O Vício de Amor romance Capítulo 48

Ele aproximou seu rosto um pouco mais e disse:

- Se você ousar duvidar de mim mais uma vez com essa bobagem... - Seu olhar se aprofundou nos lábios dela.

Houve uma forte dor e o gosto de sangue se espalhou na boca de Natália.

A expressão de dor no rosto dela era evidente, realmente doeu. Não imaginava que ele iria morder sua boca.

- No futuro, se fizer algo de errado comigo, vou te punir dessa forma, combinado?

Natália não sabia o que pensar, via o homem à sua frente mas não entendia o porquê desse comportamento estranho.

- Você sabe o que você está fazendo?

Jorge também não tinha resposta para essa pergunta, tudo o pegava desprevenido desde que encontrou essa mulher, tudo o fazia perder o controle, ele não era assim.

Estava claro para Jorge que essa mulher não era boa, era impura e não tinha respeito próprio.

Mas era uma mulher desagradável que lhe interessava e o fez se sentir como um verdadeiro homem.

Era uma reação fisiológica, de homem para uma mulher, dele para ela.

Ele escondia suas emoções, parecia estar calmo.

Rindo baixinho, ele fez uma pergunta retórica:

- E você? Pular na frente de uma faca para me defender, sem se preocupar consigo mesma...

Ele se aproximava enquanto falava, Natália, por sua vez, recuava um pouco, e a cada movimento ele chegava mais perto. O sorriso no seu rosto era suave, delicado, leve e não poderia ser ignorado:

- Você se apaixonou por mim?

Era por isso que ela correu, apesar de tudo, naquela situação de perigo?

De fato, o momento em que ele se virou e a viu pulando foi chocante.

Natália tentou afastar seu rosto do dele, disse:

- Sr. Jorge, você é muito engraçado, nos conhecemos há alguns dias e eu estaria me apaixonando por você?

Se ela não suspeitasse de que ele era o pai de seu filho em sua barriga, ela certamente não teria sido tão impulsiva.

Ela se preocupava muito com sua própria vida, ela deveria viver para o bem de sua mãe e de seu filho.

Jorge não se ofendeu, recolheu seu corpo e recuou no sofá, segurando uma risada:

- Nesse caso, foi amor à primeira vista para mim? Quem consegue deixar claro seus sentimentos?

Parecia que falava sobre Natália, mas também parecia sobre ele mesmo.

Natália retraiu suas mãos mas manteve a compostura em sua expressão, dizendo:

- Não acredito em amor à primeira vista.

Após dizer isso, ela se levantou e foi tomar água, tentando mudar de assunto. No início eles não se conheciam, mas o fato de morarem sob o mesmo teto falando sobre amor, uma das palavras mais difíceis de se descrever, que ridículo, que cômico!

Natália olhou, através da janela, para o piano, que estava em frente a uma enorme janela, tomou um gole de sua água, e sua expressão se tornou sombria..

No dia seguinte.

Natália foi ao hospital ver Fernanda, mas dessa vez ela estava lúcida, a reconheceu logo de cara, pegou em sua mão e não queria largar.

- Nati, estou feliz que você veio me ver, eu senti muito sua falta esse tempo todo. - Fernanda agarrou sua mão com bastante força, parecia que ela tinha medo de que Natália fosse desaparecer caso largasse a mão dela.

Natália estava feliz que Fernanda estava lúcida dessa vez:

- Não vou te deixar, vou te buscar quando você estiver melhor.

Quando o noivado com o Jorge terminar, ela vai comprar uma pequena casa e viver com a sua mãe.

- Por que o Dr. Anderson não veio me visitar nesses últimos dias, você brigou com ele? - Fernanda sabia mais ou menos o afeto de Anderson com Natália.

Fernanda gostava muito de Anderson e aprovava o caráter dele.

Além do mais, Anderson é um médico.

Seria ótimo se Natália ficasse com Anderson.

Mas Natália carregava um filho cujo pai ainda não era conhecido.

Pensar nessa criança trazia desgosto à Fernanda.

- Tem algo acontecendo com ele e não voltará por enquanto. - Natália olhou para baixo, Anderson prometeu que ajudaria ela a descobrir o que aconteceu naquela noite, ele devia estar em Atalaia agora.

