No Morro romance Capítulo 35

Maria Ísis - Narrando

Acordei tava estressada que só, com certeza ia menstruar, tomei um banho e vesti qualquer roupa que tava minha lá por cima, olhei para cama e o cuzão ainda tava dormindo, bebeu pá porra ontem, vou deixar dormir, tá vendo como eu sou boazianha.

Desci e Tia Nanda já tava na cozinha, lembrei que ia ter o almoço com a cuzona lá, nem me meto nesses b.o dos dois nunca tive contato com a peça lá, o moleque é gente fina e presença também, se eu fosse uns anos mais nova, falei isso para Gui ele gostou muito não, mas eu sou tipo foda-se, tô brincando.

- quer ajuda sogrinha linda da minha vida? - pergunto dando um abraço nela

- Bom dia meu amor, preciso - falou e ela tava toda atrapalhada

Ajudei ela, fiz a sobremesa porque eu amo uma besteira né, duas diferentes porque fiz uma torta de maracujá mas Gui não gosta, ai fiz um de limão que ele é parado.

- Eai, é sério mermo o negócio com Guilherme ? - perguntou enquanto mexia no estrogonoffe

- Eu acho que sim, eu gosto muito dele, daqui a pouco a gente já faz 3 meses junto tlg

- é difícil pá porra mas tu consegue levar, eu amei o pai do Gui todos os dias e vou amar para sempre, eu era muito menina quando cheguei aqui, Gabriel me deu um choque de realidade, ele me amou muito, ele tinha os erros dele, e não fica mais fácil você só se acostuma sabe, o início é muito complicado porque o morro em si é muito machista e cada um desses homens que sobem ao poder querem mostrar que são foda e que faz e acontece, depois que eles vão amadurecendo ai se ligam nas merdas que faziam, Guilherme já fez muita merda mas cresceu, vai ser menos difícil, não fácil mas eu confio em tu, muito mais que a Marcela

- quem é marcela ? - falei porque ok que eu tinha que esperar o tempo do Gui, mas eu tava muito curiosa

- a mulher que destruiu alguma parte de mim - escuto a voz do Gui atrás de mim - tu num queria saber, então eu vou contar

- Vou ali falar com os meninos, me dá dinheiro ai ? - Tia Nanda falou e Guilherme deu a ela que saiu da cozinha

- Eu amei ou achava que amava ela, fiz de tudo por ela sério, eu nunca nem olhei com interesse para outra mulher mas ela era surtada, tinha ciúmes até da Sol e eu achava fofo porque eu amava, ela não queria nada com a vida e eu sabia disso, mesmo eu querendo uma família e ela sempre dizendo que não e não, mas eu aceitava porque eu amava, até o dia que ela descobriu que tava grávida, puta que pariu, eu fui o homem mais feliz desse morro todo, eu ia ter um filho com a mulher que eu amava, essa felicidade durou 33 dias, batido. Ela chegou dizendo que havia abortado porque não podia ser mãe pelo seu belo corpo, e eu apenas aceitei porque eu amava ela, mesmo com muita dor e raiva lá no fundo, não demorou muito, uma semana depois eu peguei ela me traindo, eu queria ter tido coragem de descarregar aquele pente de bala na cara dela mas não tive, mandei ela sumir e nunca mais voltar, e foi ai que eu percebi que nunca foi amor de ambos os lados era uma possessão, um sentimento que afetava nós dois, ou só eu, não era saudável, depois disso eu nunca mais quis onda com mulher porque na minha cabeça ia se repetir tudo de novo - falou e eu vi uma lágrima nos seu olhos

- Desculpa por ter feito tu voltar a isso - falei muito arrependida por ter botado ele na parede várias vezes

- Não, tranquilo, eu falei porque tava pronto - ele me abraçou

.......................................

Tava tudo pronto, o almoço todo e a mesa posta, só faltava o povo, tinha acabado de descer e tava esperando Guiherme descer para tiramos uma fotinha.

- Tu vive querendo tirar foto, or - falou virando a cara

- Tranquilo, eu peço pra Matheus tirar comigo - falo e mal sabe que Matheus é apenas um nome que eu acho muito bonito e me chama muita atenção mesmo que eu NUNCA tenha ficado com um Matheus

- Deixa da tua palhaçada, tira logo essa merda - falo sentando do meu lado

- Tua tia chegou - Tia Nanda fala e Gui já faz cara de poucos amigos

- Brotei também vu - Igor fala saindo da cozinha

- mania feia de entrar pela porta de trás cuzão- Gui falou

- na moral me dá essa juliete (óculos espelhado) pra mim - pedi a Igor

- nem fode pô- falou e eu fiz cara chorona - eu quero de volta

Peguei da mão dele e botei no rosto, tava chavosa tio.

