LASCIVA romance Capítulo 31

Capítulo 30

Isis Melo

(...)

Esta semana a mãe dele ligou e perguntou se ele não tinha mais família, pois ele não aparecia há duas semanas. Então, hoje a mãe dele fará um jantar e não admitiria a sua ausência.

Quando o relógio marcou, cinco horas da tarde, avisei a Jaime que iria para casa me arrumar e disse que esperaria por ele. Ele olhou-me estranhamente, mas não comentou nada.

Fiquei feliz por finalmente ter a chance de conhecer a família dele. Ainda bem que os ferimentos no meu rosto sumiram, assim como a mordida no meu pescoço. Escolhi um vestido azul longo que tem um decote perfeito na frente, alisei todo o meu cabelo deixando-o cair pelas costas. O relógio marcava sete horas da noite, mandei mensagem avisando que estava pronta.

Passou-se uma hora... Duas horas... E nada dele aparecer. Liguei para seu celular, mas só caia na caixa. Peguei uma garrafa de vinho e comecei a beber... Não queria acreditar que Jaime me largaria aqui sozinha.

Passou-se três horas e nada dele. A garrafa do vinho estava vazia e não tinha mais como negar o que ele havia feito. Liguei novamente... Quando pensei que cairia na caixa de mensagem, ele atendeu.

- Não posso falar agora, Isis. – Falou grosso. Meu coração doeu só de ouvir sua voz.

- Onde você está?

- Jantando com minha família. – Murmurou. Contive o soluço.

- Entendo. – Falei e desliguei o celular. Os soluços vieram em seguida. Eu não fazia parte da sua família. Não significava nada para ele. Deitei-me na cama com a roupa que estava e comecei a chorar. Este é o problema de depender de uma pessoa, quando você fica sozinha e se vê sem saída para fugir e olha para os lados percebendo que não tem nada, nem ninguém que possa te amparar.

Jaime Gandy.

Voltei para o flat de madrugada. Encontrei Isis dormindo, ela está toda arrumada e maquiada. Notei que seu rosto está úmido. Ela ainda está abraçada com o celular, deve ter ficado me esperando para levá-la ao jantar com minha família, mas este não é o momento e não sei se esse dia chegará.

Como iria apresentar Isis a minha mãe, eu sei a mãe que tenho. Ela se preocupa com status e quando soubesse que Isis era uma garçonete seria capaz de humilhá-la e eu não quero isso, além disso, Amélia também estava presente e isso é algo que tem me incomodado muito, pois ela parece que não tem mais casa, fica o tempo inteiro com minha família. Alisei o cabelo da minha gatinha e imagino o quanto ela deve ter ficado brava, com certeza amanhã quando acordar vai soltar os cachorros em cima de mim, mas o que ela também não sabe é que faço isso para protegê-la de um inimigo que por enquanto é desconhecido.

Estava sentado na bancada tomando café da manhã, quando Isis acordou. Ela olhou para si mesma e viu que já não estava mais com maquiagem e com a roupa que havia dormido, pois eu tirei. Ela levantou completamente nua, olhou-me e foi para o banheiro sem dizer uma palavra. Fiquei sem entender nada. Pensei que começaria a gritar, mas não. Continuei tomando meu café, ela saiu do banheiro de toalha. Devorei-a descaradamente com os olhos, mas ela nem me olhou. O sol neste momento parou de girar. Só pode! Isis não me atacou. Muito estranho!

- Bom dia. – Murmurei, mas ela fingiu não ouvir.

Vestiu-se, e depois bebeu um copo de suco de laranja e saiu.

- Aonde você vai? Perguntei. Ignorando-me totalmente ela saiu batendo a porta furiosamente.

Peguei meu celular e fiz algumas ligações. Tem dois seguranças atrás dela, quero que a vigiem de longe. Digam-me aonde vai, e com quem fala e o que faz. Quero saber de tudo. Quando uma mulher fica calada demais tenha certeza que tem muita coisa errada.

Fiquei no flat resolvendo algumas pendências do trabalho, e mais tarde naquele mesmo dia, entrei em contato com o advogado que está acompanhando o processo contra Tony, e ele me falou que o pai de Tony quer pagar uma pequena fortuna para Isis, caso ela aceitasse retirar a denúncia, mas o meu advogado disse que ele terá que pagar a indenização da mesma forma e que o fará pagar o dobro por conta da primeira agressão. Fiquei aliviado por conseguir fazer justiça, mas o melhor seria que o filho da puta estivesse morto.

Chegou a hora do almoço e nem sinal de Isis. O segurança me ligou e falou que ela está entrando no restaurante Cocina, e que está acompanhada. O segurança me mandou a foto e pude ver Isis chegando ao lugar com Fernando. Meu sangue ferveu igual vulcão.

Que porra ela está fazendo. Essa mulher quer me fazer ter um infarto. Peguei as chaves do carro e quando estava saindo, pronto para trazê-la arrastada pelos cabelos, feito homem das cavernas. Lembrei-me de que não posso expor Isis, não posso deixar que ela fosse vista comigo, pois tenho um inimigo que nem sei quem é. Que está esperando a oportunidade de se vingar de mim, esperando que eu tenha a minha mulher para força-la a ser sua... Praguejei todos os nomes possíveis por me sentir impotente e não poder fazer nada. Isis você vai se arrepender por me contrariar dessa forma.

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