Casada por acidente com o CEO romance Capítulo 20

CAPÍTULO 20

Igor Smith

Olhando e observando todas aquelas coisas da Luana, eu pude ver que a infância dela não foi nada daquilo que eu imaginei, ela já sofria bullying e era rejeitada e maltratada por todos.

Aquela lista de desejos, nada mais é, do que a expressão de uma garota que era sempre deixada para trás, e a única coisa que ela queria era ter alguém por ela, alguém que a respeitasse, que fizesse companhia, e que não a deixasse para trás na primeira oportunidade que tivesse, e pelo visto era algo que acontecia com frequência.

Pelo que eu entendi, ela precisou crescer meio que sozinha, e me parece que a única pessoa que se preocupava com ela era o pai dela, mas que também faleceu muito cedo deixando a Luana completamente a mercê de suas próprias decisões, e a vida complicada que ela anda levando.

Me senti um idiota por ter a tratado mal antes, pois muitas das coisas que eu estou tentando colocar na cabeça dela, ninguém nunca a ensinou, diferente de mim que sempre teve pessoas ao meu lado, no caso dela, todos simplesmente a criticavam, principalmente aquela velha encrenqueira da mãe dela.

Quando eu expliquei para ela a minha situação com a Elisa, nunca imaginei que eu ouviria da boca dela as palavras que ela proferiu.

Não é o que eu quero! Eu nunca disse que deixaria de apoiá-la, eu simplesmente não posso deixar o meu sonho de viver com a Elisa, para se casar com ela, mas podemos muito bem cuidar dessa criança juntos! Nunca pensei na possibilidade de um aborto.

— Ei... Por que está falando essas coisas? Eu não acabei de te explicar? Podemos cuidar do nosso filho juntos, apenas viveremos em casas separadas, se não quiser nem precisa mais trabalhar, pode ficar tranquila que eu arcarei com todas as suas despesas... Apenas me preocupo com você, e quero que entenda que diferente de todas essas pessoas que têm de maltratada, te humilhado, e te deixado sozinha... eu não farei isso! Você me entende, Luana? — Tentei explicar a ela, mas ela estava chorando outra vez, e apenas se calou, sem me dar indício nenhum de ter mudado de ideia.

Eu a puxei pela mão e atirei de dentro daquela sala que havia muito pó, e juntos fomos até um lugar no armazém, aonde tinha um sofá que parecia mais confortável que aquele banco de madeira, e então me sentei com ela lá.

— Se acalma, tá? Não faz bem para o bebê, você chorar! Ele sente, sabia? Só confia em mim! Não se apresse com nada, eu vou estar com você! Tá bom? — perguntei, e ela ainda chorando deitou no meu colo, enquanto eu massageava os seus cabelos.

Mas ela não me respondeu mais nada, e isso me preocupou, então depois de bastante tempo, já estava muito escuro, e eu não conseguia dormir, até pensei que ela havia dormido, mas ela foi se sentando no sofá.

— Eu preciso ir, Igor! Não sei como ninguém apareceu aqui ainda para me fazer ir para a casa! — falou ela, e parecia um pouco mais calma, o que me tranquilizou.

— Fica aqui comigo! Não vá! Eu não vou conseguir dormir aqui nesse lugar! Com você aqui, ficarei melhor! — ela me olhou diferente.

— Então, deite aqui no meu colo! Aposto que conseguirá dormir, você estava sentado! — ela falou, e estranhamente eu quis me deitar lá.

Nos ajeitamos no pequeno sofá, e a Luana praticamente abraçou o meu corpo, e começou a soletrar a letra de uma música bem baixinho, e a voz dela era muito tranquila e afinada, ela começou a cantar, e nem vi quando foi que me acalmei e peguei no sono daquele jeito.

No outro dia...

Abri os olhos e vi que o dia já tinha clareado, mas me assustei quando percebi que a Luana não estava mais ali, isso não era nada do que eu esperava, “quando foi que ela saiu?“ Penso.

Andei por todo o local procurando por ela, mas como eu imaginei ela não estava ali. Uma onda de sentimentos ruins me acertou em cheio, quando comecei a me lembrar da última frase que ela me falou antes de dizer que iria embora... “seria possível que a Luana realmente tenha ido para um hospital sozinha, e iria abortar o nosso filho?“ Penso.

Eu não poderia deixar que isso acontecesse! Como fui capaz de dormir e não me preocupar com isso? Eu precisava impedi-la a qualquer custo!

Então, saí desesperado daquele armazém, e corri em direção ao único hospital que eu sei que existe naquela Ilha, precisei passar por muitas pessoas que estavam nas ruas, pois o movimento ainda era grande, por causa dos Ilhéus que estavam fazendo protestos em todos os lugares.

Entrei no hospital apressado, e ainda consegui chegar a tempo de encontrar com a Luana em um quarto!

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