O Vício de Amor romance Capítulo 70

A atitude de Natália era muito forte e deixou sua ideia bem clara de que mesmo que Lucas não viesse, ela iria embora na mesma.

Ela já estava muito zangada com Lucas por este ter investigado sobre sua vida, mais o fato que Jorge a tinha ameaçado com seus filhos, tudo isso a deixou com muita fúria e agora, Lucas recusou seu pedido.

Seria estranho se ela ainda estivesse com boa atitude.

Ao ouvir isso, Lucas não se atreveu a recusar mais.

Ele agiu muito rápido e chegou à porta em menos de dez minutos. Não devia morar muito longe do hotel.

Ao ouvir as batidas na porta, Natália abriu a porta, para encontrar Lucas lá fora, com um sorriso sardônico:

- Sra. Natália...

Natália o ignorou e se virou para entrar no quarto. Apontou para os medicamentos na mesa e lhe explicou o uso e a dosagem.

Lucas franziu as sobrancelhas:

- O que você disse?

Jorge estava ferido?

Como era possível?

Era óbvio que Lucas não estava convencido.

Natália não tinha tempo para lhe explicar mais:

- Se você não acredita em mim, vai lá ver por si próprio, já vou voltar agora.

Dito isso, Natália abriu a porta e saiu.

Lucas ficou na cabeceira da cama e andou, para frente e para trás, ainda curioso sobre como Jorge poderia ter sido ferido.

No final, sua curiosidade prevaleceu sobre a razão e ele estendeu a mão para levantar o cobertor sobre o corpo de Jorge, para ver o que tinha acontecido. Porém, antes que pudesse fazer isso, o homem, que estava com olhos fechados, acordou de repente.

- O que você está fazendo?

- ... Ugh... Eu, eu ouvi dizer que está ferido...

Jorge deu um tapa na mão dele e olhou ao redor do quarto, só para descobrir que estava lá apenas Lucas, então, franziu as sobrancelhas. Onde está aquela mulher?

Lucas podia ver a confusão de Jorge e perguntou:

- Você está procurando a Sra. Natália?

Jorge permaneceu calado, parecendo concordar de modo tácito.

- De manhã, ela ligou para eu vir cá e depois foi embora. - Dito isso, olhou para o homem com curiosidade.

Era óbvio que Natália tinha passado a noite ali. Será que Jorge forçou Natália a fazer sexo com ele, ela resistiu e o apunhalou?

Quanto mais Lucas pensava sobre isso, mais possível essa conjectura para ele.

Ser apunhalado por uma mulher?

Lucas imaginou a cena, que Jorge tinha sido recusado na noite anterior, e não pôde deixar de mudar a expressão facial.

- No que você está pensando? - Jorge se sentou.

- Não, nada. - Lucas recuperou e disse de forma séria. - Presidente Marchetti, como é que se machucou? Ahem... Foi por causa da resistência da Sra. Natália?

Jorge estava com cara zangada:

- Vai embora! Vá buscar umas roupas limpas para mim.

Vendo sua raiva, Lucas pensou: “Então, ele de fato tinha sido recusado?”

Lucas queria rir.

Meu Deus, que cena, só que ele não estava presente para testemunhar.

Que pena.

Jorge levantou o cobertor e saiu da cama, com apenas boxers e a gaze enrolada em volta da parte superior do seu corpo. Caminhou em direção a Lucas, com um humor sombrio:

- Isso é engraçado?

Lucas abriu a boca e respirou fundo, balançando a cabeça com firmeza.

- Não, não é nada engraçado. Vou lá buscar roupas para você.

Dito isso, se virou e saiu com pressa.

Tinha medo que se saísse um pouco mais tarde, Jorge iria lhe causar problemas.

Jorge serviu um copo de água e bebeu tudo. Vendo a cadeira ao lado da cama, ele podia imaginar como Natália tinha dormido, deitada lá durante a noite.

Lembrou vagamente que ela tinha dito alguma coisa, mas ele não ouviu bem.

O fato de que ela não foi embora e ficou para cuidar dele já era o suficiente para o deixar de bom humor.

Natália, que mal tinha dormido durante a noite, regressou para casa, exausta. Fernanda estava cuidando dos seus dois filhos, pelo que estava tudo bem com eles. Ela tomou banho e colocou roupas limpas, antes de ir ao quarto ver seus filhos. Mariana ainda estava dormindo, fazendo beicinho com sua boca rosada e seu rosto estava corado como uma boneca adormecida. Natália beijou a bochecha da filha e depois saiu do quarto.

Matheus já se levantou e estava se lavando no banheiro.

- Você não voltou ontem a noite, foi alguma coisa no trabalho? - Fernando saiu da cozinha com um avental, olhando para a filha.

Natália se sentia com tanta culpa para olhar para ela nos olhos, que desviou o olhar:

- Sim, foi algo no trabalho.

