De Secretária a Mamãe romance Capítulo 36

POR Sophia Carson.

A contagem regressiva dos sete dias estava em suas últimas horas, o que significava menos de um dia para a partida de minha irmã. Seria hipocrisia se eu dissesse que não estava mexida por ser tão fácil para Lanna me deixar pela terceira vez. E dessa vez, a mesma me tinha dito para esquecê-la.

Sabendo de meu estado, talvez esse fosse o motivo de Samuel ter pego um dia do meio da semana para que fôssemos ao parque de diversões. Com certeza ele parecia animado com a ideia e eu também precisava estar, porque me cansava de remoer sentimentos que não seriam correspondidos.

— Amor, tem certeza? — Lhe perguntei quando chegamos à entrada para a montanha russa.

— Não quer ir? Dizem que um de pouco adrenalina faz bem ao coração. — Ele responde empolgado com o brinquedo, mas parece se esquecer de algo.

— O problema não é nós subirmos no brinquedo, mas duvido que o operador do brinquedo iria olhar o bebê.

— Bom, tinha esquecido desse detalhe. — Ele ri e acaba me contagiando também.

Visando passar o dia inseparáveis, nos contentamos com os brinquedos para as pequenas faixas etárias.

Andamos no carrossel, de trem e nos carrinhos bate-bate. Mandei ver no tiro ao alvo e ganhamos um pinguim muito fofo. Na pescaria, simplesmente Samuel parecia ter sorte de principiante, pois nada poderia explicar ele ter conseguido pescar todos os prêmios.

Pelo finalzinho da tarde nos sentamos em um banco do parque e aproveitamos o momento para olhar as fotografias que tínhamos tirado frente as atrações.

— Essa está tão fofa! — Disse babando por meu pequeno vestido de leãozinho.

Uma senhora, experiente em pinturas de animais em rostos infantis nos abordou e ofereceu uma pintura gratuitamente em troca de a deixarmos usar Seth como bebê propaganda.

No começo pensei não ser uma boa ideia, mas o pequeno se divertiu tanto que chegamos a filmá-lo enquanto seu rosto se tornava a figura do leãozinho mais fofo que já vi.

— Essa aqui também está muito boa. — Samuel mostrava a selfie que tiramos no carrossel.

— Olha só Seth... — Me virava para mostrar ao garoto, quando simplesmente não o encontro onde deixei. — Seth?

Tanto o carrinho, como o bebê haviam desaparecido sem que sequer tivéssemos notado. Há muitas pessoas passando em todas as direções, o lugar propriamente dito se assemelhava a um formigueiro e não era possível ver nem mesmo o piso, já que os pés cruzavam a vista o tempo inteiro.

Um aperto atingiu meu peito, igual que a vez com a tempestade na ilha dos Sangu. Eu sabia que algo de errado estava acontecendo e também que nada de bom estava por vir. Então precisávamos encontrá-lo logo, mas como e onde?

— Se acalma, vamos encontrá-lo. — Samuel me abraça e parece estar ligando para alguém.

Em menos de dez minutos, os altos falantes do parque espalham a procura pelo garoto, seguido de uma descrição e fotos nos telões.

— Muitas pessoas podem ver, mas ainda não temos respostas? — Samuel questionava alguém no telefone. — David, por favor o encontre.

Nada.

Nenhuma só resposta em duas horas de buscas. As imagens estavam sendo examinadas e uma equipe de segurança vasculhava o parque atrás de Seth.

Até que por fim, David, quem me pareceu ser um conhecido de Samuel, desceu nos mostrando no tablet as imagens que haviam conseguido.

Uma mulher vestindo roupas comuns, de cabelo preso e boné, parecia saber como desviar das atenções e passar despercebida. Se não fosse o fato dela pegar o carrinho sorrateiramente e em sua mão estar um coelhinho de pelúcia muito familiar, aquela poderia ser uma estranha para nós, mas pelo que víamos era uma pessoa da vida de Seth.

— Se eu o tivesse pego no colo... — Murmurei para mim mesma.

A dor no peito juntamente da angústia tornava cada segundo sem notícias, excruciante.

— Ei, Sophia, não vamos pensar assim. Iremos focar em encontrá-lo e Seth voltará pra nós, você vai ver. — Samuel me passava a positividade que eu naquele momento não conseguia enxergar e ao fim fico mais calma.

Entretanto a devida paz, eu só encontraria quando o pudesse segurar contra meu peito e ver meu bebê bem.

— Há mais gravações David?

— Desculpa te decepcionar amigo, mas não. Meus homens estão trabalhando nisso e com certeza ao fim do dia teremos mais informações. — David diz e se retira.

Estou pensando mil coisas e deixo as lágrimas caírem em silêncio. Não saber onde meu pequeno estava, era terrível, mas ainda tínhamos chances de encontrá-lo e não desistiríamos.

— A mamãe está com você. — Sussurro apertando o medalhão que havia ganhado de aniversário e possuía a foto de minha, agora considerada, família.

Segurando a peça de ouro branco em minhas mãos desejei ali, como se o medalhão possui um gênio mágico, que meu bebê voltasse.

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