- Seria muito bom se ele estivesse com você e você não estivesse grávida, gosto bastante dele...

-Mãe. - Natália logo a interrompeu e colocou um bracelete nas mãos dela, disse:

- Você se lembra disso?

Fernanda olhou para baixo:

- Mas é claro. - Ela não acreditava, era o favorito dela, olhou para Natália e perguntou:

- Como você conseguiu?

- Santiago o entregou para mim. - Natália fez a visita com um propósito, ela não sabia o que fazer nessa confusão:

- Santiago está com problemas, ontem ele veio implorar e eu não sabia o que fazer.

Natália tinha ódio dele e queria que ele morresse.

No entanto, ele ainda era o pai dela e, mesmo que ele fosse um imbecil, ela ainda tinha o sangue dele correndo nas veias.

Fernanda olhou para baixo e disse:

- Não leve isso a sério, não fique presa no passado, não se envolva com gente do passado para não se machucar ou perdoar.

Ela entendeu o que Fernanda queria dizer.

Não importava como Santiago era, bom ou mau, ela não queria se envolver com ele.

- Tudo bem.

Depois, as duas conversaram por algum tempo e, quando terminou o tempo de visita, Natália saiu do quarto.

Fora do quarto, Natália perguntou sobre a situação para a enfermeira.

- O fato de ela estar tão lúcida significa que está melhorando?

- Não, ela esquece de determinadas coisas e se lembra do presente, mas isso não dura muito, são episódios.

Natália ficou decepcionada, achava que Fernanda tinha se recuperado:

- Então, por favor, cuidem dela.

- Nós vamos, o Dr. Anderson pediu atenção especial para ela, não se preocupe.

Natália agradeceu e saiu do hospital.

Já que Fernanda disse aquilo, ela resolveu dar o passado como resolvido. Ela pegou um táxi e foi para o escritório.

Ela olhava pela janela, olhando as partes conhecidas e desconhecidas da cidade.

Quando o carro passou pelo Grupo Flores, havia muitas pessoas reunidas na frente do prédio, com grandes banners com as palavras: Devolva Nosso Merecido Salário.

- Senhor, pare, por favor. - Natália abaixou a janela e olhou para fora.

O motorista olhou para trás e disse:

- Você já ouviu falar sobre ele, certo? Estes empresários sem escrúpulos fizeram um trabalho de má qualidade, usando materiais inferiores, e o edifício desmoronou antes de terminar. Esses devem ser os proprietários que já haviam pago, que azar, quem moraria numa residência deles? Não têm onde morar e agora também não querem devolver o dinheiro. Durante esse tempo, essas pessoas rodeiam a empresa mas não conseguem nada. Senhorita, você também comprou uma casa com eles?

Natália balançou a cabeça e disse:

- Não comprei.

- Que bom, muita gente não consegue comprar uma casa na vida, muitos precisam esvaziar os bolsos para conseguir, eu teria que vender um rim para comprar uma, são essas empreiteiras que são traiçoeiras e machucam as pessoas. - Quanto mais ele falava, mais irritado ficava, como se ele também fosse uma vítima.

- Quer descer aqui? O motorista perguntou, ficar parado ali era uma perda de seu tempo e ele tinha outros compromissos.

- Não, pode ir. - Natália tentou não olhar.

Isso não era da conta dela.

Logo que o carro parou na frente do Grupo Maré, Natália pagou, saiu do carro e, quando estava prestes a ir até o prédio, um homem em um terno preto a abordou:

- Licença, você é a Sra. Natália?

Natália o olhou de cima a baixo, nunca tinha visto ele, tentou se lembrar mas ninguém vinha em mente.

Como acabou se tornando uma vítima da última vez, ela estava preocupada de ele saber quem ela era, perguntou:

- Quem é você? Eu realmente não te conheço.

O homem de terno preto não se alterou, ele estava calmo:

- Eu sou o motorista da minha senhora, ela quer te ver.

- Sua senhora? - Natália se preocupou, observando a limusine preta estacionada na lateral da pista.

A janela da limusine abaixou, como se quem estivesse dentro tivesse sentido o olhar dela...

O motorista seguiu o olhar de Natália e disse:

- Essa é a minha senhora.

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