Sob os olhos do lobo(Completo) romance Capítulo 14

Marianna tentou fingir que nada do que ouviu havia lhe afetado, mas não estava funcionando.

_Isso dói muito, Mayk?_Perguntou apontando para o curativo no pescoço do garoto.

_Na hora que ele mordeu doeu muito, professora Anna. Parecia que meu corpo queimava e minha vista escureceu. Minha mamãe disse que eu desmaiei.

Marianna beijou a testa de Mayk dizendo que logo logo sararia, mas ela não tinha certeza. Nunca ouviu falar de um lobo filhote sendo mordido por um vampiro.

Agradeceu a Patrícia por confiar tais informações a ela, abraçou Mayk prometendo voltar antes de casar-se e foi embora. Ela estava atordoada, pensativa. O que querem com ela afinal?

_Anna! Anna!

A garota virou-se reconhecendo a voz de Sofia, filha de Celeste. Logo abraçaram-se sorridentes por se verem.

_Mal cheguei e já soube que irá casar-se, Anna._A morena dos olhos verdes gesticulava entusiasmada._Mamãe quer te ver também, vamos lá no bar?

Marianna aceitou ir até o bar ver Celeste, poderá ser uma maneira para distrai-la. Entraram no bar indo diretamente para a área reservada para pessoas autorizadas, a cozinha.

Celeste fritava alguma coisa quando viu Marianna entrando no ambiente.

_A mocinha vai casar!_Ela saúda a garota com um sorriso._Queria te abraçar, mas o cheiro de comida que está em mim grudaria em você. Quando se casará, Anna?

_Domingo, Celeste._Disse desgostosa._Mas não se preocupem, verei vê-las sempre.

_Acho bom._Sofia entromete-se._Seu noivo é bastante famoso viu?

_Sofia!_Celeste reclama com a filha.

_Não se preocupe, Celeste. Eu sei da fama do meu futuro marido, mas não se preocupem que logo logo estarei livre novamente. Tudo isso será por pouco tempo.

Marianna ficou pra almoçar com Celeste e Sofia, e pra passar o tempo, resolveu ajuda-las no bar. Limpava as mesas, servia os clientes e lavava alguns pratos. Depois do horário de pico, puderam sentar pra almoçar em paz.

_Esse mix de folhas está uma delícia._Sofia elogia a comida._Prova esse purê de batatas, Anna. Está uma perdição. Estive tanto tempo fora que vou demorar mais de um ano pra matar a saudade do tempero da minha mãe.

Depois de almoçarem, Celeste pediu que Sofia acompanhasse Marianna até perto de sua casa por enquanto que ela cuidava dos pratos sujos e dos clientes que chegavam.

As duas foram caminhando lentamente ouvindo os pássaros cantarem sobrevoando o vilarejo.

_Você parece preocupada, Anna. É sobre o casamento? Está com medo de perder a virgindade?

_Sofia!_Repreendeu-a._Eu não estou pensando nessas futilidades. Isso não habita na minha mente. Já vi que você não mudou nada... Ainda continua doida pra perder a virgindade.

_Eu já perdi, Anna._Ela sorri marota._Mas isso não vem ao caso agora. O que te incomoda tanto?

_Uma guerra contra vampiros está prestes a começar e isso me preocupa muito._Falou vacilante._Tenho medo do que eles podem fazer...

_Fica sossegada. Teremos duas alcatéias para nos protegerem, acalme-se. Acabara logo, você verá.

_Espero muito que isso aconteça, Sofia.

xXx

Guilherme não comeu nada, não tinha fome. Depois de falar com Milan, ficou trancado em seu quarto pensando na sucessão de erros que cometeu. Ele estava começando a sentir uma culpa que lhe corroía, que jamais sentiu em toda a sua vida.

_Guilherme, abre aqui!_Pedro, pela terceira vez batia na porta._Sério Guilherme, abre essa porta e deixa de ser moleque pelo menos uma vez.

A porta logo abriu-se para a surpresa de Pedro. Guilherme estava abatido, de cara fechada. Sentou-se no chão encostando-se na parede e voltando a encarar o nada totalmente perdido na sua culpa.

_Você fica péssimo quando quer entrar nesse estado de depressão temporária, Guilherme.

_Você dá pra deixar de ser chato pelo menos uma vez?_Sua voz sai baixa._O que você veio fazer aqui, Pedro?

Pedro fecha a porta, senta-se do lado do irmão e tenta olhar para o mesmo local que ele olha.

_Você ficando assim não vai alterar nada, irmão. A conversa que você teve com nosso pai foi necessária, provavelmente aquilo vinha te corroendo a um tempo e você engolia calado._Suspirou._Perdão se de alguma forma eu ofusquei você, Guilherme.

_A culpa não é sua._Guilherme amargou ao lembrar dos detalhes da conversa._Ele que não soube dividir o amor que sentia pelos filhos direcionando-o apenas para você. Não me faça sentir-me pior ao ouvi-lo me pedindo perdão.

Guilherme encarou o irmão e com um pouco de esforço sorriu.

_Mas não é por isso que estou assim._Assumiu deixando Pedro confuso._O que fiz com Milan me deixou totalmente culpado, com a consciência pesada. No dia que fui apresentado a Marianna, ela me viu beijando a Brittany e uma culpa corroeu meu ser até que eu aliviei-me pedindo desculpas por tudo. Hoje, depois do que houve comigo e Milan, a mesma culpa me corrói.

_Já tentou pedir desculpas a Milan?

_Ela está magoada demais pra me perdoar agora. Será que você me perdoaria tão fácil se fosse Milan?

Pedro calou-se diante da pergunta feita pelo irmão. O que Guilherme fez, mesmo bêbado, é quase que imperdoável. Seduzir uma moça apenas para satisfazer seus prazeres sexuais era coisa de gente fria, insensível. E Guilherme sabia disso. Tanto sabia que se corroía por pensar em tudo isso.

_Eu sou um lixo de ser humano._Guilherme admitiu encarando o irmão._Será que eu tenho jeito? Será que ainda dá tempo de ajeitar as coisas e tentar fazer o certo?

_Nunca é tarde, irmão._Pedro sorri por ouvir as intenções do irmão._Nunca é tarde...

*&*

Será que tem jeito para o nosso Gui? Seus dias de cafajeste estão contados?

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Até o prox cap?

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