• MEU SOGRO • romance Capítulo 22

"Deus não coloca uma pessoa na sua vida por acaso, sempre tem um propósito. Seja para aprender, ajudar ou para estar com ela até o fim." — Autor desconhecido

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Atravessando a cidade, o motorista as leva para o endereço que Carmem o entregou. Perdida em seus pensamentos Berriere está com um sorriso lindo no rosto quando Carmem lhe tira dos seus delírios.

— Esse apartamento aqui será meu e do meu filho. Deus irá me ajudar. — Olhando a estrutura fica chocada com a escolha da Carmem.

— Mas, está caindo aos pedaços. — Comenta sem pensar.

— É o que eu posso pagar chefa e outra, tem elevador.

— Hum! Você quer um elevador para quê? Continua subindo escada para manter esse corpo lindo. — Sorri para ela, mas seus lábios ficam em linha reta assim que ver a expressão dela.

— Minha vida não é fácil chefa. — Sem graça evita voltar ao assunto.

Parando em frente a outro prédio com uma aparência melhor mais uma vez fala sem pensar.

— Bem melhor que o outro, esse deve ser de escada. — Carmem permanece calada.

"Entendi o porquê do corpão, me leva ao quinto andar. Vejo uma cadeira de rodas do lado de fora. Será que mora com algum cadeirante? O pai ou a mãe?!"

Aí se dar conta da sua falta de sensibilidade em procurar saber melhor o porquê precisa de um elevador. Encolhendo os ombros pensa em se desculpar quando Carmem para próxima à porta.

— Chefa. — Sussurra.

— Para com isso de chefa. — Dá-lhe um sorriso sincero.

— Minha mãe é muito grosseira já peço desculpas. — Respirando pesadamente olha para sua chefe como quem se arrepende de ter feito o convite. — Minha vida é muito complicada, eu tenho um filho, ainda moro com a minha mãe e o marido imprestável dela. Então, sinto muito por todo o constrangimento que vai presenciar.

— Para com isso, não me batendo o resto eu aturo. — Sorridente tenta aliviar a tensão.

Quando abre a porta um cheiro de cigarro invade seu nariz. "Nossa! Como uma criança vive assim?!" Disfarça a cara feia com o cheio e sorri para a Carmem.

— Cadê meu príncipe o homem da minha vida?! — Seu mundo para quando vê o filho dela. Pensa mentalmente não chore e repete diversas vezes.

Uma mulher de estatura média, cabelos com a raiz grisalha invade a sala com uma expressão brava olhando para Berriere, com cara de nojo reclama.

— Que palhaçada é essa aqui? Já não basta você quase nua, agora traz outra prostituta?! — Com os olhos arregalados vira para Carmem que encolhe os ombros sem jeito.

Mudando de assunto Carmem chama a atenção da sua mãe.

— Mãe você deu banho nele?

— Já tenho que alimentar. Agora tenho que banhar também? — Indignada com o que está presenciando Berriere tenta conter sua fúria.

— Custa dar um banho nele? Ele é seu neto. — Pegando o menino no colo com dificuldade Carmem o cheira. — Sinto muito filho vou te limpar.

Para ela foi a gota d'água, presenciando esse descaso toma uma atitude.

— Cata tudo que der amiga.

— Não posso!

— Agora! Pega tudo e vamos embora daqui. — Gargalhando a senhora olha com deboche para Berriere.

— Se sair, não volta mais.

— Nem para visitar. — Responde seca.

— Tem certeza? — Com dúvida Carmem pergunta com um olhar amedrontado.

— Anda, pega somente o que der. — Colocando-o no chão, Carmem some no corredor. Pouco tempo depois volta com duas malas e uma bolsa.

Ligando para o motorista pede-lhe que suba para ajudar com as malas, enquanto Carmem dá um banho rápido no filho. Quando volta entrega o menino ao motorista, pois aparenta ter uns 5 anos e não anda. Para Carmem descer com o menino no colo ficaria difícil. Antes de sair a mãe dela vem até a porta.

— Até que enfim vai sair da minha casa.

— Para mãe. — Chorando pega a cadeira de rodas velha para levar.

— Não precisa levar Carmem daremos um jeito. E para você só digo uma coisa... está aí se vangloriando agora, mas quando a única fonte de renda não chegar em suas mãos vai implorar que volte. — Pensando na possibilidade a mulher tenta responder, mas é cortada. — Outra coisa, limpa essa casa me senti em um chiqueiro sua porca.

— Some daqui suas putas. — Tremendo entra batendo com a porta na cara das duas.

— Vem, você não merece passar por isso. — Se abraçando começam a descer as escadas.

— Espero não me arrepender disso. — Diz com os olhos em lágrimas.

— Não vai! Vamos para a casa do Bronck, lá tem 4 quartos de hóspedes e amanhã iremos comprar um apartamento para vocês dois. — Declara como se fosse a coisa mais fácil do mundo.

— Não brinca comigo.

— Não estou. Posso até me vestir mal, mas viver assim não dá. Eu iria comprar um para te dar quando eu fosse embora, mas Deus sabe de todas as coisas.

— Não brinca comigo nem me iluda assim. Estou largando toda base que tenho, se você estiver mentindo meu filho e eu não teremos para aonde ir. A única cadeira de rodas que tem ficou lá. — Tranquilizando-a Berriere entra no carro com ela e vão para a casa do seu sogro.

— Eu não sou louca de ver aquela situação permitindo que seu filho e você passem por isso. Seu menino precisa de cuidados. — Observando-o em seu colo alisa os cabelos loiros do menino.

— Eu me viro para pagar médicos bons. — Sentindo verdades em suas palavras segura sua mão.

— Eu assumo total responsabilidade pelos cuidados médicos dele. — Surpresa a puxa para um abraço.

— Muito obrigada! Não tenho palavras para te agradecer.

— Posso te fazer uma pergunta? — Olhando do filho para ela responde.

— Te conto tudo, mas preciso dar um banho adequado no Mikael. Ele estava com a fralda suja e ainda está com um cheiro enjoado. Assim que estiver bem eu converso com você tá bom? — Respondendo que sim seguem o resto da viagem caladas.

Chegando em casa assim faz, cuida do pequeno príncipe. Berriere o acha lindo. Ajuda com o banho e a festa está armada, adorou a banheira. Observou que fala bem pouco, acredita que deva ter uns cinco anos. Após o banho sai do quarto a deixando com o menino e vai para o seu.

"Preciso saber o que aconteceu com ele e o porquê foge dos homens. Uma mulher tão linda e sexy deve ter uma dor grande. Preciso descobrir qual o motivo para entender o estado do menino e ajudá-la."

Com sede desce para buscar um copo com água, percebe que está tudo limpo e que tem janta pronta na geladeira. Colocando para aquecer retorna ao seu quarto para tomar um banho.

Após escolher uma das roupas sexy que comprou se olha no espelho e gosta do que ver.

Pegando seu telefone resolve ligar para seu sogro a fim de contar tudo que aconteceu, para informar que Carmem e o filho estão em sua casa. Se ele gritar ela pega os dois e vai para um hotel até comprar um apartamento para os três. Mexendo no celular se dá conta que precisa arrumar alguém para cuidar do menino.

— Merda nem pensei nisso, mas não dava para ver aquela cena e deixá-los naquele inferno. — Se deita pegando seu celular e liga para ele.

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