• MEU SOGRO • romance Capítulo 16

"Não confunda sinceridade com grosseria ou falta de educação, nem todo mundo tem autoestima elevada para ouvir certas ofensas camuflada de falsas verdades." — Autor desconhecido

...ᘛ...

Despertando se vira para ter realmente a certeza que está sozinha. Levanta e caminha até às cortinas para ver o céu.

— Vou tomar um banho para despertar ou vou passar o dia na cama. — Dentro do banheiro olha seu cabelo todo bagunçado. — Estou péssima, olheiras e cabelos desgrenhados, o trabalho que terei para desembaraçar isso! Para que fui dormir de cabelos molhados.

Faz sua higiene pessoal seca os cabelos, voltando para o quarto sente sua barriga roncar.

— Preciso comer, mas antes vamos ver uma roupa menos cafona. — Vasculha tudo e não acha nada que seja no padrão de Seattle. — Minhas roupas são de mulher casada e discreta, então será essa roupa que vou usar.

Escolhendo uma desce e vai explorar a casa. Observa tudo e chega à conclusão que seu sogro tem um ótimo gosto, mas a casa é vazia e sem sentimentos, não tem uma foto ou algo que tenha sido uma mulher quem comprou. Sua barriga roncar alto, com vergonha de alguém ter escutado tenta disfarçar.

— Nossa! Que mansão. Nem que eu quisesse daria conta de limpar tudo isso. — Aí cai a fixa que ninguém ouviu seu estômago. — Vou fazer o café.

Sem graça segue para a cozinha prepara um café preto, come torradas e olha tudo à sua volta.

— Vou voltar para sala e me jogar naquele sofá. — Se servindo de mais uma xícara de café, assim o faz. Se acomoda bebericando sua bebida quente.

Está distraída quando toma um susto com Ana que desce correndo a ignorando totalmente. A porta bate fazendo eco pela casa.

— Quem será essa? Deve ser a tal amiga que dorme em sua cama. — Para não tirar sua privacidade levanta e decide voltar para a cozinha. — Não quero atrapalhar vai que tem outra amiga. — Chocada arregala os olhos pensando na possibilidade.

Seu campo de visão é preenchido por uma mulher magra com cabelos ondulados castanho escuro que entra como se fosse dona da casa ou é a namorada. Berriere a acha linda, mas o decote que exibe seus seios fartos chama ainda mais sua atenção.

— Senhor o que eu estou fazendo nessa casa? — Balbucia bebendo um gole de café.

"Meu sogro tem um monte de amigas com a chave de sua casa. Quero minha casa, minhas faxinas."

Totalmente distraída a mulher reclama de alguma coisa que não alcança os ouvidos de Berriere, quando seus olhos encontram os dela a mulher de seios fartos dá um pulo assustada.

— Oi! Desculpa. — Colocando umas pastas na bancada a encara pensativa.

"Que pervertido pegando noviças, meu patrão é um safado, olha a cara dessa mulher, tadinha nem sabe se vestir. Espera! Que roupa péssima."

— Bom dia. O quarto dele é lá em cima. — Sem entender muito bem Carmem olha com a boca aberta.

— Hã? — Confusa assimila o que escutou.

— Você não é a outra amiga? Uma acabou de sair e você entrou. — Bebendo mais um gole da bebida morna aponta o dedo para a sala. — Você deve ser de casa pode ir.

Sem graça Carmem entende o que quis dizer e resolve explicar tudo. "Coitada além de se vestir mal é esclerosada." Respirando fundo e responde.

— Não, sou a secretaria do Sr. Mondova. Vim trazer os papéis para sua viagem de hoje à noite. — Repara que falou demais, pois a cara que Berriere faz não é nem um pouco discreta.

— Me desculpa. — Sem graça Berriere finge beber um café que já acabou em sua xícara.

"Pensando bem, parece uma menina. Pelo tom de sua voz deve ser uma filha, já que seu filho faleceu veio fazer companhia para o pai. Que porra é essa, eu trabalho para ele há quatro anos e nem sei se tem uma filha."

— Qual é o seu nome menina? — Revirando os olhos bufa tentando conter sua raiva pelo recém apelido que seu sogro insiste em chamá-la.

— Berriere, tenho 31 anos. — Seu tom não foi nada educado e sabe muito bem, pois odeia ser chamada de menina.

— Me dá o segredo dessa juventude mulher, tenho 27 com cara de 40.

Totalmente desinteressada responde dando de ombro.

— Acho que são minhas roupas ou meu cabelo talvez. Vocês americanos saem por aí chamando todo mundo de menina? Preciso saber.

— Desculpa se a palavra menina te incomoda é que realmente você tem um rosto bem jovial, e suas roupas estranhas dão a entender que você é uma menina. Sinto muito.

Se sentindo culpada por ter sido grossa dá um sorriso amarelo.

— Muito obrigada por jogar na minha cara que sou malvestida.

"Meu patrão está igual o filme crianças peculiares e indo atrás de pessoas estranhas, ela é linda, mas está me olhando com uma cara. Será que devo me picar daqui?"

— Disponha. Você é linda! Só precisa das roupas certas. — Carmem tenta ajudar.

— Eu estou sabendo disso. — Azeda responde rezando para um buraco abrir debaixo dos seus pés.

