O Vício de Amor romance Capítulo 56

Seis anos depois, Atalaia.

A luz quente e amarela iluminava a casa.

Uma figura magra e esbelta se ocupava na cozinha, preparando um jantar magnífico para a sua família.

Anderson sentava no sofá da sala, assistindo Natália, quando Mariana Ribeiro engatinhou em direção a ele, perguntou:

- Tio, o senhor gosta da mamãe?

As sobrancelhas de Anderson saltaram. Toda vez que ele ouvia aquilo ele surtava, mas Natália não aceitava seus sentimentos e dizia o ver apenas como irmão.

As duas crianças o chamavam de tio.

Ambas eram muito fofas.

A pele branca e macia, um par de olhos grandes, tão claros quanto à primavera, cílios curvados, piscando como uma boneca de porcelana.

Anderson pegou a pequena nos braços e andou em direção à cozinha.

Parou na entrada e disse:

- Nati.

Natália olhou para trás para eles e sorriu:

- Vocês estão com fome? Está quase pronto.

Anderson não disse uma palavra, só a assistiu, ocupada.

Seis anos atrás, Natália insistiu em manter os bebês mesmo sem anestesia e Anderson não pôde ir contra ela.

Mas ele também insistiu na condição de sair do país e voltar para Atalaia.

Natália concordou e, com a ajuda de Anderson, trouxe Fernanda para cá.

Seis anos se passaram desde então.

- Eu tenho que voltar a Santa Cruz dentro de dois dias.

Natália pausou enquanto cuidava de um gumbo. A dor de seis anos atrás ainda parecia a perseguir.

Ela fingiu que não havia nada de errado e se virou, perguntando:

- Alguma coisa errada?

- Bem, minha irmã está noiva. - Anderson encarou as costas de Natália.

Quando ela deu a luz a Matheus e Mariana, Anderson contou que encontrou sua irmã perdida.

Ela ficou feliz por ele.

- Isso é ótimo, você deveria voltar. - Natália disse do fundo de seu coração.

Anderson a encarou profundamente.

- Ela está se cansando com Jorge.

Algo acertou o chão.

O prato que ela segurava escorregou e acertou o chão, se quebrando em pedaços.

Ela se ajoelhou com pressa para juntar, abaixando os olhos.

- Eu não ouço nada sobre ele tem um bom tempo.

Foram seis longos anos para ela ainda se lembrar que aquele homem já esteve em sua vida algum dia.

Agora, tudo que ela queria era cuidar dos dois filhos.

Ela só não conseguia entender. Ele não deveria ter casado com Ester seis anos atrás?

Então como está casando com a irmã de Anderson?

Ela olhou para Anderson como que perguntando.

Anderson a olhou de volta e torceu os lábios.

- Eu sinto muito que tenha escondido isso de você.

Natália franziu a testa, perguntou:

- O que você está escondendo de mim?

Assim que ela acabou de falar, seus olhos se arregalaram.

- Ester é sua irmã?

- Sim. - Aquela noite que ele foi ao hotel investigar para Natália, ele descobriu com o atendente o papel de Ester naquilo tudo.

Ele tinha rancor dessa mulher astuta, mas era uma coincidência que Ester tembém estivesse em Atalaia naquele dia que se encontraram.

Eles não se reconheceram, exceto pelo fato de que Ester usava um vestido de alça aquele dia e a marca de nascença no ombro dela acabou lhe chamando à atenção.

Sua irmã perdida também tinha uma marca como aquela.

Então, para descobrir, ele teve que fazer uma investigação mais profunda sobre ela. Quando ele descobriu que ela era órfã, Anderson suspeitou que ela fosse sua irmã perdida, então ele a seguiu e coletou seu cabelo e saliva para um teste de DNA.

E acabou que ela era realmente a irmã dele.

Ele sabia o segredo de sua irmã, sabia que ela gostava de Jorge.

Então nunca contou nada a Natália.

Anderson colocou Mariana de volta no chão e disse a ela para ir brincar na sala.

Mariana assentiu e correu para a sala com as perninhas curtas.

