O Vício de Amor romance Capítulo 19

Natália pensou que ele estava irrazoável.

Ele também não estava com Ester?

Além disso, ela e Anderson não estavam num relacionamento como que ele pensava, e quem ele acha que é para interferir na vida dela?

- Eu não interferi com sua vida, então por favor não...

Antes que ela pudesse terminar suas palavras, seus lábios foram amordaçados por um beijo.

Tudo o que queria dizer estava na ponta da língua, mas não conseguia falar.

- Hmm...

Natália reagiu e o empurrou.

Jorge, cuja sanidade tinha retornado, deu um passo para trás.

Olhando incrédulo para a mulher na frente dele!

O que ele estava fazendo?

Ester era tão ativa e ele nem tinha o desejo de beijá-la.

Apenas olhava para esta mulher enquanto ela continuava abrindo e fechando seus lábios cor-de-rosa, sua mente ficou em branco por um momento e ele perdeu o controle e fez algo que o surpreendeu!

Natália ficou ainda mais envergonhada e chocada por não ter sido tão íntima com qualquer homem, exceto naquela noite.

- Quem te deu esse direito? - Natália sentiu-se violada.

Ela estava traindo ela mesma, mas não era, de forma alguma, uma mulher casual.

Por que ele fez aquilo?

Jorge virou o rosto e virou as costas para ela.

- Você é minha esposa.

Então isso que fez não foi nada!

Os olhos de Natália se abriram, foi simplesmente um sofisma!

- Não somos um casal real, apenas um acordo! - A voz de Natália tremia.

Ela temia ter um toque tão próximo com um homem.

Aquela noite já era um pesadelo para ela!

Ela rejeitava a intimidade entre homens e mulheres.

Natália estava muito zangada, não percebeu a anormalidade de Jorge. Sua calma e sua moderação eram fingidas para mostrar a ela.

Se Natália conseguisse manter a calma, um olhar mais atento revelaria a vergonha estampada na cara de Jorge.

- Mesmo que seja um acordo, você não disse que não poderia fazer coisas conjugais durante o tempo da relação. - Ele se virou devagar e olhou para Natália, que estava abismada com aquilo tudo.

A frustração aparecia nas rugas de sua testa.

Seu beijo não era venenoso, por que ela tinha que ficar com cara tão arramada?

Ou ela estava mantendo sua pureza para aquele homem?

Ele lentamente se aproximou dela:

- Que tipo de homem nem sequer pode proteger a mulher que ele ama? O que é digno de seu amor? Digno de sua castidade para ele?

Natália não tinha certeza do que ele queria dizer com essas palavras.

Será que ele estava se referindo a Anderson?

Logo quando Natália queria explicar claramente, Jorge, que tinha recuperado sua compostura, caminhou até a mesa e sentou-se, inclinando-se para trás de forma preguiçosa, com uma mão descansando sobre a mesa. Sua expressão era insípida ao extremo, como se o ato íntimo não tivesse acontecido agora.

- Eu posso lhe dar o terreno em Baía Rosa, mas - ele pausou, - não sem algo em troca.

Natália tentava segurar suas mãos, que tremiam sem parar. Mil pensamentos entrelaçados em sua mente e eventualmente ela suprimiu a raiva do comportamento jocoso de Jorge.

Ela manteve a calma e perguntou:

- O que o Sr. quer?

Jorge abaixou os olhos e sua voz estava um pouco hesitante:

- Ainda não pensei nisso. Vou pedir quando eu souber o que quero.

Ele temia que fosse a coisa mais impulsiva que ele já tinha feito.

Era inesperado!

Algo fora de seu controle!

Natália cerrou os lábios, não seria fácil recuperar o dote da mãe das mãos de Santiago. Seria ótimo se ela pudesse realmente obter uma vantagem para negociar com Santiago.

Mas...

- Eu não quero que mate alguém, cometa incêndio, não quero que você faça coisas que vão contra a moralidade. - Jorge parecia ver sua preocupação e disse com um tom de sedução.

Natália hesitou por um momento antes de responder:

- Está bem.

Ela não tinha nada, então não tinha medo de nada.

Se ela pudesse reaver a propriedade rapidamente, ela poderia levar sua mãe para longe e encontrar um lugar tranquilo para viver.

