Segredos de Família: Herdeiros Dominadores romance Capítulo 37

Revelações Amargas

Simon passou os dedos pelas flores no vaso de cristal que ficava na mesinha no canto da varanda de Christian. Observou os carros sendo ocupados pelos seus donos, usando preto, e indo embora. Simon se sentiu mais apreensivo, onde estava Christian?

Sua resposta veio em um segundo quando a porta foi aberta, Christian entrou e atravessou o quarto a passos largos até a varanda e envolveu Simon em seus braços, lhe dando um beijo forte e doce.

— Então?— Perguntou Simon, apreensivo.

— Acabou amor. Não precisamos mais passar pelo Ritual— Christian o abraçou— Podemos ficar juntos e em paz.

Simon suspirou aliviado dando um beijo em Christian.

— Nunca imaginei meu pai daquela forma. Convenceu o Conselho.

— Porque não?

— Porque eu sempre procurei me afastar deles.

— Porque?

— Porque eu não aceitava o que eles eram. Não entendiam o que eles viam um no outro com tantas mulheres por ai— Simon deu um passo para trás e deu um beliscão no braço do namorado— Ai! Calma amor, deixa eu acabar. Eu não aceitava, mas ai quando eu te vi algo dentro de mim mudou, e eu não queria aceitar, e achava que você era algo mal, por isso te tratava daquela forma. Mas aí pensei em uma coisa.

— No quê?

— Sempre agi como quis, sem me importar com as consequências ou com o que aa pessoas pensavam. E se eu estava preocupado com o que eu sentia por você era porque estava pensando como esses burros por aí, então decidi que te queria de verdade— Ele puxou Simon para mais perto e o beijou.

— Para mim o passado não importa mais. Eu te amo. E pronto.

Simon o beijou com mais intensidade.

— Percebi o quanto te amava quando você me defendeu e quase matou Alex. Eu fiquei preocupado com o que aconteceria com você, mas achei tão sexy— O comentário era para descontrair, mas Simon sentiu o corpo do namorado se contrair— O que foi?

— Amor, precisamos conversar. Tem algo que preciso te contar.

Simon apertou o olhar e se afastou olhando para a expressão preocupada do outro.

— O que houve?

— Eu.. Eu matei Alex.

Revelações do Passado

—Thomas Lins, se apresenta perante o Conselho— A voz de Oto reverberou pelo salão. Thomas, que segurava a mão de Matthew a soltou e desceu a escadaria em direção ao centro.

Todos aqueles olhos estranhos olhava friamente para ele. Fora obrigado a usar as mesmas roupas transparentes e brancas e a máscara. Matthew fora obrigado a usar o mesmo terno e a mesma máscara.

—O Submisso, perante o Conselho— Os homens e rapazes começaram a cochichar— Thomas não só fará parte da vida financeira desta família, como também do Conselho e da vida pessoal. Assim como meu filho.

Thomas olhou para trás. Matthew vinha ao seu encontro. Postou—se ao seu lado e segurou mão.

—Desejam mesmo selar o desejo do casamento futuro?— Perguntou Corriam sem emoção alguma.

—Sim. Desejamos— Matthew respondeu sem rodeios.

Thomas queria muito acabar logo com aquilo, estava envergonhado por estar quase pelado na frente daquelas pessoas estranhas que pareciam não gostar nem um pouco dele.

Lembrava—se da noite que Matthew o deu os papeis para assinar e explicou sua atual situação milionária, teve de contar ao irmão, pois não havia como esconder mais nada. O irmão por sua vez aceitou tudo, pedindo apenas para Thomas não dizer nada a mãe. A mãe que ainda continuava em coma e piorava a cada dia, pensou Thomas triste.

Apertou mais a mão de Matthew.

—Os filhos homens que tiverem também passaram pelo Ritual— Corriam explicou. Thomas estremeceu— Matthew será o homem da casa, Thomas será o pilar da família, cuidaram da família nova.

Thomas assentiu. Não queria que sua vida fosse ditada por um bando de loucos, mais era o único jeito para ficar com Matthew. E estava disposto a isso.

—Aqui e agora o Conselho sela a união de Matthew e Thomas.

Tiago passou o polegar pelo braço do irmão.

—Quer conversar?— Thomas fez que não com a cabeça— O que você tem? Aquele seu namorado fez algo contigo?

—Não. Só estou pensando em tudo. Em tudo que aconteceu.

Tiago assentiu. Estavam no corredor do hospital. O médico os havia chamado para falar de uma nova complicação, mas ainda não havia chegado.

—Thomas, não vou fazer parte dessa sua nova vida. Não que eu não te apóie, sempre vou te apoiar. Mas eu quero viver minha vida, sem seu dinheiro, eu estava pensando em morar um tempo em Paris.

Thomas olhou surpreso para o irmão.

—Não. Mais e eu? E a mamãe?

—Vocês agora vão ficar bem sem mim. Você é milionário agora, é só por um tempo. Prometo voltar. Eu só preciso pensar.

—Eu... Eu entendo— Thomas o abraçou forte— Te amo.

—Também te amo. O médico.

Um homem alto de cabelos brancos vinha correndo pelo corredor, com mais dois médicos e quatro enfermeiras. Passaram por eles sem dizer nada.

Thomas sentiu um aperto no coração e correu atrás deles, Tiago correu atrás do irmão.

