• MEU SOGRO • romance Capítulo 17

"Um trauma amoroso também dói, também machuca." — Autor desconhecido

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Parando na porta pensa se deve ou não conversar com ela. Observa um pouco mais encolhida escutando sua respiração pesada. "Posso me arrepender dessa aproximação, mas preciso ver como está." Caminha até a cama, se sentando próximo apoia a mão em seu ombro.

— Desculpa por Ana, vive sempre apressada e não deve ter te visto. — Sem graça tenta se desculpar mesmo sabendo que a própria nunca faria isso.

— Ok. Vou ver se tenho uma roupa melhor para ir ao shopping com a sua secretária. — Pensando em sair de perto dele se levanta e tenta caminhar até sua mala, segurando sua mão a mantendo no lugar.

— Desculpa Berriere, você precisa tirar essas roupas antiquadas... desde já peço perdão, mas serei muito sincero contigo. — Alisando seus dedos olha em seus olhos antes de falar. — Você é tão linda, seus olhos são um labirinto que tenho certeza que levaria muitos homens à loucura, porém, olho seu rosto e suas roupas tenho medo até de conversar com você e parecer um pedófilo. — Sua sinceridade foi um tiro em seu ego já destruído, seus olhos brilham com lágrimas que tenta segurar a todo custo, mas sua respiração vacila a entregando.

— Ei, não chora menina olha pra mim, só quero te ajudar. — Dando um leve puxão tenta dar um abraço, mas para sua surpresa a rejeição foi enorme. Se afastando deixa a raiva tomar conta de si.

— Não sou uma menina Bronck! — Aos gritos se afasta ainda mais. — Sou uma mulher adulta. — Assustado percebe que magoou seus sentimentos, se aproxima pegando sua mão tentando acalmá-la. — Solta minha mão!

Ele não obedece e a encara como se estivesse em uma guerra interior. Nem imagina, mas está apaixonado desde o primeiro momento que a viu.

— Sei que não sou atraente, porém, me acho uma mulher incrível, dedicada e faço tudo para agradar, mas aqui sou menosprezada a todo momento e isso é péssimo não estou aguentando. Estou cansada de ser humilhada.

— Não quis te humilhar, sinto muito se passei essa imagem. — Nervoso passa a mão solta em seu rosto. — Olha para mim Berriere.

—Pra quê? Para citar mais um defeito na minha vestimenta, ou no meu corpo pequeno? Vai dizer o quê? Que posso sair por aí pedindo esmola porque me visto mal! — Colocando para fora toda sua frustração desabafa tudo que está sufocando seu peito.

— Te acho muito linda! Você não faz ideia do quanto. — Essas palavras chamam sua atenção, pois, nunca a chamou de linda. — Você não tem noção, se não fosse minha nora, te colocaria deitada nessa cama e faria loucuras contigo. Infelizmente tem duas coisas que me impedem de fazer isso, primeira, você é a viúva do meu filho, segunda, sou bem mais velho que você.

Soltando sua mão o deixa sozinho e se tranca no banheiro.

— Virei piada agora, uma hora me ofende na outra zomba de mim. — Se senta no vaso e permanece quieta até que se assusta quando bate na porta.

— Berrie! — Com uma voz calma a chama.

— Está me dando apelido agora? — Balbucia. — Sai do meu quarto e me esqueça. — Grita para que a escute.

— Abra essa porta agora! — Sem paciência grita a assustando.

Caminha até a porta e destranca.

— Olha para mim, por favor. Não posso partir brigado com você. — De sobrancelhas levantada coloca as mãos na cintura.

— Partir? — Pergunta confirmando o que acabou de informar.

— Farei uma viagem muito importante, tendo que ficar fora por uns dias. — Responde entrando a fazendo dar dois passos para trás.

— Vou com você! — Lhe dando um abraço Bronck a deixa entre ele e a pia.

Sua aproximação a deixa tensa. Respirando fundo sente o cheiro do seu perfume. Permitindo apreciar o aroma cítrico fecha os olhos e deixa a fragrância invadir suas narinas.

— Você ficará bem aqui, Carmem vai te ajudar. Saia para se divertir. Você começa amanhã como minha vice presidente na empresa, ficará em suas mãos por todos os dias que estarei ausente.

— Não faça isso comigo. Como vou lidar com isso sozinha? Eu preciso de você!

— Você vai se sair muito bem. Não posso ficar aqui! Eu preciso ir... preciso me afastar... hum! Resolver alguns problemas fora do país entendeu? — Enfiando seus dedos na base da sua nuca, segurando seus cabelos de leve, redireciona o rosto para que o olhe nos olhos. — Você fez faculdade de gestão e sabe como fazer na teoria, agora vai pôr em prática tudo que aprendeu. Confio em você e sei que vai dar conta, meu irmão estará lá junto com a Carmem, não estará sozinha.

— Me leva com você por favor. — As lágrimas começam a cair. Passando a mão em seu rosto Bronck seca algumas lágrimas que escorrem por sua bochecha.

De olhos fechados sente a respiração dele próxima dos seus lábios. Do nada se afasta a deixando sozinha no banheiro.

— Não! — Escuta a porta do quarto abrir e fechar. Logo em seguida outra porta bate com força com um som mais distante.

— Para que me trouxe pra cá? E essas atitudes bipolares, eu não posso conviver com uma versão nova do Kamael. Um me larga sozinha e o outro me prende em casa, não sei o que é pior, proteção em excesso ou abandono. — Respirando fundo lava seu rosto, sentindo uma sensação diferente alisa seu próprio braço. Seu corpo está tenso e quente encarando seu reflexo se sente com raiva. — Quer saber! Vou aprender tudo e voltar para Londres. Meu lugar é lá.

"Se ele me quer poderosa para me enxotar daqui é o que farei!"

Tomando um banho se deita de roupão. Pensando no que aconteceu recentemente permite sentir tudo de uma vez e como válvula de escape para o sufoco chora até pegar no sono.

Algumas horas depois acorda com Carmem a chamando.

— Desculpa não queria te acordar, é que marcamos de ir ao shopping, fiz de tudo para adiantar meu dia e passarmos a tarde juntas comprando roupas. — Sentindo um aperto no peito ao ver seus olhos vermelhos se senta na cama e a puxa para um abraço sincero.

"Não sei porque, mas sinto que precisa de mim. Pode deixar chefa vou cuidar de você!"

— Não estou muito bem, podemos remarcar? Por favor. — O choro volta e Carmem a aperta ainda mais em seu abraço.

— Quer que eu fique aqui com você? A gente pode conversar. — Se sente impotente ao sentir o choro que está cada vez mais forte em Berriere.

— Não precisa, pode ir para casa descansar. Amanhã vamos ao shopping tá bom. — Se soltando dos braços de Carmem volta a se deitar.

— Esse é meu número pessoal qualquer coisa me liga. — Dando um beijo em sua cabeça sai do quarto e vai direto para sua casa.

Chegando em casa vê uma mensagem do seu patrão fazendo uma oferta que nesse momento não pode recusar. Resolve tudo por mensagem com ele e vai cuidar das suas coisas pessoais.

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