O Vício de Amor romance Capítulo 125

Jorge olhou para a tela e viu a imagem da Natália deitada num sofá preto, enquanto Anderson desabotoava a sua roupa...

Os seus peitos e a sua pele ficaram expostos.

- Mamãe, vovó - Mariana não entendia direito o que estava acontecendo, então voltou a chamar, pois ela viu a mãe e a avó.

Jorge tirou o celular de suas mãos com rapidez e Mariana ficou surpresa. Ela encheu os olhos de lágrimas e perguntou:

- Papai, você não gosta de mim?

- Por que tirou o celular de forma tão brusca?

Jorge fechou a cara e pensou, este vídeo deve ter sido gravado naquele dia que Anderson tentou se aproveitar de Natália.

Ele estava com uma cara tensa.

Por mais que Mariana fosse inocente, ela conseguia reconhecer a expressão tensa do pai. Estava claro que o pai não estava de bom humor.

Será que ele estava zangado com ela?

Ela baixou a cabeça e começou a chorar.

- Eu não fiz de propósito papai - disse Mariana, com uma voz baixinha.

Os ombros de Mariana saltavam, enquanto ela soluçava.

Ela chorava de forma tão triste, como se tivesse sido abandonada.

Jorge respirou fundo e limpou as lágrimas dos seus olhos enquanto a consolava:

- Não chore, minha querida, não estou bravo com você.

Ao ouvir isso, Mariana levantou a cabeça e perguntou, toda esperançosa:

- De verdade?

Jorge respondeu com calma:

- De verdade

Foi a primeira vez que ele teve paciência para consolar uma criança.

Mariana ficou tão feliz que correu para dar um beijo no pescoço dele, antes mesmo de limpar seu nariz escorrido.

Ela foi tão rápida, que Jorge nem reparou que os seus lábios já estavam encostados no seu rosto, sentindo um molhado em sua face.

Ele franziu as sobrancelhas.

Mariana deixou uma meleca no rosto dele.

A meleca era do seu nariz.

Apesar de não ser tão fresco, ele ficou com muito nojo ao sentir aquilo no seu rosto.

Ele ficou paralisado.

A meleca era grudenta e ainda estava um pouco quente.

Mariana percebeu a cara de nojo do pai e ofereceu, de imediato:

- Deixe-me limpar pra você

Em vez de limpar, ela espalhou a meleca ainda mais

Natália acabara de chegar e deixar as suas coisas, quando viu a filha esfregando o rosto do Jorge e Jorge com uma cara fechada, olhando para Mariana.

Natália ficou preocupada que a filha tivesse aborrecido Jorge e veio depressa tirar a filha.

Mas, Mariana resistia e pedia para voltar para Jorge:

- Eu quero o papai!

Ela por fim estava com o pai, ela não queria ir embora e perdê-lo.

Natália tentava convencer a filha:

- Mari, ouça a mamãe.

- Eu não quero! Quero o papai! - Mariana esticava os braços tentando agarrar Jorge - Eu quero papai!

Natália não entendia o comportamento da filha, o que há de errado com a minha filha?

Fernanda deixou a comida e veio pegar Mariana, dizendo:

- Fiz sua comida predileta hoje.

Mas Mariana não quis saber, ela só queria o pai hoje.

Ela olhava pro pai, com lágrimas nos olhos:

- Papai, você não gosta de mim?

Jorge se sentia pressionado.

Ele nunca se sentiu pressionado desta maneira.

O seu silêncio foi interpretado por Mariana como resposta afirmativa. Ela ficou arrasada e começou a chorar e soluçar. Ela abraçou Natália e disse:

- Mamãe, o papai não gosta de mim, o que fiz de errado? Será que eu não sou obediente o suficiente ou não sou bonita o suficiente?

- Imagina, minha querida - dizia Natália, enquanto acariciava o cabelo da filha

- você é a mais bonita e a mais obediente.

Enquanto ela ainda estava consolando a filha, Jorge se levantou e se ofereceu para consolar a menina, que ainda estava chorando.

- Deixe-a comigo - disse Jorge.

Natália se surpreendeu com o seu gesto, mas logo negou:

- Não se preocupe, dou conta dela.

- Eu quero o papai! - gritava Mariana, ainda chorando. Ao ouvir a voz de Jorge, ela virou de pronto e estendeu seus braços para subir no colo dele.

Natália ficou muda.

Jorge a pegou no colo e disse:

- Está tudo bem, pare de chorar.

Ele sentia ter usado toda paciência do mundo naquela menininha.

Mariana logo parou de chorar, mas ainda soluçava e tinha lágrimas e meleca no rosto.

- Eu vou parar de chorar e vou ser obediente - dizia Mariana, ainda com lágrimas nos olhos.

Jorge suspirou e disse:

- Venha, vamos lavar o seu rosto.

Ele não aguentava mais as melecas na sua pele e sentia um nojo.

Natália ficou sem reação e confusa. Mariana não era de se grudar desse jeito nas pessoas.

Fernanda também ficou preocupada pensando - Essas duas crianças cresceram sem pai. É normal quererem ter um pai, mas…

Esse homem não é seu pai, quanto tempo será que vai durar a sua paciência com ela?

- Como poderei explicar para ela que este não é o seu pai? Se ela souber, ela vai ficar arrasada - os olhos de Fernanda enchiam de lágrimas enquanto falava.

A falta de pai sempre deixou uma sensação de vazio.

Eles desejavam ter um pai.

Natália também ficou preocupada, Mariana nunca havia chamado nenhum homem de pai até agora.

Ela nunca imaginou que Mariana iria se apegar ao Jorge que ela acabara de conhecer.

- Deixe-me ir lá ver - disse Natália, enquanto caminhava em direção ao banheiro.

No banheiro, enquanto Jorge lavava o seu rosto, Mariana segurou as suas mãos e disse:

- Deixa eu lavar para você papai.

Enquanto falava, ela ficou na ponta do pé para alcançar a água, pois não era alta o suficiente para alcançar.

Jorge riu, sem jeito, e disse:

- A sua mãe veio para me seduzir e você veio para me torturar.

Ele a levantou para o lavabo, Mariana riu de alegria, mostrando os seus dentinhos brancos, de um jeito muito meigo.

Ela molhou as mãos e colocou no rosto de Jorge, observando bem o rosto do pai, seus olhos profundos, nariz refinado e lábios finos, seu rosto era muito atraente.

- Você é tão bonito papai.

Jorge não aguentou e soltou um sorriso, ele se viu no reflexo do espelho e, ao ver aquele rostinho sério, ele colocou a mão no rosto de Mariana.

- Quem disse que a sua mãe não tem sorte? Ela tem muita sorte de ter uma filha linda como você.

Mariana não entendeu bem o que ele quis dizer com aquilo, ela pegou a toalha para secar o rosto dele. Essa é a cena que Natália encontrou, quando chegou na porta.

Ela se aproximou pela porta e disse a Jorge:

- Me desculpe, ela…

- Não se preocupe - Jorge respondeu, enquanto se agachava para que Mariana secasse o seu rosto.

- Eu não me importo de ganhar uma filha.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O Vício de Amor