro obcecada por Colton implorou. Ela precisava tirá-lo de sua mente, e a única maneira que podia pensar para acelerar esse processo era aproveitar a companhia de Austin.

"Hum, isso parece bom”, ela assentiu, mantendo a cabeça aninhada em seu peito. Evitou o azul profundo de seu olhar, na esperança de conseguir sufocar sua culpa.

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