- Repito, quando ainda somos um casal, não tenha relações com nenhum outro homem! - Uma chama indescritível rolou pelo seu peito no pensamento de ela e Anderson juntinhos.

- Eu e...

- Você pode sair agora! - Antes que suas palavras pudessem ser faladas, ela foi interrompida por Jorge.

Ele não queria ouvir nada que Natália pudesse dizer sobre eles dois.

Isso seria demais para ele!

Natália abriu a boca mas acabou não dizendo nada e saiu.

No momento em que a porta do escritório foi fechada, toda a calma e pose no rosto de Jorge foram varridas.

Ele esfregou sua testa, seu comportamento foi muito impulsivo.

Pensando naquele beijo curto mas impressionante, seus dedos deslizaram pelos lábios, onde o gosto dela ainda permanecia e, sem perceber, um sorriso leve apareceu na sua boca.

Nem mesmo ele tinha notado este sorriso.

Obviamente ridículo, mas gostou.

Os lábios dela eram realmente macios.

Muito parecidos com os de Ester.

Mas depois daquela noite, ele não conseguia mais encontrar o perfume que o fascinava no corpo de Ester.

Poderia ser por causa do que estava acontecendo com seu corpo na época?

Isso parecia muito estranho.

Natália saiu do escritório, não tinha como ficar em casa pois sua mãe ainda estava no hospital e ela tinha que cuidar dela. Ao sair, se deparou com Ester, que veio para a mansão.

Sempre que ela via Ester ela estava extremamente arrumada, bem vestida, linda e digna.

- Você está saindo? - Ester perguntou com um sorriso.

- Aham. - Natália concordou de forma indiferente porque não queria mais contato com esta mulher. Ela parecia bastante inocente, mas talvez isso não fosse verdade.

- Srta. Natália, você está grávida de um filho de outro homem enquanto está casada com Jorge. Ele só se casará com você porque porque foi um casamento arranjado pela mãe dele, então espero que você não pense de outra forma, pois ele ama a mim.

Ester não queria ser sutil, sua intenção ficou clara para Natália.

Jorge a amava e Natália sabia disso, então por que ela precisava enfatizar isso novamente diante dela?

Não parece um blefe?

Natália sorriu:

- Eu sei quem sou. Sra. Ester, não precisa me lembrar disso o tempo todo.

Ester ficou sem palavras, arqueou suas sobrancelhas. Natália era jovem mas sua mente era madura.

Naquele momento, ela notou a porta do escritório se abrindo e ao olhar de relance ela sabia que era Jorge, ela teve uma ideia e empurrou Natália.

Natália estava grávida e, como mãe, seu instinto era proteger o bebê. Quando Ester estava prestes a tocá-la, ela se moveu em um instante e deu um tapa com as costas da mão.

- Ai...

Ester estava usando sapatos de salto alto e, com este tapa, perdeu o equilíbrio e se inclinou, quase caindo.

Jorge viu a cena ao sair do escritório. Ele veio correndo para pegar Ester, que estava prestes a cair.

Seu coração bateu forte ao ser abraçada tão firmemente por Jorge. Ela aproveitou a oportunidade para envolver seus braços no pescoço dele, disse ainda ofegante:

- Jorge...

Ela não disse as últimas palavras, apenas parecia chocada.

Natália, que tinha percebido o que fez, levantou os olhos e encarou o olhar imponente. Jorge olhou para ela com firmeza, perguntou:

- Por que você fez isso?

Natália estava prestes a explicar quando Ester esfregou seu rosto em Jorge:

- Está tudo bem, não foi culpa da Srta. Natália.

Se Natália não soubesse das intenções de Ester antes, saberia neste instante.

Ester sabia que Natália e Jorge não eram nada além de um casamento de acordo, então por que montar essa armação?

Do que ela tem medo?

Natália ignorou o questionamento de Jorge e disse de forma calma:

- Eu não fiz nada, acredite ou não.

Após dizer isso, se retirou.

Ela não admitiria algo que não fez.

Muito menos permitiria que qualquer pessoa ferisse seu filho.

Faria o mesmo mais uma vez, se fosse necessário.

- Aguente firme!

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