- Eai puto, gostou ? - falei fazendo sinal da arminha

- tá massa vagabunda - vemos rafa entrando acompanhado das outras duas

Ela me olha de cima a baixo e faz cara de nojo, puta que pariu eu tô com merda na cara é? só se for

- Essa é minha irmã, Fabiana - tia nanda apresenta ela

- Coé tia, sou cobra, tranquilidade total? querendo qualquer desenrolo pode trombar com nós, um pouco de coca e crack, desenrolo em dois palito - falou de um jeito mais maloqueiro possível e eu quis rir

- suave, sou Ísis- falei tentando ser maloqueira mas de maloqueira eu não tenho nada

- Dale veia, colou na casa de bandido foi? - Guilherme levantou passando os braços no meu ombro

Assim que ele fala isso, Mari entra com um fuzil atravessado nas costas, nem parece que foi combinado essa porra, eu tava com muita vontade de rir, mas achei vacilo né.

- Desculpa ai tia, tava resolvendo uns b.o, o cara não quis conversa tive que alvejar de bala, sabe como é né, qual foi dona, sou Barbie satisfação - falou apertando a mão dela e tirou o fuzil das costas - pode ficar suave que só mato inimigo - falou e riu como se fosse uma piada

Se olhar matasse, nós três íamos estar mortos pela Tia Nanda, é para se fuder.

- É, uma graça conhecer todo vocês- fala com voz enjoada- esse é meu filho rafael

- Dale Faelzin - fiz um toque com ele e a mãe dele me olhou como se eu fosse a pior mulher do mundo

A gente sentou logo para comer porque essa merda não ia dar para ficar sem briga por muito tempo, então tentamos conversar com a bruxa né, a gente tava terminando a sobremesa quando ela direcionou a palavra a mim

- vocês estão namorando? - perguntou e Lobão assentiu

- Minha fiel, faz uns três meses - falou e eu lancei um sorriso

- Faz alguma coisa da vida ou só dá para bandido mesmo? - e na moral ? aquilo em si me machucou não, sei dos meus corres e a vida que eu levo, nunca dependi de macho e nunca vou depender, só porque tô com ele preciso depender dele?

- Respeito com a mulher dos outros, ainda mais o dono da casa porra - Guilherme falou puto e eu segurei a mão dele negando com a cabeça

- Respeita a menina, Fabiana - Tia Nanda falou e eu apenas sorri debochada porque o deboche é o auge para tudo.

- amo dar pro meu bandido, mas tenho duas lojas de roupas, uma aqui e outra na lapa senhora - falei com o maior deboche do mundo

- quem bancou? - falou querendo me magoar mesmo, nunca abaixei cabeça para mulher nenhuma, ela tem buceta e eu também, mai meu deus.

- Ah, foi minha vó no começo sabe, ela é estilista, Marie Claire sabe quem é? então, o resto consegui com meu suor mermo, acordando 5 da matina - falei e eu tava puta não vou mentir, mas tava puta recatada, o ódio me consumindo e eu no deboche, foda-se

- conheço sim ela, amo suas coleções, tu não é do morro não? - falo com menos cara de nojo

- não, mas gosto pra porra daqui - falei e ela me encarou

- preferiu ser puta - falou baixinho mas geral escutou e como sou fina, apenas encarei mas Guilherme não é fino, é BEM grosso em todos os aspectos, enfim referências

- acabou essa merda, ninguém entra na minha casa para faltar com respeito mulher minha não, eu não falto para tu vim de onda porra, mete o pé puta do caralho- Guilherme falou alto e Tia Nanda nem questionou a bruxa lá tava no erro não faltei com respeito com ela não - Da próxima vez que tu subir, eu boto tu pra descer debaixo de bala, minha parceira

- não tá sabendo educar Guilherme mesmo não é Fernanda? daqui a louco ele tá dando na tua cara - falou

- Lobão pá tu, agora eu vou dar é na tua cara, desgraçada- ele tava puto e foi puxando ela para fora de casa e Rafael segurando o riso, menino desgraçado

- eu tô sabendo educar meu filho bem sim, tu que não foi bem educada, aguentei muita coisa calada mas vai se fuder Fabiana - Tia nanda subiu pro quarto e Guilherme mandou a velha ir embora