Thomas sabia o que aquilo significava. Algo dentro dele havia morrido naqueles segundos de corrida, morreu ao ver os médicos entrando no quarto e ficando em volta da mãe, algo dentro dele morreu ao ver as enfermeiras mexendo nos aparelhos. Algo morreu dentro dele quando viu o irmão na porta com as mãos na cabeça sem saber o que fazer, lágrimas descendo pelo seu rosto.

Algo dentro dele definitivamente morreu quando os médicos pararam e balançaram as cabeças negativamente e ele pode ver a linha sem vida na maquina de frequência cardíaca.

—Thomas. Thomas— Thomas levantou a cabeça. Estava sentado no chão do corredor, a cabeça entre as pernas dobradas. Era Matthew— Thomas.

Ele o levantou e o envolveu com seus braços fortes e quentes. Thomas chorou. Não conseguia dizer nada, era como se sua garganta houvesse se fechado. Não adianta dizer mais nada.

Thomas não sabia que a mãe tinha tantos amigos. Fora descobrir isso no cemitério, aquelas pessoas imóveis em volta do caixão com coroas de flores. Tiago segurava sua mão, Matthew o abraçava de lado. Oto também estava ali, com seguranças em volta. O tempo estava cinza, frio e úmido demais.

—Amor, você quer ir embora?— Matthew sussurrou em seu ouvido. Thomas fez que não com a cabeça. Matthew beijou seu rosto.

O caixão começou a baixar, Thomas viu o irmão soluçar e o abraçou. Queria que toda aquela dor fosse sentida apenas por ele, queria que o irmão não tivesse passado por isso. Mas ele não podia fazer nada. Ninguém podia.

Assim que a terra começou a ser jogada, as pessoas foram indo embora até ficar as três figuras unidas. Só notaram uma quarta pessoa de vestido preto quando essa saiu de trás de uma grande lápide velha e lançou uma rosa branca junto a terra.

Clarice olhou para eles por um tempo. Segurava um envelope pardo nas mãos. Naquele momento parecia somente uma garota acanhada.

—Meus pêsames. Thomas, posso falar com você?

Thomas assentiu e ambos se afastaram um pouco.

—Conheci sua mãe, ela era amiga de infância de minha mãe— Dizia ela— Thomas, houve um motivo para eu ter escolhido você para a vaga de Submissão de Matthew, houve um motivo para Corriam ter aceitado.

—O que quer dizer?

—Aqui estão todas as respostas— Ele entregou o envelope— Abra com Matthew. Isso pertence aos dois. É da mãe de Matthew e da sua mãe. Ambas designaram a minha mãe que designou a mim a missão de um dia quando não houvesse nenhuma das duas vivas essas cartas fossem entregues a vocês dois.

—Como assim? Como elas poderiam saber?

—Apenas leiam sem julgar. Até algum dia. Tenho a leve impressão de que nos veremos novamente, no futuro— E saiu dali a passos largos em direção aos portões do cemitério.

O sol se punha em uma miríade de cores douradas e vermelhas. O lago parecia um imenso espelho dourado, as árvores eram refúgios de namorados. Sentados à sombra de uma delas estava Matthew, com Thomas no seu colo.

—Ela só disse isso?— Matthew franziu a testa.

—Sim. Não sei se quero abrir.

—Não importa o que tenha aí, não vou deixar de te amar. Mais, não está curioso?

—Sim.

—Então abra.

Thomas assentiu e fez um corte na parte superior do envelope. Havia duas páginas escritas a mão. Uma caligrafia era diferente da outra. Porém não havia assinatura.

—Vou ler.

"Quando lerem isso já estarão juntos, porém nós duas não. Vocês devem está curiosos para saber o porquê dessas duas páginas, e por que somente agora vocês foram informados sobre elas.

O Ritual não foi criado somente para demonstrar a capacidade de trabalho unido de duas pessoas do mesmo sexo, mas, para mostrar que o amor nasce de todas as formas.

Vocês dois foram criados juntos a muito tempo, porém eram pequenos demais para lembrar disso. Quando Thomas se machucava, Matthew corria e beijava seu machucado, quando Matthew chorava, Thomas chorava junto. Vimos ali uma amizade de dois garotinhos.

Decidimos que um seria o parceiro do outro, que no Ritual iria fazer renascer essa parceria, que se transformaria em amor, em amizade.

Thomas sempre foi o seu Submisso Matthew. E Matthew sempre foi seu Dominador Thomas.

Porém se estão juntos hoje é porque se amam de verdade, porque o Ritual testa o amor, muitos homens que passaram por esse Ritual não deram importância, mas vocês sim.

O amor de vocês foi testado. E foi aprovado."

Thomas olhou para as duas páginas e depois para Matthew.

—Nossas mães...— Thomas gaguejou— Elas...

—Elas se conheciam. Elas armaram isso. Tudo foi planejado.

Thomas abaixou a cabeça. Então era isso. Tudo estava acabado?

Porém Matthew segurou seu queixo e o levantou. Com a luz dourada Matthew parecia um anjo. Thomas sentiu o coração dar um salto forte.

—Como eu disse, não importa o que tenha escrito aí. Eu te amo. E isso não tem como ter sido planejado, porque isso é meu. Eu te amo.

Thomas jogou as páginas de lado e o abraçou.

—Eu te amo, muito. Você é meu universo, meu início e meu fim.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Segredos de Família: Herdeiros Dominadores