Meu Vizinho Pervertido romance Capítulo 22

Manter Florence entretida até a hora do jantar pareceu fácil para Colton. Kate estava sentada na sala, observando com olhos de adoração. Ele não estava mentindo quando disse que tinha um talento especial com crianças. Ele lia histórias para Florence com vozes engraçadas que a faziam gritar de tanto rir, e brincava, sem sequer resmungar, com os carrinhos, bonecas e bolas que ela jogava em sua direção. Quando Kate esquentou a mistura de frango e arroz que Paloma havia preparado, Colton pegou Florence e a colocou em seu joelho. Os dedos com covinhas enfiaram tanta comida em sua boca quanto suas mãozinhas permitiram. Ela ignorou a colher, afastando-a quando Colton tentou alimentá-la, contente com a bagunça que estava fazendo.

Arroz foi se acumulando no chão, e uma pilha de grãos brancos foi crescendo no jeans escuro de Colton. Quando ela tossiu, ele ergueu o copo até sua boca, ajudando-a a tomar um gole de água. Florence insistia em comer com a boca cheia, e a água escorreu por seu queixo, pingando na camiseta de Colton, enquanto ela ria.

Kate se sentiu insegura assistindo a cena diante dela. Parecia um lado privado de Colton; um que ela não deveria estar testemunhando. Ele era paciente e gentil, e se ela não tivesse visto por si mesma, com certeza não acreditaria.

Florence enfiou alguns feijões verdes murchos na boca dele. Ele torceu o nariz, enrugando os olhos em uma careta, e Kate não pôde evitar de dar uma risadinha. Ele mastigou os feijões, enfatizando como estavam deliciosos, e então os cuspiu em sua mão no minuto em que Florence voltou-se para a comida.

Quando o caos do jantar acabou, Kate limpou tudo, observando Colton dar a mamadeira para Florence. A pequena o olhava com grandes olhos avermelhados brilhando sob cílios longos e escuros. Aparentemente ninguém era imune aos encantos dele.

Kate sentou-se à mesa, levantando a sobrancelha enquanto observava a cena: "Então, onde você esconde seus filhos?"

Ela disse isso em tom de brincadeira, mas quando os olhos escuros dele se estreitaram, uma onda de pânico a assolou. Talvez ele tivesse filhos, talvez ele não pudesse vê-los. Porra.

"Eu não... me desculpe...", ela se calou.

Colton teve misericórdia dela e soltou uma risada afiada: "Eu estou tentando contar quantos filhos eu tenho."

O coração de Kate parou em seu peito, seu estômago revirou. Ela não sabia por que, mas aquela ideia a perturbava. A risada rouca dele ecoou pela sala mais uma vez, e desta vez Florence se juntou ao coro. Kate concluiu que Florence achava graça em tudo o que ele fazia.

“Eu não tenho filhos. Eu sou sempre muito cuidadoso”, ele sorriu.

Uma batida de leve soou, e Kate pulou para atender a porta.

Paloma sorriu, soprando sua franja preta dos olhos: “Saí mais cedo. Ela ficou bem?" Ela entrou no apartamento, e seus olhos varreram a sala relativamente limpa, a bolsa arrumada de Florence e o corpo largo de Colton descansando no sofá. A pele rosa pálida de Florence contrastava fortemente com os braços tatuados. "Hã, o que... o quê?"

“Ela não parava de chorar”, Kate murmurou, sentindo o constrangimento colorir suas bochechas enquanto ela pensava no quanto aquilo era inadequado. “Colton se ofereceu para ajudar. Parece que ela amou ele.” Os olhos de Paloma se arregalaram, suas sobrancelhas se ergueram de descrença, e Kate acrescentou: “Inacreditável, né?”

“Você pode repetir?”, Paloma riu. “Quem iria imaginar, Colton? Talvez eu tenha que trazer ela aqui toda vez que precisar de uma babá.”

Florence tomou os últimos goles de sua mamadeira, e Colton a devolveu para sua mãe. Ele acenou, brincando uma última vez de esconde-esconde, enquanto Kate pegava sua bolsa. Quando Kate voltou, o braço livre de Paloma a envolveu e a apertou, e Paloma sussurrou em seu ouvido: “Você precisa me ligar mais tarde e me contar tudo.”

Kate assentiu, observando Paloma fechar a porta atrás de si. O som de seus saltos nas escadas e o balbuciar de Florence ficaram cada vez mais distantes, até que Colton e Kate foram deixados em um silêncio desconfortável.

Colton passou os dedos pelo cabelo em um movimento desajeitado: "Acho que eu vou nessa." Ele virou suas costas bem definidas para ela, enquanto sua mão pairava sobre a maçaneta. Kate pôde ver que ele estava esperando que ela o detivesse, mas ela se manteve em silêncio, e ele fechou os dedos sobre o metal brilhante. “Se você precisar de ajuda para ser babá de novo, sabe onde me encontrar.”

A porta se abriu, e Kate enfim conseguiu dizer alguma coisa: "Não vá".

O clique do piercing de língua dele rolando entre os dentes fez um arrepio subir pela espinha de Kate. Ele se virou para ela com olhos escuros e ilegíveis. Então soltou um suspiro profundo, coçando a nuca em um tique nervoso: “Eu sinto muito. Por tudo. Eu digo coisas idiotas, faço coisas idiotas, porque estou apavorado pra cacete.”

"Por que você…", ela sussurrou, sentindo a boca ficar mais seca a cada palavra: "Por que você está apavorado?"

"Você sabe."

Sem perceber, Kate havia diminuído a distância entre eles. Os olhos dele a encararam com ansiedade. Kate notou pela primeira vez que suas íris cor de café tinham pequenas manchas douradas, e ela podia ver seu reflexo, parada à frente dele. Suas mãos tremiam de vontade de tocá-lo, mas ela não podia ceder. Ainda não. Engoliu em seco, tentando se livrar do nó na garganta: "Não, eu não sei."

"Eu... Porra, até pra falar dessa merda, eu fico nervoso pra caralho.” O desespero enchia sua voz, e ele tentava desesperadamente se agarrar à imagem que havia criado para si mesmo. As mãos ásperas esfregaram o rosto cansado. “Eu não quero mais comer qualquer garota. Eu só... eu só quero você.”

Kate o encarou com olhos arregalados e sorriu, tentando abafar sua risada: "Essa é a sua maneira incrivelmente bizarra de dizer que tem sentimentos por mim?"

Foi a vez de Colton engolir em seco audivelmente. O pomo de Adão dele balançou, e Kate lutou contra todo seu corpo para não pressionar sua boca contra o pescoço dele.

Ele assentiu: "Sim, acho que sim."

"Você acha que sim?"

"Estou dando o meu melhor aqui", ele resmungou. Seus dedos calejados acariciaram as bochechas dela, roçando a pele macia de seus lábios com o polegar: "Eu não sou bom em falar sobre o que eu sinto."

"Então mostre", ela sussurrou, e uma onda de adrenalina percorreu seu corpo. Os olhos de Colton escureceram, e ele exalou um suspiro. Passou a língua sobre o lábio inferior, deixando um rastro brilhante ao longo da pele rosada, antes de sua boca colidir com a dela.

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