De Secretária a Mamãe romance Capítulo 37

POR Sophia Carson.

Em quase doze horas sem notícias...

Precisava desesperadamente de algo que me mantivesse forte, porque as lágrimas já haviam me desidratado em grande parte, e mesmo água, estava sendo difícil de passar por minha garganta.

O telefone toca, para Samuel que passou a noite com o aparelho nas mãos, não foi preciso nem menos esperar pelo segundo toque, pois já o tinha colado ao ouvido.

— Alo? — Ele atendeu com uma voz de zumbi. — Tem certeza? — Na segunda frase, Samuel se pôs de pé em um pulo.

— O quê foi? — Pergunto.

— Eles acreditam ter localizado a mulher que o sequestrou. — Samuel responde me abraçando e coloca o telefone no viva voz.

— David, acharam ele?

— Ainda não Sra. Sophia, mas temos as gravações da placa do carro que a mulher usou para sequestrá-lo. Descobrimos que pertence a uma empresa que aluga carros para pessoas que chegam ao país sem automóveis.

Enquanto ele nos informava, muitas coisas se passavam por minha mente, mas uma delas em questão se juntou a uma espécie de quebra cabeça que se visualizaria ao final por completo.

— David, então estão examinando os arquivos agora mesmo. — Samuel continuava conversando.

Eu apenas os ouvia, sentindo que algo naquela história inteira estava em minha cara.

— Temos uma resposta positiva senhor... — Ambos ouvimos o ajudante dizer ao fundo da ligação.

— A placa foi alugada por... — Ele parou por um instante e minha mente teve um click.

— Lanna Carson. — Automaticamente o nome de minha irmã saiu da minha boca.

— Sophia, o quê está dizendo? — Samuel me estranha.

— Sua esposa está certa, é exatamente o mesmo nome dos registros. — David confirma e Samuel está tão incrédulo quanto eu.

— Não, isso não faz sentido.

— É claro que faz, só não sabemos de tudo ainda. — Disse me levantando do sofá e pegando o celular de Samuel. — Te ligamos mais tarde David, obrigada. — Digo e desligo.

Respiro profundamente, contendo os nervos antes de realizar a chamada.

Ela atende, como de costume, ela sempre atende os estranhos e bloqueia a própria família.

— Está com meu filho, não é?

— Não. Estou com o meu filho. — Ela responde sem estranhar-me na ligação.

— Como?

— Um aviso maninha, os Heughan não prestam. — Disse, como quem ria amargamente.

— Do quê está falando Lanna? Por que o bebê?

— Victor é um tremendo filho da puta e mentiroso. Me convenceu de que conseguiríamos ficar com toda a herança se eu desse a luz ao garoto, porque era o que estava no testamento, até que o velho mudou as regras antes de morrer e deixou todas as ações para outro neto.

— Tudo isso por dinheiro, Lanna? Você já possui uma fortuna com seus desfiles, para quê tanta ganância?

— Está brincando irmãzinha? — Me perguntou, como se duvidasse que eu estava pensando daquela forma. — Você ficou com a mamãe, com o herdeiro dos Heughan e agora quer meu filho? Então me responda você, Sophia, para que tanto?

A mamãe sempre esteve para as duas e se pensasse a respeito, foi Lanna quem quis desde o início se afastar de nós por vergonha de sermos classe baixa. Além disso, nunca pedi para conhecer Sam Heughan, assim como ter Seth em minha vida também foi uma surpresa maravilhosa. Sobre nenhuma dessas coisas tive escolha, mas ela teve a de não deixar nossa mãe, não andar com Victor e também teve a escolha de não deixar o próprio filho.

— Essa é uma desculpa que inventou para si mesma, Lanna, você fez cada uma dessas escolhas e também escondeu o nascimento do meu sobrinho. — Digo sem peso de culpa alguma.

Eu amava minha irmã e sempre soube que seu jeito de ver o mundo era distorcido, só não imaginava o quanto.

Agora tinha a verdadeira Lanna frente a mim e pensar que me culpei tantas vezes pelas escolhas dela.

— Me diga pelo menos por quê o deixou na porta de Samuel? Porquê?

— Bem, devo admitir que isso foi um erro. Eu apenas descobri o endereço errado e queria deixar o pirralho um pouco por conta do pai, não imaginei que o apartamento fosse do herdeiro e não de Victor. — Ela diz rindo, como se fosse qualquer simples equívoco.

— Você é mesmo mãe? Não se preocupou que algo poderia acabar mal? Sam queria deixá-lo em um orfanato, tem ideia do que significaria isto Lanna!

— E que pena que ele não deixou, esse pirralho me dá trabalho o dia todo. Sabe como são os paparazzi? Eles deram duro para me fotografar no tempo em que fiquei grávida desse bastardo inútil. A gravidez me tirou das passarelas por um bom tempo, e meus seios já não são mais os mesmos e você não tem ideia do quão irritante essa criança consegue ser. — Ela novamente o mencionava com desdém.

Uma completa sociopata, Lanna parecia se importar apenas com seu bem estar e status social.

— Você tem noção de como fala?

— E você tem noção de quê eu não me importo? Eu estou cansada de você irmãzinha e não vou deixar que fique com todas as minhas coisas. Seth é meu filho e eu descido o quê fazer com ele. — Ela desliga.

Entreguei o celular nas mãos de Samuel e parti a cozinha, procurando uma sacolinha e não a encontrando.

Sentia o peito pressionado e estava difícil focar a vista. Eu estava hiperventilando e naquele momento, no momento exato em que Samuel me abraçou contra ele, foi quando passei a estar viva outra vez.

— Soph, olhe para mim. — Levou meu olhar a se direcionar com o seu. — Não importa como, Seth vai voltar pra gente.

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