Sob os olhos do lobo(Completo) romance Capítulo 13

Guilherme chutou a cadeira que antes seu pai tinha sentado, furioso. Como ele pôde ser tão indiferente com o próprio filho esse tempo todo? Como pôde privilegiar apenas um abandonando o outro?

_Droga! Droga! Droga!_Praguejou tendo vontade de quebrar tudo.

Direcionou-se até o banheiro entrando desesperadamente debaixo do chuveiro. Lembrou-se de ter bebido, de ter falado mais do que devia e... Milan!

Após vestir-se, saiu do quarto indo até a cozinha. Encontrou sua mãe e seu irmão na sala.

_Cadê o Dimitri?_Perguntou encolerizado.

_Chame-o de pai, Guilherme._Suplicou Madalena._Ele saiu para cuidar dos preparativos do seu casamento com a Marianna. Precisamos conversar, meu filho.

_Não, não precisamos. Eu já sei que vocês ouviram a conversa toda._Aproximou-se até perto do irmão._Eu tenho sim, inveja do amor que o Dimitri sente por você. E isso não me faz o pior dos homens.

_Não adianta conversar quando você está possuído pela raiva, irmão._Pedro diz calmamente.

Guilherme bufou e saiu indo até a cozinha. As panelas estavam no fogo, mas não tinha ninguém olhando-as. Lembrou-se de Milan e foi até o quarto das empregadas. Dormira com ela sem nem ao menos lembrar o que houve ao certo.

Aproximou-se da porta ouvindo o choro de Milan. Não hesitou ao abri-la de uma vez.

_Edith, saia. Eu preciso falar com Milan, por favor.

Edith até tentou argumentar, mas Guilherme insistiu em falar com Milan. Saiu antes que sobrasse pra ela. Milan estava acuada, chorando.

_Milan..._Tentou aproximar-se da garota, mas ela o afastou.

_Não se aproxime, Sr. Guilherme._Sua voz trêmula causou remorso em Guilherme._Não me toque, por favor.

_Não a tocarei, Milan._Guilherme afastou-se._Gostaria de saber o que exatamente aconteceu ontem.

A pobre garota enxugou suas lágrimas, respirou fundo e encarou Guilherme como se encara um inseto asqueroso.

_Você me elogiou, disse coisas lindas, coisas que qualquer mulher adoraria ouvir..._Ela gesticulava tentando segurar o choro._Eu era virgem, Guilherme! Eu me entreguei a você ouvindo suas juras e promessas de amor._Ela desaba._Você disse que deixava esse casamento pra lá, que eu era muito melhor que qualquer outra mulher...e olha onde eu fui parar? Estou sendo obrigada a aceitar dinheiro pra poder esquecer tudo que aconteceu, Guilherme.

O rapaz encara Milan totalmente atormentado pelas palavras que ouviu dela. Ele não se lembrava de nada, nenhuma palavra.

Sentiu-se mal pela primeira vez depois de dormir com uma mulher pois era a primeira vez que escutava algo do tipo.

Bufou admitindo ser um covarde, mas não poderia fazer mais nada.

_Milan, eu estava bêbado, me perdoe._Sua voz sai baixa._Admito ter sido covarde, mas eu não estava respondendo muito bem pelos meus atos. Não quero dizer que a culpa é sua, mas sim que devemos assumir a culpa, nós dois.

_Sai daqui, Guilherme._A jovem diz de coração partido._Saiba que desde o momento que eu o vi, eu o amei...

_Milan...

_Adeus, Sr. Guilherme.

Nada mais Guilherme tinha pra falar e mesmo se falasse, não iria ser ouvido. Saiu do quarto afim de não piorar a situação. Que droga tinha feito! No dia do seu noivado, dormiu com outra mulher. O mais estranho é: por que isso estava lhe afetando tanto?

xXx

Marianna custou a dormir e ao acordar encontrou-se com o corpo dolorido. Provavelmente por ter rolado na cama antes de finalmente adormecer.

Espreguiçou-se antes de levantar-se e fazer suas higienes matinais. Desceu as escadas encontrando Cícera terminando de arrumar a sala que ontem foi cenário para seu noivado. Cumprimentou-a e seguiu para tomar café.

_Bom dia._Disse ao aproximar-se da mesa.

_Bom dia, Anna._Vinícius lhe dá um sorriso calmo.

_Bom dia, filha. Dormiu bem?_Erico bebericava seu café forte e sem açúcar.

_Não, nada bem.

Érico calou-se ao ouvir a resposta de Marianna. A jovem logo foi servida e resumiu-se a suco com pães de queijo.

_Bom, precisarei sair e provavelmente só volto depois do almoço._Érico levanta-se._Marianna, não saia desacompanhada. Os tempos não estão bons, filha. E Vinícius, cuide de tudo na minha ausência. Até mais tarde.

Saiu sem nem ouvir mais nada. Vinícius encara Marianna e sorri novamente.

_Não se preocupe, não colocarei babá pra cuidar de você._Ele morde um pão._Apenas cuide-se e se quiser, vá com Augusto para o centro do vilarejo.

Marianna assentiu estranhando todo esse bom humor de Vinícius. Fazia tempo que ele não sorria ou trocava mais de três palavras com ela e de repente parece ter mudado. Quem sabe ele tem pena de mim, pensou ela.

Terminou de comer, escovou os dentes, pegou sua bolsinha e saiu em rumo ao vilarejo.

Precisava saber se seu aluno mais aplicado já voltou de sua viagem. Chegou na frente da casa sentindo um cheiro característico da comida da mãe de Mayk. Sorriu antes de bater na porta aguardando ser atendida.

_Oi, professora Anna._Mayk cumprimenta a jovem com um sorriso no rosto._Pode entrar.

_Oi, Mayk._Marianna entra na casa encarando algo no garoto que lhe deixou preocupada._O que aconteceu com seu pescoço?

Nesse exato momento, a mãe de Mayk aparece na sala cumprimentando a jovem.

_Olá, Patrícia. O que aconteceu com Mayk?

_Vampiros, Marianna._A voz da mulher saiu embargada._Eu, John e Mayk fomos parados por um bom número deles na volta. Ameaçaram matar Mayk se não fizéssemos o que eles queriam, ou seja, dizer coisas sobre a alcatéia.

_E o que exatamente eles queriam saber?_Marianna demonstrava medo em sua expressão facial.

_Queriam saber mais ou menos quantos lobos faziam parte da alcatéia, se seu pai ainda era líder dela e..._Patrícia engole seco._Seu nome, Marianna. Me perdoe, por favor. Era a vida de Mayk que estava em jogo.

Marianna abraçou Patrícia rapidamente acalentando o choro da mulher. Não era culpa dela, jamais. Ela foi obrigada a escolher entre a vida do seu filho e uma informação. E claro que a escolha dela foi certa. Mas Marianna estava assombrada... O que eles querem com ela?

*&*

Iih, isso não me cheira a coisa boa...

O que será que querem com Marianna?

Não gostei nada de saber que vampiros se interessam pela Mari?

Até o prox cap amores?

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