Segredos de Família: Herdeiros Dominadores romance Capítulo 38

Algum tempo depois.

—Francamente, você não acha que é cedo demais?— Thomas olhou abobalhado para o irmão parado nas escadas do hall dos Smith.

—Não, a gente já se conhece há meses, irmão. Ele realmente me ajudou muito em Paris. Eu amo ele. Não vejo problema nisso. Você veio morar com Matthew com apenas dois meses de namoro.

—Sim, mas porque já éramos noivos, estávamos planejando o casamento.

— E ainda não casaram. Mas estão morando juntos e felizes. Porquê eu não posso?

—Tiago Lins, você só vai morar com esse homem quando eu o conhecer.

—Infelizmente ele não pôde vir, tem um bocado de trabalho na loja. Sinto muito— Tiago segurou as mãos do irmão— Mas eu juro, ele é uma pessoa boa. Não se preocupe com isso. Eu só quero que saiba antes que eu volte para Londres.

—Não vai ficar mais tempo aqui?— Thomas franziu a testa.

—Não posso, tenho um emprego em uma livraria e não dá para passar muito tempo fora. Desculpe.

—Tudo bem— Thomas o abraçou, sentia muita saudade do irmão mais velho— Amo você. Por favor, não desapareça por muito tempo. Prometo que irei visitá-lo em breve.

Quando o crepúsculo chegou Thomas assistiu o carro se afastar da mansão Smith com seu irmão mais velho dentro, e ficou ali nos degraus de entrada observando o jardim silencioso, havia ocupado boa parte do seu tempo plantando algumas flores ali e pinheiros que balançavam a brisa fria. Olhou para os pássaros negros que cortavam o céu tingido de rosa e ouro.

Ouviu um barulho e viu o carro de Matthew chegando e parando à entrada. Matthew saltou do carro. Thomas ainda achava estranho ver seu amado com aquelas roupas formais e o cabelo penteado bem direitinho, e ele gostava apesar de tudo. Mas sentia que via o Matthew verdadeiro nos finais de semana, quando usava roupas frouxas e jeans e deixava os cabelos bagunçados, Thomas também amava aquele Matthew.

—Boa noite amor— Matthew o pegou nos braços e o beijou— Senti saudades.

—Eu também— Thomas passou os dedos pelo rosto do amado— Como foi seu dia?

—Chato, como sempre. A parte feliz é quando estou aqui, com você.

E eles se beijaram mais uma vez, Thomas podia sentir os batimentos cardíacos do outro, sua pele quente e seu perfume fraquinho e doce.

—Thomas, que tal sair comigo para jantar? Queria algum tempo somente com você. E essa casa… Nunca ficamos sozinhos aqui de fato.

—Adoraria— Thomas sorriu.

Thomas passou boa parte do caminho até o local misterioso que Matthew insistia em não falar nem o nome, em silêncio. Uma de suas mãos estava entrelaçada com a de Matthew enquanto o motorista dirigia por uma paisagem campestre pontilhada por árvores e animais iluminados pela lua.

—Porque não me diz aonde vamos?— Indagou quando passaram de frente à uma casa antiga abandonada.

—Não, é um local especial, para uma noite especial— E beijou as costas da mão de Thomas.

O carro seguiu por uma estrada larga de terra, aqui e ali surgiam fazendas e quando passaram por essas atingiram a orla de uma floresta. O carro parou ali, os faróis iluminando as primeiras fileiras de árvores.

—Tudo bem, você me trouxe aqui para me matar?— Thomas saltou do carro.

—Não— Matthew riu— Vamos— E ofereceu o braço, Thomas o segurou e eles caminharam em direção a floresta— Não se preocupe. Jamais faria mal a você— E deu—lhe um beijo.

Assim que chegaram as primeiras árvores, uma sucessão de luzes pequenas e douradas acenderam—se pelo chão, formando um caminho tortuoso floresta a dentro. Thomas seguiu Matthew por aquele caminho, tremia um pouco por conta do frio e da ansiedade. Aqui e ali podia ouvir os animais se movimentando entre as árvores e corujas piando no alto. Thomas apertou o braço do noivo com um pouco mais de força. E o caminho abriu—se; estavam diante de um belo gramado fofo, que levava a um lago cristalino e ondulado graças a grande cachoeira que caia logo atrás, batia nas pedras formando nuvens brancas de água. Havia um belo pinheiro a esquerda que fora enfeitado com as mesmas luzes douradas. Havia mais distante, perto do lago, uma mesa com uma vela dentro de um jarro de vidro no centro. Uma música doce tocava em algum lugar por ali. Seguranças mantinham-se imóveis nas sombras.

—Um jantar especial, para uma pessoa especial— Matthew sussurrou em seu ouvido.

Thomas estava boquiaberto e chocado. Aquele lugar era lindo! Deu um salto para os braços de Matthew e o beijou com prazer.

—Esse lugar é lindo!— Disse feliz após separarem os lábios.

—Venha— Matthew o puxou pela mão até a mesa, afastou uma cadeira e fez sinal para Thomas sentar e depois ocupou a outra— Fico feliz que tenha gostado— Estalou os dedos.

Um garçom veio de entre as árvores com uma bandeja, nela havia duas taças e uma garrafa de vinho. Eles os serviu sempre com um sorriso nos lábios se retirou.

—Você é incrível— Thomas exclamou— Sabe pensar em cada coisa…

—Verdade que sei pensar em cada coisa— E deu um sorriso largo— É por isso que o trouxe aqui. Passei semanas pensando e analisando nossa relação e cheguei a uma conclusão— Ele retirou algo do bolso do terno. Era uma pequena caixinha aveludada. Matthew rodeou a mesa e ajoelhou—se ao lado de Thomas, abriu a caixinha revelando um par de alianças douradas— Thomas Lins, você aceita se casar comigo?

Thomas sentiu as lágrimas romperem enquanto absorvia tudo aquilo: Matthew com as alianças, as palavras dele e aquele lugar.

—Eu… É... É claro que eu aceito!

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