Guilherme tava puto e eu entendo ele, na moral, a mulher entrar no morro dele pá vim fuder véi, se fosse qualquer outro ela ia descer esse morro a base de bala, ela tem sorte dele ter deixado ela descer com as próprias pernas

- Vou lá, depois colo aqui - Rafael fez um toque com todos nós, não sei como esse moleque é filho dela não porque eu tenho um carinho da porra por ele

- Pera ai, que eu vou descer contigo, vou lá na Sol - falei e dei um beijo em lobão - falar com tua mãe tá ligado - ele assentiu

Eu sai de casa com Rafael e a gente já tava no meio do morro quando eu escutei os tiros, porra, o bope tá tentando subir, Rafael corre para tentar alcançar a mãe e eu corro atrás de Rafael.

- pera ai, olha os tiros Rafael - falei tentando puxar ele que correu

- patroa o chefe quer tu em casa, sobe - Leão falou e eu neguei

- Me dá tua glock, vou atrás do rafa, desce com um fuzil para mim ou sniper, qualquer uma - ele me encarou

- Mas.... - interrompi

- mas nada porra, tô mandando - falei e corri atrás do rafa com a arma na cintura

Cheguei num beco e vi um policial coma arma apontada para o rafa que chorava e vi o corpo da mãe dele no chão, cheia de bala, puta que pariu

- Tem cara de bandidinho, é o que ? vapor, aviãozinho, fogueteiro ? - falou e eu chamei sua atenção

- Já que sabe tão bem, o que eu sou ? - perguntei

- Puta ? - eu neguei

- tenta de novo

- Mulher de traficante

- podem pensar assim também, mas eu sou a patroa e tu mexeu com o morro errado, filho da puta - dei um tiro na cabeça dele que caiu

Fui até o Rafael que estava perto do corpo da mãe, sabia como aquilo era doloroso mas não podia deixar ele no meio do fogo cruzado

- não posso proteger a gente aqui, vamos - puxo ele que ainda chora

- minha mãe - falou as prantos e meu coração ficou pequenininho

- eu sei que é difícil, mas vamos - falo puxando ele e subindo o morro, já que o bope não tinha conseguido subir ainda

Mato mais uns três caras, e continuo subindo quando levo um de raspão, filho da puta. Viro e meto um tiro na testa dele.

- Vai para casa do lobão e diz a ele que eu tô bem, só levei um tiro - sinto uma bala atravessar meu ombro - dois.

Dou quatro tiro no outro e tava sem bala, porra...

- Aqui patroa - Leão chega do meu lado com fuzil e Sniper

- Vou subir, leva ele em segurança para Tia Nanda - solto Rafael que ainda chorava

- tá certo - vi os dois subindo e protegi as costas até perder eles de vista pelos becos

Tô sangrando muito mas não podia parar essa merda agora, amarrei meu cabelo e comecei a atirar. Sou certeira só tiro na cabeça. A invasão durou cerca de 4 horas quando eles recuaram, não havíamos perdido muita gente, mas geral tava ferido.

Desço para ir pá casa quando vejo Mari vindo até mim e eu tô fraca por causa do sangue que eu perdi.

- me ajuda - falo antes de cair nos seus braços, se escorar acho melhor falar assim

- vamos, vou te levar para casa - me ajudou a andar e logo chegamos na casa de tia

Ela e Rafa ainda estavam chorando mas ela veio até mim assim que eu entrei

- Obrigada por salvar ele - falou me abraçando chorando

- Não tem de quê, mas preciso de una sutura e whisky - falo e me sento no sofá

- Vou buscar as coisas - Tia Nanda fala, ela tava com os olhos vermelhos de tanto chorar

Escuto o radinho de Mari e é Guilherme perguntando se alguém tinha me visto.

- Ela levou dois tiros, tô na tua casa, acho que ela vai morrer- Maria fala pelo rádio

- ele vai te matar quando chegar aqui - falo e ela vai saindo pela porta

- eu não vou tá aqui, se cuida mais tarde colo aqui - falou atravessando seu fuzil nas costas

- tranquilo, valeu mermo - ela assenti e sai de casa

Tia nanda volta com agulha e uns bagulho lá, dor da porra, dou um gole no whisky e grito bem alto, dor da porra, graças a deus que a bala atravessou.

- PORRA TIA, MALTRATA A NEGA AQUI NÃO- grito de dor, porra

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: No Morro