Fernanda percebeu a culpa nos olhos da filha:

- Quando você voltou ontem, vi que entrou num outro carro.

Natália abriu a boca, sem saber como explicar. Como ela poderia esquecer que Jorge havia dirigido seu carro até a porta da casa dela ontem à noite?

Portanto, não era surpreendente que Fernando o tinha visto.

- Esse é o homem da família Marchetti? - perguntou ela, mas seu tom era definitivo.

Natália baixou a cabeça.

- Sim.

- Por que você ainda está envolvida com ele? - Fernanda queixou -, já estão divorciados e não têm nada a ver um com o outro. Anderson é um homem tão bom, por que você não sabe apreciar isso? Quer causar alguma cena dramática e ficará feliz assim?

- Não é assim - Natália tentou explicar.

Ela não queria ter nada com Jorge.

Ela sabia bem sua posição.

Tampouco esqueceu o quanto estava determinado quando ele disse que queria o divórcio.

- É melhor não. Digo você já, nunca vou concordar que você tenha alguma relação com ele! - Era raro para Fernanda falar de forma tão séria com sua filha.

Ela simplesmente não podia deixar de se preocupar com o assunto.

Afinal, Natália ainda era muito jovem e podia ser enganada pelos chamados sentimentos amorosos.

Ela tinha seus filhos e se aquele homem a pudesse aceitar, ele não teria se divorciado dela em primeiro lugar.

Ela teve um acidente de carro e não foi fácil dar à luz a dois filhos, pelo que Fernanda tinha medo de que ela se machucasse outra vez.

Na porta do banheiro, os olhos de Matheus estavam bem alargados. Do que a vovó estava falando?

Aquele homem era o ex-marido da mamãe?

Era esse o traidor que tinha abandonado mamãe, ele e sua irmã?

Na consciência de Matheus, como Jorge era o ex-marido da mamãe, então era, naturalmente, o pai dele e de sua irmã.

Ele apertou seus punhos pequenos e queria tanto poder bater em Jorge.

Não, ele não podia deixar aquele traidor em paz de modo nenhum!

- Teteu, em que está pensando? Por que ainda não vem comer? - Fernanda trouxe o café da manhã para a mesa e olhou para Matheus, que estava de pé, à porta do banheiro, perdido em seus pensamentos, então o chamou.

- Oh, já venho. - O menino correu para a mesa com suas pernas curtinhas.

Natália o abraçou e o sentou na cadeira, depois começou a descascar os ovos cozidos para ele.

Matheus olhou para a face lateral de Natália e se perguntou porque é que aquele traidor tinha abandonado sua mamãe, que era uma mulher tão linda!

Ele estava cego?

Natália colocou os ovos descascados no prato de Matheus e disse:

- Em que você está pensando? Vai lá, come.

Matheus colocou seu prato à frente de Natália:

- Mamãe come.

Natália fingiu que estava desagrada e lhe deu os ovos:

- Você está crescendo, não vai poder ser alto sem nutrição, quer tornar-se um homem baixinho?

- De jeito nenhum, agora já estou mais alto que o normal, vou crescer até os 1,90 metros de certeza.

Fernanda deu uma risada:

- 1,90 metros é alto demais, 1,80 metros já basta.

- Não, tenho que crescer até os 1,90 metros - disse Matheus, com uma cara séria.

Aquele traidor media 1,85 metros, pelo que ele devia crescer até mais alto que ele e depois podia espancá-lo com força!

Fernanda não levou as palavras dele a sério, não esperando que o menino estavesse pensando em demasiadas coisas.

Depois de beber o leite, Natália tocou na cabeça do filho e disse:

- É bom querer crescer mais, mas primeiro tem que comer bem para que possa crescer.

- Eu vou - Matheus acenou com firmeza.

Natália se levantou e disse:

- Mãe, vou à loja.

- Tudo bem. - Fernanda queria dizer mais alguma coisa, mas ao ver Matheus, calou a boca.

Esta criança tinha poucos anos, mas era muito sensível.

Ela tinha preocupação que ele pudesse entender algo das suas palavras.

Natália se dirigiu à Design LEO.

Pegando nos materiais que tinha levado à casa mas não leu ainda, ela estava prestes a ir ao escritório para os ler. Assim que entrou, Renata veio em sua direção com uma cara preocupada:

- A Sra. Grace está esperando por você no escritório.

- Aconteceu alguma coisa? - Natália conhecia bem sua assistente, que já tinha trabalhado para ela há muito tempo.

Só se algo sério acontecesse é que teria essa cara assim tão preocupada.

Renata não sabia como explicar, no momento:

- Você vai saber depois de entrar.

Natália olhou para ela e depois caminhou em direção ao escritório principal.

Quando chegou à entrada, Natália estendeu a mão para bater à porta.

Ouvindo a resposta de dentro, ela abriu a porta e entrou.

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