" Tadinha, ficou triste comigo vou ter que ajudá-la se vestir, vou tentar me redimir, não posso perder o emprego por falar que a filha do meu chefe anda por aí usando roupas de uma mulher de 70 anos."

— Vem almoçar comigo hoje que iremos às compras. — Animada faz o possível para conter sua euforia, Berriere respira devagar e tenta ser o mais neutra possível.

— Ok. — Com um rosto sério responde seca.

"Tomei no cu, olha a cara dela... Carmem, Carmem segura sua boca grande porra."

— Volto às 13:00. — Ansiosa ia responder quando seu sogro surge com pijama chamando sua atenção, fica tão envergonhada que suas bochechas coram.

" Ih, olha a cara da noviça, ficou ruborizada. Ô porra, não é filha. Meu patrão não tem jeito, indo atrás das novinhas ou com cara de novinha."

— Voltar para quê? — A voz rouca dele preenche toda cozinha fazendo as duas ficarem nervosas.

— Sua amiga é muito mal educada. — Comenta sem se preocupar com a secretária.

"Eu ia embora, mas vou ficar e ver a discussão, eu hein! Minha vida anda muito parada. Será que essa aí é braba?"

— Minha o quê? — Franzindo a testa encara sua nora.

— A que dormiu na sua cama. — Volta a fingir ter café em sua xícara e leva aos lábios enquanto o olha por cima dela. — Ou é uma namorada?

Sem entender Bronck a encara deixando envergonhada novamente.

— Namorada? — Por um segundo realmente não entende nada.

"Tá se fazendo de maluco né patrão, largou logo o olhar 43 para deixar a noviça corada, sei como é menina esse homem tem o poder de deixar poças nas calcinhas das mulheres do escritório sem nem dizer um oi. Graças a Deus hoje sou imune, mas antes levava calcinha extra. Mostra quem manda noviça. Será que é errado desejar um tapa na cara e uma saída dramática? A foda-se! Quero ver tapa nessa merda."

Mudando de assunto olha para Carmem.

"Dá um sorriso peste ele está te olhando, opa, olhou para meus seios! Que cretino. Vou bater na pasta para focar no que deve."

Conseguindo mudar o foco olha para a pasta, Carmem fecha os dois botões aberto na blusa social.

— Você trouxe os contratos? — Pergunta mudando o assunto.

— Aqui Sr. Mondova, e antes que eu me esqueça meus sentimentos. — Vai até ele e lhe dá um abraço rápido.

— Obrigado! Por favor avise ao hangar que vou partir essa tarde. — Pegando uma xícara de café se senta próxima a Berriere que está com a xícara vazia até agora nos lábios. — Hum! Gostoso.

As duas olham para ele gemendo para o café enquanto mexendo em seu celular, deixando as duas sem graça.

— Berriere seu café é uma delícia. — Pegando os contratos folheia os papéis. — Obrigada Carmem.

"Eu aqui achando que ia ter barraco e fui expulsa na maior cara de pau, vou nessa."

— Volto para o nosso passeio menina. — Colocando suas chaves dentro da bolsa segue para porta.

— Que passeio? — Seu tom de voz faz Carmem congelar.

— Vou às compras. — Diz descendo a xícara da boca e apoiando na bancada.

— Toma, usa esse cartão. — Puxando a gaveta pega um cartão Black e lhe entrega.

— Eu tenho dinheiro. — Com uma cara nada boa mantém a mão no ar para que a pegue. Carmem fica olhando na espera de um barraco.

— Usa o cartão menina, sua moeda não é de fácil troca aqui. Então, use e se preferir, é só transferir o valor da compra para minha conta do Banco de Londres. — Berriere olha para ele notando semelhança com seu marido e revira os olhos.

— Farei isso obrigada. — Dá mais um gole na xícara vazia.

— Carmem por favor, ajude-a com tudo. Ficarei fora por uns dias e se possível, mantenha contato com ela para ajudar com alguma coisa.

"Virei babá da noviça!"

— Posso usar o cartão também? — Pergunta olhando para seu patrão que a encara com as sobrancelhas levantadas já sabendo que não vai deixar.

— Pode sim. Vamos! Vou só pegar minha bolsa.

— Agora tenho que cuidar de uns assuntos para o Sr. Mondova. Volto às 13:00.

— Ok. Vou fazer o almoço. — Relata.

— Não. Se arruma, vamos almoçar com meu amigo. — Ordena já olhando para Carmem como quem a expulsa com o olhar. Se fazendo de louca continua na espera de uma tapa e uma saída dramática.

— Eu estou arrumada. — Confirma.

— Está não, se isso é arrumado em Londres sinto muito. Gosto péssimo do seu povo. — Se sentindo ofendida, Berriere se levanta olhando feio para Carmem.

— Não sou indígena para ter povo. — Vendo que falou demais evita olhar para seu chefe, sabe que sua cara não estará nada boa.

— Desculpa. — Sem graça lamenta o comentário.

— Às 13:00. — Saindo da cozinha vai direto para seu quarto.

— Licença. — Deixando seu patrão corre para resolver tudo e voltar a tempo de ir ao shopping com a Berriere.

Terminando de analisar todos os contratos coloca na pasta, sobe até o quarto de Berriere e a encontra deitada.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: • MEU SOGRO •