O Vício de Amor romance Capítulo 40

- Ester, atraso é sujeito à dedução no salário, não é? - Josefa foi agressiva.

Ester soava bem formal:

- De acordo com as normas da empresa, sim.

- Eu não queria fazer um barraco sobre uma questão trivial, mas ela estava, obviamente, atrasada e teimou em dizer que ela tinha pedido folga. Alguém que diz tais mentiras deve ter um caráter...

- Ela pediu mesmo. – Quando Josefa falava sobre as más práticas de Natália no trabalho, uma voz baixa surgiu a interrompeu.

Josefa ficou parada por um momento, pensando que tinha ouvido errado. Poderia tal coisa incomodar o Presidente Marchetti para que ele mesmo resolvesse?

Era evidente que não.

- Pessoas que se atrasam e mentem são definitivamente de caráter questionável, são pessoas que não devem permanecer na empresa.

- Eu autorizei, ela estava de licença, eu tenho que dizer isso de novo? - O tom do Jorge se agravou, lento e profundo, era opressivo em seu questionamento mesmo sem aparentar.

Josefa ouviu claramente dessa vez. Uma vez podia até ser uma alucinação, mas duas vezes, claro que não.

Ela também achava que seria inacreditável demais.

Esse tipo de assunto deve ser manuseado por Ester, por que o Presidente se envolveu?

Qual era a relação desta mulher com o Presidente Marchetti?

Uma vez e duas vezes...

- Então vamos resolver o que tem que ser feito. - Ester fingia calma.

Mas ela se sentia ansiosa.

O olhar de Natália varreu o rosto elaborado demais de Ester, de forma secreta, e um pensamento cruzou sua mente. Ela queria confirmar as palavras de Joana que Jorge não a amava, reconheceu-a como namorada por algumas razões.

E o motivo tinha a ver com a viagem em Atalaia.

No começo, ela apenas queria considerar isso uma coincidência.

Mas, hoje, as palavras de Fernanda e Anderson fizeram-na levar isso a sério.

Seu bebê precisa de um pai.

Ester seguiu Jorge para dentro do escritório e, depois de reportar todos os compromissos de sua agenda, fechou-a e perguntou timidamente:

- A Sra. Natália irá te acompanhar no jantar?

Jorge parecia um pouco cansado, com as pálpebras pesadas, e ficou em silêncio por alguns segundos antes de responder:

- Você vai comigo.

Ester suspirou em alívio, disse:

- Eu vou sair e fazer meu trabalho, então.

Ao fechar a porta do escritório, Ester virou e viu Natália de pé atrás dela, então parou.

- Ester, gostaria de tirar umas dúvidas com você, posso pedir um tempinho? - Natália perguntou.

Ester estava surpresa que ela puxar conversa por conta própria.

Ela gostaria de ouvir o que ela tinha a dizer.

- Claro, vamos para o café no térreo.

As duas tomaram o elevador juntas e foram até o café.

Encontraram um local tranquilo e se sentaram.

Nenhuma delas falou primeiro, tomaram café por alguns instantes até que Natália começou a dizer algo:

- A hostilidade da Sra. Ester em relação a mim parece ser muito profunda.

- O que Sra. Natália faria se Jorge e você fossem um casal, e fossem forçados a se separarem? - Ester fez uma pergunta retórica.

Natália apertou sua colher e, suavemente, mexeu o café em seu copo. Ester era inatacável.

- Sabe, o Sr. Jorge e eu estamos apenas cumprindo o nosso contrato de casamento, não é por um longo tempo, mas a Sra. Ester parece ansiosa e tem medo de mim. - Ela levantou os olhos lentamente.

- Por que você pensa assim? - Ester riu de leve e tomou um gole do seu café.

- Você e eu sabemos, espalhou a palavra sobre a minha gravidez onde morava, subornou pessoas para dizer calúnias sobre mim, irritou minha mãe... A Sra. Ester sabe em seu coração o porquê de fazer isso tudo. - Ester se disfarçava bem, mas Natália fingia mais calma do que ela, como se tivesse tudo sob controle.

- Eu não sei o que Sra. Natália quer dizer, o que eu fiz foi simplesmente demonstrar minha indignação com o seu casamento com Jorge, e se a Sra. Natália quer processar, não teria problema para mim. Pois Jorge vai entender que eu sou apenas uma mulher, uma mulher apaixonada. E é compreensível que, uma vez que alguém tomou o lugar que era meu, eu fiz algo não muito bom. - Ela sorriu de leve e olhou para Natália, continuou:

- É a Sra. Natália que parece ansiosa para tomar a iniciativa de conversar comigo.