- Eu vou esperar por Matheus e brincar com ele.

- Devagar, não tropece. - Anderson a puxou de volta e disse:

- Ande devagar.

Mariana fez um biquinho, triste.

Anderson a soltou e beliscou o narizinho dela.

- Comporte-se. - Com isso ele se virou e andou para dentro da cozinha, se abaixando ao lado de Natália e segurando a mão dela.

- Não seria bom se me deixasse cuidar de você?

- Eu tenho dois filhos...

- Eu não me importo...

- Eu me importo. - Natália olhou para ele. Ela não deixaria que seus filhos fossem um fardo.

Ela conhecia a família de Anderson e uma família como a dele não aceitaria uma mulher como ela.

Além disso, ela tinha prometido para a Sra. Werner que ela nunca ficaria com Anderson.

Ela sorriu, puxando a mão para fora de dele.

- Vá para a sala, o jantar vai ficar pronto em um minuto.

Com as mãos vazias, o coração de Anderson esvaziou também. Ele pôde já ter a considerado uma irmã, mas esses seis anos ao lado dela o fizeram se apaixonar por essa mulher corajosa e persistente.

Anderson não entendia o porquê de ela o rejeitar tão decididamente.

- Você, por um acaso, gosta de outra pessoa e por isso me rejeita assim? - Anderson perguntou o que ele achava ser verdade:

- Essa pessoa é Jorge?

Ele foi o único homem com o qual ela já se relacionou.

- Não! - Natália respondeu muito rápido, como se para provar que dizia a verdade:

- Eu o teria esquecido há muito tempo se você não continuasse me lembrando.

- Então você…

- Mamãe. - Mariana correu e abraçou o pescoço de Natália, perguntou:

- Mamãe, quando a vovó e Matheus vão chegar?

A entrada de Mariana interrompeu a conversa dela e de Anderson.

Ela não queria entrar naquele assunto, de qualquer forma.

Ela olhou para cima e agarrou Mariana em seus braços.

- A escola acaba as 2:30, agora são 2:20, eles vão chegar em breve.

Natália a colocou de volta no chão.

- Comporte-se, a cozinha é perigosa. - Ela mostrou as mãos e perguntou:

- Está vendo como as mãos da mamãe estão sujas?

Mariana piscou seus olhos grandes.

- Sujas.

- Então, você vai me obedecer?

- Sim.

Natália suspirou, dando-lhe um beijo na testa.

- Tudo bem se a mamãe te der um banho daqui a pouco?

Os olhos de Mariana se acenderam.

- Tudo bem.

Já que Natália tinha que trabalhar durante o dia e estudar durante a noite, ela não tinha muito tempo para cuidar deles.

Era Fernanda quem cuidava deles quando o assunto era banho.

A condição de Fernanda vinha sendo tratada com cuidado por Anderson e estava sob controle. Contanto que não se esforçasse, não era diferente do normal e era capaz de ajudar Natália com as crianças.

Natália também estudava. Ela cursou moda e, depois de anos de trabalho árduo, ela conseguiu o diploma e adentoru a LEO.

Ela era muito talentosa nessa área e já desenhou vários vestidos vencedores de prêmios. Ela também desenhou o vestido de casamento da filha do Presidente de Atalaia, surpreendendo a nação o tempo todo. Agora, ela tinha se tornado designer chefe da LEO e dona de ações de lá.

Somente quando o jantar estava pronto que Fernanda retornou com Matheus.

Matheus acabou de completar cinco anos e, mesmo tão jovem, já tinha habilidades de cálculo surpreendentes. Ele é extremamente sensível a números, é um talento, e Natália queria incertivar.

Ele fez a prova e foi aprovado no exame de admissão do Colégio AC.

O Colégio AC era um grande e renomado instituto no campo da computação.

Desenvolvia chips eletrônicos e sistemas de processamento que eram famosos por todo o mundo.

Enquanto Mariana não era diferente da maioria das crianças, mas muito sensível e fofa.

Vendo Matheus retornar, Mariana correu feliz em direção a ele, gritando:

- Irmão...

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