Natália sorriu um pouco, com um olhar enigmático que fez o coração de Ester se estilhaçar, sem falar nada.

Sua voz era fria:

- Do que você está rindo?

- Eu ouvi algo engraçado, a Sra. Ester estaria interessada em saber?

- O quê?

- Eu ouvi que a Sra. Ester vem acompanhando o Sr. Jorge por um longo tempo, mas ele nunca se apaixonou por você. Mas de repente, denunciou a Sra. Ester como namorada porque... - Natália fez uma pausa para observar o rosto de Ester.

Como esperado, sua expressão mudou, embora ela estivesse tentando desesperadamente se segurar, Natália ainda encontrava sinais reveladores.

- Por quê? - Ester não era tão calma quanto antes.

- Eu só ouvi algumas fofocas, a Sra. Ester não precisa se preocupar. - Natália disse parte do que sabia só para Ester não saber o quanto ela já sabia, de propósito.

- Jorge e eu realmente nos amamos. É claro que existem pessoas que pensam diferente e que estejam com inveja de mim, fazendo fofocas. Se a Sra. Natália quer levar a sério, não posso fazer nada. - Ester disse, levantando-se:

- Falta só metade do mês, e o lugar que deveria ser meu, ainda vai ser meu.

Ela vislumbrou Natália e se virou para sair.

- Como a Sra. Ester sabe que estou grávida há dois meses? - Natália também se levantou.

- Como eu disse, eu adivinhei.

Natália foi até ela:

- Minha barriga ainda não aparenta quanto tempo eu estou grávida, mas a Sra. Ester acertou direitinho... Acho que nem mesmo mulheres que já tiveram a experiência de ter um filho não teriam a percepção da Sra. Ester, não é?

- Talvez seja uma coincidência? Foi uma suposição ao acaso, existem muitas maravilhas do mundo, talvez eu seja uma delas? - Ester disse enquanto caminhava até o elevador.

A porta do elevador se fechava enquanto ela olhava Natália pela fresta entre as portas.

Apesar de não apresentar qualquer falha na conversa, Ester sabia que Natália deveria saber de algo.

Caso contrário, não teria pedido a conversa hoje.

O quanto ela sabia e até que ponto, Ester não saberia dizer.

A força no corpo de Natália havia sido drenada por completo no momento em que as portas se fecharam.

Os fatos lhe mostraram que suas suspeitas poderiam ser verdade.

Mas ela não podia entrar em detalhes.

Se foi realmente Jorge, por que a mulher que a apresentou a ele lhe deu dinheiro?

Por que Jorge precisou de uma virgem?

Apenas por luxúria?

Ela não saberia dizer. Era um mistério, com uma conspiração escondida lá dentro.

Mas ela não tinha nenhuma maneira de descobrir.

Depois do trabalho, ela foi para casa, como de costume.

- Só você? - Joana olhou atrás de Natália.

Natália concordou, não em um ótimo humor pois, assim que deixava o trabalho, viu Ester toda arrumada entrando no carro dele.

Ela vacilou em suas suspeitas, talvez Jorge era mesmo apaixonado por Ester?

Ele não a amava antes, só porque não havia percebido.

Seus pensamentos eram um turbilhão.

- Por que você não voltou com o Sr. Jorge? - Eles precisavam passar mais tempo juntos para desenvolver um vínculo.

- Ele saiu com a Sra. Ester. - Natália só sentia seu coração sufocando e sua atitude com Jorge mudou depois das suspeitas.

Joana suspirou:

- Você tem que fazer esforços.

Natália sorriu, realmente não querendo conversar sobre isso, e disse:

- Estou um pouco cansada e quero tirar um cochilo.

Joana obviamente percebeu que ela estava de mau humor, disse:

- Pode ir descansar, eu vou te chamar quando o jantar estiver servido.

Natália respondeu e entrou.

Deitada em sua cama, sentindo-se exausta, ela fechava os olhos e realmente queria dormir um pouco. Quando ela estava atordoada e prestes a adormecer, o telefone tocou.

Ela se atrapalhou para pegar seu celular e atender.

- Nati, você pode me fazer um favor?

Era Anderson.

Natália perdeu toda a sonolência e ela se sentou em um instante:

- Pode falar.

- Eu tenho uma ocasião para participar e você será o meu par.

Natália ficou em silêncio por um momento e disse:

- Sem problemas.

- Envie-me a sua localização e eu irei buscá-la.

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